Horas após tudo o que o rosado havia feito com a loira, o mesmo despertou de seu cochilo.
Natsu – Que horas é isso? – se perguntou em um sussurro, percebendo Lucy ainda nua deitada ao seu lado, com a cabeça em seu peito, coberta apenas pelo lençol – E pensar que eu a esqueci... Será que esse foi o efeito que a velha disse que eu teria? – pensou seriamente, mas logo depois olhou no relógio em cima do criado-mudo que ficava ao lado da cama –... Já está na hora do almoço... Lucy – tentou acordar a loira – Lucy – mexeu na mesma, mas a garota nem reagiu – Ela está tão cansada assim? – estranhou, se levantando logo depois, pegando suas peças de roupa espalhadas pelo chão e as vestindo enquanto encarava Lucy – Provavelmente ela vai atravessar a cama de novo, mas eu não posso fazer nada... – suspirou.
Wendy que até então assistia TV, viu o garoto sair do quarto –... Boa tarde – cumprimentou calmamente.
Natsu – Boa tarde – bocejou.
Wendy – Se lembrou da Lucy? – indagou seriamente.
Natsu –... Sim – soltou um suspiro ao ir direto para a cozinha – Só não sei como...
Wendy – Você não é normal – o respondeu – Conseguia interagir conosco sem ser um amaldiçoado... – logo pensou – Foi por isso que ele faltou hoje... – corou só de imaginar.
Natsu – Acho que assim... Voltamos a nossa vida normal – comentou da cozinha.
Wendy – Por normal você quer dizer uma Lucy que só você pode ver? – perguntou sem muito interesse.
Natsu –... Sim – a respondeu.
Wendy – Você sabe que ela não vai ficar assim para sempre, certo? – ouvia o barulho das panelas na cozinha.
Natsu – Sim... Se ela não voltar ao normal logo, eles podem até mesmo querer desligar as maquinas no hospital em que o corpo dela está, que nem no filme – voltou a suspirar – Só não sei se ela morreria por causa disso...
Wendy – Natsu-san... – chamou um pouco receosa pelo nome do rosado.
Natsu – Fala – a respondeu sem prestar muita atenção enquanto começava o preparo do almoço.
Wendy –... Eu pensei bem e... – respirou profundamente.
Natsu – Pensou? Em que? – não estava entendendo.
Wendy – Eu vou embora – no mesmo instante o silêncio tomou conta do apartamento, podendo ser ouvido apenas os ruídos da TV.
Natsu andou lentamente até a sala – Eh?
Wendy se virou para encarar o garoto, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, o rosado resolveu perguntar.
Natsu – É por causa da Lucy e eu?
Wendy – Não! Não é isso! – exclamou e logo explicou – Eu resolvi aceitar uma das opções que você me deu... De que seus pais podem me adotar – surpreendeu o rapaz –... Se eles realmente aceitarem, acredito que seremos irmãos – soltou uma pequena risada.
Por algum motivo, Natsu se deprimiu –... Eu achei que você ficaria aqui conosco, nos fazendo companhia.
Wendy – É o que eu queria – suspirou – Mas como farei sem documentos? Como voltarei para a escola? Não poderei fazer nada... – explicou, fazendo o rosado entender – Se seus pais me adotarem, poderei providenciar tudo isso... E quem sabe voltar a ficar com você e a Lucy-san – sorriu ao concluir.
Natsu – Wendy...
Algumas horas depois do almoço, Natsu assistia TV com a pequena.
Natsu –... Preciso ligar para o meu pai e explicar a situação a ele – suspirou –... Acho que você vai gostar da minha mãe...
Wendy – Qual o nome dela? – ficou um pouco curiosa.
Natsu – Grandine... – foi interrompido ao ouvir a campainha tocar – Quem será? – se levantou e andou até a porta.
Os olhos do rosado se arregalaram ao ver quem era.
Natsu – L-Lisanna? – se espantou.
Lisanna – Yo – o cumprimentou.
Natsu – C-Como você descobriu que eu morava aqui? – perguntou ainda surpreso.
Lisanna – Gajeel me disse – explicou – Posso entrar?
Natsu – S-Sim – deu passagem à albina.
Lisanna – Então... Esse é o seu apartamento – andou calmamente até chegar à sala, avistando a pequena sobre o sofá.
A garota ficou ainda mais pálida enquanto suava fria – N-Natsu... Essa é a garota que... Você encontrou? – perguntou um pouco receosa com a resposta.
Natsu – Ahn? – não entendeu.
Wendy se levantou e andou até a albina, ficando de frente para a mesma – Prazer – sorriu gentilmente.
Lisanna –... Você é a garota? – não conseguia acreditar.
Wendy – Ahn? – não entendeu, mas logo se lembrou da pergunta anterior – Ela quer saber se eu sou a garota que ele encontrou... Talvez o Natsu-san tenha contado para ela... – resolveu responder – Sim – sorriu – No dia que nos encontramos estava chovendo muito... E por causa disso tivemos que tomar banho juntos...
Os olhos de Lisanna se arregalaram enquanto Natsu ficou completamente pálido.
Rapidamente a albina retirou o celular da bolsa, discando três números.
Natsu – P-Pra quem você está lingando? – temeu.
Lisanna – A-Alô, é da policia? Quero denunciar um caso de pedofilia! – exclamou no celular.
Em um piscar de olhos o rosado retirou o celular da mão de Lisanna, o desligando.
Natsu – O QUE ESTÁ FAZENDO? – se indignou.
Lisanna – Eu é quem deveria estar perguntando isso! – exclamou – Ela é só uma criança!
Wendy, sem entender o que estava acontecendo, resolveu perguntar –... E o que o fato de eu ser uma criança tem haver com isso?
A albina encarou a pequena com os olhos arregalados –... N-Natsu, o que você fez com essa criança?
Natsu – Nada! – deu uma leve corada.
Lisanna – Pode me dizer! Eu sei que você ter se tornado um pedófilo foi minha culpa, mas não vou te julgar por isso – queria ouvir da boca do rosado.
Natsu soltou um longo suspiro –... O que você veio fazer aqui afinal de contas?
Lisanna – Não fuja do assunto! – se indignou.
Natsu – Foi você quem mudou de assunto primeiro! – respondeu no mesmo tom.
Lisanna – Se ela não é a garota, então quem ela é? – apontou para a pequena.
Natsu –... Como vou explicar isso? – não conseguia pensar em nada –... É uma prima minha... – foi interrompido.
Lisanna – MENTIRA! – assustou os outros dois – Eu sei que você não tem primos nem primas! Tanto seu pai quanto sua mãe não tem irmãos, você mesmo me disse isso!
Natsu – Eu esqueci disso – já não sabia o que responder à albina.
Wendy – Ah! – só então percebeu, chamando a atenção dos outros dois – Ela que é a Lisanna-san?
Lisanna – M-Me conhece? – estranhou.
Wendy – Bem, Natsu-san falava bastante sobre você... – comentou – Com a Lucy-san...
Lisanna – F-Falava? – deu uma leve corada.
Natsu – Não diga coisas desnecessárias – também corou.
Wendy – Eu sou apenas uma amiga dele – finalmente havia entendido o que estava acontecendo – Eu moro no andar de baixo – mentiu – Nos conhecemos em um dia que estava chovendo muito, eu fiquei toda encharcada e trancada para fora de casa, então para que eu não ficasse doente, nós entramos de baixo do chuveiro, já que ele também estava todo encharcado – soltou uma pequena risada – Mas só pra deixar claro, nós não tiramos as roupas – deu uma leve corada.
Lisanna –... E-Entendo – corou de vergonha – P-Perdão por ter pensado coisas erradas sobre vocês dois – comentou em um tom mais baixo, completamente sem graça.
Natsu – Mas e então? O que veio fazer aqui? – indagou um pouco mais calmo.
Lisanna – Vim ver... Como você está – o respondeu – Você não foi à escola hoje... Fiquei preocupada que pudesse ter sido por causa de ontem... – explicou sem conseguir encarar o garoto nos olhos.
Wendy – ELA É FOFA DE MAIS! COMO A LUCY-SAN CONSEGUIU VENCÊ-LA? – corou com a atitude da albina.
Natsu suspirou, abrindo um sorriso de canto –... Não se preocupe, eu estou bem – a respondeu – Na verdade, eu que lhe devo desculpas... – surpreendeu a garota – Mesmo dizendo que havia outra, ainda lhe chamei para um encontro... Agi errado com você...
Lisanna – Tudo bem – o respondeu com um sorriso triste em sua face –... Mas... Então, qual foi o motivo de você ter faltado hoje?
Natsu corou ao se lembrar de tudo que havia feito horas antes –... É meio difícil de explicar – a respondeu um pouco sem graça.
Wendy – Posso imaginar quão difícil – corou também.
Após pouco mais de uma hora a albina finalmente foi embora.
Wendy –... Ainda bem que a Lucy-san não estava aqui – suspirou um pouco aliviada.
Natsu –... E como você sabe que ela não estava aqui? – estreitou os olhos ao voltar para o sofá.
Wendy – Se ela estivesse algumas coisas já teriam se quebrado, assim como seu corpo – explicou, levando o rosado a aceitar.
Natsu – Falando nisso... Ela não está dormindo de mais? – estranhou.
Wendy – Ela não saiu para comer ainda? – indagou, vendo o rosado negar com a cabeça – Isso é realmente preocupante – comentou em um tom mais sério – A Lucy-san que não para de comer...
Natsu – Eu vou ver com ela está... – foi em direção ao quarto.
Ao entrar no mesmo, viu que Lucy ainda dormia profundamente.
Natsu – Foi tão intenso assim pra ela estar tão cansada? – se perguntou em um sussurro ao se aproximar –... Lucy – pousou a mão sobre as costas da mesma, tendo apenas o lençol entre sua pele e a da loira – Lucy – deu uma leve sacudida na mesma, mas a garota nem se mexeu.
Natsu então se sentou sobre a cama, passando a encarar a loira. Não demorou muito e uma de suas mãos foi até o cabelo da mesma, passando a brincar com os mesmos –... Lucy – chamou gentilmente, mas de nada adiantou –... Lucy! – elevou o tom de sua voz, mas mais uma vez a loira nem mesmo se mexeu.
O rosado então começou a se preocupar – Ei... Lucy – sacudiu a mesma – Pare de brincar... LUCY – se desesperou por alguns segundos, mas logo se aliviou ao ver a garota se virar na cama –... Idiota – suspirou, vendo a mesma se abraçar ao seu braço – Me preocupei atoa... – se abaixou próximo ao ouvido da mesma –... Te amo – sussurrou carinhosamente, e ao se afastar viu a boca da mesma se mexer – Ahn? Não ouvi – novamente viu a boca da mesma se mexer – Não estou conseguindo te entender Lucy... – abaixou o ouvido mais próximo ao rosto da garota, mas nada conseguiu ouvir.
Natsu voltou a se levantar –... Lucy... Eu ainda não aprendi leitura labial.
Uma veia saltou sobre a testa da garota, que rapidamente se levantou.
Para Natsu, Lucy estava prestes a gritar, mas nenhum som saiu da boca da mesma.
Lucy – Eh? – se cobriu com o lençol – Eu... – tentou falar novamente, mas nada saía de sua boca – Por que não estou conseguindo falar? – empalideceu, começando a suar fria.
Natsu – O que foi? – estranhou – Está com a garganta seca? Quer um pouco de água? – não recebeu nenhuma resposta da loira – Vou pegar para você... – já ia se levantar quando teve seu braço segurado pela garota.
O rosado se virou rapidamente, percebendo o desespero de sua amada – O que foi? – se preocupou.
Lucy forçou a garganta para que algo saísse, mas apenas alguns grunhidos foram ouvidos, nem mesmo uma palavra a loira conseguia formar.
Natsu então percebeu –... N-Não está... Conseguindo falar?
Os dois permaneceram em silêncio, até que o rosado viu os olhos de Lucy se encherem de lágrimas.
Natsu – Isso é algum efeito novo? – indagou, surpreendendo a loira – O fato de eu ter lhe esquecido foi por causa do “efeito” que ganhei, já que a velha me voltou ao normal...
Lucy – Entendo, então aquilo ainda não era o meu efeito... – não conseguiu mais conter a vontade de chorar – Justo agora que as coisas finalmente estavam caminhando... – teve seus pensamentos interrompidos ao sentir a mão de Natsu pousar sobre sua cabeça.
Natsu –... Não chore – abriu um sorriso gentil, surpreendendo Lucy –... Perto de quando você estava me matando ou de quando lhe esqueci, isso não é nada... Veja – se aproximou da face da loira, tocando seus lábios aos dela –... Eu ainda posso lhe beijar... – desceu a mão da cabeça para a face da mesma, a acariciando – Ainda posso lhe dar carinho... – continuou com o sorriso gentil em seu rosto – Ainda posso lhe ver e... Ainda te amo.
Com as bochechas já avermelhadas, Lucy se jogou sobre o rosado, o abraçando fortemente e o derrubando da cama.
Natsu – Ai... – resmungou ao bater com a cabeça no chão –... Quer me fazer esquecer de você novamente? – não recebeu nenhuma resposta, apenas sentiu a loira se apertar ainda mais contra o seu corpo –... Eu prometo que lhe farei voltar ao normal antes que mais alguma coisa aconteça... – comentou seriamente em um tom mais baixo – E... Você sabe que ainda está nua, certo? – fez Lucy corar violentamente.
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