Wendy estava boquiaberta, mas não sabia o que dizer –... Natsu-san... Lucy-san... O que estão fazendo aqui? – indagou surpresa – ESPERA! Como eu posso ver a Lucy-san de novo? – se espantou – Será que... ESTOU AMALDIÇOADA DE NOVO?
Natsu – Não... Ela apenas voltou ao normal... – respondeu calmamente.
Wendy encarou a loira, vendo a mesma sorrir gentilmente para ela – De verdade? – viu ambos confirmarem com a cabeça –... LUCY-SAN! – pulou sobre a garota, a abraçando fortemente.
A loira soltou uma pequena risada, retribuindo o abraço –... Também estou feliz em lhe ver de novo Wendy.
Wendy – Mas por que não avisaram? Podiam ter ligado informando sobre a condição da Lucy e que estavam vindo pra cá... – falou um pouco mais calma.
Lucy encarou o rosado –... Seus pais não sabem? – indagou.
Wendy – Não sabem do que? – não entendeu.
Natsu pareceu pensar por alguns segundos, mas logo mudou de assunto –... A mãe está em casa Wendy? – perguntou já adentrando a casa com as malas em mãos.
Lucy – ESSA FUGA REALMENTE NÃO VAI TERMINAR BEM! – pensou, e logo seguiu o rosado e Wendy, entrando naquela casa que achara tão exagerada para uma cidade tão pequena.
Em seguida uma voz que parecia tão doce e gentil ecoou pela casa.
– Wendy? O que aconteceu? Por que toda essa gritaria? – indagou preocupada.
Natsu e Wendy então viram a mulher de pele clara e cabelos grisalhos aparecer na sala, onde já se encontravam.
Natsu/Wendy – Mãe... – se interromperam, olhando um para o outro.
Natsu – Ela já a chama de mãe? – se surpreendeu.
Wendy – Parecemos irmãos... – deu uma leve corada.
Grandine, a mãe daquele garoto tão inútil, o encarava surpresa –... O que faz aqui? – perguntou sem saber o que fazer – Por que não avisou que estava voltando?
Natsu –... Assim a senhora... Faz parecer que não sou bem-vindo – a respondeu com uma gota na cabeça.
Grandine –... NATSU! – pulou sobre o rosado, igual à pequena havia feito com Lucy, abraçando o filho fortemente, mas logo algo lhe fez estranhar –... Você engordou? – indagou ao perceber que seus braços não se encontravam, e que o garoto parecia mais largo.
Natsu –... Não... Bem... – não conseguiu concluir.
Grandine então deu uma leve inclinada para o lado, vendo que além do rosado, abraçava a uma certa loira escondida atrás do mesmo –... Essa é?
Lucy nada falou, permaneceu com o rosto enterrado nas costas de Natsu, não conseguia encarar aquela que era provavelmente sua futura sogra – O que eu faço? O que eu falo? Não posso simplesmente dizer “Olá, sou a namorada de seu filho e estamos fugindo juntos, prazer” – pensou constrangida – E se ela não gostar de mim? Geralmente sogras não gostam de suas noras...
Grandine –... É alguma amiga sua Natsu? – viu o rosado negar – Sua então Wendy?
Wendy – De certa forma, sim – respondeu sem graça.
Natsu –... Ela é a minha namorada – chamou a atenção da mulher – E estamos fugindo juntos.
A pequena voltou a se surpreender.
Lucy – ELE DISSE SEM NEM PENSAR DUAS VEZES! – congelou.
Wendy – Vocês estão fugindo? – perguntou em um tom mais elevado – Do que?
Natsu – Do pai dela, que quer fazê-la se casar com o Sting – explicou calmamente.
Grandine ainda encarava o rosado calmamente, mas lentamente sua expressão foi mudando, fazendo com que sua face fosse tomada pelo espanto –... Meu filho tem uma namorada? – não pode acreditar.
Lucy/Wendy/Natsu – ELA SE ESPANTOU COM ISSO?
Grandine – Como um fracassado como o meu filho pode ter uma namorada? – aquilo não entrava em sua mente.
Natsu – EI!
Grandine – Será que existe outra mulher igual a mim? Afinal seu pai é que nem você... Na verdade, foi ele quem te estragou! – exclamou.
Natsu – Eu não sou estragado mãe... Por favor, pare com isso, já está machucando – comentou.
Grandine – Mas meu filho, VOCÊ tem uma NAMORADA! – começou a rir daquilo – Eu preciso contar isso pro Igneel! Natsu achou alguém idiota como eu! – ria fortemente.
Lucy – Idiota? – pensou com uma gota na cabeça, vendo, de relance, a mulher andar apressadamente em direção à cozinha.
Da sala eles podiam ouvir Grandine falar – Igneel! Corre pra casa! – exclamava alegremente – Não me interessa se você está ganhando no carteado... Não me interessa se essa vai ser a primeira vez da sua vida! Natsu está aqui, e com a namorada! – não disfarçava a felicidade que estava sentindo – Não, ela não é feia... Não, nem doente mental... Ela não está alcoolizada... Sim, ela deve ser idiota – respondeu – Venha logo pra casa!
Lucy – Eu pareço idiota? – murmurou para si mesma.
Natsu – É assim que os meus pais pensam de mim? – se deprimiu profundamente.
Minutos depois, após se acalmar, a mulher de cabelos grisalhos voltou pra sala. Dessa vez Lucy não se escondeu completamente atrás de Natsu, apenas se segurou ao braço do garoto.
Grandine – Né... O que você viu no meu filho? – resolveu perguntar.
Natsu – Mãe! – começou a ficar sem graça.
Lucy –... Ele é gentil... Carinhoso... Ele cuidou de mim quando mais precisei dele... Ele me faz feliz – respondeu timidamente.
Grandine deu uma leve corada – Milagres realmente acontecem! – pensou –... Vocês devem estar cansados... Vou arrumar as camas para vocês dois descansarem... Ou talvez prefiram apenas uma? – abriu um sorriso malicioso, fazendo os dois jovens corarem violentamente.
Natsu – MÃE! – bradou completamente envergonhado.
Grandine – Estou brincando, estou brincando – soltou uma pequena risada – Wendy, vem me ajudar! – chamou já subindo as escadas.
Ao ver que a mulher já estava no andar de cima, a loira finalmente relaxou, vendo Natsu se sentar em um dos sofás.
Lucy –... Ela é sempre assim?
Natsu – Não... Ela só está muito feliz – soltou um longo suspiro.
A loira então se sentou ao lado do rosado –... Eu entendi bem? Ela que está indo arrumar as camas? – estranhou – E os empregados?
Natsu – Não temos – surpreendeu Lucy – Na verdade temos um ou dois, mas eles só vêm pra cá pra limpar a casa uma ou duas vezes na semana, já que a casa é muito grande pra minha mãe limpar sozinha – explicou – O resto é tudo ela que faz... As refeições, lavar as louças, arrumar as camas... As roupas ela manda pra uma mulher lavar... Pessoa de confiança...
Lucy – Por que ela faz isso? – não entendia.
Natsu – Apesar de ricos, meus pais são muito simples... Meu pai adora o interior, o silêncio, jogar cartas na praça com os amigos... Minha mãe foi criada no luxo desde que nasceu, mas sempre quis ser uma verdadeira dona de casa... Estranho isso né? – riu.
Lucy – MUITO! – resolveu não responder.
As horas se passaram, e a lua já brilhava no céu escuro. Do quarto que Grandine havia preparado, o rosado apenas permanecia deitado enquanto encarava o teto. Apesar do cansaço, não conseguia dormir.
Natsu – Pesado... Não estou acostumado com esse peso – pensou, já que a loira parecia dormir sobre seu corpo, como sempre –... Está acordada?
Lucy –... Sim – o respondeu calmamente.
Natsu – Por que não está deitada na cama que a minha mãe preparou para você? – se referiu à cama ao lado da sua.
Lucy –... Não estava conseguindo dormir... Então pensei que dessa forma... Conseguiria me acalmar – explicou.
Natsu – Em uma hora assim sua timidez some por completo, né? – soltou uma pequena risada.
Lucy – Também não entendo... Mas não vejo isso como algo indecente... É mais como uma forma de... Ficar ainda mais próximo de você – explicou.
O rosado soltou um longo suspiro –... Por que não está conseguindo dormir? – resolveu mudar de assunto.
Lucy – Não sai da minha cabeça que... Uma hora dessas meu pai já deve ter descoberto que fugi de casa – o respondeu – Então temo... O que será que ele está armando nesse momento? – suspirou – Mas e você? Por que não está conseguindo dormir?
Natsu –... Fique em silêncio e ouça – pediu.
E logo ambos podiam ouvir a conversa do quarto ao lado.
Igneel –... Ele realmente está fugindo com a garota? – indagou seriamente.
Grandine – Sim... E uma bem bonita – o respondeu.
Igneel – E ele foge pra cá? Pra casa dos pais dele? – não podia acreditar – O que o Natsu tem na cabeça? Cérebro não é!
Grandine – Não fale assim... Ele puxou a você! – exclamou.
Igneel – Eu sei! Mas eu não pedi por isso! Além do mais, agora ele já é maior de idade, já responde pelos atos dele – explicou – E a garota? Tem quantos anos? Qual o nome dela? E se a policia vier? O que faremos? – estava completamente perdido.
Grandine – Apoia-los! – o respondeu – Apenas algumas palavras dela e percebi que a garota ama o nosso filho... E o Natsu não fugiria com qualquer uma, então não custa nada pelo menos apoia-los.
Lucy e Natsu conseguiam ouvir a tudo perfeitamente.
Natsu –... Esse é o quarto de visitas, então a Wendy não deve ouvir nem um ruído estranho do quarto dela – comentou com uma gota na cabeça.
Lucy –... Nós estamos causando problemas aos seus pais... – falou em um tom mais triste.
Natsu – Não se preocupe... Ainda não conversei com eles sobre o que planejo fazer – comentou.
Lucy –... Natsu... – foi interrompida ao ouvirem a porta do quarto ser aberta.
A loira e o rosado travaram de vergonha devido à forma que se encontravam. Seus olhos apenas encaravam a mulher de cabelos grisalhos parada na porta.
Grandine –... E-Estou atrapalhando algo? – indagou um pouco sem graça.
Natsu – N-Não, não estamos fazendo nada de mais – a respondeu.
Grandine – Sabe, se tivessem me falado eu tinha preparado o quarto com cama de casal... – continuava ali, parada.
Lucy parecia travada, não conseguia se mexer para sair de cima do rosado.
Natsu –... A senhora queria alguma coisa? – a cada segundo que se passava, ficava ainda mais constrangido.
Grandine – Ah sim, já estava me esquecendo – sorriu sem graça – Vim chamar a... Como é o nome dela mesmo?
Natsu –... Lucy – respondeu.
Grandine – Vim chamar a Lucy-chan para me ajudar, junto da Wendy, na cozinha – informou.
Natsu – N-Não acho que seja uma boa ideia – abriu um sorriso sem graça ao se lembrar de quão ruim a loira era para cozinhar.
No mesmo instante Lucy se levantou – Eu vou! – exclamou empolgada, como se seu interesse por aquilo fosse superior à vergonha.
Natsu – Eu não vou jantar hoje... – pensou consigo mesmo ao ver a loira seguir Grandine para o andar de baixo.
Igneel – Ei... – apareceu na porta, assustando o rosado – Podemos conversar?
Natsu – Claro – se sentou na cama, vendo o pai entrar e fechar a porta.
Igneel –... O que você está planejando trazendo essa garota pra cá? – indagou seriamente ao se aproximar e sentar ao lado de Natsu.
Natsu –... Apenas quero evitar que ela se case com outro... Assim que ela completar os dezoito anos, pretendo me casar com ela – explicou.
Igneel – Tem certeza que é isso o que quer? – perguntou – O pai dela é um homem bem influente sabe?
Natsu – Então o senhor sabe quem ela é? – se surpreendeu.
Igneel – Claro que sei... Assim como sei que isso será muito problemático – suspirou – Aqui será o primeiro lugar que irão procurar...
Natsu – Mas eu não pretendo ficar... – chamou a atenção do homem –... Quero que me empreste aquela casa na floresta...
Igneel –... Casa aquela que sua mãe diz que foi onde lhe estraguei? – indagou com uma gota na cabeça.
Natsu – Aquela mesmo – respondeu no mesmo tom do pai.
Igneel – Parando pra pensar... Aquela casa foi do seu bisavô por parte de mãe... – comentou – Por não ser tão luxuoso seu avô não a quis, mas foi lá que seu bisa ensinou sua mãe a ser forte e humilde como ela é hoje... E foi onde tentei fazer o mesmo com você, mas por algum motivo eu falhei – suspirou – De qualquer forma, aquela casa está no nome do seu bisavô ainda, então talvez não pensem em procurar você lá... NÃO ACREDITO QUE MEU FILHO PENSOU NISSO! – exclamou surpreso.
Natsu nada respondeu sobre aquilo –... Você sabe que a mamãe tem razão, certo? É culpa sua se sou esse “fracasso”...
Igneel – Isso é injusto comigo! – se indignou –... Só por que deixei você cair da árvore? Só por que te joguei no lago para aprender a nadar e você quase se afogou?
Natsu – Tem também quando eu caí em um buraco e fiquei lá por horas, já que o senhor se descuidou... Ou então quando eu fui perseguido por um enxame de abelhas, até eu entrar no lago de novo e quase morrer afogado mais uma vez... – comentou calmamente –... Mamãe disse que eu era normal antes disso tudo acontecer.
Igneel –... Perdão – pediu sem graça.
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