Natsu e Lucy haviam voltado para a casa de Igneel na cidade, permanecendo lá por pouco mais de dez dias. Igneel não havia contado sobre o telefonema que recebera dias antes falando sobre Jude.
Mas o telefone voltou a tocar. Sem desconfiar ou estranhar, Wendy foi quem o atendeu dessa vez.
Wendy – Alô? Q-Quer dizer... Residência dos Dragneel – se corrigiu, vendo Lucy e o rosado sentados na sala, assistindo televisão –... Igneel-san? Ele está ocupado agora – respondeu calmamente, já que era verdade –... Lucy Heartphilia? – estreitou os olhos, chamando a atenção da mesma –... Não, não sei onde ela possa estar.
Lucy se levantou rapidamente do sofá e caminhou até Wendy.
Lucy –... Quem é? – indagou em um sussurro.
Wendy tampou o telefone com a mão –... Acho que é da casa do seu pai – respondeu no mesmo tom, e logo continuou a falar no aparelho –... Jude Heartphilia? Acho que conheço sim... O que tem ele? – esperou pela resposta, até que a recebeu –... Como? – não pode acreditar, mas ouviu a mesma coisa que havia sido dita antes –... Isso é verdade? – estreitou os olhos, estranhando aquilo –... Certo, se eu me encontrar com essa tal de Lucy Heartphilia eu a aviso – desligou.
Lucy – Como assim se me encontrar? Eu estou bem aqui... – comentou com uma gota na cabeça ao encarar a pequena.
Wendy – Bem... Você é uma Dragneel agora – abriu um sorriso ao explicar, fazendo a loira suspirar.
Lucy –... Então? O que queriam? – perguntou em um tom mais calmo.
Wendy –... Disseram que Jude, seu pai, está de cama – respondeu, deixando-a um pouco confusa –... Falaram algo sobre ele não ter muito tempo de vida, e que está sobrevivendo a custa de aparelhos... E que ele quer te ver uma ultima vez – explicou, surpreendendo a amiga – Mas acho que você não deve acreditar nisso não...
Lucy –... Meu pai... Morrendo? – não conseguia entender – Mas como? Ele sofreu algum acidente? Ou então alguma doença?
Natsu se levantou do sofá e caminhou até a loira.
Natsu – Ou então seja apenas uma armadilha para lhe atrair – respondeu seriamente, chamando a atenção de Lucy –... O que ele mais queria era te encontrar, talvez esteja desesperado... Então inventou isso.
Lucy – Ou talvez ele esteja realmente doente! – respondeu no mesmo tom do garoto, fazendo-o ficar em silêncio.
Mas antes que uma discussão começasse, Igneel apareceu no topo das escadas.
Igneel – O que está acontecendo? – indagou em um tom sério, descendo os degraus lentamente.
Lucy –... Ligaram falando sobre meu pai – o respondeu.
Igneel – De novo? – surpreendeu a garota.
Lucy – Já haviam ligado antes? Por que não me avisou? – perguntou um pouco indignada.
Igneel – Eles ligavam todos os dias desde que vocês foram para a floresta, então por que eu deveria avisar? Seu pai está atrás de você, você está fugindo... Una as duas coisas, e... Não há porque avisar – explicou – E da ultima vez que ligaram estavam procurando por Lucy Heartphilia, mas agora você é uma Dragneel...
Wendy – Foi o que eu disse a ela – comentou calmamente.
Lucy – Mas disseram que meu pai está morrendo! – fez o homem mais velho a encarar por alguns instantes.
Igneel levou uma mão ao queixo, parecendo pensativo –... Da ultima vez que ligaram disseram a mesma coisa – informou.
Lucy – Poderia ter me contado!
Igneel – Pode ser uma mentira para te encontrar – a respondeu.
Natsu – Foi o que eu disse a ela! – falou em um tom calmo.
Lucy – Está certo, meu pai está atrás de mim! Mas o que isso importa agora? – surpreendeu a todos – Natsu e eu já somos casados, ele não pode nos separar mais!
Igneel/Wendy – Realmente... – concordaram.
Natsu – Mas ainda sim é perigoso! – não queria ceder.
Os três então encararam o rosado por alguns instantes.
Lucy –... Todos sabem que você não é bom em nada, que é um fracassado e tudo mais, mas... Também é medroso e covarde? – indagou seriamente, deixando o garoto desconcertado.
Wendy –... Se não respondeu é porque é! – segurou a risada de deboche.
Natsu – Até você? – ficou ainda mais sem graça.
Lucy – E se meu pai realmente estiver morrendo? Apesar de tudo que ele fez e o que não fez... Ele ainda é meu pai, sangue do meu sangue! Eu preciso ir vê-lo... Mesmo se for só uma armadilha, agora ele não pode me forçar a nada, pois sou maior de idade e casada! – explicou, fazendo Igneel e Natsu se encararem por alguns segundos.
Igneel –... Você já é uma adulta, não vou lhe impedir de fazer o que quer – falou em um tom sério.
Logo depois a loira encarou Natsu, esperando uma posição do mesmo.
Natsu –... Não... Eu não vou permitir isso! – saiu do local e subiu as escadas rapidamente, voltando para o quarto.
Igneel e Wendy apenas puderam ver Lucy o seguir.
Lucy – Como assim não vai permitir? – indagou indignada ao entrar no quarto e ver o rosado ao lado da cama.
Natsu – Eu não passei um mês em meio a uma floresta para terminar assim! Eu não fui atacado por um urso pra que você caísse nas garras do seu pai! E tudo por causa de uma ligação que você nem mesmo sabe se é verdade! – a respondeu em um tom mais elevado.
Lucy então fechou a porta, pois percebeu que aquela discussão não terminaria tão amigavelmente.
Lucy –... Se coloque em meu lugar – se aproximou do rosado – Se fosse o seu pai a beira da morte... E vocês estivessem na mesma situação que meu pai e eu nos encontramos... O que você faria? – perguntou sem aumentar seu tom de voz, mas acabou não recebendo nenhuma resposta –... ME RESPONDA!
Natsu – EU NÃO SEI! MAS PELO MENOS NÃO CAIRIA EM UMA ARMADILHA TÃO ÓBVIA! – bradou ao ser pressionado.
Lucy – EU NÃO SOU VOCÊ, CASO NÃO SAIBA, EU TENHO UM CÉREBRO E SEI USA-LO... ENTÃO NÃO NOS COMPARE – gritou irritada, fazendo o rosado se calar.
Natsu –... Entendo... Me desculpe se sou burro o suficiente para não acreditar em seu pai – a respondeu seriamente.
Lucy percebeu que havia exagerado, mas não disse nada para se retratar, apenas levantou a mão esquerda e mostrou a aliança em seu dedo –... Seja verdade ou mentira, os planos que ele tinha em relação a mim já não podem mais se realizar.
O rosado nada disse, permanecendo em silêncio por alguns instantes.
Natsu –... Meu pai tem razão Lucy... Você já é maior de idade... Ninguém irá lhe prender, então faça o que achar melhor – comentou sem mudar o tom –... Planeja ir quando?
A loira estranhou a mudança de atitude repentina de Natsu, mas apenas respondeu ao mesmo –... Amanhã cedo.
Natsu – Entendo... – caminhou em direção à porta –... Tenha uma boa viagem então – concluiu completamente chateado.
Lucy – O que? Você não vai comigo? – se surpreendeu.
Natsu – E por que eu deveria? – indagou abrindo a porta.
Lucy – Porque você é meu marido! – exclamou ao se aproximar do rosado.
Natsu – Você é minha esposa, e por querer está indo até seu pai... Então, por querer permanecer aqui, eu não irei junto – explicou.
A loira então fechou a porta, a batendo com força e pressionando o rosado contra a mesma.
Lucy – Você vai comigo! – falou mais séria.
Natsu – E o que lhe faz pensar que farei isso? – indagou no mesmo tom.
Lucy – O simples fato de que, se eu estou dizendo que você vai, então é por que você vai! – concluiu enquanto encarava o garoto a sua frente com um olhar frio.
Natsu –... É o que veremos – a respondeu no mesmo tom.
No dia seguinte, já no meio da tarde, o ônibus acabava de estacionar na rodoviária da capital após horas de viagem.
Lucy – Finalmente estou de volta! – exclamou assim que desceu do veiculo.
Natsu – Feliz? – desceu logo atrás da loira completamente emburrado.
Lucy – Um pouco – sorriu – Você não? – brincou ao ver o amado ir pegar as malas.
Natsu – O que você acha? A Wendy faltou entrar dentro das malas acreditando que estávamos voltando de definitivo... E ainda... Você vomitou em cima de mim no meio da viagem! – exclamou um pouco indignado, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor.
Lucy soltou uma risada sem graça – D-Desculpe.
Natsu – Eu te falei pra não comer aquele lanche na parada! – saiu com as malas em mãos.
Lucy – Eu estava com fome! – se irritou um pouco ao seguir o garoto.
Natsu – Está tão nervosa assim por ir se encontrar com seu pai? No dia em que fomos você não passou mal assim... – bufou.
Lucy – Por que está irritado comigo? – começou a ficar chateada enquanto seguia o rosado para fora da rodoviária.
Natsu – Por quê? Talvez porque eu não queria vir... Ou então talvez seja porque você encheu minhas pernas com o seu lanche! – a respondeu sem nem mesmo parar.
Lucy – Você é um idiota... – falou em um tom mais baixo, passando na frente de Natsu.
Os dois então andaram em completo silêncio até chegar ao ponto de ônibus.
Natsu –... Tem certeza que o idiota sou eu? – indagou calmamente, parado de pé ao lado da loira, que estava sentada em um dos bancos do ponto.
Lucy – Sim, você é o idiota – respondeu ainda chateada.
O rosado então soltou um leve suspiro –... Vai direto pra casa de seu pai? – viu Lucy confirmar com a cabeça – Está com dinheiro? – a mesma repetiu o gesto – E a cópia da chave do apartamento?
Lucy – Está comigo – respondeu sem encarar o garoto.
Não demorou muito para que um ônibus chegasse.
Lucy – Esse passa lá perto... – informou ao se levantar e entrar na fila, sem nem mesmo se despedir do rosado.
Já dentro do ônibus, Lucy passava pela catraca quando viu Natsu do lado de fora. Mas seu peito apertou quando o veiculo partiu e a mesma pode ver um sorriso triste brotar sobre a face do rosado, que a cada segundo ficava ainda mais distante.
Lucy – Idiota... Viesse comigo – pensou completamente chateada.
Natsu soltou um leve suspiro ao ver o ônibus sumir em meio ao transito –... Depois que eu tomar um banho, vou sair pra fazer compras... E então farei um bom jantar, isso deve anima-la – pensou um pouco mais calmo ao se sentar no lugar em que a loira estava.
Mas não demorou muito para que o ônibus do rosado chegasse.
Pouco mais de vinte minutos depois, Lucy desceu no ponto mais perto da casa de seu pai. A mesma caminhou rapidamente em direção à mansão, mas assim que chegou ao portão acabou hesitando, não sabendo se devia entrar ou não.
Lucy –... Por que estou hesitando agora? Enfrentei uma viagem exaustiva e briguei com o Natsu só pra vir aqui... – murmurou para si mesma –... Vamos lá! – viu o portão ser aberto.
A loira então caminhou lentamente pelo caminho que levava à porta de casa. Já dentro da mesma, Lucy subiu as escadas enquanto deslizava a mão sobre o corrimão. Assim que chegou em frente à porta do quarto, bateu três vezes sobre a mesma.
Lucy – Antes de sairmos, voltaram a nos ligar... Falaram que ele não queria ficar em um hospital, então acabaram adaptando o quarto dele e contratando uma médica e uma enfermeira para cuidar dele aqui... – pensou, mas logo viu a porta ser aberta.
— A senhorita chegou! – a enfermeira comentou ao ver a loira – Entre! – deu passagem para a mesma.
Lucy – Com licença...
— Deixarei vocês a sós por enquanto... Qualquer coisa me chama – informou, saindo do quarto e fechando a porta.
Lucy então ficou a encarar o homem deitado sobre a cama e com uma mascara de oxigênio sobre a face.
Lucy – Pelo visto ha todos os aparelhos que é preciso... – viu os mesmos ao redor da cama –... E ele está pálido... Então não era mentira.
A loira então decidiu se aproximar, andando até o lado esquerdo de Jude.
Lucy – Pai? – segurou a mão do mesmo –... Acho que é melhor não acorda-lo – murmurou a si mesma ao não ser atendida –... Depois eu falo com ele – ainda insegura já ia se afastar, mas antes que pudesse dar um único passo para trás, sentiu sua mão ser apertada fortemente –... Eh? – viu o pai retirar a mascara de oxigênio da face.
Jude –... Você realmente veio – comentou seriamente, sem nenhuma fraqueza em sua voz –... E pensar que seria tão ingênua assim – se sentou sobre a cama sem largar a mão da filha, a surpreendendo.
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