História A Louca Vida de Kim Jung-Hee - Capítulo 10 - Mil Vezes Vergonha!

Capítulo 10 - Mil Vezes Vergonha! 

Sabe aquelas cenas em que um celular atrapalha tudo? Pois é, isso aconteceu assim que Park disse aquela maldita frase, que fez um fogo subir em minhas costelas, a única diferença é que a ligação foi minha salvação para que nada acontecesse. Jimin revira os olhos e me desprende, se sentando no sofá e me encarando feio. Dei de ombros e apenas atendi o telefone. 

— Alô? - Fico de costas para o maldito, e nem ligo ao ouvir que o mesmo estava bufando. 

— Desculpe se estou atrapalhando alguma coisa, mas a senhorita irá mesmo vir para o trabalho novamente, senhorita Kim? - Fecho os olhos, negando para mim mesma por ser tão idiota ao ponto de deixar meu chefe a minha espera. 

— Sim, senhor Min, já estou indo aí, só preciso fazer algumas coisinhas antes. - Ao colocar uma mão na cintura, sinto o outro lado da mesma ser coberta pela mão de Jimin, que aos poucos foi levando seus lábios para meu pescoço, o que me deixou congelada. O que esse idiota pensa que está fazendo?! 

— Tudo bem, senhorita Kim. - Park introduz a língua durante os beijos e preciso tapar minha boca para que não escapasse alguma merda que fizesse Yoongi pensar coisas erradas sobre minha pessoa. - Está tudo bem, senhorita Kim? - Ele pergunta um tanto quanto preocupado. 

— S-Sim, senhor M... - No mesmo instante, a outra mão de Jimin sobe de minhas coxas até minha bunda, me fazendo arfar um pouco. - Só estou com um pouco de dor, senhor Min, mas não é nada que precise se preocupar.  

Yoongi respira fundo do outro lado da linha e tento bater em Jimin, mas quando uma de suas mãos instantaneamente me seguram pelos cabelos para que ele tivesse mais espaço para me torturar pelo pescoço, reviro os olhos e acabo sendo tomada de uma vez pelos seus braços, que vão nos levando até o sofá e ele faz com que eu me sentasse em seu colo, sem parar com o que estava fazendo. 

— Tudo bem, senhorita Kim, estou no aguardo. - Mordo o lábio inferior para guardar um gemido já que Jimin passou a se preocupar com minha nuca, que na verdade é meu ponto de fraqueza. 

— Até, senhor Min. - Ele desliga a ligação e meu celular cai de minha mão, porém não consegui fazer nada antes que Jimin viesse sussurrar em meu ouvido. 

— Que coisinhas são essas que nós vamos fazer, uvinha? - Seu tom rouco me fez arcar um pouco as costas, porém acabei voltando a mim mesma. 

— Bater na sua cara, seu desgraçado! - Desfiro um soco em seu ombro e saio de cima dele, porém recebo sua gargalhada alta, que me fez ficar com mais raiva ainda. - Aonde você estava com a cabeça em fazer isso?! - Ele estala a língua e fica de pé à minha frente. 

— Apenas um teste pra ver se você aguenta a pressão. - Ele diz dando de ombros e reviro os olhos, pegando minha bolsa e outras coisas para ir embora. - Onde você pensa que vai? - Ele pergunta cruzando os braços. 

— Ver meu chefe. - Ele ri abafado, negando com a cabeça e me lançando um olhar desprezível. - O que? Está com ciúmes? - Ele nega com a cabeça e pega a chave de seu carro, se direcionando para a porta de saída. 

— Você realmente ama seu chefe... - Ele sai pelo corredor e me deixa encarando a porta feito tonta, não entendendo o porquê de seu tom ter sido um tanto ciumento, por assim dizer... Sem ter o que fazer, apenas dou de ombros e sigo o caminho de Jimin. 

[...] 

Idiota. É isso o que eu sou. Sim, já estou me auto xingando novamente, porque eu realmente sou idiota. Acreditam que eu esqueci que hoje eu teria de ir mais cedo para a faculdade, pois hoje os temas dos TCCs seriam sorteados para cada aluno, e eu fui idiota o suficiente para esquecer da coisa mais importante para que eu possa me formar! Sim, eu sou uma completa idiota! 

E por ter esquecido isso, eu acabei não podendo ir conversar com Min Yoongi. Assim que me sentei no carro de Park, recebi uma mensagem de um de meus professores, perguntando se eu já estava chegando, e foi aí que me lembrei. Jimin teve de mudar a rota e eu tive de enviar uma mensagem de desculpas para meu chefe, que disse não ter nenhum problema. 

Idiota, eu sou uma idiota! 

— Como você foi esquecer disso, Jung-Hee?  

Agora eu tinha que ficar ouvindo a vozinha irritante dele com a maior cara de bunda, porque segundo Park ele também tinha uma reunião de negócios sobre sua próxima propaganda, e que ele iria logo depois de me deixar em minha empresa, mas não, ele teve que ir direto para a faculdade, e ele ainda pediu que um de seus empregados pegasse minha moto e a deixasse em minha casa. Agora vem a pergunta: como ele sabe onde é a minha casa?! 

— Apenas continue dirigindo, Park. - Ele bufa impaciente a pisa com tudo no acelerador, nos fazendo ir mais rápido e chegamos em questão de dez minutos. - Obrigada pela carona. - Digo seca enquanto tiro meu cinto e saio do carro, ainda com a minha cara de bunda. 

— Até mais, uvinha. - E ele vai embora arrancando, enquanto eu saio correndo para a minha sala. 

Subo as escadas feito uma louca, mal andei por seis degraus e já estava praticamente morrendo, mas eu realmente precisava chegar logo senão estaria completamente ferrada. Quando vejo a porta de minha sala, até escuto o som de harpas por finalmente ter chegado a tempo e, ao abri-la, fico sem entender já que apenas o professor estava lá. 

— Onde estão os outros? - Pergunto ofegante e meu professor apenas me encara e nega com a cabeça, pegando uma pasta que estava sobre sua mesa e me entregando. 

— Como você demorou, apenas entreguei seus temas e eles foram liberados. Teremos uma reunião hoje sobre como ocorrerão as apresentações dos trabalhos de vocês. - Afirmo com a cabeça, ainda o encarando. - Esse foi o que sobrou para a senhorita. Agora, se me der licença... - Ele se põe de pé, ainda me olhando um pouco feio. Dou espaço para que ele passasse e o mesmo me deixa na sala, me fazendo bater em minha própria testa. 

— Sua idiota! - Dou mais um tapa, dessa vez com a própria pasta e a visualizo rapidamente, abrindo a capa para poder ler qual seria meu tema. 

[...] 

— "Virgindade Nos Tempos Atuais". - Namjoon lê o título e me encara enquanto eu estava deitada em sua cama e querendo morrer. - É, vai ser fácil pra você... - Reviro os olhos e o encaro feio. 

A única coisa que Nam não entende é que não vai ser nada fácil pra mim. Como alguém que ainda é virgem aos 22 anos pode falar sobre virgindade? Tá, é possível, mas como eu vou fazer entrevistas para adolescentes sendo que eu nem sei sobre como é sexo? Tá, eu sei como é sexo, mas eu não sei como é! Será que deu para entender? 

— Por que eu fui me esquecer de ir na faculdade? - Coloco o travesseiro em cima da cara. - Eu poderia ter pegado algo muito melhor que esse tema... - Sinto um peso a mais ao meu lado e meu irmão descobre minha cara, me olhando pensativo. 

— Por que você não gostou do tema? - Suspiro alto, tentando pensar em alguma desculpa. Sei que ele é meu irmão, mas ele ainda é meu irmão, e eu não conseguiria contar para ele. - Você está com vergonha do tema? - Nego com a cabeça. - Você não quer aturar adolescentes para a sua pesquisa?  

— Não é isso, Nam. Quer dizer, claro que eu não quero me irritar, mas... - Suspiro alto e me sento para poder encarar meu irmão nos olhos. - É que... - Engulo em seco e abaixo meu tom de voz, com medo de que mais alguém ouvisse. - É que eu ainda sou virgem... - Prenso os lábios com medo de que ele começasse a rir feito um idiota ou começasse com as piadinhas bestas dele, mas não, ele continuou com a mesma expressão. 

— Só isso? - Afirmo com a cabeça e ele respira fundo, saindo da cama e se encostando na parede. - Hee, não precisa ficar com vergonha por isso. - Começo a coçar a nuca enquanto minhas bochechas vão ficando cada vez mais vermelhas. - Virgindade não tem idade pra ser tirada, então não se preocupe. 

— Eu queria fazer um trabalho de qualidade, então eu pensei que seria melhor ainda se eu soubesse como é passar por essa fase de querer transar logo na adolescência. - Ele nega com a cabeça. - Por favor, não venha me dar conselhos, você e Seokjin já passaram por isso, eu sei muito bem disso... - Ele começa a rir. - Nunca vou esquecer quando peguei você no flagra com uma garota na casa da vovó, e dou graças a Deus que eu apenas ouvi coisas. - Sua gargalhada aumenta mais ainda, e até um sorriso acaba escapando do meu rosto. - Tenho dó da vovó por ter visto Seokjin fazendo coisas... - Fecho os olhos com nojo. - E não duvido nada de que Taehyung também já deve ter feito sexo. 

— É, você realmente conhece seus irmãos... - Arregalo os olhos e volto a me deitar, infelizmente me lembrando da cena de Tae com Jungkook no quarto. Aish, por que essas coisas acontecem logo comigo?! - E saiba que se precisar de ajuda, vou fazer com o maior prazer. - Dou um sorriso largo pra ele e logo me levanto para beijar sua testa. 

— Obrigada, Nam. De verdade. - Ele sorri, mostrando aquelas covinhas idênticas às minhas, e saio de seu quarto. 

[...] 

— De novo, Taehyung? - Coloco as mãos na cintura. - Eu tô avisando, quando o Conselho Tutelar atravessar aquela porta achando que raptamos um garoto, eu que não vou ser presa. - Meu irmão caçula revira os olhos e me puxa pelo pulso para que eu o encarasse. 

— Jungkook só está passando por problemas na casa dele. - Ergo um sobrancelha e Tae afrouxa seu aperto em meu braço. - Aquela mãe louca dele está pirando cada vez mais, e o que ela mais quer é que ele fique aqui em casa. - Estalo a língua. 

— Tudo bem, tudo o que eu quero é que o Jeon não passa por mais loucura naquela casa. - Taehyung dá um beijo em minha bochecha, feliz por eu ter aceito o pedido dele. - Mas, se essa mulher querer me mostrar que ela realmente é louca, eu que vou mostrar que é a louca de verdade, e é capaz de eu ser presa! - Tae começa a rir e me abraça, me erguendo no ar. Desde quando ele consegue me aguentar? 

— Obrigado, noona. - Dou um pequeno sorriso e recebo mais um beijo na bochecha, porém sou tacada no chão com tudo e vou de cara com o piso. 

— Você está bem, senhorita Kim? - Escuto uma voz bem lá no fundo me perguntado e ergo minha cara do chão, ficando de pé e tentando estabilizar minha visão. 

— Eu tô bem. - Assim que abro os olhos direito, vejo Yoongi diante de mim e automaticamente fico vermelha de vergonha por ele me ver naquele estado. - Senhor Min? - Ele dá um pequeno sorriso e se aproxima, os olhares de Seokjin e Nam estavam sobre nós dois e mais sorrisos maliciosos para me provocar. 

— Liguei na sua universidade, mas eles disseram que todos os estudantes foram liberados das aulas. Então eu vim até aqui. - Sorrio feito boba, minhas bochechas ficando mais rosadas ainda. 

— Quer alguma coisa? Água, suco, cerveja... - Ele nega com a cabeça e vou mais para perto dele, enquanto Seokjin arrasta meus outros irmãos para a cozinha para que ficássemos sozinhos. 

— Eu só vim até aqui para terminar o que tínhamos para conversar. - Um arrepio corre por minha espinha enquanto meu chefe vai arrumando os fios desgovernados dos meus cabelos que insistiam em ficar na frente do meu rosto. - Como eu arruinei nossa noite no jantar beneficente... - Meu coração começa a acelerar um pouco mais. Nossa noite? - A senhorita aceitaria sair mais uma vez comigo?