História A Louca Vida de Kim Jung-Hee - Capítulo 12 - Álcool: Um Veneno para Jung-Hee

Capítulo 12 - Álcool: Um Veneno para Jung-Hee 

Min Yoongi nunca esteve tão sorridente durante todos esses quatro anos em que trabalhamos juntos, ele não estava com aquela mesma aura de responsabilidade e frieza em que tinha no dia em que se apresentou para mim, longe disso. Parecia aliviado ou algo do tipo, não sei qual foi a piada que contaram para ele hoje mais cedo que o fizeram, mas ele não para de sorrir e conversar comigo por um mísero segundo. 

Estranho... Muito estranho. 

— Me conta um pouco sobre os seus irmãos... - Ele diz, ainda atento às ruas. Dou de ombros e encosto a cabeça no vidro. 

— Não tem nada de muito interessante sobre eles, até porque eu sou a pessoa mais decente daquela casa. - Se o sorriso de meu chefe já era constante, sua gargalhada alta melhorou tudo, e quase me fez derreter de cara no banco de passageiro. Como uma risada pode ser tão magnífica? - Mas tudo bem, vou dar um breve resumo. - Me arrumo em meu lugar, apoiando meu queixo em uma das mãos. - Jinnie é meu irmão mais velho por dois anos, ele é muito carinhoso e esquisito ao mesmo tempo. Trabalha num mercado de esquina e cozinha muito bem... - Paramos em um semáforo e Min faz questão de me encarar enquanto falo. - Nam é meu irmão gêmeo, dá pra ver na cara que nossa única diferença de idade são mínimos três minutos... Ele é um gênio de QI alto, vive quebrando as coisas de casa e principalmente seus celulares... Acho que seu Record chegou à sete, se não me engano... - Ao som da gargalhada, Yoongi volta a dirigir ao sinal ficar verde. - E Tae é meu maninho, meu bebezinho, por mais que ele tenha três metros de altura e às vezes pareça ser o mais homem de casa... 

— Parece ser uma família e tanto. - Ele diz sorridente e estaciona o carro em uma rua fechada. - Teremos que andar um pouquinho, ok? - Afirmo com a cabeça e ele desce do carro, indo até a minha porta e abrindo a mesma para mim, me toma pela mão e vai nos encaminhando. - Espero que goste de música... - Franzo a testa. - Um amigo meu disse que o lugar onde vamos é bem descontraído e perfeito para um encontro. - Acho que ainda não caiu a ficha de que estou num encontro com Min Yoongi, pois assim que ele terminou sua frase, um suspiro involuntário acaba escapando de minha boca. 

— Gosto de música sim... - Digo envergonhada e ele sorri mais ainda, pegando a mão em que me segurava e depositando um breve selar nas costas da mesma. Alguém me salva logo, por favor? - Aonde estamos indo? - Ele suspira baixo e entrelaça nossos dedos, acariciando minha mão de leve em sua coxa enquanto balançava nossas mãos de leve. Se alguém nos visse assim, pensaria que somos namorados de verdade. Peraí, que?! 

— Um barzinho de esquina com uma jukebox não muito antiga... - Meus olhos brilham um pouco mais e acabo sorrindo na mesma intensidade que meu chefe. - Eu adoraria que comêssemos alguma coisa, mas hoje é noite de bartender, então... - Ele suspira novamente. - Espero que seja forte pra álcool. - A outra mão vai para a curva de minhas costas e me encaminha para a calçada do local onde estávamos indo, deixando um rastro gelado na mesma. 

Como é que eu vim parar num encontro com Min Yoongi?! 

[...] 

— Dois xotes de tequila, por favor...  

Depois de atravessarmos a grande imensidão de pessoas que dançavam ao som de "Like A Virgin" da Madonna, finalmente encontramos o bartender e dois lugares vazios, que para a minha surpresa não estava tão lotado assim. Rapidamente recebemos o que tínhamos pedido com uma rodela de limão preso à borda do copo. 

— Você gosta de beber? - Ele pergunta ao virar o conteúdo todo de uma vez. Dou de ombros dando leves pinceladas da bebida na minha boca. 

— Bebo qualquer coisa com álcool, mas nunca fui dessas de beber até parar numa privada tacando tudo pra fora. - Um sorriso ladino surge em seu rosto e ele pede o triplo do que havia pedido antes, arrastando três dos copinhos para mim. - Só espero não gastar seu dinheiro com tanta coisa. - Dou de ombros mais uma vez e viro o restante do conteúdo pra dentro, dando o mesmo caminho para os outros que eu tinha para beber, já sentindo uma leve dor de cabeça. - E você, gosta de dançar? - Pergunto meio risonha, o álcool já estava fazendo efeito. 

— Não, acho que prefiro apenas assistir pessoas dançando... - Dou um sorriso de canto. - Ou melhor, eu prefiro beber. - Ele pede agora duas latas de cerveja, me entregando uma que foi aberta rapidamente e levada à minha boca. 

— Também detesto dançar... - Fecho os olhos enquanto abro um sorriso meio forçado. É, o álcool já está fazendo seu trabalho mesmo. - Inclusive, eu acho que gosto muito de beber. - Dou um risadinha e termino minha latinha, fazendo Yoongi me encarar com as sobrancelhas erguidas. - O que? Já estou com cara de bebum logo cedo? - Ele ri e acabo rindo com ele por ser retardada, uma de suas mãos vem parar em meu rosto e, por conta da loucura, acabo acariciando a mesma com meus dedos. 

— Continua engraçada mesmo bêbada. - Levo um indicador até o nariz dele e faço gestos rápidos. - E linda também... - Mordo o lábio inferior, descendo a mão que estava sobre a dele por toda a extensão de seu braço até chegar no ombro, dando um leve apertão. - O que está fazendo, senhorita Kim? - Reviro os olhos e chego mais perto dele. 

— Quantas vezes eu tenho que falar que meu nome é Jung-Hee? - Ele ri baixinho e também se aproxima, tirando sua mão de meu rosto e a deixando em minha nuca. 

— Eu já sei disso... - Franzo a testa, não entendendo onde ele queria chegar com aquilo. - É só que te chamar de senhorita é mil vezes mais provocante... - Mordo o lábio inferior ao Yoongi começar a me puxar até ele e selar nossos lábios levemente. - Não concorda comigo, senhorita Kim? - Estremeço ao sentir sua outra mão em minha cintura. 

Na minha cabeça, eu deveria ficar vermelha igual à um pimentão e me afastar de qualquer jeito, porque eu não deveria me envolver dessa forma com algum chefe meu. Porém meu corpo... Bem, ele não tinha o mesmo pensamento. 

Na mesma hora em que Min havia me dito aquilo, acabei por arrastá-lo para o pessoal dançante, que agora de mexia ao som de "Wannabe" das Spice Girls, começamos a nos beijar furiosos, os dentes batiam de vez enquanto, e ele chupava minha língua como se aquilo fosse seu remédio. E aquilo era a melhor coisa da vida... Envolvo meus braços em seu pescoço e o beijo cada vez mais profundamente, uma de suas mãos sai de minha cintura e vai até o meu cabelo, o afagando a cada arranhão que eu dava em sua nuca, me fazendo enlouquecer mais ainda. 

As pessoas à nossa volta acabam pegando a mesma vibe em que estávamos e começam a se dividir em duplas, algumas se beijavam e outras simplesmente conversavam. Mas aquilo era o que menos importava. Min Yoongi estava me beijando, e ele não foi pago para fazer isso... Ele realmente queria me beijar. 

— Meu Deus... - Ele diz ofegante ao encostar nossas testas enquanto eu mantinha minha atenção aos seus lábios. - Você é maravilhosa. - Dou uma gargalhada e volto a beijá-lo, botando tudo aquilo que sentia por ele pra fora. 

— Você que é maravilhoso, Yoongi... - Mordo seu lábio inferior e começo a beijar suas bochechas e queixo, enquanto o mesmo massageava meus ombros e arfava. - Não sabe à quanto tempo eu estava querendo fazer tudo isso. - Ele sorri de canto e me pega pelo queixo para que eu o encarasse. 

— Só não vamos para um quarto porque não quero fazer isso enquanto está bêbada. - Começo a rir loucamente, esfregando meu corpo no dele sempre que possível. 

— Bêbada? Quem está bêbada aqui? - Ele revira os olhos e volta a me beijar, dessa vez um pouco mais carinhoso do que antes. - Se tem uma coisa que eu não estou, é bêbada. - Digo devagar enquanto aponto para seu peito. - Falando nisso, vamos beber um pouquinho mais? - Ele nega com a cabeça enquanto ri e o arrasto de volta para o bartender. 

[...] 

— ♫ Only you... ♫ - Canto baixinho para Yoongi assim que viro meu sexto copo de vodka com kiwi, falhando na missão de seduzí-lo. - ♫ Can make this world seem right... ♫ - Recebo um sorriso divertido dele, que nem parecia ter colocado uma gota de álcool na boca. - ♫ Only you... ♫ - Viro meu último copo que tinha na mesa, esse sendo de whisky com energético, e acabo me afogando um pouco, tossindo como se fosse ter um infarto. E adivinha o que eu fiz ao melhorar? Sim, eu ri de mim mesma... 

— Acho que está na hora de irmos embora. - Forço um bico assim que Min me segura pelo antebraço e vai me levando para a saída, antes dando um tchau para o dono do bar que esperava apenas nós dois irmos embora para fechar o local. - Seus irmãos devem estar preocupados. - Faço um gesto com a mão e nego com a cabeça. 

— Eles só querem que eu me divirta já que eu só penso em trabalhar e estudar... - Yoongi me segura pela cintura para que eu não acaba tropeçando em um dos buracos da rua. - Calma, eu vi o buraco, eu não ia cair... - Ele nega com a cabeça sorridente e abre o carro, logo me sentando no banco do passageiro. - Você é muito gentil, Yoongi. - Digo assim que ele dá a partida. - Cuidando de uma bebum sem futuro. - Ele franze a testa. 

— Como assim, sem futuro? - Suspiro alto e encosto a testa em seu ombro. 

— Era isso o que meus pais me falavam quando ainda eram vivos. - Soluço baixo, esse era mais um dos efeitos que as bebidas tinham sobre mim. - Se eu ficasse pensando só em brincar o tempo inteiro, eu não seria alguém na vida... - Yoongi pega uma de minhas mãos e a acaricia enquanto dirigia. - Por isso que eu trabalho e estudo igual uma condenada, tudo pelos meus pais... - Ergo meu rosto e encaro meu chefe concentrado em dirigir. - Eu sinto que a minha missão é o orgulhar eles e cuidar dos meus irmãos. - Deito minha cabeça novamente em seu ombro e fico assim até chegarmos em minha casa. Ele me desce com cuidado e me leva até a porta de entrada. 

— Quer que eu chama algum de seus irmãos? - Nego com a cabeça e pego as chaves da bolsa. - Quer ajuda pra entrar? - Apoio a ponta dos dedos em cima de sua boca, o fazendo parar. 

— Eu posso estar muito bêbada, mas eu ainda consigo andar... - Giro a chave na fechadura e abro a porta, entrando em casa e mostrando que eu conseguia ficar sobre meus pés sem cair. - Viu? - Ele revira os olhos e me puxa pela cintura para um último selar, dando um selinho ao fim do mesmo. - Até segunda... 

— Até. - Ele diz e vai até seu carro, fecho a porta e respiro fundo. 

A casa estava um breu, provavelmente todos já estavam dormindo, com exceção de Nam que estava trabalhando. Jogo meus saltos no sofá e vou para a cozinha tomar uma água, por mais que a garrafa de vinho pela metade de Seokjin me chamasse para virá-la inteira. Dou de ombros e tento não encarar a geladeira e, ao me encostar na pia, duas mãos acabam me apertando pela cintura. 

— SANGUE DE JESUS TEM PODER! - Acabo berrando de susto e o ser me vira para que eu o encarasse. - Quer me matar do coração, moleque?! - Minha voz sai meio embargada, o que faz o mais novo erguer uma sobrancelha e abrir um meio sorriso. - Olha, eu vou começar a cobrar aluguel pra você, tenho que começar a arranjar algum lado bom em ter você na minha residência. - Me solto dele e acabo por tropeçar em meus próprios pés ao tentar ir para a sala, caindo no chão feio. - Eu tô bem. - Digo ainda no chão, não tinha forças para me levantar. 

— Acho que você não tá nada bem, noona. - Jungkook diz enquanto me encara de cima ainda sorridente. - Acho que vou precisar ajudá-la, então. - Ele me pega pelo colo e tem a cara de pau de me segurar pela bunda. - Como isso daqui não amorteceu a queda? Meu Deus, acho que se te tacassem de um prédio de vinte andares você continuaria viva, porque olha... - Jeon chega mais perto de meu ouvido e sussurra. - Tá de parabéns. 

— Olha aqui, eu não tenho tempo pra essas brincadeirinhas hoje não. - Saio de seu colo, porém continuo com os braços em volta de seu pescoço. - Cadê meus irmãos e por que eles ainda não apareceram para me salvar de você? - Ele sorri de canto e vai me arrastando até que eu me encostasse na parede mais próxima, atacando meu pescoço do nada. 

— Taehyung estava passando muito mal e Seokjin o levou pro hospital, só vão voltar amanhã de manhã no mesmo horário que Namjoon. - Um gemido arrastado acaba escapando de minha boca assim que ele deixa um grande chupão em meu pescoço. 

— Aish, por que você tem que ser assim? - E, ao dizer isso, Jungkook puxa meu lábio inferior entre os dentes. 

— Tae me contou sobre o seu TCC, e fiquei sabendo também que não está muito segura pra fazer ele por ainda ser virgem. - Franzo a testa. Não tinha contado isso pra ninguém sem ser Nam, e com certeza meu irmão não diria algo assim pra ele. - Sabe, ouvi você falando sobre enquanto sonhava... - Por que é que um aviso de perigo sobressaltava em minha mente apenas pelo tom de voz do garoto? - Eu queria muito ajudar, sabe? - Dou uma risadinha baixa. 

— E você acha mesmo que eu estou em sã consciência para te entrevistar? - Um sorriso pervertido surge em seu rosto e ele me puxa pelas coxas para que eu ficasse em seu colo com as pernas entrelaçadas em sua cintura. 

— Na verdade, eu estava pensando em mostrar tudo isso na prática...