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História I'm still here - Seven- Three Months Later


Escrita por: OnlineGirl

Notas do Autor


Boa leitura📚

Capítulo 7 - Seven- Three Months Later


Fanfic / Fanfiction I'm still here - Seven- Three Months Later

                              Emily

Três meses se passaram. Tentamos todo tipo de contato,  tentamos voltar para casa, mas a floresta era muito extensa e as chances eram mínimas de achar a trilha novamente e encontrar o caminho de volta. Todos os dias tentávamos, segurando um pedaço de lã que havíamos conseguido desfazendo um dos meus suéteres para não nos perdermos, mas nunca conseguimos encontrar a trilha e nem algo que nos fizesse ter a mínima esperança em relação ao nosso retorno para casa. Então esperamos, mas não desistimos. Só… esperamos e não saímos do lugar na espera que fosse mais fácil que nos encontrassem. 

                                  ***

Estávamos sentados diante da fogueira e era noite. Estrelas brilhavam no céu, estrelas que provavelmente já haviam deixado de existir no exato momento que estávamos as vendo. O fogo aquecia minha pele fria, coberta apenas pela roupa na qual eu havia chegado. Maldito dia que eu havia saído de casa, maldita expedição, maldito iPod que eu não recuperei. Talvez eu nunca mais visse a minha casa. Talvez eu nunca mais visse a minha tia. E se nunca nos encontrassem? Suspirei profundamente, rodando no fogo o peixe que havíamos pescado com um pedaço de pão mofado do meu lanche. Havíamos guardado para a pesca, embora eu tivesse implorado para Castiel me deixar comê-lo de uma vez por todas. 

—Então, por que foi expulsa?— sua voz baixa e rouca entoou no meio do silêncio. Me virei para o Cabeça de Menstruação, confusa. Agora não sabia se ainda podia chamá-lo assim, já que raízes do seu cabelo preto já brotavam do couro cabeludo por falta de retoque. Quando viu minha cara, explicou. —Da sua antiga escola.

Não gostava de me lembrar daquele dia, pouco depois da morte do meu avô, um dia antes de ele ser enterrado. Agora ele parecia tão longe, mesmo tendo acontecido há nove meses atrás. Tinha noção do tempo nesse lugar porque marcava os dias em uma casca de árvore e das horas porque havia feito um pequeno relógio do sol com galhos, que deixava estirado na grama. Esperei alguns segundos antes de começar a contar. Pra quem mais eu diria aquilo, senão a única pessoa que havia me comunicado em meses?

—Meu avô havia acabado de morrer e eu estava de luto. Estava morando temporariamente com minha tia Victoria (uma semana era o maximo que ela alegou ser possível me aguentar) e ela me obrigou a ir a escola, mesmo que eu estivesse com grandes olheiras sob os olhos e uma aparência péssima. Então eu caí da escada porque estava pensando em alguma coisa que não importa e começaram a rir de mim. Senti algo se agitar dentro de mim e algo aconteceu. Todas as luzes explodiram e uma garota desmaiou. Então todos disseram ao diretor que eu havia quebrado as luzes com pedras e eu fui expulsa. Fim da história.— quando eu terminei, ele parecia impressionado.

—Mas isso não foi justo, você não fez aquilo.— ele disse, parecendo realmente indignado. Não queria falar disso, então dei uma desculpa para irmos dormir. Ele ficou um pouco contrariado, mas aceitou sem resistir muito. Sim, o Castiel era difícil, mas quando se conhecia bem ele era uma boa pessoa. Eu também era. Esperava ser, pelo menos. Nos deitamos na grama fria e molhada de sereno, virados um de costas para o outro. Admirei o céu forrado de pedrinhas brilhantes. Ele já dormia ao meu lado, ou pelo menos achava que dormia, pelo ritmo de sua respiração. Funda e calma. Me sentei em apenas um movimento. Não sabia o porquê, mas só conseguia admirá-lo. Ele parecia tão calmo dormindo... como um anjo. O cabelo vermelho desbotado estava caído no rosto, os olhos fechados e a boca rosada semi-aberta sugando ar serenamente. Tive uma vontade louca de acariciar aqueles cabelos. E assim fiz. Enfiei meus dedos com cuidados por entre os fios, com cuidado para não acordá-lo. Eram tão macios... mesmo sem shampoo ou condicionador. Então seus olhos se abriram. Eram cinzas, brilhantes e curiosos. Seus lábios se contorceram em um sorriso de canto. Não devia estar fazendo isso. Comecei a tirar a minha mão devagar de seu cabelo, mas ele a segurou e me puxou para mais perto. O calor de seu corpo na madrugada fria estava me deixando arrepiada, quando era para fazer o contrário. E então ele me beijou. Um beijo terno e calmo no começo e então minhas mãos estavam de volta ao seus cabelos vermelhos como fogo. O beijo se aprofundou, ficando mais apaixonado e intenso. Ele pediu passagem com a língua e eu dei, enlaçando seu pescoço. Ele segurou a minha cintura e me apertou contra ele. Paramos por falta de ar.

—Até que pra uma tábua você beija bem.— ele riu, soltando a minha cintura. Eu ainda estava sem fôlego, mas me afastei. Não podia deixar que ele se apaixonasse  ou algo assim. Não por mim.

—Eu não posso fazer isso.— declarei, me afastando dele pela grama. Ele não se abalou, parecia achar que era uma brincadeira.

—Azar o seu. Aposto que um monte de mulheres gostosas vão me querer, melhor tomar cuidado.

—Não é você. Sou eu. Eu sou... quer dizer, você nunca poderia gostar de mim. Eu sou amaldiçoada.— agora eu tinha lágrimas nos meus olhos. Por que eu havia o beijado? Tinha que inventar de pôr as mãos no cabelo dele? Se eu não tivesse feito aquilo, isso nunca teria acontecido e agora estaríamos dormindo sob o céu estrelado. Ele franziu a testa, mas se levantou da posição em que estava e se aproximou de mim. Não me afastei. Só fiquei lá o encarando sob o vento frio da noite.

—Emily. Eu gosto de você. Gosto de verdade. Como eu nunca gostei de alguém antes. Você não é amaldiçoada, não pense nisso nem por um minuto, está bem?— ele segurou minha nuca e beijou minha testa com delicadeza. Nunca o havia visto assim antes. Mesmo em todo tempo que passamos juntos, ele nunca disse algo sobre seus sentimentos. Falava de sua mãe, seu pai e de seu cachorro, Dragon, mas tudo como se fosse um narrador. Não era muito bom em falar de seus sentimentos. Agora ele estava se abrindo para mim, dizendo que gostava de mim. Eu também gostava dele. E muito. Beijei-o novamente, tendo a sensação de seus lábios nos meus e concordei. 

—Ali!— gritou uma voz desconhecida ao longe. Não era possível, devia ser ilusão. Tínhamos só nos dois ali. Só nós há 3 meses. Nos viramos ao mesmo tempo, vendo um clarão a uns cem metros, entre as árvores. Conforme se aproximaram, pude ver mais claramente. Era um homem de bigode escuro e cheio e praticamente calvo, com uma imensa barriga se esticando por baixo da farda. Um policial. Vários outros apareceram aos poucos. Outros policiais. Deviam ter seis, mas eu não contei de tão extasiada. Estávamos livres, havíamos sido encontrados. Corremos na direção deles, Castiel segurava a minha mão com força. 

—Meu Deus! Nós os encontramos, Bob, nós os encontramos! Venham, vocês devem estar com frio.— disse o Bigode, colocando uma manta cinza em volta de nós. Castiel puxou a manta sobre nossos ombros para nos proteger do frio e os policiais nos guiaram de volta à trilha. A noite estava plena, com a lua cheia pairando no meio do céu. Haviam três viaturas de polícia nos esperando no limite da floresta, bem no meio da estrada. Atravessamos a faixa amarela que delimitava o lugar onde havíamos nos perdido e nos jogamos no banco de trás da viatura mais próxima. Eu não sabia dizer se estava aliviada ou preocupada. Estava sentada naquele banco de couro, mas não conseguia sentir nada além de felicidade por ter sido encontrada. Agora minha única vontade era voltar para casa, tomar um banho quente na banheira do andar de baixo com  o sabonete de canela artesanal e abraçar minha tia e tomar um chocolate quente e fingir que tudo estava bem. Que meus pais nunca haviam sido brutalmente assassinados, meu avô não tivesse tido um AVC e falecido, que eu não fosse errada. Me deitei no colo de castiel, sentindo a aspereza de sua calça jeans rasgada roçar no meu rosto. Ele pareceu ficar sem reação por um momento, mas depois colocou uma das mãos na minha cabeça. Seus dedos estavam frios, mas me deram uma sensação boa e eu senti que estava segura. Uma policial entrou no carro. Era baixinha e atarracada, com cabelos curtos e louros, fixos com gel em um chanel desajeitado. Usava uma maquiagem forte e tinha um cheiro extremamente enjoativo de baunilha e cereja. O uniforme por pouco coube nela, mas ainda assim parecia um pouco apertado.

—Oh, pobrezinhos. Posso imaginar o que passaram naquela floresta escura. Tão jovens. Vocês têm quanto? Quinze, dezesseis?— perguntou ela, com um remorso que não soube dizer se era fingido, em um tom maternal. 

—Dezesseis.— Castiel respondeu por nós dois. A mulher assentiu com a cabeça, profundamente consternada. 

—Apenas adolescentes. É realmente uma pena.— ela falava como se já estivéssemos morrido. A mulher que, pelo que li no distintivo, se chamava Barbara, girou a chave na ignição. Todas as viaturas estavam se preparando para partir. —Não se preocupem, agora vai tudo ficar bem.

Eu realmente esperava que suas palavras fossem verdadeiras.


Notas Finais


Finalmente! O tão esperado (pelo menos por mim) beijo! Como pode ser o shipp? Castemily? Ou Emiel? Desculpe postar tão tarde. Sim, eu durmo bem tarde, principalmente agora que estou de férias.

Espero que tenham gostado, favoritem e comentem porque vai me ajudar muito.

Beijos❤️


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