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História A Lua Mágica - Preparem-se


Escrita por: DannySereia

Capítulo 12 - Preparem-se




   Eu já estava há um mês no grupo e já havia passado por tanta coisa, tentativas de morte, libertação do Satã e tentativas de morte diárias. Tentavam me assassinar quase todos os dias... Na verdade todos os dias. E parecia que cada dia isso piorava, e o pior era a desconfiança.
 Sabemos que Lobo e Maria eram soldados da ‘’Chefia oculta’’, bom, Maria tínhamos certeza, já Lobo sabia esconder muito bem. Patrick também já foi manipulado por ela e eu até pensei que dessa vez também tinha sido, considerando as súplicas e suas palavras.
 Eu também poderia estar enganado. Um dos meus maiores defeitos é acreditar que todos querem fazer o bem, a esperança era algo realmente real na minha vida e essa energia (acredito eu) que atraia tantas pessoas boas... E às vezes nem tão boas assim.
 Volk poderia estar trabalhando sozinho como também poderia estar trabalhando com a chefia oculta, entretanto, estava cumprindo seu acordo de me ajudar quando eu precisasse.
 Eu estava com Annie no pátio conversando sobre tudo isso.
- É Mica, a lista de pessoas querendo sua cabeça só aumenta – Annie disse.
- Nossa, obrigada! Isso realmente me tranqüilizou – Respondo com sarcasmo.
- Meu Deus! SUELLEN? – Annie diz com a boca aberta e os olhos arregalados e eu me viro para ver o que a assustou.
- Meu Deus mesmo! – Eu repito a expressão dela quando vejo Suka se aproximando, atravessando o pátio literalmente desfilando, jogando seu cabelo escovado com ondas, uma luva arrastão, uma maquiagem impecável e o tradicional uniforme camisa abotoada branca, saia prendada azul marinho, mas ao invés de sapatilhas e meias altas ela aderiu uma bota preta de salto – Ela está fabulosa!
- Amoooor... – Rapunzel se aproximou e deu um abraço na amiga super feliz com pulinhos.
- Suka você está maravilhosa! – Mile se aproximou dizendo.
- Parece que PT perdeu um partidão – Annie disse me cutucando com o cotovelo.
- Verdade... – concordo e olho o relógio – Vamos! Está na hora! Robson quer falar com a gente!
- Vamos! O lanche hoje é biscoito de água e sal com uma cola que eles insistem em chamar de requeijão – Annie começa a andar e eu acompanho – Nem dá vontade de comer.
- Se for para entalar, beberíamos água com farinha – Completei rindo com ela atravessando o portão, enquanto a porteira que apelidei de diaba loira nos fuzilava com o olhar.
                                                                       *****
 O pistão estava vazio, o céu estava nublado e o círculo de pessoas se formava sob Robson e outro garoto.
- Galera, esse é Luan. – Robson começou – Ele também é um portal.
- Inhai gente! – Luan disse nasalmente. Luan era alto, pálido tinha cabelos escuros e curtos saltando pela brecha do boné vermelho.
- Eu e ele consultamos um Oráculo e...
- Oráculo? Tipo um profeta? – pergunto interrompendo.
- É, tipo isso. E ela disse que está cada vez mais próxima a nossa destruição... – Robson continuou – Está ligada a uma lua cheia e vários demônios nos deixaram alguns anéis de proteção para dar a vocês.
- Cada anel já foi designado á algum demônio – Luan começou – Então vamos lá – ele pegou uma bolsinha preta de veludo, retirou alguns anéis dourados com papeis enrolados e distribuiu – nesses papeis tem o nome de quem te guardará. Se lembrem de sempre usar esses anéis.
Meu anel era dourado e formava uma ponta como um solitário, porém dourado. Desenrolei o papel branco e li o nome. Aquele simples nome que me fez estremecer... Lilith!
- Robson, vem cá – Chamei e ele se aproximou – Quem é Lilith?
- O que? – Ele ficou estupefato, pegou o papel da minha mão e leu – Então... – respirou fundo e continuou – Lilith é uma das criaturas mais poderosas do universo, a guardiã de Luan e foi ela quem deu os anéis. Você está sob a proteção de um demônio muito poderoso
- To bem assustada na verdade
- É para ficar. Lilith vai te acompanhar a partir de agora.
- Depois me resolvo com ela. – digo balançando a cabeça.
- Ah, antes que eu me esqueça... – Robson levanta o esquerdo e estende para meu pescoço, na verdade, para meu cordão. A pedra verde central do cordão brilhou e cessou rapidamente.
- O que você fez? – Pergunto pegando meu colar e analisando.
- Coloquei um pouco da minha energia aí. Vai te ajudar com tudo isso.
- Ah sim. -Respondo e vou até Suka que acenava para mim.
- E aí, o que achou do visual? – Suka pergunta.
- Bem menininha...
- Pois é. E não é nada confortável – Ela olha seu relógio – Vamos voltar. Está na hora da aula.
- Ótimo, tenho uma coisa pra te contar no caminho.
                                                                              *****
 No caminho de volta eu contei tudo para Suka, do anel a Robson fortalecendo meu cordão e ela me contou que já fez o mesmo. A vampira colocou um pouco da energia dela em meu colar no primeiro dia em que nos conhecemos para me proteger.
 Eu estava na sala de aula com a cabeça rebaixada sob meu braço, era aula de Psicomotricidade no segundo andar, onde era frio e poucas turmas ficavam. Toquei em meu colar e fechei os olhos.
- Estava a sua espera... – Ouvi uma voz dizer
- O que? – Abri os olhos e percebi que não estava mais na sala de aula mas sim em um salão com um caldeirão e com um homem musculoso de cabelos escuros sentado em uma poltrona preta de escritório – Kai?
- Tudo bem Mica? – Ele pergunta – Dia difícil?
- Tudo sim, já tive dias piores, mas... – Dou uma pausa – Pressinto que algo vai acontecer
- E você deve permanecer atenta a isso – Ele diz – Seus poderes também incluem premonições – Ele agita as mãos e aparecem um copo e uma xícara na bancada, um com Milk shake de morango e outro com café – Tem algum motivo para você aparecer aqui? – Ele se levanta, pega a xícara o café e faz menção para que eu pegue o outro copo.
- Da ultima vez você batizou meu brigadeiro – Cruzo os braços
- Mas não te fiz nenhum mal, nem posso. Estou aqui somente para te ajudar...
- Sei... – Digo com ironia
- Ah qual é? Sei que você adora milk-shake de morango, para de charme! – Ele diz meio irritado e se senta novamente.
- Se eu morrer voltarei para te assombrar – Aviso, pego o Milk-shake e me sento na outra poltrona em frente a ele – Eu ainda não entendi essa história de Xamã obscuro... Meu pai não tem nenhuma descendência dessa parte... Nem brasileiro ele é.
- Eu sei – Ele faz que sim com a cabeça – Pense na sua mãe, a avó dela, ou seja, sua bisavó, ela era uma feiticeira poderosa nas artes das trevas não era?
- Sim, era sim... – Digo me lembrando das histórias assustadoras que minha mãe contava sobre a mãe do meu avô. Histórias com feitiços, mortes, livros e palavras para controlar demônios – Isso eu sei – Bebo um pouco do Milk-shake, ele tinha razão, eu adoro Milk-shake de morango!
- Enquanto isso, seu bisavô, pai da sua avó, ele era um Xamã em uma aldeia indígena nordestina não era?
- Sim, era sim... – Repito e me lembro das histórias que minha avó contava sobre o pai. Histórias com exorcismo de espíritos, pedidos de chuva e agradecimento por colheita e diversos outros elementos – Mas então, quando as duas gerações se juntaram, não deveriam ser Xamãs obscuros os filhos? Minha mãe e suas irmãs?
- Não, a linhagem de Xamã obscuro pula uma geração, pois ela é deficiente. Quando os dois sangues se unem, cria uma deficiência que somente será corrigida com a chegada da próxima geração... No caso você.
- Mas então isso quer dizer que meus irmãos também são?
- Não, você foi a terceira filha... O numero três é um numero especial, sagrado em todas as culturas.
- OK e o que meu pai tem a ver com toda essa história? – Bebo mais um pouco
- Absolutamente nada, ele foi somente um meio para um fim.
- Ah sim... Acho que entendi um pouco.
- É por isso que você precisa se cuidar! A qualquer momento alguém pode te atacar... Desde o inicio da humanidade só existiram quatro Xamã obscuros! Entende a gravidade do problema?
- Falta muito ainda para a lua de sangue
- E quem disse que precisam da lua de sangue para te matar? Podem te matar a qualquer momento...
- Sim, claro – Assenti e coloquei o copo vazio na bancada. Ouvi um alto grito estridente em minha mente e coloquei a mão na cabeça.
- Está tudo bem? – Ele pergunta sem se levantar.
- Acho que tem algo errado...
- Então deve ter... Sempre preste atenção aos sinais que seus poderes lhe dão – Ele se levanta e coloca a xícara de café vazio – Perguntas?
- Acho que não...
- Não? – Ele toca com o dedo indicador na minha testa – Então vou embora – Ele diz antes de tudo desaparecer e eu voltar para a sala de aula.
- Droga... Ele sempre faz isso – Cochicho baixinho para eu mesma. Ouço novamente o grito agudo em minha mente e saio da sala com minha garrafinha de água. Caminhei até o fim do corredor e cheguei ao corredor mais largo que dava acesso para os banheiros. Lá encontrei Rapunzel e Annie discutindo. Olho para cima e percebo que a câmera estava focada nas duas, certamente a Diretora Jurandir estava observando.
- Você acha que é a suprema bruxa! – Annie gritava.
- Talvez não a suprema, mas uma melhor que você! – Rapunzel retrucou. Era até um pouco engraçado vê-las discutindo. Annie era muito mais alta que Rapunzel, porém, Rapunzel a enfrentava a altura.
- Gente, não é a hora nem o lugar – Digo me aproximando e aponto para a câmera mas as garotas me ignoram.
- Ah, eu tenho certeza que é! – Annie diz solta um arco-íris brilhante no rosto de Rapunzel que fecha os olhos e usa o vento para atacar, fazendo Annie bater com as costas na parede.
- VOCÊ QUER SABER QUEM É MAIS DIGNA DE SER A BRUXA MAIS PODEROSA DA CAIXA D’ÁGUA? ENTÃO VAMOS DESCOBRIR! – Rapunzel grita alto e os ventos começam a rodear seu corpo fazendo seu longo cabelo se parecer com cobras.
- VENHA! – Annie responde e um arco-íris com pétalas vermelhas rodeiam seu corpo.
- PAREM! – Grito novamente mas elas não me dão atenção novamente. Não havia água suficiente no corredor para Pará-las então somente joguei a água da minha garrafinha em direção a câmera e recitei. - magicis oleum! – A água se tornou um óleo preto gosmento e grudou na lente da câmera interrompendo seu foco. Era o que eu poderia fazer naquele momento já que duas bruxas estavam brigando no corredor da escola e uma briga dessas não se resolve com socos e tapas, mas sim com magia.
 



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