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História A Madrasta - Devil's Advocate!


Escrita por: AnaSykes-

Notas do Autor


Heeeey, cheguei! E tenho certeza que pelos um de vocês, ou todos vocês, ficaram frustrados com esse capítulo! Motivo? Vocês descobrem. 😌
Espero que gostem, desculpe pelos erros! Boa leitura, pessoal! ❤😊

Capítulo 20 - Devil's Advocate!


Fanfic / Fanfiction A Madrasta - Devil's Advocate!

Scarlett Bieber POV

Aproximadamente 3 dias depois...


— Quando ia me contar que beijou Justin Bieber, cujo é seu enteado?

Revirei os olhos entediada pelo "escândalo" e exagerado drama que Matthew fazia, após ter revelado o motivo que fui embora do bar sem me despedir de ninguém.

Matt encheia tanto o meu saco com ligações e mensagens diárias, pois ele viu Justin indo até o banheiro, também o viu saindo e segundo ele, com um sorriso maior que a cara.

— Estava tentando esquecer e por isso não contei.

— O que? Eu ouvi isso mesmo? — Disse surpreso, mexendo na orelha como se realmente não tivesse escutado direito, ri fracamente negando com a cabeça.

— Matt...

— Fizemos aquele planinho todo de colocar a dúvida na cabeça dele por causa do selinho e deu certo, inclusive... foi mais rápido do que pensei. Para agora você me falar que quer esquecer o beijo de vocês?

— Os beijos. — Sorri sacana, o loiro jogou a almofada em meu rosto.

— Que seja. — Deu de ombros. — Você conseguiu o que queria, Scarlett. Ter o Justin novamente e não admito que estrague tudo de novo!

— Quero sexo, ele quer algo a mais que isso.

— Você terá sexo e amor. Ainda reclama? A mulher sem graça dele só tem o pau dele, o coração nunca teve.

— Não afirme, sem saber. Ele pode estar confuso...

— Justin não estava confuso antes, Scar. Ele passou a ficar, quando se aproximou de você e aceitou ser seu amigo, porque viu que você mudou e estava disposta a melhorar o relacionamento de vocês.

— Algo que há anos atrás, jamais faria.

— Exatamente, ele ficou ainda mais confuso depois do quase beijo no apartamento dele...

— Pra quê também, hein? Justin deve ter puxado a mãe dele, o sentimentalismo dele me assusta, porque é algo que o Jeremy não tem!

— É isso que não entendo em você.

— O quê?

— Reclama do Jeremy porque ele é incapaz de demonstrar amor, carinho e afeto, que ele só te procura para foder, e quando faz também, certo? Porque ele, ao que parece, prefere a boceta da rua do que a tua. Reclama do Justin que gosta de demonstrar o que sente e te traga como mulher,  e não um simples e descartável objeto... é difícil te entender, Scarlett.

— Eu mesma não me entendo, Matt.

— Então começa a se entender, para que eu possa te ajudar. Porque assim não tem condições!

Meu celular vibrou em cima do colchão, o visor demonstrava ser uma mensagem de Jeremy, visualizei rapidamente a mesma e ele dizia que não chegaria a tempo do jantar. Novidade!

— O que houve?

— Jeremy deveria disfarçar um pouco mais e demonstrar interesse pela família dele, não por mim, mas sim pelos filhos dele.

— Você quis dizer por...

— Cala boca! — Falei entre os dentes, mostrando o dedo quando o loiro soltou uma risada rouca e maldosa.

— Justin te ligou? — Neguei. — Nenhuma mensagem? — Neguei. — E também não veio te procurar? — Novamente voltei a balançar a cabeça negativamente, Matt bufou irritado. — Por que ele disse que te quer e que iria expor os sentimentos dele, se não toma nenhuma atitude?

— Talvez tenha se arrependido, blefado... deveria estar um pouco bêbado.

— Scar, não existe essa de "um pouco". Ou está, ou não está! Acredito que ele tenha tido uma leve ajuda da bebida para fazer o que fez, agora bêbado? Duvido!

— Duvidar não ajudará em nada, porque ele nada fez até agora e parece também que não vai fazer.

— Talvez ele esteja esperando uma atitude sua, até porque... antes quem procurava alguém, este exato alguém aqui, era você, Scarlett.

— Então ele vai morrer esperando, Matthew! Porque não vou atrás dele, nem se a humanidade dependesse de nós dois para continuar a vida humana!


¤¤¤


Justin Bieber POV


Pela milésima vez, apenas naquele mesmo dia, conferi o número de Scarlett e ensaiei diversas maneiras de iniciar uma conversa por ligação, ou por mensagem, contudo, em todas falhei.

Até liguei pra ela, porém não deixei chamar por mais do que duas vezes e rapidamente desligava, temendo a situação constrangedora que seria caso ela atendesse, ficaria nervoso e não saberia o que falar.

— Eae Bieber, borá no bar descontrair? — Ryan falou animado, com o tom de voz alto, o que me assustou pelo silêncio gostoso instalado em minha sala. Virei minha cadeira, ficando novamente de frente para a mesa de vidro para olhar aquele ser que considero meu melhor amigo, deixando a enorme janela com vista, de lado. — Ou está com medo de ir e lembrar do momento quente que teve com a Scarlett, mesmo que não seja o mesmo bar, garotão? — Provocou, com uma expressão pervertida e uma dancinha com movimentos e gestos promíscuos.

— Qual é o seu problema? — Questionei, tentando a todo custo parecer sério diante de sua palhaçada.

— Beija a mulher do papai e ainda se acha no direito de perguntar qual é o meu problema? O louco entre nós, é você, amigão.

— Ryan, as paredes aqui tem ouvidos e eu não sei se você se lembra, mas o meu pai ainda trabalha nesse mesmo lugar, então se puder falar mais baixo... — Dei uma pausa, abrindo um sorriso falso. — Melhor, se você puder não falar nada sobre esse assunto, te agradeço! — Debochadamente, fiz um joinha para Butler.

Ryan brincava com minha bola de basquete, rodando no dedo indicador, mas não ficava por mais do que dois segundos com ela equilibrada

— Desista você não é bom nisso, como eu. — Sorri convencido, me aproximando dele. — Larga minha bola antes que quebre algo aqui dentro! — Tentei tomar de suas mãos, porém, o loiro desviou do meu corpo. 

— Posso não ser bom nisso... mas com mulheres, sou ótimo. Você sabe! — Piscou, com um sorriso cafajeste nos lábios. Ryan jogou a bola alaranjada contra meu abdômen com uma força desnecessária, me pegando de surpresa e conseqüentemente perdi o ar por alguns poucos segundos. — Acha que a Kétlyn aceitaria sair comigo? — Perguntou, parecia receoso, enquanto servia bebida em dois copos e por ser incolor, deduzi ser vodka.

— Kétlyn?

— Eu acho que falei o nome dela, mas okay... é ela mesma. Por quê?

— Kétlyn não faz seu tipo, Ryan, não é pro seu bico.

— Por que você não quer, certo?

— Porque ela é muito mulher pro seu pobre e pequeno caminhãozinho, rapaz.

— Quem tem pau pequeno aqui, é você. Deve estar me confundindo contigo, irei perdoar só porque estou em um bom dia. — Sorriu de canto, entregando o copo redondo. — Vou repetir de novo a pergunta... acha que Kétlyn aceitaria sair comigo, Justin?

— A minha resposta não irá influenciar a dela, posso dizer sim e ela não, e então você me culpará por te dar falsas esperanças. — Expliquei, bufando e beberiquei um pouco mais da minha bebida.

— Acha que ela não aceitaria?

— Ryan...

— Também acho o mesmo. — Falou cabisbaixo, com uma expressão "sofrida", digamos assim.

— Por quê?

— Kétlyn antes de ir embora, não me deu esperanças, não me deixou beijá-la e também não me deu o número dela. Deixou bem claro que apesar de ter sido legal com ela a noite inteira, não fui bom o bastante pra ter o número dela...

— Ela disse isso em palavras? Falou na tua cara?

— Não. Eu que cheguei nessa conclusão!

— Arggg! Então, pare de drama, Butler. — Revirei os olhos, terminando minha bebida de uma vez e deixei o copo em seu devido lugar na bandeja prateada, juntamente com os outros.

— Não é drama, Bieber. É a realidade, ela pode ter me achado um...

— É drama sim. E além de dramático, é um baita de um burro! — Gargalhei enquanto organizava alguns papéis em cima da mesa, separando os que eu precisaria para levar à Jeremy em sua sala.

— Burro? Por quê, caralho?

— Não parou pra pensar ainda que Kétlyn é completamente diferente de todas as outras vadiazinhas, com quem saiu? Começando pelo fato dela não ser uma vadia?

— Sim, notei que ela é diferente...

— Não, Ryan. Você não notou nada, senão agora não estaria enchendo meu saco com todo esse drama ridículo! — Revirei os olhos. — Kétlyn não te deu o número dela, ou te beijou logo na primeira vez que se viram, porquê quis ser diferente das outras e conseguiu! — Sorri orgulhoso.

— Okay, ela foi diferente das outras, mas eu continuo sem o número dela, Justin! — Reclamou, batendo o pé impaciente.

— Meu deus... como você é burro e ainda diz que entende das mulheres, imagino se não entendesse. — O encarei reprovador. — Se ela não te deu, o número é claro, é porque quer que você vá atrás e faça por merecer! 

— O quê? Ah, olha aqui essa porra tá complicada demais pra mim, beleza? Facilita você e passa o número dela pra mim. Borá!

— Claro que não, se ela não facilitou pra você, eu que não irei facilitar, cara.

— E que caralhos eu faço então?

— Vá atrás, mostre interesse e dessa vez peça o número, porque conheço você e sei que está acostumado delas darem pra você ou de pedirem o teu número, nunca é ao contrário... isso é pra você aprender. — Ri, me divertindo pela expressão de bocó estampanda no rosto dele.

Não poderia ter escolhido uma pessoa melhor para o Ryan se interessar. Provavelmente, darei boas risadas com suas tentativas em investir na Kétlyn.

— Valeu pela dica. Quando vai visitar a Scarlett e se resolver com ela? Quero ir lá também ver a Kétlyn.

— Não vou visitar a Scarlett, ainda sou casado e o marido dela ainda é o meu pai, Ryan.

— Sério? Você se lembrou que Jeremy é o teu pai quando estava quase fodendo a bocetinha dela no banheiro?

— Ryan é sério, aqui não é o local mais apropriado pra conversarmos sobre isso. É melhor parar! — Falei seriamente, realmente preocupado do próprio Jeremy ouvir.

— É corajoso pra pegar a madrasta, mas tem medo de apanhar pro papai... você é um ratinho, Justin!

— Butler, já mandei parar. — Rosnei, bravo por sua insistência em continuar no assunto proibido. O loiro riu debochadamente, erguendo as mãos em rendimento, o mesmo tornou a encher seu copo com mais bebida. — Se continuar desse jeito, irá virar alcoólico. Fique ciente de que não vou pensar duas vezes antes de te internar!

— Obrigado pela consideração, você é um grande amigo.

— Espero que não esteja debochando porque realmente sou um grande amigo. — Falei presunçoso, mostrando meu melhor sorriso convencido.

— Prove que é um grande amigo me ajudando com a Kétlyn.

— O que quer que eu faça, Ryan? Ela quer uma atitude tua, não minha.

— Mas você é amigo dela e meu também, arma um encontro...

— Claro que não, é ridículo e óbvio. Ela vai sacar!

— Um encontro casual de amigos na tua casa, que tal?

— Com a Charlotte? Ela vai achar estranho...

— O que ela tem que achar estranho, a burra não percebe. — Os olhos azuis mandaram-me um olhar sugestivo, bufei.

— Ryan, suma daqui! Sai da minha sala agora! — Ordenei, dando passos fortes até a porta e abri a mesma, para que o loiro saísse, porém ele continuou parado no meio da sala com uma expressão petulante. — Não vai sair?

— O que você acha?

— Eu sou o chefe e acho melhor, pro seu bem, que você saia agora daqui. Ou quer ser demitido?

— Você é o vice, não tem esse poder todo... e pra me demitir, tem que passar pela mesa do teu pai, creio eu, que ele achará muito estranho você demitir do nada o seu melhor amigo. Tenho certeza que Jeremy irá querer saber o motivo, Justin... e aí, você contará para o papai? — Aquele sorriso debochado dele, irritou-me profundamente e tive que me concentrar para não acertar um soco na cara do miserável.

— Não me irrita, Ryan! Sai daqui!

— Não vou sair, nossa conversa ainda não acabou, dude. Se acalma...

— Não vai sair, né? Pois eu saio então, fique à vontade e finja que a sala é toda sua! — Peguei os papéis sob a mesa e em seguida deixei minha sala, batendo a porta com força descontando meu nervosismo na mesma.

À caminho da sala presidencial de Jeremy, verifiquei se meu celular estava em meu bolso e respirei aliviado por saber que sim, pois abusado do jeito que Ryan é, ele com certeza iria tentar achar o número de Kétlyn, ou faria alguma gracinha com Scarlett se passando por mim e no momento é o que menos preciso.

Estranhei a secretária do meu pai não estar, como sempre a encontro, em frente a sala dele, em sua mesa e barrando qualquer tipo de entrada no escritório de Jeremy caso não tivesse permissão ou hora marcada.

Bati três vezes na porta de madeira, porém não obtive nenhuma resposta, insisti mais duas vezes e nada aconteceu novamente.

Deixei de jantar com a minha família para ficar contigo hoje, e você tem a cara de pau de me dizer que tem outro compromisso?... O que é mais importe que eu?... Não quero saber! Nós tínhamos combinado... Deixe de ser medrosa! Não seja paranóica, Scarlett é burra e nem nos sonhos dela, descobriria que eu tenha você, e você me tem... Dê o seu jeito, babe! Preciso te ver ainda hoje, no mesmo lugar de sempre... meu pau já está sentindo falta da sua boca, da sua boceta... ele te ama, tanto quanto eu... — A risada rouca e pervertida de Jeremy contaminou todo o ambiente, senti vontade de vomitar com tamanho absurdo que escutei.

O nojo de Jeremy estava preenchido em mim, só consigo sentir outro sentimento que não fosse raiva e repulsa dele.

Como ele pôde fazer isso com Jazmyn e Jaxon? Duas crianças inocentes, que não o vêem direito com frequência, não tem o pai presente em suas vidas e quando pensam que vão poder desfrutar de sua companhia, são feitas de idiotas porque ele se importa apenas com o próprio prazer sexual.

Quando foi que Jeremy se tornou esse pai horrível que é hoje?

Discretamente fechei a porta, sem fazer barulho algum e me afastei da mesma ao notar que a secretária aproximava-se. Disfarcei, me apoiando no balcão à sua espera e ao me ver, Gina, sorriu simpaticamente.

— Quer falar com Jeremy, senhor Bieber?

— Oh, Gina... nada de senhor, não tenho nem trinta anos ainda. Você, está ótimo, sério!

— Tudo bem... você irá falar com seu pai? — Em um movimento rápido e afobado, que a assustou, impedi que a secretária fizesse a ligação para Jeremy.

— Não, precisa. Vim apenas deixar esses papéis aqui, entrega à ele por mim!

— Okay, pode deixar.

— Obrigado. — Deixei um beijo nas costas de sua mão, obtendo um belo sorriso de Gina.

Me despi da secretária que beirava seus trinta e poucos anos, de pele negra e cabelos completamente cacheados.

— Gina? Tive a impressão... Justin, filho! — Lamentei, xingando mentalmente quando Jeremy me viu, deveria ter sido mais rápido para sair dali. — Pensei estar ouvindo coisas, mas que tipo de pai eu seria se não reconhecesse a própria voz do filho?

— Pois é... quer alguma coisa comigo?

— Sim, vamos conversar em minha sala. — O moreno alto, tentou me puxar pelos ombros para sua sala, porém mantive meus pés firmes no chão.

— Tenho algumas coisas pra resolver e estou com pressa, não pode ser outra hora?

— Prometo ser rápido, venha filho. — Jeremy persistiu, continuando a me puxar até sua sala, me controlei para não bufar ou resmungar.

O toque dele me deixava desconfortável, por isso fiz questão de me afastar e cortar qualquer proximidade entre nós ao entrarmos em sua sala.

— Seja rápido, por favor.

— Primeiro vou te parabenizar pelo bom trabalho que fez, a filha do prefeito adorou a casa que você fez, a construção irá começar em breve.

— Que bom, fico feliz. — Sorri fracamente, procurando não olhar muito para o mais velho, ou acabaria fazendo uma careta.

— Recebi esse projeto hoje pela manhã, queriam o melhor arquiteto e te indiquei, obviamente aceitaram depois que mandei algumas demonstrações de seu trabalho e adoraram o jeito como trabalha. Portanto, é todo seu.

— Já te falei que você não é nada profissional?

— Eu confio no teu taco, filho. — Piscou, entregando uma pasta cheia de papéis, ao qual peguei.

— Obrigado...

— Entregue esse para o Ryan.

— Mas o Ryan é engenheiro.

— Eu sei... — Riu, dando de ombros.

— Caramba, Jeremy! Você não é mesmo profissional.

— Confio em vocês, dêem o melhor de si. — Assenti, apertando sua mão em um gesto formal.

Despedi-me do mais velho e logo saí de sua sala às pressas, não aguentava mais olhar pra cara dele e ouvir sua voz, estava sendo completamente insuportável respirar o mesmo ar com ele, tamanha a repulsa que sinto dele no momento.

— Caralho! Você ainda não foi embora daqui?

— Claro que não, só saio daqui quando me ajudar com Kétlyn.

— Cacete, Ryan! No final de semana organizo uma espécie de social e a convidarei, okay? Satisfeito? — Ryan vibrou, gritando animado e pulou em cima de mim para me abraçar. O ar faltou-me pela força exagerada que ele usou ao me apertar em seus braços. — Agora me deixa em paz!

— Claro amigão... te amo, dude.

— Amor falso...

— Quer um beijinho pra ter certeza de que é verdadeiro? — Perguntou, em um tom desafiador. Sua pose gay e o biquinho na boca, me fez rir.

— Não! Sai! Para seu veado do caralho! — Exclamei, desesperado deixando meus braços em frente ao meu corpo como defesa, ao ver que o mesmo se aproximava com aquele mesmo bico, insinuando que me beijaria. — Se der mais um passo, vou fazer tua caveira pra Kétlyn na primeira oportunidade que eu tiver!

— Você é um filho da puta chantagista!

— Olha o respeito com a minha mãe, safado! — Dei um tapa em sua nuca. — Toma, Jeremy mandou te dar!

— Projeto novo? E nós dois vamos trabalhar juntos? Que foda!

— Ele não é nada profissional. — Falei reprovador, jogando meu corpo em minha cadeira de couro, permitindo-me relaxar ao menos meus músculos.

— Não reclame, irá trabalhar com o melhor engenheiro dessa porra! — Ele gabou-se, analisando os papéis em sua pasta. — Seu pai deixou uma observação, dizendo que temos três exatas semanas para entregar o projeto.

— Ótimo, só preciso de uma semana. — Falei entediado, rodando em minha cadeira.

— Se garante, né? É o fodão do pedaço...

—  Claro que me garanto, não tenho culpa se sou bom no que faço.

— Vou usar as três semanas com muito gosto.

— Preguiçoso do jeito que é, não duvido de nada. Okay, Ryan... o papo está ótimo, mas preciso terminar meu trabalho, ou não irei embora.

— Não vai beber comigo?

— Não, vai dar. Charlotte me pediu para chegar mais cedo hoje, está preparando um jantar para nós dois... quer ter um momento de casal.

— Vão encomendar um mini Bieber, é?

— Camisinha está aí pra isso.

— Ela pode furar...

— Anticoncepcional existe.

— Charlotte pode não querer tomar e então o mini Bieber chegará.

— Ryan... vai embora!

— Fica alerta, Justin... nunca se sabe o dia de amanhã. — O loiro, disse seriamente, observei ele sair da minha sala enquanto absorvia suas palavras.

Se Charlotte ousasse engravidar de propósito, não sei ao certo qual seria minha reação... mas com certeza, das boas não seria.


¤¤¤


— Obrigada por chegar cedo, amor. — Charlotte disse, assim que me viu passar pela porta de entrada do nosso apartamento.

Fui recebido por um beijo caloroso da morena e um belo sorriso da mesma.

— Vou tomar um banho rápido e nós jantamos. — Ela concordou, selei nossos lábios em um carinhoso selinho e peguei o caminho para o quarto.

Me desfiz das minhas roupas no quarto mesmo, estava prestes a entrar no banheiro, mas voltei quando meu celular começou a tocar.

— Oi...

— S-Scarlett? T-Tudo bem?

— Estou bem, e você?

— Hum... também estou bem. A-aconteceu alguma coisa?

— Você ainda está na empresa?

— Não, acabei de chegar em casa. Por quê?

Tive esperanças de que ela falasse que queria me ver, meu coração estava tão acelerado que tive medo que ele pudesse sair pela minha boca.

— Sabe se o seu pai saiu antes de você, ou ainda está lá?

E é neste exato momento que broxei e me acalmei.

— Oh... não sei te responder isso. Mas você pode ligar pra empresa e verificar isso!

— Tudo bem, obrigada, Justin.

— Se quiser, posso ver pra você.

— Obrigada, quando tiver uma resposta me mande uma mensagem.

— Claro... hm, Scarlett? Alô?

A ruiva já tinha finalizado a ligação e não pude falar o que tomei coragem para dizer o dia inteiro, gostaria de vê-la e conversar sobre o que aconteceu no bar. Isso seria possível?

— Qualquer dia ainda mandarei fazer um quadro seu, apenas de toalha. É uma visão do paraíso! — Charlotte falou, adentrando o cômodo com um sorriso malicioso nos lábios.

A morena aproximou-se o bastante para me beijar, seus dedos brincavam com o tecido da toalha amarrada em minha cintura, afim de desamarrar o nó.

— Pensei que tivesse acabado o banho...

— Scarlett me ligou e... alô?... Tudo bem?... Sou eu, Justin Bieber! Poderia me tirar uma dúvida extremamente confidencial, por favor?... Sabe me dizer se meu pai, Jeremy Bieber, já foi embora e que horas ele saiu?... Só para confirmar, ele saiu às sete horas, certo?... Okay, obrigado. Boa noite! — Finalizei a ligação e logo mandei a mensagem para minha madrasta, informando-a, sob o olhar intrigado de Charlotte.

— O que aconteceu?

— São nove horas da noite e meu pai ainda não apareceu na porra da casa dele. Isso que aconteceu, Charlotte! — Expliquei, irritado. Joguei meu celular em cima da cama e entrei no banheiro, com a morena vindo atrás.

— Mas por que isso é tão importante? Por que Scarlett quer saber o horário que ele saiu da empresa?

— Porque meu pai é um canalha do caralho, Lottie. E ele tem uma amante! — Respondi, entrando debaixo do chuveiro com a água quente, após me desfazer da toalha.

— Impossível, Justin. Scarlett pode estar louca, Justin! Seu pai nunca teria uma amante, ele é um bom homem, um bom pai, marido...

— Ele nunca foi um bom marido desde que era casado com a minha mãe, Charlotte... ele nunca foi...


¤¤¤


Depois do jantar delicioso que Charlotte preparou para nós dois, fomos para sala de estar e nos deitamos no sofá, agarradinhos, para assistir o filme que ela mesma escolheu.

Até estava tentando me concentrar no filme de romance e a boa companhia que Lottie é capaz de me proporcionar, porém não estava dando certo. Era questão de segundos para que minha mente viajasse e pensasse em qualquer outra coisa, como por exemplo: Meu trabalho, Scarlett e a possível amante de Jeremy que ele deve ter ido se encontrar.

— Quer ver outra coisa, Justin?

— Já acabou o filme? — Ela assentiu, sorrindo docemente. Segurei em sua nuca quando recebi um carinhoso selinho, que aprofundei para um verdadeiro beijo.

Na verdade o que quis dizer, anteriormente, foi: Finalmente, que filme chato da porra!

Espreguicei-me assim que Charlotte desgrudou-se de mim para levar o balde de pipoca vazio para a cozinha, calcei meu chinelo e peguei os copos e papel de doces, que a morena deixou sob a mesinha de centro.

Charlotte estava lavando o que tínhamos sujado e a ajudei, secando os objetos, sempre roubando um beijo dela quando se distraia.

— O que vamos fazer amanhã?

— Amanhã? Como assim?

— Seu pai não te avisou que ganhamos folga?

— Em plena quarta-feira?

— Peguei meu sogrinho em um bom dia então, ponto pra mim. — Ela comemorou, rindo sapeca e fez um high-five comigo. — Ganhamos um dia de folga, é o que importa.

— Okay... e o que você vai querer fazer? — Perguntei, curioso envolvendo meus braços ao redor de sua cintura. Charlotte fez uma careta pensativa, observei atento seus dedos fazendo desenhos imaginários em meu peitoral nu.

— Podíamos ir na Haulover Beach.

— É a famosa praia de nudismo daqui? — Ela assentiu animada, mordendo os lábios, forcei uma risada e afastei nossos corpos. — Mas nem pensar que irei para um lugar desses. Até parece que vou ficar pelado no meio de desconhecidos, sem falar dos pênis molengas balançando pra lá e pra cá! — Fingi ânsia de vômito, apenas de imaginar aquela visão dos horrores. — Escolha outra lugar!

— Não seja careta, Justin.

Sou careta sim e com muito gosto. Se quiser ir, vá sozinha! Mas não conte comigo, Lottie. — Beijei carinhosamente sua testa e voltei pra sala de estar.

— Ir sozinha? Justin! — Advertiu. — A ideia dessa folga dada e proposta pelo seu pai, é que a gente passe um tempo juntos e sozinhos. E você me com essa pra mim ir sozinha? — Questionou brava.

— O que exatamente meu pai tem haver com nosso o relacionamento, Charlotte? — Falei intrigado, cruzando os braços e a fitando sério.

— Seu pai quer o nosso bem e se preocupa. Assim como eu, ele tem notado o nosso repentino afastamento!

— Afastamento repentino? Está de sacanagem com a minha cara, não é?

— Não estou de sacanagem porra nenhuma, Justin. Desde que chegamos nesse apartamento, ou melhor nessa cidade, temos nos afastado cada vez mais!

— Viemos morar aqui porque você quis e insistiu, se lembra dessa merda ainda? Por mim poderíamos estar ainda com a nossa vida na França, mas você de teimosa quis vir pra cá, por um raio de motivo infernal que até hoje estou tentando entender, Charlotte!

— Queria ficar perto da minha família!

— SUA FAMÍLIA MORA EM NEW YORK! O QUE CARALHOS VEIO FAZER AQUI? — Me exaltei, a assustando. Respirei fundo, jogando-me no sofá e levei as mãos ao meu rosto, esfregando calmamente, tentando me acalmar.

— Pergunte ao seu pai! — A encarei confuso. — Ele te quer por perto, queria a família dele reunida de novo, os filhos dele perto dele! — Ela explicou, não me contive em soltar uma risada debochada.

— Se ele queria tanto os filhos por perto, por quê não foi pra casa ficar com eles e desfrutar da companhia dos lindos filhos que fez com a minha madrasta? — A morena ficou sem resposta e quando tentou falar, a cortei. — Pra quê também faria isso? Aquele canalha só se importa em transar com a vadia da amante dele, encher essa desgraçada de jóias e dinheiro. Porque é isso que ela é, uma vagabunda interesseira, desumana, destruidora de lares! São crianças, Charlotte! C-R-I-A-N-Ç-A-S! E nenhum dos dois se importou.

— Justin! Calma!

— Estou calmo, querida... você ainda me viu nervoso. — Ironizei, sorrindo falsamente.

Deixei de olhá-la e distraidamente tive por opção encarar o porta retrato que tinha uma foto minha e de Pattie, quando eu era mais novo. Sorri, grato mais uma vez por ela ter me parido e por ter tido o privilégio de conviver, mesmo que tão pouco, com ela.

Também sou grato de que Deus tenha separado Jeremy dela, ou caso contrário ela estaria sofrendo por causa dele até hoje. No lugar de Scarlett, pelo o que ela passa, seria Pattie e sou muito aliviado e agradecido por meus pais não terem ficado juntos.

Mas apenas de pensar que eles tivessem continuado casados, tanta coisa diferente teria acontecido em minha vida. Exemplo, nunca conheceria Scarlett, Charlotte e Ryan, também não teria irmãos porque minha mãe tinha problemas para engravidar.

— Seu pai deve ter te contado do projeto que iremos trabalhar juntos, certo?

— Quê?

— Ele também não te contou sobre isso?

— Qual projeto, exatamente, você está se referindo? Recebi um hoje...

Em que o Ryan também participa. Estou tão animada com isso meu, amor! — Ela celebrou, enchendo meu rosto de beijos. A empurrei de perto, chocado ainda com a notícia dada por ela. — O que foi?

— E ainda pergunta, Charlotte? Nós não vamos trabalhar juntos nesse projeto, nem que ele fosse a única coisa que me restasse para sobreviver.

— Justin...

— A resposta é não. Eu já vi esse filme e sei como termina, eu não quero trabalhar com você!

— Não vai ser como das últimas vezes... prometo.

— Da última vez você disse a mesma coisa e foi pior. Charlotte, sinto muito, mas não quero e não vou trabalhar contigo!

É simplesmente um inferno trabalhar com ela, pois Charlotte acaba sempre por querer mesmo se metendo no meu trabalho e na minha maneira de trabalhar. Ela se acha no direito, do porquê é minha esposa, que pode mandar e desmandar na equipe que está ao meu dispor, o que me deixa furioso.

Charlotte faz com que eu sinta desgosto de trabalhar quando resolve se meter em algo meu, ela me faz perder o interesse e o prazer de continuar fazendo o que amo.

— Você precisa parar de contestar ordens do seu pai, querido.

— Como é?

— Ele me colocou nesse projeto porque viu disso uma boa forma de ficarmos mais tempo juntos, mas você tem que estragar tudo e... — Farto de suas reclamações e irritado, agarrei-a pelo braço com violência, fazendo-a ficar assustada.

— Seja lá o que você anda conversando com o meu pai, é melhor parar agora! — Falei entre os dentes.

— Justin, está me machucando. — Tentou soltar-se, sua voz estava embargada. 

— Você ouviu o que falei? — A questionei, rosnando. Com os olhos cheios d'água, Charlotte assentiu e a joguei brutalmente no sofá. Aproximei nossos rostos e encostei meu dedo indicador em sua face, fitando-a fixamente nos olhos. — Não quero mais você falando sobre nós dois para o Jeremy, entendeu? O nosso relacionamento não diz respeito à ele, ou qualquer outra pessoa fora desse casamento, ao não ser eu e você. Entendeu, Charlotte? — A morena não respondeu, me encarava calada e séria, os olhos transbordando raiva misturado ao medo. — Te fiz uma pergunta, dá pra responder! Vai fazer o que mandei, ou não?

— V-vou, Justin! — Respondeu relutante.

— Acho muito bom que faça, porque se eu souber que continua falando de mim pelas minhas costas para o meu próprio pai, reclamando do nosso casamento... a coisa vai ficar feia.

— E vai fazer o que? Me bater?

— Posso ser tudo: Idiota, surdo, aleijado, até cornô, mas uma coisa que tenho certeza não ser é, covarde!

— Você quase me bateu.

— Se refere as nossas transas? Que eu me lembre, você que pede pelos tapas na bunda! — Debochei, maldoso. Ela revirou os olhos.

— Me refiro ao apertão que você deu no meu braço, Bieber!

— Não vai se repetir. Agora, sobre suas conversas com meu pai, espero que acabem! Porque se não estiver satisfeita comigo, com o nosso casamento, peça o divórcio, Lottie. Ou, você pode se consultar com um psicólogo, porque pelo o que me lembro Jeremy é formado em engenharia e não em psicologia!

— Seu pai se preocupa com a gente. É tão difícil de entender?

— Por que ele não se preocupa com o casamento dele? Te garanto que se eu der palpite sobre a vida dele e o relacionamento que ele tem com a Scarlett, ele não gostará nenhum pouco.

— É diferente, Justin...

— Diferente em quê?  Pode me explicar?

— A relação deles está claramente desgastada. E daí que seu pai trai a Scarlett? Quem garante que a tua madrasta também não faz isso?

— Se ela trai, ou não, é problema dela. Até porque Lottie, chifre trocado não dói! 

— Se o teu pai trai, ou não, o problema é dele. — Imitou-me de forma petulante, bufei bagunçando o cabelo.

— Exato. A diferença entre os dois, é que nunca vi Scarlett largando os filhos dela, deixando eles de lado por causa de uma foda na rua, ao contrário de Jeremy que pouco se importa com os filhos.

— Ele estar ausente, não significa que não se importe com os filhos deles. Justin! — Dei um soco na porra da mesinha de centro, farto do assunto, minha ação deixou a morena assustada e ela afastou-se imediatamente, receosa.

— Você vai mesmo continuar defendendo esse cara, Charlotte?

— Esse cara é seu pai, Justin!

— Exatamente! Ele é meu pai, não seu pai, Charlotte! Para de defender esse safado! Entenda de uma vez  por todas!

— Justin...

— Chega! Não quero mais falar sobre esse assunto, você é cega e quer me fazer de cego também. Por hoje, chega!

— Não estou cega! Só procuro entender os dois lados da moeda, ao contrário de você que...

— Puta que pariu, cala boca pelo amor de deus! Acabou o assunto! Não aguento mais teus argumentos para tentar defender o safado do meu pai, cara! Chega, Charlotte! Chega! — Reclamei, realmente cansado daquela discussão e das defesas dela para Jeremy. — Eu vou dormir até no quarto de hóspedes porque está, insuportavelmente, impossível de ficar perto de você, Charlotte! Boa noite!

Ignorei as repetitivas chamadas da morena e caminhei para o quarto de hóspedes no final do corredor. Ao entrar no mesmo, tranquei-me lá dentro, pois, sei que Charlotte ousaria entrar e sem que eu percebesse, se deitaria comigo, quando na verdade não quero nem ao menos respirar no mesmo ambiente que ela.

Com isso, chego a conclusão de que Charlotte é oficialmente, advogada do diabo. 


Notas Finais


Avisei que era bom comemorar aquele momento do Justin e da Scarlett, porque depois... só não imaginavam que seria tão rápido, né? Haha. E ela parece não querer muito papo com ele!
A relação da Charlotte e do Justin estremecida, com o Jeremy se metendo tende à piorar!

Espero que tenham gostado do capítulo, anjos. Nos vemos em breve, amo vocês! 💕😊


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