História A Magia da Promessa - Capítulo 1

*Filipi Ranzani*

 

O sol é forte, o calor é intenso e o povo em volta transpira muito.

Por que tem tanta gente esperando UMA pessoa chegar?

Olho em volta e percebo que mais a frente o espaço só é ocupado por mais ou menos 15 pessoas... E tem uma fita separando-as de nós. O engaçado é que eu devia estar com elas, ou nem estar aqui. O anuncio será somente hoje à noite e tenho mais algumas horas como solteiro. 

Não acredito que larguei Beatriz só para agradar meu pai e reconhecer a "minha futura esposa".

Estou quase indo embora quando escuto  o barulho da turbina do avião se aproximando. É um jatinho consideravelmente grande, afinal, ele cruzou um oceano...

Minhas mãos começam a suar... Com certeza é por causa do calor... E isso me incomoda.

Abro a parte de cima da camisa e tiro o paletó.

A porta do avião se abre.

Quem aparece através dela não é nada como eu imaginada... Eu pensava que seria uma mulher esquisita, meio nerd, que nunca conseguiria se casar e por isso a família estaria a arrumando para mim. Mas não, a mulher que vejo é deslumbrante... Linda. Seu sorriso perfeito, seu cabelos longos e ruivos, seus peitos do tamanho certo, sua barriga chapada... Garanto que o bumbum é durinho... Acho que essa ideia de noivado não é tao ruim assim...

O que você está dizendo, Filipi? Você não é homem de uma mulher só, de chegar cedo em casa, de dormir de conchinha, de ver uma mulher acordar de manhã! Eu não curto amores, eu curto sabores da vida e sem culpa. Eu não mereço e nem quero alguém ao meu lado. Sou um romântico  incurável.

Observo a moça ser muito bem recebida por sua família com abraços calorosos, sorrisos afetuosos... Ele parece ser muito querida entre todos.

Preparo-me para ir embora quando noto algo estranho... Ela está realmente indo abraçar o motorista? Oloco!

E como se não bastasse... a tal garota vem para cá, para atras da fita e tira foto e abraça quase todo mundo. Como ela consegue ser tão afetuosa? Qual o problema dessa menina?

Fico e a observo mais um pouco, e nesse meio tempo ela se aproxima das pessoas a minha volta, ela fica perto o suficiente para eu sentir seu cheiro... E que cheiro! Por um instante lembro-me de um campo de flores no meio da primavera. É como se eu me deitasse no meio de suas pétalas, como se tudo que estivesse à minha volta fosse... flores.

Aquele cheiro fétido de suor desaparece e tudo que fica é o cheiro dessa linda mulher.

No meio de meu transe, ela passa reto por mim, como se eu não existisse e a abraça o infame ao meu lado.

Volto à minha condição mental normal, dou às costas e sigo para o  meu carro.

Ligo para Carolyne, filha do amigo de meu pai.

- Leve-me  ao meu apartamento, tenho um encontro marcado.