*Liss*
Filipi se senta junto a nós.
- Onde você dormiu hoje, meu amor? - Ele me pergunta como se Vitor não estivesse presente.
Como mais uma amora.
- Seu amor não está aqui. Talvez esteja na Itália esperando você voltar. - Digo seca e sem olhar em seus olhos. - Obrigada pelo capuccino, Vitor, mas agora eu preciso ir ao centro comprar algumas roupas.
Levanto-me e Filipi faz o mesmo.
- Eu te acompanho.
- Não não... Eu me viro! - Digo e retiro-me do ambiente.
Vejo que Vitor também não está mais sentado e caminho em direção ao elevador.
Será uma subida difícil, mas não impossível. Eu consigo muito bem chegar lá em cima sozinha.
A porta de abre e eu adentro.
Logo após dois andares começo a sentir-me sufocada e tonta. Sinto minha pressão baixar e tudo em minha volta começa a ficar escuro.
- Você consegue, Liss... Só mais três andares. - Digo para mim mesma.
A porta se abre depois de alguns segundos, o que na verdade pareceu ser uma eternidade, e corro para fora.
Sento-me no chão e tento encher meus pulmões de ar novamente.
Estou ofegante, mas bem! Mais algumas vezes praticando e acho que não terei mais problemas.
Adentro no quarto e vejo que tudo já está limpo e organizado. Procuro por meu telefone e, quando o encontro, vejo que tem uma mensagem de Bea.
Bea: Como está a Lua de Mel?
Liss: Como faço pra voltar antes?
Não demora muito até que ela me responda.
Bea: O que aconteceu, meu amor?
Contei toda a história para ela e a reação de Filipi. Falei desde como o meu sangue ferveu na hora da ligação até o showzinho dele na hora do café da manhã.
Bea: Da mais uma chance para ele se explicar, meu amor... Vai que tudo foi um mal entendido...
Liss: Quem sabe mais tarde...
Largo meu telefone em cima da cama, pego minha bolsa e saio do quarto.
(...)
Quando passo da recepção encontro com Vitor esperando ao lado de um carro.
- Vai ao centro? - Ele me pergunta com um sorriso encantador e como se eu não tivesse comentado nada no café da manhã.
- Vou sim...
- Quer uma carona? - Ele abre a porta para mim e faz um gesto com a mão como se estivesse convidando-me a entrar.
Sento no banco da frente e ele no do motorista.
O caminho não é longo e o transito está tranquilo.
Vitor passa o maior tempo possível na avenida atlântica, o que me tranquiliza. Ver o mar é quase como um analgésico para meus problemas.
Chegamos no centro e desço do carro.
- WELCOME TO DOWNTOWN! (Bem-vinda ao centro) - Vitor abre seus braços de uma forma dramática, o que me faz rir.
- Thanks, baby! (obrigada, baby) - Faço quase uma reverência de tempos em que ainda haviam reis e rainhas.
Ele me companha até uma das lojas e analisa um vestido estampado e soltinho.
- Experimenta - Ele o pega e estende para mim.
- É lindo... - Sinto seu tecido macio e imagino como deve ser seu caimento.
Pego-o e me troco.
O vestido fica realmente maravilhoso... Ele é de alcinha e um tanto justo na área do busto, mas bem soltinho no resto. A cor vermelha no topo vai em degradê ate a barra e fica branca. Ele é encantador.
Saio do provador e Vitor me espera sentado em um banquinho.
Dou uma voltinha desengonçada e com um sorriso no rosto.
- Linda! - Ele bate algumas palmas e faz o gesto pedindo que eu dê mais uma volta. - SO PREETY!
Apenas rio e agradeço.
No provador fico pensando por que não corei, por que não me senti envergonhada... Isso sempre acontecia quando Filipi me elogiava...
Sinto-me mal por não ser ele aqui comigo, mas não iria o forçar a fazer algumas coisa que não queira... que no caso seria passar a tarde inteira comigo.
Esse pensamento me chateia e resolvo comprar apenas mais um biquini nessa loja e voltar para o hotel.
Quero passar o resto do dia na piscina e me acalmar para, finalmente, ter uma conversa definitiva com meu marido à noite.
Vitor me leva novamente ao hotel, mas não desce do carro. Ele diz que tem alguns assuntos para resolver. Apenas concordo e vou em direção ao meu quarto pra me trocar.
Assim que abro a porta vejo no chão um coração feito por pétalas de rosas brancas e vermelhas. As janelas e as cortinas estão abertas e Filipi está na sacada olhando para o mar.
Entro no quarto e vejo que todo o quarto está cheio de pétalas e tem até alguns coalas de pelúcia em cima da cama...
Com certeza foi ele quem pegou o meu caderninho do top 10... Foi lá que eu escrevi que simplesmente AMAVA coalas.
Filipi percebe minha presença no quarto e caminha em minha direção.
- Desculpa... - Ele diz preocupado e com tristeza em seu olhar. - Quando eu sumi na nossa festa de casamento foi para terminar com ela... Eu não queria saber mais de ninguém além de você... Ainda não quero e jamais irei querer novamente. Desde que noivamos não fiquei com mais ninguém.
-Olha Filipi... - Ele me interrompe.
- Só deixa eu terminar... - Ele respira fundo - Em tão pouco tempo aprendi o que é precisar de alguém; da aprovação de alguém... Aprendi o que é querer cuidar de alguém e ter certeza de que essa pessoa está feliz... - Ele segura meu rosto e me força a olhar em seus olhos - Aprendi a amar... A prendi a TE amar... Entendi que eu não sou nada e nem ninguém sem você... Quando ela me ligou naquele dia foi para ter certeza se eu não estava brincando com ela... Mas aquela garota é insuportavelmente persistente... Eu imploro que você me perdoe e que recomeçamos do princípio.
- Filipi... Eu sai com o Vitor hoje a tarde e... Vi o que você realmente importa para mim...
Ele parece receoso com o que vou dizer.
- Do princípio? - Pergunto com um sorriso.
- Do princípio.
Filipi sorri e me beija com paixão... Com vontade... Com desejo.
Sinto-me nas nuvens, como se o tempo parasse e o resto do mundo não existisse. Sinto o mundo desaparecer e as úncias coisas que restam somos nós dois, juntos... Como um só corpo e uma só alma.
Eu te amo, Filipi. Penso em meio ao beijo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.