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História A Magia da Promessa - Cap. 26


Escrita por: amandahh4

Notas do Autor


Sei que estou vacilando com vocês... DESCULPA!

Estou tentando deixas os caps maiores para me redimir... vocês me perdoam?

Espero que gostem, meus amores!

BEIJAO

Capítulo 28 - Cap. 26


O ar parece ter sumido do meu pulmão. Na verdade, não só do meu pulmão, mas de toda a superfície terrestre. 
Eu estou sem reação... Não sei o que dizer, só sei que preciso conter as lágrimas que, por algum motivo, ameaçam cair. Talvez sejam de raiva ou de medo, mas se caíssem, seriam lágrimas amargas e sem vida, pois seriam assim como seu motivo: amargo e sem vida, pois só vive quem é feliz com o que tem e não precisa arruinar a felicidade dos outros. 
O velho amigo do demônio está com um sorriso sínico estampado em seu rosto, o que me dá vontade de pular em seu pescoço e cravar minhas belas unhas cor de nude em sua pele enrugada e logo em seguida dar um belo de um tapa em seu filho, o homem - ou garoto - que talvez seja pior que o pai, pois ele veste um olhar que transborda malícia e o pior: ele não tira os olhos de mim. 
A mesa fica inteira em silêncio pelo que parecem milênios. O pano branco sob os pratos, copos e talheres parece um infinito sem fim, infinito em que nos afundamos mais e mais a cada segundo, e ninguém ali no restaurante seria capaz de nos ajudar; em outras palavras? O primeiro que falar não se importa se vai armar o maior barraco ou fazer o maior escândalo. Aquele homem feriu não só o nosso casamento, mas também nossa integridade e, se pude aprender algo com Filipi nesse tempo em que passamos juntos é, que esse momento em que ele fica quieto, é o momento assassino dele e, caso se manifeste, sangue irá ser derramado. Então presumo que meu marido está apensas se acalmando para causar o menor alvoroço possível. 
- Assim como o seu? - Filipi pergunta olhando fixamente o velho que nos ameaçara há pouco. 
O sorriso do homem parece desaparecer por um instante, mas foi um possível ato tão rápido que não tenho certeza se o que eu vi realmente aconteceu. 
- Exato, FILIPI! - o homem fala o nome de meu marido com desprezo, o que faz meu sangue esquentar e me dá mais vontade ainda de atingi-lo com tudo no pescoço. - Nós éramos bem felizes juntos... Eu a amava e ela dizia que me amava... Mas só foi necessária uma proposta de maior valor, se é que me entende, para ela resolver me largar.
ELE NÃO FEZ ISSO! QUAL O PROBLEMA DESSE HOMEM? ELE FEZ ISSO MESMO? 
- O senhor está insinuando que eu sou uma mera prostituta e que aceita qualquer oferta que supra os meus gastos? - pergunto um tanto incrédula e com um tom mais de fato do que de pergunta. 
- Eu não diria prostituta... - O velho começa e olha para Filipi - Até porque, pelo que vejo nos sites e canais de fofocas, a senhora tem classe... Mas então  diga-me - ele se vira para mim novamente - quanto lhe foi pago para casar com ele? - o velho desprezível fala "ele" como se estivesse - ou melhor, com certeza está - diminuindo meu marido.
Sinto que devo estar roxa de raiva, de forma que não tenho condições para responder aquelas palavras tão educadamente colocadas, mas de tão baixo calão. Filipi parece perceber meu estado atual, então coloca a mão em minha perna e parece tentar ser forte por nós dois. 
Ele olha para mim como se dissesse que eu já fiz o bastante por ele e agora era a vez dele de fazer algo por mim. Eu somente sorrio levemente para ele,  não tenho condições de fazer qualquer outra coisa, já que todas as minhas forças estão concentradas em não agredir aquele homem enrugado. 
- Especulação perigosa essa que o senhor fizera, meu velho - Filipi parece estar completamente ciente do que está fazendo, diferente de mim, já que me pego torcendo o pano que cobre a mesa com tamanha força que meus dedos ficam roxos. - E ouso dizer que o senhor está equivocado. Liss não recebeu nada para casar comigo e eu só recebi o prazer se chamá-la de esposa. - Filipi se levanta lentamente e eu o acompanho - E caso você tentasse comprá-la, o valor que essa mulher vale jamais será alcançado por você - ele diz "você" com o mesmo desprezo em que o velho se referia a ele - Ainda mais sem o mercado austríaco. 
Olho incrédula para Filipi. 
Por mais que esse homem não tenho noção do significado da palavra "limite" a empresa do meu marido ainda precisa do banco desse monstro, mas em resposta, meu marido apenas segura minha mão e me guia para fora do restaurante e assim que passamos pela porta, eu me solto de sua mão bruscamente, o que o faz parar e olhar para mim com uma cara de quem está completamente surpreso com o meu ato. 
- Você não pode fazer isso... - digo olhando fixamente em seus olhos. 
- Fazer o que exatamente? - ele me pergunta parecendo um pouco confuso. 
- Cancelar a parceria. As taxas de juros do banco dele eram as melhores e acho difícil você conseguir alguma outra no prazo que precisa... Você não pode fazer isso! - as lágrimas finalmente começam a escorrer e minhas tentativas de fazerem parar são inúteis. Aquele homem, em menos de cinco minutos, acabou comigo, com minha reputação e com a minha dignidade.  E agora? Agora eu não tenho nem forças para parar de chorar e juntas os cacos que ainda sobraram dela. 
Filipi me puxa para um abraço forte e eu começo a chorar em seu peito. Faço uma nota mental para agradecer a mim mesma depois por ter usado uma maquiagem a prova d'água e esse pensamento me acalma um pouco. Talvez ele tenha me distraído ou sei lá... Mas ajudou. 
Meu marido nos separa um pouco e ergue meu rosto com suas mãos até uma altura em que eu olhe diretamente para seus olhos. Seus olhos cor de mel parecem me abraçar com todo o carinho do mundo e isso me transmite uma segurança que eu não seria capaz de sentir sozinha no momento, e esse olhar faz com que eu encontre forças suficientes para eu juntar todos os cacos da minha dignidade do chão e olhar para tudo isso de cima e com a certeza de todos os meus valores. 
- Eu jamais fecharia uma parceria com alguém que não sabe respeitar aqueles que vivem a sua volta... Principalmente se o assunto for você. - ele olha para mim de uma forma ainda mais profunda - Eu jamais irei deixar qualquer um ou qualquer cosia te ferir. 
Ele me abraça de volta, mas agora eu não estou mais chorando. Estou respirando calmamente, pois agora eu tenho a certeza de que não estou sozinha nesse mundo enorme e ameaçador. Tenho consciência de que sou uma mulher poderosa e muito inteligente, mas ninguém sobrevive sozinho; todos precisamos de um Porto Seguro... e eu acabei de achar o meu, o MEU porto seguro é ele: meu marido. 
Se me dissessem que eu estaria pensando assim há dois meses eu possivelmente iria rir, e muito, mas convivência com ele, meu Filipi, fez eu mudar minha mente e até mesmo meu coração. Ele me mostrou o que é ser amada e como amar de verdade. Não digo como amar os meus pais,  ou os meus primos ou minhas amigas ou amigos, e sim amar a pessoa que eu quero passar o resto da vida junto, como amar alguém que não tem nada a ver comigo, mas ao mesmo tempo é tão parecido. 
- E as oportunidades virão... Nós não somos uma companhia fraca! Somos uma multinational muito cara na bolça! Só precisamos montar um nova estratégia. - Filipi diz e os dois carros chegam na entrada do hotel. Ele beija minha testa e olha novamente para mim - vamos logo para a casa de seus avós... Não é sempre que os Primos se reúnem e eles devem ter preparado um delicioso lanche. 
Sorrio com o comentário da comida e sigo para o meu carro e ele para o dele. 
Abro todas as janelas ao máximos e acelero com tudo na rodovia. O vento que bate em meu rosto parece lavar minha alma e varrer aquele acontecimento para longe de minhas lembranças. A velocidade do carro deixa o pretérito mais perfeito ainda*, de forma parece que jamais aconteceu e jamais irá acontecer. 
Chego na casa de meus avós (que fica em uma área bem afastada da cidade) em menos de 40 minutos e Filipi chega logo depois. 
- A polícia sabe que você está correndo assim? - ele abre a porta de meu carro e me puxa para um beijo longo e delicado. 
Cada segundo é perfeito e parece passar rápido demais, pois, quando percebemos, já estamos ofegantes e sorrindo um para o outro. 
Caminhamos de mãos dadas para dentro da casa e assim que a porta da frente se abre uma melodia tocada em um violão enche o salão principal e escuto a filha da Bea cantando Elvis. Vamos em direção a eles sento-me no piano. 
- Ai que maravilhoso! - tata Luiza diz batendo palmilhas de animação. 
Começo a tocar a melodia de Can't Helo Fallin In Love  e sou acompanhada pela melodia no violão e logo Pietra, filha da Bea, começa a cantar. 
Ela tem uma voz maravilhosamente doce e hipnotizante e, juntamente com os dois instrumentos, a música fica ainda mais bonita, o que faz com que meus avós comecem a dançar. Olho para todo os Primos e a visão de todos juntos é incrível. Só Deus sabe o quão difícil foi ficar aqueles 8 anos longe deles. Cada uma daquelas pessoas faz parte da minha família. São eles que compõem cada pedacinho do meu coração. E, pode ter certeza, eu morreria para salvar a vida de qualquer naquela sala.  
A música termina e todos batem palmas super animados. 
- Que lindo, minhoquinha! - Bea fala e me dá um abraço apertado. 
- Essa música toda me deu fome! VAMOS TODOS, VAMOS TODOS! A comida está servida! - tata Luiza diz e arrasta Filipi para a sala de jantar. 
- Mama, eu quero mostrar meu presente para minhoquinha! - Pietra pede para Bea e me arrasta escadaria acima até seu quarto. Todos os quartos da família ficam no terceiro e último andar do casarão. 
Entramos em seu quarto e vejo que tem uma enorme casa de boneca feita de madeira. 
- Que linda, meu amor! Mas cadê as bonecas? - sento-me em frente à casa e ela se senta ao meu lado. 
- Em casa... eu não sabia que a vovó e o vovô iam me dar isso... então eu não trouxe nen... - ela é interrompida pelo grito desesperado de Bea pedindo para Pietra fugir. 
A pequena menina corre em direção à porta e escutamos um tiro, o que a faz parar de correr de volta para mim.
Meu celular vibra e vejo que é uma mensagem de Filipi: 
Invadiram a casa. Escapamos quase todos pelos túneis subterrâneos e já estamos no meio do mato. Dilan ficou segurando a porta e possivelmente foi ele quem foi baleado. Saiam daí o mais rápido possível. 
MEU DEUS! Minhas mãos começam a tremer e por um momento penso em sair pela sacada, mas paro quando percebo que estou com Pietra e, caso uma de nós duas caia, seria ainda mais fácil de sermos pegas. 
- Minhoquinha, o que tá acontecendo? - ela me parece assustada, mas confusa. 
- Meu amor, eu preciso que você confie em mim, ok? - digo agachando-me e colocando seu rosto entre minhas mãos - tem uns homens muito maus aqui dentro e eles querem pegar a gente... então eu preciso que você faça certinho o que eu disser e fique aonde eu mandar para nós duas sairmos bem dessa. Você pode fazer isso, meu amor? - pergunto a ela enquanto limpo uma lágrima que ela deixou escapar e acaricio sua bochecha enquanto ela simplesmente concorda com a cabeça. 
Estamos prestes a sair do quarto quando mais um tiro é disparado. 
- Liss? Sabemos que está aí! Nós já temos o Dilan... só precisamos de você agora! Onde você está, joia rara? - um homem grita do primeiro andar e minha espinha estremece ao mesmo tempo em que Pietra agarra minha perna. 
Faz todo o sentido eles quererem nós dois... somos os herdeiros das duas partes mais rentáveis da família: hoteleira e aérea. 
- Minhoquinha... - Pietra diz ainda mais assustada. 
- Calma, meu amor! Vai ficar tudo bem... 

A saída principal está tomada pelo invasores e não duvido que as demais também estejam. Pelo terceiro andar não tem jeito de chegar aos túneis... Não há saída, mas eu não vou entregar Pietra para esses loucos, então antes de sairmos do quarto mando uma mensagem para Filipi:
Olhe atras do grande quadro do terceiro andar. 
Pego na mão de Pi e a guio para o final do corredor. 
Ao lado da última porta há um quadro gigantesco que cobre um esconderijo pequeno criado para essas situações. 
Retiro o quadro da parede com cuidado para não fazer barulho e abro a pequena porta, de forma que guio Pietra para dentro. 
- Não me deixa aqui, minhoquinha! - ela está chorando descontroladamente. 
- Você tem que confiar em mim, meu amor... - digo a ela sem eu mesma saber se aqueles palavras realmente valem já que nem eu estou confiando em minha decisão. 
- Joia raaaara... onde você está? - a voz do mesmo homem ecoa pela casa. Pelo volume um tanto mais baixo parece estar vindo da cozinha.
Pietra começa a soluçar descontroladamente e, se eu deixá-la daquele jeito eles irão ouvi-la, então começo a cantar a mesma música que nos trouxera tanta alegria há poucos instantes. 
                  Wise men say 
                  (Homens sábios dizem) 
               
                  Only fools rush in 
                  (Somente os tolos se apaixonam) 

                   But I can't help
                   (Mas eu não consigo evitar)

                  Fallin in love with you 
                  (Me apaixonar por você) 
Pietra começa a se acalmar e entra no esconderijo. 
  Shall I stay?
(Eu deveria ficar?)

Would it be a sin
(Seria um pecado) 

If I can't help
(Se eu não consigo evitar)

Fallin in love with you 
(Me apaixonar por você) 
Pietra parou de chorar, mas eu não consigo deixá-la nesse estado, então eu simplesmente continuo, mas antes a voz do homem se aproxima um pouco. 

- Estaria  no segundo andar, joia rara? 
Ignoro o medo que sinto crescendo em meu coração e continuo a cantar tentando manter a voz o mais firme possível. 
Pego a mão de Pietra e volta a cantar. 

Take my hand 
(Pegue minha mão) 

Take my whole life too
(Tome minha vida inteira também) 

For I can't help 
(Porque eu não consigo evitar) 

Fallin in love with you 
(Me apaixonar por você) 

Ela olha para mim fixamente como se estivesse tentando se acalmar e me ajudar a terminar a
Música. 

Like a river flows
(Como um rio corre)

Surely to the sea
(Certamente para o mar) 

Darling, so it goes 
(Querida,  é assim) 

Somethings are meant to be
(Estão destinadas a acontecer) 

Ela puxa o ar com força e sei que ela irá me acompanhar nessa ultima parte. 

Take my hand 
(Pegue minha mão)

Take my whole life to 
(Tome minha vida inteira também) 

For I can't help 
(Porque eu não consigo evitar) 

Fallin in love with you 
(Me apaixonar por você) 

Ela segura forte a minha mão e eu beijo sua testa. 
- Você vai ficar bem, meu amor! Vai dar tudo certo... só fique quietinha ok? - digo a ela com o melhor sorriso que consigo dar agora. 
Pietra só concorda com a cabeça e solta minha mão. 
Eu fecho a porta do esconderijo, coloco o quadro no lugar e caminho em direção à escada, em direção à voz que me chama de joia rara. 

* Referencia à ordem gramatical "pretérito perfeito".


Notas Finais


E aí? Gostaram?
Não deixem de favoritar a história e interagir comigo!
AMO TODOS VOCÊS! <3


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