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História A Maldição da nota 10 - A vingança de Luisa


Escrita por: R-Frost

Notas do Autor


Demorou muito mais do que o previsto, mas bloqueio criativo é assim mesmo....

Capítulo 2 - A vingança de Luisa


Março de 2004...

 

Três meses haviam se passado desde a trágica morte de Vanessa. Investigadores de todos os tipos tentaram, mas não acharam nenhuma pista concreta que levasse ao assassino da jovem garota. O envelope que continha o boletim de Vanessa, e que ostentava a palavra “MEU!”, escrito em sangue era o único vestígio do crime que, por falta de provas, acabou arquivado. Os pais de Vanessa, muito abalados, decidiram não processar o Condomínio Escolar Nova Santo André, para evitar ainda mais sofrimento.

 

Com as investigações arquivadas, a vida prosseguiu no campus: traumatizada com os acontecimentos, Natsumi partiu para o Japão, ficando com seus avós; já Daniel optou por ficar na escola, mas pediu para que fosse transferido de turma, tentando diminuir o duro golpe que viveu: ele agora é colega de classe de Camila Martins. A jovem, de 15 anos, ruiva e de olhos com uma cor verde profunda, é filha do diretor, mas, apesar do seu “status”, nunca teve nenhum tipo de privilégio a mais que qualquer outro aluno. Uma das alunas mais aplicadas, Camila viu seu desempenho escolar piorar repentinamente: suas notas em atividades e pesquisas despencaram, o que rapidamente chamou a atenção de seu pai, o Sr. Martins. Um dos que mais participaram da investigação da morte de Vanessa, ele passou a acreditar que seu envolvimento tenha atraído a ira de Luisa, que estaria descontando sua raiva na jovem ruiva – ele é o único adulto a acreditar na lenda da garota fantasma. Temendo pela integridade da filha, ele manda Camila para a casa de sua tia, além de contratar um professor particular, para que a garota, mesmo longe da escola, não se atrasasse nas matérias.

 

- Mas pai, por que isso? Eu sei que escorreguei um pouco nas notas, mas... – Camila tentava argumentar.

- Acredite, é para o seu bem, Camila. Coisas estranhas andam acontecendo e... – explicava o Sr. Martins, quando foi interrompido pela filha: É por causa daquela menina que morreu no ano passado?

- Eu não vou mentir para você, filha: é sim. Ela tinha dificuldades na escola, e eu não posso arriscar que o mesmo aconteça com você. – prosseguiu o diretor.

- E você acha que o mesmo pode acontecer comigo? – perguntou Camila, tentando disfarçar o espanto.

- Não vamos esperar acontecer. Como só agora suas notas pioraram, podemos corrigir isso antes que algo aconteça. Sua primeira aula particular será depois do carnaval. – finaliza o Sr. Martins.

 

Camila protesta, mas aceita a decisão do pai. Embora tenha perguntado sobre a morte de Vanessa, Camila nunca soube de fato o que aconteceu, pois tudo o que seu pai lhe contara era que um maníaco atacava alunos de forma aleatória, sem nenhum motivo aparente para isso. No dia seguinte, um sábado, ela aproveita que não tem compromissos e sai para dar uma volta em um parque próximo da casa da tia. Na área verde, ela aproveita para revisar alguns conteúdos das últimas aulas e, concentrada, não percebe a presença de uma garota bem à frente.

 

- Olá. – diz a misteriosa garota.

- O que? Que susto... – surpreende-se Camila – Quem é você?

- Desculpe pelo susto, achei que você tinha me visto. Meu nome é Luisa, tudo bem? – apresenta-se a estranha garota.

- Tudo bem, você me pegou distraída. Eu sou Camila, como vai? – continua a jovem ruiva.

- Estou bem. E você, veio estudar no parque, e em pleno sábado? – pergunta Luisa.

- Sim, eu preciso, pois dei uma boa escorregada nas notas. – prossegue Camila.

- Se quiser, eu posso ajudar. É uma matéria que eu entendo bastante – afirma Luisa, que recebe uma resposta positiva de Camila. Em pouco tempo, suas notas melhoram e seu pai considera liberá-la para voltar à escola. Mas não antes de interrogá-la sobre o fato, sem se lembrar do caso Vanessa.

 

- Filha, é de impressionar. Eu sei que você é estudiosa, mas sua recuperação me surpreendeu. Desse jeito você pode voltar para a escola em breve. – diz o Sr. Martins, que brinca: Qual o seu segredo?

- Hm vejamos... Eu tenho um pai diretor, um professor particular... Ah, e conheci uma menina outro dia no parque que topou me ajudar em algumas coisas. – respondeu Camila, sem reparar na súbita palidez de seu pai ao ouvir a resposta.

- Me-menina? – gaguejou o Sr. Martins: Que menina, Camila?

- Uma garota que tava lá no parque no outro dia, eu sentei perto dela sem perceber, quando ia revisar algumas matérias e ela me ajudou. – prosseguiu a jovem ruiva, surpresa com a reação do pai.

- Camila, me escuta: eu sei que agora ela está te ajudando, mas se afaste dela o mais rápido possível, entendeu? – ordenou o diretor, que saiu rapidamente da casa da irmã, deixando Camila sem reação.

 

Algumas horas depois, o Sr. Martins estava reunido na biblioteca da escola, tentando achar alguma coisa que o ajudasse a acabar com a ameaça de Luisa, antes que ela fizesse algo contra sua filha. Enquanto pesquisava na internet, ele sentiu seu celular vibrar: era sua irmã, tia de Camila.

 

- Vera, o que foi? – indagou o Sr. Martins.

- A Camila... Não sei, vem logo para cá! – implorou a mulher, em pânico.

- Vera, o que aconteceu? Fala logo! – gritou o diretor, igualmente aterrorizado, pensando no pior.

- Não sei, ela ta parada, cercada de um monte de coisas, e não me responde, parece em transe. – Vera tentava, aos prantos, explicar a situação.

- Me espera, eu to indo ai. – afirmou o Sr. Martins. Em seguida, ele pegou seu carro e saiu em disparada rumo à casa da irmã.

 

Ao chegar em seu destino, o diretor encontrou sua irmã, na frente da casa, em estado de choque. Não havia sinal de Camila. Em pânico, Vera mal conseguia falar, mas suas palavras foram suficientes para que o Sr. Martins entendesse: após o estranho acontecimento, Camila havia saído de casa, sem direção. O homem, horrorizado por ter irritado Luisa, partiu em direção ao parque próximo de lá, onde Camila conhecera a fantasma algumas semanas atrás.

 

Desesperado atrás de sua filha, o Sr. Martins chega ao parque, e não demora a encontrar Camila. Porém, alheia a presença de seu pai, a garota segue andando, e é seguida por ele. Em pouco tempo, os dois acabam em um local ermo do parque, onde, para o horror do Sr. Martins, uma figura os aguardava: era Luisa, armada com o mesmo machado que causara a sua morte e que, anos mais tarde, ceifava a vida de Vanessa.

 

O homem tentou argumentar com a fantasma, que apenas respondeu com um rugido gutural, antes de avançar para cima de Camila, decapitando-a. Completamente sujo com o sangue de sua filha, e cego de ódio, o Sr. Martins pegou o machado e tentou atacar Luisa, apenas para atravessar seu corpo fantasmagórico, para a diversão da criatura sobrenatural.

 

- Não adianta, mortal. Este é o preço por ter acabado com a minha vida. Nada mais justo que eu acabar com a sua também! – bradou a fantasma, que começou a flutuar, enquanto a polícia chegava no local, atraída pela denúncia de um transeunte. O Sr. Martins foi preso em flagrante pelo assassinato de sua própria filha, uma vez que portava a arma do crime. O homem foi preso preventivamente, porém, um mês depois, também foi encontrado morto. Em seu corpo, foram encontradas as inscrições do jornal local, junto com a data do falecimento de Luisa. Intrigados, os policiais foram até a redação do jornal, e encontraram, nos arquivos digitais, uma cópia da edição de 04 de abril de 1944:

 

DIÁRIO DO GRANDE ABC

04 de abril de 1944

 

Investigação de morte em escola é arquivada por falta de provas

O primeiro distrito policial de Santo André arquivou, por falta de provas, a investigação que tentava solucionar a morte da menina Luisa Marcondes, de 14 anos. A jovem foi encontrada morta na sala da intendência do Condomínio Escolar Nova Santo André, onde estudava desde o ano passado. As suspeitas recaíram quase que imediatamente sobre o intendente Luís Martins, que estava no local, mas como não foram encontradas evidências suficientes para levar o caso adiante, o delegado-chefe arquivou as investigações.

 

Longe de qualquer linha científica, a lenda sobre a menina do machado ganhou novos contornos após aquele 04 de abril de 2004. Dizem que o objetivo de Luisa era se vingar do então intendente e de toda a sua futura linhagem, pela humilhação e conseqüente morte que lhe causaram. Nenhum outro caso de morte ocorreu novamente na instituição escolar.



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