Sakura comprovou que, na mansão, podia-se ficar o dia inteiro sem encontrar familiares. Só ao jantar encontrava-se com Sasuke, e nunca mais a sós.
Muitas outras pessoas viviam em Uchiha Park. O reverendo Tadashi, capelão residente, servia os Uchiha como arquivista e historiador. A sra. Aiko, uma viúva empobrecida e parente distante do duque, aparecia para as refeições de vez em quando. Ela viera com o intuito de ser dama de companhia. Como a duquesa não necessitava, a sra. Aiko dedicava-se com entusiasmo à entomologia, sua paixão.
Por vezes, os Uchiha contavam com a presença do sr. Yamato, secretário do duque e do sr. Kakashi , o administrador, que morava com a própria família na propriedade.
O sr. Yamato, interessado da filha do reverendo, ia com frequência à casa paroquial. Sakura gostava de conversar com o jovem calmo e estudioso, o que despertava olhares desconfiados do marquês.
Apesar da insistência da duquesa, o filho não fez mais tentativas de falar com a noiva. Durante o dia, não dava sinal de vida. Fugaku tinha uma matilha de cães que o marquês aproveitava para caçar. O resto do tempo ele empregava em cavalgar e pescar. Qualquer coisa que o mantivesse fora da mansão.
Sempre que se encontravam, Sasuke mantinha-se cortês e distante. Sakura fez duas tentativas infrutíferas de falar com ele e desfazer o engano desastroso. Resolveu escrever um bilhete, pedindo um encontro a sós.
— Sua carência é tão urgente, minha querida? — A observação irónica deu-se antes da refeição noturna.
— Não. — Sakura enrubesceu.
Mais tarde, ela refletiu que devia tê-lo convidado para ir a seu quarto. Seria a única maneira de convencê-lo de que era virgem.
Como mal trocavam duas palavras, qualquer um poderia desconfiar da farsa de um noivado, mesmo sem fazer comentários. O duque e a esposa procuravam amenizar a situação, embora Sakura percebesse a preocupação constante de Mikoto.
E mais uma vez graças a Hanzõ , os comentários sobre a situação que piorava a cada dia não davam espaço para problemas particulares.
— Em minha opinião, todos os homens deveriam opor-se ao corso — o marquês disse, certa ocasião, espantando os interlocutores. — Eu gostaria de alistar-me.
Os pais empalideceram.
— Impossível! — O duque foi ríspido.
Para Sasuke, até a morte seria uma tentativa válida para escapar?, Sakura cismou. Ou o marquês se achava invencível?
— Sasuke, seu casamento está marcado para daqui a poucas semanas — Uchiha mais velho argumentou, com a firmeza calma de quem não admitia réplicas. — Após a cerimónia e o que agora se chama de lua-de-mel, poderemos voltar a discutir o tema,
O marquês levantou-se e abandonou a mesa.
— Aconteceu alguma coisa? — A sra. Aiko espantou-se.
— Não, tia. Sasuke tem um compromisso.
— Os modos da juventude deixam muito a desejar. — E sra.Aiko passou a comer a sobremesa.
Ninguém mais falou. Fugaku e Mikoto estavam pálidos. Ele, de desgosto, e ela, de medo.
Sakura compreendeu o receio da duquesa de ver o filho partir para a guerra. Elas se entreolharam. Sakura procurou demonstrar compaixão, e Mikoto.sorriu de leve. E, pela primeira vez desde que chegara a mansão , experimentou um sentimento de compreensão e afetividade. O que não deixava de ser preocupante.
Sakura ficava muito tempo na companhia da duquesa, uma mulher inteligente, magnânima e talentosa. Um dia, enquanto as duas bordavam um novo frontal para a capela, a mãe do marquês tocou no ponto que incomodava a ambas:
—Minha querida Sakura, temos dito aos curiosos que você e Sasuke estão apaixonados. Para corroborar a invencionice, seria interessante que ambos passassem mais tempo juntos.
— É verdade, milady. — Sakura não a encarou. — Porém, o marquês não tem demonstrado muita inclinação para ficar em minha companhia.
— Gostaria que fosse ao contrário?
— Na verdade, não.
— Meu bem, por acaso pretende prejudicar-se por acinte? O que mais se poderia desejar em um marido como Sasuke? Ele é atraente, educado e sabe ser encantador.
— Milady, para mim a beleza não é importante. E comigo, o marquês nunca foi "encantador". Eu o achei arrogante e frio. — Teve de admitir que ele assumira tal postura depois das barbaridades que lhe disse.
— Meu filho não é sempre assim, minha querida. Para Sasuke, a situação também não é agradável. Alguém tem de ceder um pouco. O que acha de fazer uma tentativa de aproximação?
— Não me agrada.
A duquesa suspirou.
— Nesse caso, falarei com Sasuke.
Sakura, exceto pelo problema em relação ao marquês, acostumou-se depressa com a mansão. Já nem precisava de guia para percorrer os principais recantos da residência enorme.
Para seu espanto, começou a achar agradáveis os recintos espaçosos e a riqueza da decoração. Como alguém poderia queixar-se, se poderia contemplar à vontade as obras de arte. Até a infelicidade era relativa para que tinha à disposição uma biblioteca imensa e da maior qualidade.
Era ali que costumava ficar. As estantes douradas com portas de vidro continham os clássicos e muitas obras novas que faziam-na esquecer de tudo o mais. Logo todos ficaram sabendo onde encontrar a srta. Haruno, caso fosse necessário.
De vez em quando, o reverendo Tadashi vinha fazer alguma pesquisa, mas seu interesse maior, apesar da posição de bibliotecário, eram a sala de arquivos, onde ficavam as escrituras da propriedade, e os documentos dos Uchiha.
Um dia, Sakura escutou passos e espiou.
— Bom dia, sr. Yamato — ela cumprimentou, sorridente surpresa.
— Bom dia, srta. Haruno. Se me permite, gostaria de pedir-lhe um favor.
Sakura deixou de lado o livro.
— O que deseja, sr. Yamato?
— O duque está interessado em uma nova invenção, uma locomotiva a vapor. Ele viu um artigo sobre o assunto de um tal Trevithick, mas não lembra em qual periódico foi publicado.
— Nesse caso, não deve ser muito antigo.
— Por onde deveríamos começar a pesquisa?
— Bem, não tenho visto compêndios técnicos por aqui. E o senhor?
—Também não. Até hoje o duque não demonstrou interesse pela engenharia. Agora aceitou que tais máquinas são a chave do futuro e resolveu entendê-las.
— Acredito que poderemos encontrar algo. Aqui há a coleção completa. Qual o senhor escolheria?
— Hum...
— O Annual Register.
— Por que esse ar de triunfo, srta. Haruno?
— Ora, o Monthly Magazine tem um índice, enquanto o Annual Register, apenas uma lista dos assuntos.
Ambos riam quando o marquês entrou, de cenho franzido. Sakura considerou que, ele tivesse penas no pescoço, elas estaria eriçadas. Ela mesma corou, sem motivo.
— Yamato... — Sasuke anuiu com frieza.
— Milorde. — O sr. Yamato inclinou-se e foí até o lado oposto, para iniciar a busca.
— Minha mãe pediu-me para trazer-lhe isto. — Sasuke estendeu um exemplar . — Avisou que é para escolher o modelo do vestido de noiva.
Sem nenhum entusiasmo, Sakura aceitou a revista.
— Obrigada.
O marquês fitou o secretário, que examinava exemplares do Annual Register.
— Não gostaria de dar um passeio? — Sasuke perguntou.
— No momento, não.
Diante da negativa enérgica, o marquês sentou-se em uma poltrona, sem perder um só movimento da noiva e do secretário. Sakura disfarçou o constrangimento e foi ajudar na pesquisa do sr. Yamato. Preocupou-se com o jovem, que, se caísse em desgraça com o marquês, poderia ser demitido de Uchiha Park.
Uma pena que o mesmo não aconteceria com ela.
Sakura achou um artigo relevante e chamou a atenção do secretário:
— Veja, aqui há uma descrição de uma carruagem a vapor que está em uso na mina. Talvez interesse ao duque.
— Sem dúvida. — Yamato examinou o exemplar. — Ah, também encontrei um artigo sobre Trevithick que pode ser o que o duque tinha em mente! Obrigado, srta. Haruno.
O secretário saiu, sem esconder o alívio de deixar a atmosfera pesada.
— Como vê, milorde, nada de lascivo estava em curso — Sakura comentou, ácida.
Sasuke levantou-se com arrogância.
— Avisarei Yamato de que ele está proibido de ficar sozinho com a senhorita.
— Seu... seu... — Quase espumando de raiva, Sakura não encontrou palavras para atingi-lo.
O marquês saiu, e ela fechou uma porta de vidro com tanta força que uma das margens biseladas rachou.
— Deus do céu! — Sakura levou as mãos à cabeça. — Quanto custará uma porta dessas?
Em seguida, lembrou-se de que não era necessário preocupar-se. Querendo ou não, fazia parte da família. Resoluta, foi até a mesa central e tocou o sino. Um criado entrou em segundos.
— Uma porta de vidro rachou. Por favor, Sai, peça alguém que troque essa porta.
— Sim, srta.Haruno. — Espantado, fitou-a e se foi.
Sakura compreendeu que era a primeira vez que se dirigia a um membro da criadagem com a altivez de um nobre. E não soube dizer se isso era um progresso ou uma derrota.
Ainda assim, sentiu-se envergonhada em imaginar que o rapaz pudesse ter escutado o que se passara ali. Mas acabou por entender que a única maneira de tornar suportável a existência na mansão seria fingir que os servos eram bonecos de madeira.
Ocorreu-lhe que seria bem mais feliz como serviçal na mansão do que como um de seus membros. Uma criada de nível superior, evidente. A governanta, por exemplo. Assim poderia passar as noites discutindo os acontecimentos estranhos da família, relaxar e ser ela mesma.
Mais tarde deu-se conta de que, ao discutir com o marquês perdera uma ótima ocasião de esclarecer a verdade. A próxima iniciativa partiu do duque:
— A notícia está nos jornais, Sasuke — ele comentou, com severidade, durante uma noite em família, e passou o exemplar para o filho. — Está na hora de apresentar sua noiva a nossos conhecidos.
— Como queira — Sasuke concordou com enfado e com olhar distraído para o jornal, sem largar o livro que lia.
— Então, faremos uma recepção para os arrendatários e um baile para os vizinhos. Virão muitos visitantes. Os noivos receberão a todos com amabilidade.
— Como queira, sir.
O duque irritou-se, e a duquesa interveio:
— Sasuke, até os servos têm reparado em seu comportamento estranho para um apaixonado. Além do mais, como poderá entender-se com Sakura se um evita o outro?
— Mamãe, eu e Sakura haveremos de entender-nos muito bem. — A ironia foi cortante.
— Sasuke, amanhã leve a srta. Haruno para um passeio pela propriedade.
Os dois se encararam, e o marquês entendeu que não devia repetir o "como queira".
— Certo. Sakura, a que horas lhe será conveniente?
— Nove e meia, milorde?
O marquês fez que sim, fitou o duque com sarcasmo e retomou a leitura do livro.
O duque olhava Sasuke, pronto para explodir. Mikoto os observava, preocupada. O ambiente familiar dos Uchiha era difícil de suportar. Seria por causa das infidelidades passadas, do casamento atual ou sempre fora assim?
Sakura surpreendeu-se pela vontade de ajudá-los. Bobagem... Tinha de cuidar de si mesma.
Desculpou-se em voz baixa e foi para seus aposentos.
Na cama, refletiu se poderia aproveitar o dia seguinte para desfazer o engano das palavras irrefletidas. Talvez assim pudessem construir pelo menos uma base amigável para uma união honesta.
Sakura não podia imaginar o tamanho do empreendimento representado pelo ducado dos Uchiha. O marquês conhecia desde os porões gelados até os sótãos empoeirados. A despeito de sua arrogância, tinha informações sobre todos os servos e suas necessidades.
Chamava muitos pelo nome. Falaram com Reiko, a criada mais antiga, com Naomi , a responsável pela lavanderia, e com uma das arrumadeíras, Keiko.
Entre os muitos trabalhadores anônimos, boa parte espantou-se ao ver um membro do Uchiha.
Havia carpinteiros, pintores e pedreiros que serviam sem cessar para a manutenção da casa grande, da fazenda da família e das inúmeras construções de apoio. Os serviços de alimentação, lavagem de roupas e limpeza eram feitos para os proprietários e para as trezentas pessoas que mantinham tudo funcionando. Eram servos trabalhando para os servos.
Existia uma cervejária, uma padaria, uma lavanderia enorme e um exército de costureiras. Fazia-se sabão e vinagre, e toda a produção da fazenda era cozida para uso imediato ou para fazer conservas.
Os servos mais graduados, como o administrador, o intendente, o mordomo e a governanta, supervisionavam o maquinário e o andamento de todos os serviços, e ocupavam posição social da pequena nobreza.
O marquês explicou a Sakura todos os detalhes com tanta formalidade que ela achou impossível tocar em um assunte pessoal.
Depois do almoço, foram ver as hortas, os pomares, as plantacões de ervas e a sucessão de casas. Passaram pelos canis, pela ferraria, pelas estrebarias, onde estavam os quarenta cavalos da família e onde caberiam até cem.
Exausta, Sakura pediu para descansar. O marquês descrevia tudo com carinho e mostrava-se mais descontraído.
— Como é possível entender um lugar tão imenso?
— Eu cresci aqui. Quando criança, sempre conseguia escapar um pouco de meus tutores. Adorava ver os cavalos, passar o dedo nos tachos de doce da cozinha. Srta. Haruno, por acaso sabe montar?
— Não. Nunca aprendi.
— Vamos comprar-lhe uma roupa de montaria e eu poderei ministrar-lhe aulas de equitação. Assim, teremos o que fazer durante a lua-de-mel. Ou por acaso imaginou que iríamos passar o tempo inteiro na cama? Sou apenas um homem normal, minha cara. Sendo assim, terá de se satisfazer só comigo, embora lhe agrade a pluralidade.
Sakura virou-se para esconder o rubor.
— Não é nada disso... — Engoliu em seco e tornou a encará-lo. — Não é nada disso — repetiu.
— É um pouco tarde para modéstias virginais, embora eu deva dar-lhe os parabéns pela atuação. Acredito que não terá dificuldade em persuadir a população local de nosso amor.
— Não estou representando, Lorde Sasuke.
O marquês encostou-se ha porta de uma baia e observou-a.
— Por acaso está tentando dizer que ainda é... virgem?
— Sim.
— E por que mentir agora? Não espere que eu seja tão tolo a ponto de acreditar na ampola de sangue escondida, que vai manchar os lençóis.
Sakura respirou fundo.
— Estou sendo sincera, milorde. Nunca fui tocada por ninguém. O que eu falei foi com a esperança de romper o compromisso. Não imaginava que milorde não pudesse fazê-lo.
O marquês ergueu-lhe o queixo com um dedo e viu-lhe os orbes verdes cheios de lágrimas.
— Sakura, uma mentira envenena a verdade. Como saber que não está mentindo agora?
— Milorde saberá. Ele se afastou.
— Nem pode imaginar, srta. Haruno, como estou tentado a possuí-la neste instante. Se falou a verdade antes, com certeza é o que está querendo. Se mentiu, é o que merecia. Nenhuma moça decente teria falado daquela maneira.
— Seja qual for sua ideia de "moça decente", acredito que o casamento é uma instituição opressiva que deveria ser evitada pelas mulheres. O desejo é um outro tipo de prisão. Eu jamais me entregaria a um homem que eu não amasse e em quem não confiasse. E ainda não encontrei esse homem.
— E se o encontrar depois de nos casarmos?
— Manterei meus votos matrimoniais. E quanto a você, milorde?
Sakura gostou de vê-lo corar, mas a sensação de vitória foi curta.
— Tudo dependerá do quanto você me agradar. Tomara que seus amantes tenham sido bons professores.
— Nunca tive amantes!
— E diz isso com essa frieza? Embora seja difícil, eu gostaria de acreditar que sempre controlou seus namorados para que mantivessem sua virgindade. Mas será que não...
Sakura passou a mão nos olhos com raiva, para afastar as lágrimas indesejadas.
— Sinto muito, milorde, por ter dito tudo aquilo. Agora recebo a punição justa. Com licença.
Sasuke agarrou-a pelos braços.
— Você merecia umas chibatadas!
— Solte-me!
Alguém pigarreou bem próximo.
Ambos se viraram. Era Ibiki, o cavalariço-chefe.
— Se quiser, milorde, posso levar a srta. Haruno para casa. O marquês apertou-lhe ainda mais os braços finos, e Sakura deu um grito.
— Se tem amor a seu posto, Ibiki, vá embora já!
O homem não se mexeu.
Sakura não duvidou que o marquês descontaria a fúria no servo. Talvez o matasse.
— Milorde, Ibiki deve estar imaginando que pretende machucar-me. Ele não sabe que o senhor jamais faria isso. — Sorrindo, encostou a mão trémula no rosto de futuro marido, que a fitou com ódio. — Meu querido, nossas discussões amorosas devem parecer verdadeiras para Ibiki. Não poderá cupá-lo por querer proteger-me, não é?
Sasuke entendeu o jogo de Sakura, procurou acalmar-se e sorriu também.
— Claro que não, minha querida. Só posso alegrar-me por seus defensores. — Abraçou-a pela cintura encostando seus corpos, e Sakura esforçou-se para não empurrá-lo. — Não se preocupe, Ibiki. A srta. Haruno e eu estamos muito nervosos com a proximidade do casamento.
Aliviado, Ibiki afastou-se.
— Você teve muita presença de espírito.
— Deixe-me.
O marquês pressionou-a de encontro ao peito, e Sakura sentiu o formato do abdómen, das coxas, do...
— Minha cara, não acha aconselhável uma demonstração de nossa paixão?
— Não! — Ela procurou escapar. — Largue-me!
— Tenho uma proposta a fazer-lhe.
— Sobre o quê?
— Se representar sua parte de acordo, evitarei assediá-la com minhas atenções inoportunas, e nem a atormentarei com a lembrança de suas façanhas.
— Eu o farei.
— Quero que se vista de maneira adequada, assuma um procedimento condizente com uma futura marquesa e finja estar apaixonada.
— Milorde está pedindo submissão total! — Estremeceu com a pressão do peito de Sasuke em seu busto e detestou o sorriso conquistador.
— Exceto em público, você estará livre de minhas atenções. É o que deseja, não é?
— Está bem. — Não havia saída. — Solte-me!
Sasuke obedeceu, e Sakura só pensou em fugir. Mas ele tornou a detê-la, dessa vez pelo pulso.
— Devagar. Nosso acordo já começou. Seque seus olhos. — O marquês estendeu-lhe um lenço e o braço.
E, como um casal que se entendia, voltaram para a mansão.
Ibiki observou os dois se afastarem. Mesmo que perdesse o emprego e a vida, não teria ficado inerte. Ensinara o marquês a cavalgar desde o primeiro pônei e quase tudo o que sabia sobre cavalos. Sasuke era uma boa pessoa, mas tinha um temperamento terrível quando contrariado. Lembrou-se da permissão do duque para dar-lhe alguns tapas se fosse preciso. Batera-lhe uma vez com o chicote, quando o menino descontara! sua raiva em um cavalo.
O garoto correra para queixar-se ao pai, e o duque viera verificar o que acontecera com a égua. Ordenara a Ibiki para dar mais seis chicotadas no garoto ali mesmo, na estrebaria. Dali para a frente não houve mais problemas, e o marquês não guardou ressentimentos.
Uma pena que não houvesse ninguém para dar-lhe mais uma lição, por tratar daquela maneira uma lady tão encantadora quanto a srta. Haruno.
Discussões amorosas! Com efeito! Que demonstração de amor mais curiosa!
Os criados comentavam sobre eles, embora sem poder afirmar nada sobre o que estava acontecendo. Alguns pensavam que o marquês a deflorara, mas ninguém parecia com pressa de vê-los casados, mesmo porque não havia gravidez à vista. E com certeza não eram apaixonados.
A srta. Haruno era uma jovem agradável, mas não era o tipo que agradaria ao marquês.
Ibiki sacudiu a cabeça e voltou aos cavalos. Eles tinham mais sensibilidade que os homens.
.....continua
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