História A Máscara - A Busca: Parte 2

- O que? Como assim desapareceu?

- Eu não sei, o Kyle disse que ela foi tomar um ar e não voltou para a cafeteira, aí ele foi ver aonde ela estava. Ele pensou que ela tinha fugido dele, por isso demorou para fazer alguma coisa. A garçonete disse que viu ela correr.

- Será que ela apenas não foi para algum lugar não?

- Eu já fui em todos os lugares que ela poderia ir, ela não está lá. O Kyle disse que ia procurar um pouco ela de carro antes de ir embora.

- Você já falou com a polícia? Que horas foi isso?

- Foi as 14:00 que ela desapareceu, a gente ia fazer isso. Mas o Kyle recebeu uma mensagem dizendo: "sem polícia ou ela morre."

- Aí meu Deus, aonde você está? Eu vou ir aí.

- Eu estou sozinho aqui em casa, é melhor irmos para sua casa. Toda vez que pisco eu vejo o corpo da minha mãe jogado no chão.

- O que? Sua mãe morreu?

- Não, o assassino envenenou ela, mas ela já está estável no hospital. Agora, só falta voltar para a casa.

- Nossa, que horrivel. Eu ja estou indo de buscar.

Bailey pegou as chaves de seu carro vermelho - que era de seu pai - e foi pegar Josh. Ele estava com um moletom tentando se aquecer quando ela apareceu. Ela estava de cabelo preso, deixando apenas alguns fios ondulados fora do rabo de cavalo.

- Nunca tinha visto você de cabelo preso, fica bonita. Deveria usar mais vezes assim.

- Obrigada, mas você tem idéia do que pode ter acontecido com a Kristen?

- Não sei, espero que ela esteja bem.  - Disse Josh.

- Foi por mensagem ou ligação? - Perguntou Bailey.

- Mensagem, ele nunca liga não.

- Ele ligou para mim, quando matou meu pai.

- Como era a voz dele? - Perguntou Josh. Atento.

- Era abafada, e parecia usar um programa para alterar a voz.

- Deveria ter gravado a voz dele. O vizinho da Kristen sabe mexer com essas coisas. - Disse Josh.

- Qual é o nome dele?

- Robbie Gosto... É Robbie Torres. - Disse Josh. Um pouco constrangido.

- Ele é latino?

- Acho que sim.

- Acha que ele podia ajudar?

- Sim, mas você não tem a voz dele gravada.

- Vamos lá na casa dele, quem sabe?

Eles foram para a casa de Robbie, ela estava sendo reformada e cheirava a tinta. Metade estava pintada e a outra metade continuava no tom amarelo. O vento estava forte, fazendo o cabelo de Bailey balançar. Josh bateu na porta e eles esperaram por uma moça de uns 20 anos de pele bronzeada e cabelos pretos que eles viram pelo vidro da porta. Ela abriu a porta, sorriu para eles e perguntou:

- Olá?

- Oi, é - Disse Josh. Procurando pela palavra certa. - Senhorita, podemos falar com o Robbie? -

- Claro, vocês são amigos dele? E podem me chamar de Katie.

- Ele é da nossa escola, ele conhece a gente. As vezes a gente fica ali, na casa da Kristen Roberts. - Disse Josh. Apontando para a velha casa de porta lilás.

- Ah, sim. Espere um minutinho.

Katie era extremamente bonita, aquele tipo de garota que quando passa na rua todos olham. Os homens queriam ela, e as mulheres queriam ser ela. Bailey virou para Josh e cochichou:

- Aí meu Deus, eu conheço ela. Ela estuda arquitetura na minha escola. Ela é tão bonita.

- Sim, ela é maravilhosa, e um amorzinho de pessoa.

- Que cabelo é aquele, senhor. - Disse Bailey. Fingindo se abanar com a mão.

Ela voltou a porta e disse:

- Pode entrar, o quarto dele fica lá em cima. Logo depois do meu quarto. É fácil de identificar, tem bastante bichinhos de pelúcia. - Disse Katie. Ela riu um pouco e abriu espaço para eles entrarem. - Ei, eu conheço você. Huuum, Bailey né?

- Sim, estudamos na mesma faculdade. Faço jornalismo.

- Faço arquitetura com o Professor Mosby. Conhece?

-Claro, dizem que ele é ótimo. Faço com a Bethany Jones, tipo, ela é a melhor jornalista do estado.

- Sim, ela é incrível.

Os três subiram as escadas, Bailey e Katie conversavam sobre a faculdade. Enquanto Josh subia sozinho, tentava não pensar no beijo que aconteceu entre ele e Filip. Mas a verdade era que aquilo não tinha saído de sua mente nem por um segundo. O jeito que ele foi embora. Foi extremamente horrivel, ele tinha medo da amizade entre eles acabar por causa disso. Filip era a pessoa mais importante de sua vida, e ele sabia que não era fácil ser amigo de um gay. Piadas constantes e as pessoas insinuando que os dois eram um casal, nauseavam Josh. Não pela possibilidade de ter algo com Filip, mas por que as pessoas tinham essa mania. Não conseguiam ver duas pessoas do sexo oposto - ou duas pessoas do mesmo sexo, mas com orientação sexual diferente - que começam a insinuar coisas. Era possível ter uma amizade com alguém sem ter nenhum envolvimento romântico ou sexual. Filip, ou como gostava de chamar palito de fósforo, por conta de seus cabelos ruivos. Era seu amigo, era a pessoa que brincava com ele na infância, era a pessoa que ele chamaria para enterrar um corpo. Filip, era sua pessoa.

Os degraus haviam acabado e ele voltou para a realidade. Bailey olhou para ele e disse:

- Ei, Josh. Está avoado, pensando no seu inacabado? - Disse Bailey. Com um sorriso malicioso nos lábios.

Eles seguiram no corredor e bateram na porta do Robbie. Ele abriu a porta, vestindo uma camisa cinza, tinha cabelos pretos e um abdômen bem definido. Josh e Bailey ficaram de queixo caído, Bailey se inclinou um pouco e cochichou:

- Não sei se você estava pensando em alguém. Mas depois de ver isso, tenho certeza que esqueceu.

Robbie arqueou a sobrancelha,  deu um sorriso e deixou Bailey e Josh entrarem. Ele virou para eles e com uma voz grossa e máscula disse:

- O que trazem vocês ao meu humilde quarto?

- Bem, achamos que algo aconteceu com a Kristen. E Josh comentou que você manda bem nesse negócio de computação. Então, viemos aqui pedir a sua ajuda. Você poderia ajudar a gente? - Disse Bailey.

Robbie arqueou a sobrancelha novamente, e Bailey continuou.

- Por favor. - Ela dava um sorrisinho e apertava os olhos como uma criança de 6 anos.

- Bem, o que aconteceu com ela?

- Bem... Ela... Ela... Achamos que ela foi sequestrada. - Disse Bailey.

- Sequestrada?

- Sabe as mortes que vem acontecendo? Como a de Luce? Tem um assassino atrás da gente, e achamos que ele pegou a Kristen. - Disse Josh

- Já falaram isso para a polícia?

- Sobre o assassino? Sim, mas sobre o sequestro não. Ele mandou uma mensagem dizendo que se a gente envolvesse polícia, ela iria morrer. - Disse Bailey.

- Ela estava com o celular?

- Acho que sim. - Disse Josh.

- Ok, qual é o número do telefone dela?

- Não acho que essa seja a melhor hora para chamar ela para sair. - Disse Josh.

Bailey e Robbie olharam para ele arqueando a sobrancelha.

- Desculpe, eu faço piadas quando estou nervoso. Vocês não sabem quantas piadas de toc toc, eu fiz o Kyle escutar.

- Tudo bem, é sempre bom ter  alguém para descontrair o ambiente. - Disse Robbie.

Robbie sentou na frente do computador e começou a usar um programa de localização, ele começou a falar com ele mesmo. Josh e Bailey sentaram, não queriam tirar sua concentração. O telefone de Josh vibrou e ele gritou:

- Aí meu Deus. Ele mandou uma mensagem. "Vocês têm 23 minutos para chegar aqui, ou ela morre." Tenta ir mais rápido aí, Robbie.

- Estou tentando, mas o sinal está mudando de local toda hora. O sinal está louco. Para conseguir fixar ele vai demorar no mínimo uns 13 minutos.

Josh e Bailey bufaram, e esperaram

ele fazer o seu trabalho. 13 minutos depois ele se vira para Bailey e Josh com um sorriso e diz:

- Achei!