Kristen não havia falado com Kyle desde o dia em que ele estava mal. Ele não tinha ligado e ela também não falou. Então, quando eles se encontraram no mercado, ela ficou bem surpresa. Ela comprava as coisas para passar o Natal em casa, ela chamou seus amigos pois seus pais tinham ido para uma conferência em Los Angeles. A mãe de Kristen viajava muito por conta de seu trabalho, e seu pai ia junto. O trabalho dele não prendia ele e então, ele aproveitava para viajar com a sua mulher. Antigamente, Kristen ia nas viagens com eles, mas com o tempo ela descobriu que ficar em casa era a melhor coisa do mundo. Ela amava ficar sozinha e ter essa liberdade. Sua mãe tinha cancelado 3 viagens por conta do sequestro. Mas Kristen insistiu para ela ir nessa, fazia várias semanas que o assassino não fazia nada e a investigação da Kendra e de Bailey iam muito bem. Eles tinham uma foto do assassino e descobriram ligações entre ele e outros assassinos. Kyle olhou para ela e deu um sorriso, ela retribuiu com um pouco de raiva e ele disse:
- Oi.
- Oi, Kyle.
- Você parece brava. O que aconteceu?
- Além do meu namorado parar de falar com comigo e achar que está tudo normal? Nada.
- Kristen, olha, me perdoa. Mas não está sendo fácil para mim, desde que eu estive com você, muita coisa aconteceu.
- Claro, eu também terminaria comigo por uma garota de Los Angeles.
- Eu não terminei com você, precisava pensar. E se você estiver falando da minha prima... Está redondamente enganada.
A moça do caixa olhava atentamente para eles extremamente interessada naquela conversa.
- Se você não queria mais o namoro, falava comigo, Kyle. Não ignorava, isso não é um namoro da quinta série.
- Eu não falei com você porque - Ele respirou fundo. - Porque eu te amo, Kristen. E sei que se eu te contasse o que está acontecendo comigo, você ficaria por pena. E eu não quero ser egoísta com você.
Kristen olhou nos olhos dele, ela conseguia ver o arrependimento ali. Ele estava quase chorando e Kristen se sentiu mal.
- Kyle... Você está me assustando. O que aconteceu?
Ele desviou o olhar e colocou as mãos no balcão enquanto a moça fingia estar consultando o preço do atum enlatado. Ele abaixou a cabeça e disse bem baixo:
- Há mais ou menos 4 semanas atrás, minha mãe descobriu que estava com Alzheimer, e ela poderia ter passado para mim, então eu fiz o exame. E o resultado saiu no dia do nosso aniversário de namoro.
- Não!
Kristen estava chorando. A moça do caixa passou a mão no rosto, parecia chorar também, Kyle levantou o rosto e uma lágrima que estava no seu queixo caiu em cima no balcão.
- Kyle, eu não vou sair de perto de você. E o fato de você acreditar que eu faria isso dói o meu coração.
- Não. Não Kristen. Você não entende, você mereça alguém que acorde e lembre cada pedacinho seu, que lembre quem você é. Que lembre que você ama café com leite. E eu não serei esse cara.
Ela abraçou ele, a moça tinha terminado de passar os produtos mas não quis interromper eles. Eles se afastaram e Kristen limpou um lágrima que ameaçava cair. Sua expressão denunciava o quanto tinha chorado, seus olhos estavam vermelhos e o seu nariz também vermelho. Ela sorriu tentando disfarçar e perguntou:
- Quer passar o Natal lá em casa? Vai todo mundo para lá. A Bailey, Josh, Filip, Kendra e Robbie.
Kyle franziu o cenho.
- Robbie? O mesmo Robbie que é o seu vizinho e é extremamente bonito?
- Sim, ele me ajudou muito quando achei que você tinha sido um idiota comigo.
- Que forma de ajuda?
- Vai ficar com ciúmes mesmo?
- Você estava com raiva de mim e achou que tínhamos terminado, só queria esclarecer as coisas.
- Para o seu governo, ele tem namorada. E mesmo se não tivesse, eu tenho total direto de ter amigos homens.
- Tem razão, desculpa.
- Ah, adivinha quem tá namorando?
- Pela sua felicidade acho que é a Bailey e o Robbie, acertei? - Disse Josh.
- Não, o meu casal ta vivo, Kyle. Filip e Josh.
- Queria que você ficasse entusiasmada desse jeito quando te pedi em namoro.
- Aposto que você nem lembra disso.
- Aposto que a Bailey lembra disso, e sim. Eu lembro. Foi na sua casa, você e eu estavamos conversando baixinho de madrugada, grudados um com o outro. Aí eu pedi para você ser minha namorada. Você assentiu com a cabeça de olhos fechados e dormiu.
Eles saíram do mercado.
- Acertou! Um ponto na tabela monogâmica.
- Tabela monogâmica? Nosso relacionamento vai ser baseado nisso?
- Qual é a graça de namorar se você não ganha nada?
Ele revirou os olhos e sorriu.
- E... Como vai sua mãe?
- Mal, hoje tive que ensinar a ela como se escreve laranja.
- Sinto muito, de verdade.
- A assistente dela está procurando alguns tratamentos. Mas só vai retardar o Alzheimer.
Kyle chegou em seu carro, e eles perceberam que iriam para caminhos totalmente diferentes. Kyle franziu o cenho e peguntou:
- Não vai para a casa não?
- Tenho que comprar mais coisas. Vai passar o Natal lá em casa?
- Eu não sei, a minha mãe está mal. Mas eu vou ver o que eu faço. Beijo.
- Está bem. Beijo.
Kyle entrou no carro de sua mãe e sorriu quando percebeu que Kristen observava ele. Kristen foi no fim da rua para comprar um pernil. Era véspera e eles estavam mais baratos, e como ela não queria sair amanhã para comprar um pernil para a ceia, ela resolveu comprar hoje. A rua ficava extremamente cheia, as pessoas empurrando uma as outras. Lembrou Kristen da primeira vez que foi para Nova York. Tyrth Street era a Times Square de MountainWood, tirando os telões incríveis.
Um homem gorducho e de barba atendeu ela, ele parecia zangado, mas se Kristen tivesse que passar a véspera de Natal vendendo pernil para a ceia, ela também ficaria. Ela sorriu para ele sem jeito e pediu um pernil. Ele pegou um pernil enorme que estava no fundo do freezer e trouxe para ela.
- Vinte dólares. - Disse o velho com uma voz grossa.
Kristen vasculhou na sua bolsa atrás de dinheiro e entregou uma nota amassada de vinte. Ele conferiu se era verdadeira e ela saiu da loja, seus braços estavam vermelhos por causa das sacolas. O que fez ela se arrepender amargamente por ter comprado um papai noel de uns 10 kilos. Ela colocou as sacolas no chão com cautela e pegou o telefone para chamar um Táxi.
Um carro preto com um letreiro escrito táxi parou perto dela e ela entrou. Olhando para o celular, ela disse ao taxista a rua que ele deveria ir. Quando olhou para ele pelo retrovisor. Ela viu a máscara, aquela máscara que ela conhecia mais que ninguém. Ela tentou gritar mas parecia que estava travada, sua voz não saia. E todo aquele filme de terror passou pela sua cabeça de novo. Ela tentou abrir as portas, mas estavam trancadas. O assassino pegou uma caixa de presente e jogou para trás. Ela começou a chorar, por que ele voltou? Por que ela acreditou que tudo isso tinha acabado? As lágrimas de pânico caiam no seu colo. O presente dizia "para a vadia mais mentirosa de MountainWood." Ela não queria abrir, sabia que não iria vir coisa boa dali. A máscara parecia diferente, antes ela mostrava uma expressão seria. E agora, tinha um sorriso sarcástico moldado nela. Ele parou o carro em uma espécie de floresta aberta e virou lentamente a cabeça para Kristen. Ela gritou e ele tampou a boca dela. Havia uma faca no banco do carona, ele pegou e mostrou para Kristen. Quando percebeu que ela estava calma, voltou para o seu banco e abriu a porta ela pegou as coisas e correu. Tentou olhar a placa mas percebeu que não tinha, ela não sabia o porquê dela ter deixado ela ir. Mas tinha quase certeza que estava ligado com aquele presente.
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