História A Máscara - Quebra-cabeça

Kendra e tentou abrir os olhos, mas não conseguiu, conseguia ouvir vozes familiares perto dela. Estava cansada demais para abrir os olhos, mas forçou um pouco os olhos para ver de quem era as vozes que ela tanto ouvia. Em um canto, nem tão distante deles, Kendra ouvia uma moça de voz doce pedindo para um senhor - que provavelmente era um idoso - tomar os seus remédios, e ele, resistindo. Ela tentou abrir os olhos para ver o senhor e a moça mas a luz estava forte, e machucava os seus olhos. Fizera um silêncio momentâneo e Kendra escutou uma voz masculina dizendo:

- Ela está acordando! Graças a Deus, ela está acordando.

Ela abriu os olhos totalmente mesmo com a luz impedindo, seus amigos olhavam para ela felizes por ela estar viva. Estavam todos ali, menos Bailey. Ela olhou para eles e procurou com os olhos para ver se Bailey estava por perto. Ela virou de volta para os amigos e tentou balbuciar algumas palavras:

- A-aonde está... aonde está a Bailey?

Eles se entreolharam sem dizer nada, até que Kristen virou e disse:

- Ahn, ela... Ela... - Ela suspirou procurando pelas palavras certas. - Você foi atacada pelo assassino, e inexplicavelmente, ele atacou o seu fígado. Aí a Bailey duou um pedaço do dela para você pois vocês tem o mesmo tipo sanguíneo.

Kendra se mexeu na maca, e sentiu uma dor um pouco abaixo do seio. Ela encostou com cautela e pode sentir as suturas. Kendra olhou de novo para os amigos e disse:

- Eu quero ver ela.

- Não pode, você ainda não está boa. Mas acredite, sua amiga está bem. Ela é muito corajosa. - Disse um homem de jaleco que Kendra presumiu ser seu médico.

Kendra sorriu e respondeu:

- É, ela é sim.

- E você também, senhorita Stuart. Olhando as suas condições físicas, era para você estar morta. Mesmo que tenha sido no estômago, tivemos que alimentar a senhorita com soro. - Disse o médico.

- Mas, por que ela teve que doar um pedaço do fígado dela? O fígado não se regenera? - Disse Kendra.

- Pois bem. Sim, o fígado se regenera. Mas o seu fígado não estava em boas condições, e era um corte grande. Logo, precisávamos de um outro fígado.

Josh chegou bem perto dela e disse bem baixinho quase em lágrimas:

- Por que não contou para a gente o que estava acontecendo? Poderíamos ter te ajudado.

- Me desculpa, é que eu queria ser melhor. Eu queria ser reconhecida por algo. Quer dizer, a Kristen tem a beleza, você é engraçado, Filip inteligente e Kyle simpático. Mas eu não tinha nada para me destacar dos outros e...

Kendra foi interrompida por uma voz conhecida, era Will. Ele trazia um buquê de flores nas mãos. Tinha um sorriso carinhoso e uma expressão de preocupação. Os seus amigos olharam para o estranho e tentaram adivinhar quem era. Ele caminhou lentamente até Kendra e disse:

- Eu estava vendo TV no Mountain Coffee, e o jornal local disse o que havia acontecido com você, aí eu vim o mais rápido que pude. E, eu trouxe essas flores para você.

- Muito obrigada. Kristen, pega elas para mim? O meu corpo doi quando faço algum movimento.

Kristen assentiu e tomou as flores da mão de Will. Ele chegou perto dela e sorriu. Os amigos de Kendra saíram e deixaram os dois á sós.

Josh que ainda estava chocado com o estranho que havia retirado eles da sala perguntou:

- Quem é o cara? Parece bem mais velho, achei que fosse só eu que ficava com pessoas mais velhas.

Filip levantou uma sobrancelha para ele mostrando desaprovação. E Josh riu vendo a cara do namorado e disse:

- Calma, quando digo mais velho quero dizer 17 no máximo 18.

- Você já apresentou o Josh para sua família, Filip? Por que eu acho que isso é uma má idéia. - Disse Kristen.

- Ah, não. Meus pais, principalmente meu pai. É muito conservador, acredita que os LGBT's são aberrações e que deveria voltar a ditadura militar.

- Um conselho. De um livro de história para o seu pai. Ele está precisando. - Disse Kristen.

- Sim, já tentei mostrar para ele o que aconteceu mas ele não me escuta. E eu acho melhor não provocar, ele já quer me colocar em uma escola militar. Se eu fizer isso, já passo. - Disse Filip.

- Bom, mas é melhor assim. - Disse Josh.

Kristen abriu sua bolsa, a caixa estava lá, e ela pensou em contar para os amigos, mas não queria envolver eles nisso. Mais do que ja estavam envolvidos.

Filip e Josh pareciam discutir enquanto ela pensava no que deveria fazer. Poderia chamar Robbie para ver com ela, mas ele já tinha ido para casa e não parecia querer voltar. Estava estranho desde o que aconteceu com a Kendra, um pouco avoado e com medo. Mas afinal, quem não estava? Kristen voltou de seus pensamentos escutando a voz de Josh:

- Kristen? O piranha, tá escutando?

- Ahn, o quê?

- Filip não reprimi seus sentimentos?

- Ahn, bom, eu não sei. Preciso ir, beijos. - Disse Kristen. Correndo com a bolsa.

Kristen achou o quartinho da limpeza aonde guardavam as vassouras e panos. Ela tateou a parede em busca de um interruptor, mas não tinha nada ali. A sala era bem pequena e recebia luz das pequenas janelas que tinham no topo, Kristen respirou fundo, ergueu o braço e abriu a caixa com extrema cautela. Ficou com os olhos fechados por alguns segundos mas depois abriu para ver o que havia ali dentro. Tinha uma carta e um CD, e grudado no interior da caixa tinha fotos dela com Luce quando eram crianças. Ela sorriu vendo as fotos e se lembrou de quando as duas foram no parque, não ficava muita gente nele, então, elas brincaram de tudo um pouco. Tinha um enorme escorregador amarelo e elas chamaram ele de Sr. Amarelão, e as vezes, sua mãe até fazia a voz dele para elas brincarem.

Ela pegou a carta e torceu para estar escrito à mão para ver se achava a letra familiar. Mas não estava, letras recortadas de revistas e jornais de diferentes tamananhos formavam a seguinte mensagem:

"O quebra - cabeça está perto do fim, Kristen. Mas você não vai querer ver o que ele forma no final."