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História A mascote do vampiro - Intacto


Escrita por: emdji

Notas do Autor


eu não sei nem o que falar
amei essa fic 99%
aquele 1% foi o final que não foi do jeito que eu queria porque acabou o limite de palavras

fic feita especialmente pra última fase do the golden fics, sendo meu couple xiuyeol flop, o tema nerd x popular e o gênero sobrenatural

tenho tanta gente pra agradecer por ter me acompanhado até aqui que nossa
devo postar dois últimos capítulos amanhã
espero que gostem <3

obs: a pessoa é tão burra que erra até o título da fic

Capítulo 1 - Intacto


Fanfic / Fanfiction A mascote do vampiro - Intacto

70 dias antes

 

O histórico escolar de Kim Minseok era quase impecável, exceto por uma mancha vermelha irritante que se concentrava nas aulas de Educação Física em seu último ano do fundamental. Ele se recusava a fazer qualquer tipo de exercício que não fosse cortar a grama ou passear com a sua cadelinha, então se voluntariou a dar uma mãozinha extra pra bibliotecária da escola. Com um pouco de lábia, acabou sendo dispensado das aulas e se tornou praticamente um rato de biblioteca. Enquanto a maior parte do corpo estudantil ficava ao ar livre queimando calorias e exibindo sua coordenação motora, Minseok se revezava entre organizar as estantes de livros, catalogar os exemplares novos, conferir a lista de alunos que estavam em débito com a biblioteca e descobrir alguma obra literária com tema sobrenatural.

Ele empurrou os óculos com o indicador e estava devorando um dos exemplares surrados de Os Instrumentos Mortais quando um grupo de atletas do time de basquete entrou no vestiário. Minseok não pôde ficar na biblioteca naquele dia devido a algumas reformas de última hora, então imaginou que o vestiário seria uma boa opção. É claro que tinha planos de sair antes que a aula acabasse, mas havia ficado tão distraído com aquele clima entre Clary e Jace que nem se deu conta de que estava tão tarde.

Ele pressionou o livro contra o peito e desejou que os insultos não viessem dessa vez.

Mas eles sempre vinham.

“Olha quem tá aqui, pessoal!”

“A princesinha resolveu visitar os rapazes?”

“Ih, ele só tá aqui porque queria ver a gente tomando banho.”

“Viadinho de merda.”

Minseok continuou abraçado ao livro, implorando para que o personagem Magnus Bane, o Alto Feiticeiro do Brooklyn, conseguisse salvá-lo daquela situação.

Por um segundo, o rapaz percebeu o ferimento aberto de um dos atletas. Era um rasgo simples, logo abaixo do ombro. O jogador não parecia se importar com uma ferida tão pequena, mas os olhos de Minseok dobraram de tamanho quando uma gota de sangue escorreu pelo braço, manchando a pele clara.

Ele engoliu em seco com a visão e, por algum motivo, sentiu sua mão socar a cartilagem que envolvia o nariz da estrela do time, Wu Yifan. O jogador soltou um gemido, surpreendido pela ação repentina, e Minseok previu que a sua hora havia chegado quando os outros garotos fizeram um semicírculo, deixando-o sem saída. Yifan ia dar o primeiro golpe quando, por algum motivo, um dos outros jogadores avançou em cima dele, derrubando-o no chão. Minseok ficou grato quando viu que era Park Chanyeol, o único garoto do time tão alto quanto o outro.

Aproveitando-se da breve distração, ele pegou o exemplar da biblioteca que havia caído no chão e correu mais rápido que o Usain Bolt. Só parou quando chegou à enfermaria, o único lugar da escola em que um funcionário tinha mais poder que qualquer filhinho de papai. A enfermeira residente pediu a Minseok que se sentasse em uma das macas para que pudesse cuidar de sua mão direita. O rapaz negou a ajuda com um breve sorriso e pediu permissão para usar o banheiro. Relutante, a moça o liberou e foi cuidar de um intercambista chamado Zhang Yixing que parecia estar com uma séria infecção alimentar.

Acomodado no chão do pequeno cubículo, Kim Minseok continuou a leitura até a enfermeira bater na porta e perguntar se estava tudo bem. Ele havia ficado tão distraído com a cena de sequestro do livro que nem notou que já havia lambido todo o sangue de seu punho.

 

 

92 dias antes

 

 

 

O histórico escolar de Park Chanyeol era quase todo pecável, exceto por notas extremamente altas que se concentravam nas aulas de Educação Física. Ele nunca chegou perto da lista de honra que as escolas costumavam ter para os melhores alunos, mas tinha uma série de troféus e medalhas de “atleta do ano”. Ele sempre foi bom em esportes, mas seu desempenho em basquete parecia se destacar. É claro que ele ainda perdia para Wu Yifan nesse esporte, mas o sino-canadense tinha quase dois metros de altura, enquanto que Chanyeol, por hora, ainda estava com um metro e setenta e sete.

O rapaz tinha orelhas compridas, um sorriso bonito e um jeito brincalhão que costumava chamar a atenção de várias garotas. Quando o diretor da escola viu Park Chanyeol sentado de frente à sua secretária semanas antes do ocorrido no vestiário, ele pensou que talvez eles estivessem apenas flertando um com o outro como jovens costumam fazer. Ele mudou de ideia depois de reparar que o outro trazia alguns documentos e um sorriso triste no rosto.

“Vim pedir transferência.”

Os dois estavam sentados lado a lado e se encaravam como velhos amigos de data.

“Aconteceu alguma coisa, meu jovem?”

“Pra ser sincero, sim.” Chanyeol era emancipado e estava acostumado a resolver a maior parte de seus problemas sozinho, já que passava meses consecutivos sem notícias dos pais. Também estava acostumado a informalidades; especialmente com o diretor. “Descobri que desenvolvi uma doença de pele rara há pouco tempo. Eu não sou muito bom em biologia e nem com termos médicos, mas digamos que não posso ficar exposto ao sol sem precisar ficar internado, então preciso me transferir pra uma escola que tenha período noturno.”

“Não existe alguma forma de você se proteger do sol durante o dia?”

“Meus pais até possuem certos recursos, se é o que o senhor quer dizer.” Chanyeol mexeu na ponta da orelha direita, aparentando desconforto. Ele não esperava que o diretor fosse insistir tanto. “O problema, senhor Kim, é que eu preciso participar das aulas de Educação Física pra poder continuar na escola. O senhor sabe disso.”

Junmyeon consertou a sua postura na cadeira e revisou os documentos entregues por Park enquanto pensava em como ajudar o garoto. É claro que os pais dele eram ótimos patrocinadores e contribuíam bastante com os recursos que a escola dispunha, mas não era por isso que ele queria mantê-lo como estudante. A verdade é que a alegria de Chanyeol era contagiosa e costumava melhorar qualquer ambiente, e perdê-lo para uma escola adversária, mesmo com a maioria de suas notas beirando ao desespero colegial, seria perder alguém com grande potencial.

Kim Junmyeon levantou-se, foi até o seu escaninho e colocou a pastinha que Chanyeol havia feito com certo capricho na letra correspondente ao seu sobrenome. O rapaz arqueou as sobrancelhas, perplexo com a atitude do mais velho.

“Por enquanto, você está dispensado de suas aulas de Educação Física realizadas ao ar livre.” O diretor abriu um sorriso e retomou seu discurso. “A partir de agora, as suas notas serão baseadas apenas em natação e basquete até conseguirmos pensar em um método de avaliação mais válido. Eu sugiro que você arranje um tutor para melhorar o resto de seu boletim.”

De mãos vazias e com a consciência pesada, Chanyeol aproveitou o resto do horário vago para dar um pulo na biblioteca e descobrir se existia alguma forma de acabar com a sua verdadeira pendência.

 

 

 

67 dias antes

 

 

 

Kim Minseok faltou durante três dias seguidos e ninguém pareceu notar até o diretor Kim Junmyeon aparecer em uma das aulas de História procurando pelo rapaz. Os comentários sobre o paradeiro do garoto não foram nada perto dos boatos sobre o que havia acontecido com a estrela do time de basquete da escola, Wu Yifan. Todo mundo queria saber o porquê de Kris, como era apelidado por alguns de seus colegas, ter sido atacado por Park Chanyeol. E, é claro, nem se comparavam às fofocas sobre a suspensão de uma semana que o jogador recebeu por ter agredido seu colega “sem motivo aparente.”

Ninguém, é claro, ficou sabendo que Minseok é quem havia atacado Kris. Seria humilhação demais se descobrissem que um rato de biblioteca derrubou um atleta trinta centímetros mais alto.

Enquanto esteve fora, Minseok mandou uma mensagem de texto ao estudante de intercâmbio perguntando se a infecção havia amenizado. Yixing provavelmente foi o único dos duzentos estudantes que sentiu a sua falta, já que ambos foram “companheiros de enfermidade” naquela tarde e conversaram sobre como conseguiram sobreviver até então em um ambiente tão selvagem.

Foi também para Zhang Yixing que Minseok revelou pela primeira vez sobre a sua doença.

 

Km: como vão os vermes, xing?

Zy: ????

Km: não te ensinaram essa palavra ainda?

Zy: você tá me ofendendo minskeo

Zy: minseok* pora

Zy: eu desisto :(

Km: ufhwifhquhvmvwy

Km: quis dizer sua infecção

Zy: ah, foi mal

Zy: oh sehun me chamou de verme depois que ganhei dele no xadrez

Km: que chato :/

Zy: na verdade é bom aprender palavrões nvos

Zy: novos*

Zy: eu tô legal mas e você?!? não te vi na escola

Km:  tive uma recaída

Zy: por causa do yifan?

Km: acho que sim

Zy: ainda bem que o park te salvou né

Km: concordo

Km: eu fiquei tipo ??????? ele sabe que eu sou doente?

Km: e se ele contar pra alguém?

 

Como Yixing não visualizou as últimas duas mensagens em um período de cinco minutos, Minseok bloqueou o celular e se encolheu na cama. Ele provavelmente deveria ter ligado para a secretária da escola e dado alguma desculpa, mas se sentia tão desconfortável e impotente que achou que sua própria aparência denunciaria isso quando voltasse às aulas na semana seguinte. Isso e o fato que ele havia dado um soco em uma pessoa em um momento de pânico só faziam com que o rapaz quisesse desaparecer debaixo de seus cobertores.

Ele havia passado a maior parte do dia relendo o exemplar de Cidade dos Ossos e sentindo empatia com Simon Lewis. Como um garoto com uma vida tão normal havia se tornado um vampiro por ser um bom amigo? É claro que a friendzone de Simon deveria ter feito o personagem recuar, mas alguns personagens eram tão trouxas que pareciam realmente pessoas reais. Pelos próximos cinco dias, ele sentiu inveja de Simon. Ele poderia justificar a sua sede de sangue por causa de sua transformação e receberia apoio de seus semelhantes, embora os Caçadores de Sombra tivessem nojo do que ele havia se tornado.

Minseok temia a reação de seus semelhantes caso descobrissem a sua doença.

 

 

95 dias antes

 

 

Park Chanyeol faltou durante três dias seguidos e todo mundo pareceu notar que o garoto, supostamente a maior revelação do time de basquete daquele ano, não tinha aparecido na escola em sua limusine preta. Ele realmente não gostaria de perder os treinos preparatórios daquela semana, embora não se importasse nem um pouco de perder as conversas entediantes com os seus colegas de equipe. A verdade para o sumiço repentino do garoto é que Chanyeol foi abandonado em um beco escuro na noite anterior depois que seu melhor amigo, Oh Sehun, ligou desesperado para ele.

Eram onze e quinze da noite quando o seu celular vibrou pela primeira vez. Até onze e vinte e três, foram dezoito chamadas perdidas e cinco torpedos a cobrar. Ele deu permissão para as mensagens do 9090 e pegou uma de suas motos na garagem.

Normalmente, Chanyeol não dirigia. Tinha dois motoristas particulares que faziam isso por ele: um programado para as rotinas normais e outro para supostas emergências. Aquilo era obviamente uma emergência, mas o rapaz tratou de ignorar a inutilidade do motorista número 2 que roncava alto no sofá da sala de estar quando girou a chave e deu partida na moto.

O endereço escrito por Oh Sehun não ficava em um dos melhores bairros da cidade. Park sabia dos vícios do melhor amigo e suspirou enquanto um maço com várias notas altas pressionava seu bolso interno do casaco caro. Ele certamente teria uma conversa com o outro depois que aquilo tudo acabasse. Não que tivesse problemas em emprestar o dinheiro; ele só queria que Sehun parasse de se envolver com traficantes de má índole.

Chanyeol teve certa dificuldade em desmontar da moto. Há quanto tempo não praticava? Seis meses? Oito?

Ele se perdeu em meio a cálculos enquanto ligava para o melhor amigo.

Caixa postal.

As semelhanças entre um garoto e outro eram poucas. Os dois tinham cabelos tingidos, olhos pequenos e eram da mesma altura. No escuro, eles podiam ser confundidos se vistos de costas. Mas as diferenças acabavam por aí. Chanyeol tinha os cabelos com as pontas encaracoladas, enquanto os de Sehun viviam em madeixas rebeldes cobertas de gel. Chanyeol também sorria muito ao passo que Sehun tinha uma expressão carrancuda. Em meio a contradições e pais ausentes, ambos deram muito certo um com o outro.

“Oh Sehun?”

Ele se virou, surpreso por uma mulher estar procurando pelo seu amigo. Seus olhos se arregalaram quando encarou a dona da voz. Em uma outra ocasião, Park provavelmente teria ficado encantado com o tamanho do decote e com a beleza exótica da mulher. Talvez tivesse até audácia o suficiente para elogiá-la e fazer o que garotos ricos costumavam fazer em noites frias como aquela.

Naquela ocasião, no entanto, ele só foi capaz de observar o sangue que manchava o vestido branco.

“O débito é com você?”

“Todas as dívidas são comigo, meu amor.” Ela arrastou a unha postiça na parte exposta de seu pescoço. “Pensei que você já soubesse.”

“E-eu não sou Oh Sehun.” Chanyeol estava muito nervoso. Esforçava-se para não parecer tão amedrontado quanto estava. “Ele é meu amigo.”

A mulher pareceu achar aquilo divertido e deu uma gargalhada.

“Então você sabe que amigos pagam dívidas de amigos.”

Dizendo isso, a mulher cravou as presas agora expostas no pescoço do rapaz. Chanyeol gostaria de dizer que foi forte, que aguentou tudo sem reclamar, mas a verdade é que ele gritou tanto quanto as circunstâncias permitiram. Eram quase três horas da manhã quando uma das funcionárias do clube noturno daquela rua encontrou um garoto bem vestido com o rosto ensopado de sangue.

Em meio a uma névoa de morfina e paramédicos, Chanyeol tinha um flashback de suas lembranças mais felizes. Ele estava quase em um coma induzido quando um último pensamento surgiu em sua mente.

Será que alguém havia roubado a sua moto?


Notas Finais


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