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História A Matéria Perfeita - Capítulo Dezessete


Escrita por: RafaelaJ

Notas do Autor


VOLTEI!! Estou um pouco atrasada admito, já que era para eu ter postado ontem. O problema foi que essa semana eu passei por um terrível bolqueio mental; nada do que eu escrevia me agradava. Então, depois de varias tentativas saiu esse capítulo. Ele talvez esteja um pouco parado, mas é extremamente necessário para a continuidade da história.
E como não podia deixar de falar, muito obrigada a todos o comentários no capítulo anterior. Vocês me estimulam sempre com suas palavras!
Agora, vamos para o capítulo!

Capítulo 17 - Capítulo Dezessete


Fanfic / Fanfiction A Matéria Perfeita - Capítulo Dezessete

A claridade invadia o quarto sem pudor. Luiza se revirou na cama extremamente confortável, digasse de passagem. Um sorriso maroto brincava em seus lábios. Ela estava tendo sonhos tão maravilhosos que não queria de maneira alguma acordar. 

A garota passou a mão por debaixo do cobertor procurando as almofadas que ela sempre deixava sobre a cama quando dormia, mas não as encontrou. O que ela achou na verdade foi apenas um corpo quente e grande próximo a si.

Assustada, Luiza pulou sobre a cama. Ela retirou os fios de cabelo que estavam sobre o rosto para ter uma visão mais clara. E em seguida se arrependeu disso. 

A garota abriu a boca em uma perfeita exclamação ao notar que ao seu lado estava nada menos do que a figura nua de Fernando. Ela cobriu a boca com a mão. Pelo amor de Deus, ele estava completamente nu! 

Então, um pensamento cruzou sua mente. Ela puxou o lençol que estava sobre si apenas para descobrir que o fino tecido era a única coisa que protegia sua própria nudez.

Seus se arregalaram levemente ao lembrar das coisas que aconteceram noite passada. Coisas que ela havia feito. Céus, como ela podia ter deixado aquilo acontecer?

Ah, mas essa era uma resposta que ela sabia muito bem. Apenas a simples lembrança dos beijos de Fernando lhe mostrava o porquê. E se só de pensar nos toques dele seu corpo já se arrepiava ela não queria nem começar a repassar cada detalhe daquela transa  em sua mente. Pelo menos não agora.

Luiza passou a mão pelo cabelo ajeitando-os. Tudo bem, ela não podia usar a desculpa de que não sabia o que estava fazendo. Afinal, ela estava completamente sóbria - a única coisa que a embriagava era o desejo pelo empresário. E que desejo! A garota balançou violentamente a cabeça. Como ela podia pensar em coisas assim tão cedo?

Mas para ser honesta a visão de toda a plenitude de Fernando não era nem um pouco desestimulante para esse tipo de pensamento. Muito pelo contrário.

Luiza bufou para si mesma. Foda-se as desculpas! Ela tinha que ser sincera de uma vez por todas consigo mesma. E a  verdade era que ela estava completamente atraída pelo empresário ao seu lado. E tudo o que ela havia feito foi descontar todos esses dias de repressão.  Honestamente, foi uma das melhores noites da sua vida. E a garota sabia que repetiria aquilo assim que tivesse a oportunidade.

Isso é, claro, se Fernando também concordasse.

E, por falar no empresário, Luiza virou-se para ele. A face de Fernando estava virada para si. Uma mecha escura de cabelo caía despretensiosa por sua testa. As feições do homem estavam relaxadas e seus lábios curvavam se em um sorriso quase imperceptível. Luiza não pode evitar sorrir. Talvez ele também estivesse pensando na noite passada.

Delicadamente, ela se enclinou sobre o corpo forte do empresário. Ela nunca fora uma garota de acordar o namorado com beijos e carícias, mas naquele momento ela tinha que admitir que estava bem propensa a algo assim.

No entanto, não sabendo qual seria a reação do empresário ela optou por apenas chamá-lo. Ela conhecia muito bem a reputação de Fernando para saber que ele não era nem um príncipe encantado. Muito pelo contrário, ele era o cafajeste da história. E Luiza estava preparada se a reação dele fosse apenas querer que ela fosse embora. Ela aceitaria bem, até porque ela mesma não imaginava nenhum conto de fadas para os dois. Não, uma transa casual lhe soava muito mais agradável. 

- Fernando - a garota tornou a chamar seu nome, agora um pouco mais alto - Fernando.

O cenho do empresário franziu levemente. Ele se remexeu ficando de costas na cama.

- Não - a voz ainda sonolenta dele tomou o quarto.

- Não o que? - Luiza perguntou divertida imaginando que ele ainda estava sonhando.

Fernando colocou um dos braços sobre os olhos.
 

- Por favor, não começa com aquele discurso de que isso foi errado e que não vai se repetir.

Luiza riu audivelmente para isso. Então, era isso o que ele achava que ela ia fazer? Ela pensando que seria ele a mandá-la embora...

O empresário virou o rosto em sua direção, os orbes castanhos agora abertos lhe encarando em confusão.
 

- Na verdade, eu ia dizer que estou com fome - ela começou com um sorriso. Luiza teve que conter a vontade de passar a mão pelos cabelos bagunçados do empresário - Mas já que você insiste - ela fez uma expressão dramática, cortesia de seu amigo Marcos - Eu acho que não há palavras para descrever a atrocidade que fizemos noite passada...

Um grito escapou dos lábios da jornalista quando Fernando subitamente colocou seu corpo musculoso sobre o seu. O empresário, então, sorriu para ela. Um sorriso de pura provocação.

- Assim você vai acordar o prédio. - ele sussurrou em seu ouvido.

- Ah, é? - ela retribuiu o sorriso - Pois eu acho essa uma bela maneira de começar o dia.

Compreendo que Luiza estava lhe dando total aval, Fernando levou seu rosto a curva do seu pescoço. Logo Luiza pode sentir os lábios do empresário contra a sua pele, ele seguiu desde a sua orelha até o osso de sua clavícula. E ele teria descido mais se não fosse as mãos da garota puxando seu rosto para cima. Agora tudo o que ela queria era ter os lábios dele sobre o seu.

E seu desejo foi realizado. Fernando encostou suas bocas. No início, foi apenas um toque, mas Luiza não deixaria por isso mesmo. Ela entreabriu os lábios dando total passagem para a língua avida de Fernando. E assim eles começaram um beijo de verdade.

Luiza sentia que nenhum dos dois tinha uma hálito de rosas a essa hora da manhã. No entanto, ela não se incomodava nem uma pouco com isso. Como havia dito antes, ela não queria nenhum conto de fadas onde tudo era perfeito. Não, o que ela mais queria era uma relação totalmente mundana; repleta de defeitos. Isso sim,  na sua visão, fazia um relacionamento perfeito. E, mais importante, verdadeiro.

E era isso o que ela queria com Fernando; não importando qual fosse a denominação que eles desses para si.

- Ei, ei - Luiza disse se afastando - Eu preciso respirar, sabia?

- Sério? - brincou Fernando - Eu pensei que ter um ótimo fôlego também fosse um dos seus dons.

A garota sorriu enquanto os beijos do empresário voltavam para o seu colo. Pelo visto, ele era insaciável. E ela adorava isso!

- Não - respondeu Luiza, suas mãos explorando todos os músculos de Fernando que ela via pela frente. Ah, como ela gostava daquelas costas largas! Quando tivesse mais tempo ela queria dedicar vários minutos apenas para beijar todas aquela região. - Os meus dons se resumem a noites inesquecíveis de sexo. 

- E a dançar - ele lembrou - E ser irritante!

- Isso também - ela riu.

Fernando voltou seu rosto sobre a garota. Seus dentes brancos enfeitando um belíssimo sorriso. Sinceramente, Luiza sentia que podia se acostumar a acordar dessa maneira. Para falar a verdade, tinha várias coisas que ela sentia que podia se acostumar quanto a Fernando.

Luiza podia passar horas encarando aqueles orbes castanhos. Entretanto, ela sempre havia sido a rainha de quebrar o clima. E dessa vez não seria diferente. Um barulho estranho se espalhou pelo quarto. E Luiza não pode evitar de corar ao perceber que havia sido o ronco de sua barriga.

Uma gargalhada contagiante irrompeu os lábios de Fernando. 

- Bem que você disse que estava com fome - zombou o empresário.

Luiza deu um tapa leve em seu ombro

- Exatamente. Então, é melhor você me alimentar.

Fernando saiu de cima da garota e imediatamente Luiza sentiu falta de seu calor. Ela estava descobrindo que o corpo de Fernando se encaixava perfeitamente com o seu.

- Eu vou ver o que temos para você - ele disse, ainda com um sorriso em lábios. Sorriso esse que a jornalista não cansava de ver.

O empresário se levantou mostrando seu glorioso corpo bronzeado. Luiza se sentou na beirada da cama o analisando. Nada melhor para começar a dia do que a belíssima visão da bunda do empresário.

- Admirando o produto? - ele perguntou ao notar o olhar praticamente devorador dela

- Uma garota tem que saber o que está levando para casa - ela brincou.

Luiza também se levantou e passou a caçar suas roupas pelo quarto. A calcinha ela encontrou ao lado da cama. O sutiã, por sua vez, de alguma maneira terminou pendurado sobre costas de uma poltrona que havia ali. Ela queria rir dessa situação. No desespero de ontem eles nem mesmo se importaram com o paradeiro das roupas. 

- Você é a única pessoas que eu conheço que consegue ficar sexy em uma lingerie cor de pele. - Fernando comentou, o empresário estava escorado contra a ponta do guarda roupa, já com uma cueca boxer preta. 

- Eu vou levar isso como um elogio - ela disse com um sorriso contido.

- E é - ele respondeu.

Luiza sorriu amplamente dessa vez. Ela seguiu para o lado de Fernando e pegou o glamuroso vestido azul que acabara jogado de qualquer maneira pelo chão. Ela dobrou a peça da melhor maneira que pode e colocou sobre a poltrona ao lado da cama.

- Aparentemente, eu não tenho nada para vestir - ela comentou.

Fernando passou os olhos descaradamente por seu corpo.

- Por mais que eu adoraria te ver andando assim pela casa, eu acho que a Lucia pode estranhar um pouco. Então, aqui - Fernando jogou uma blusa azul sua na direção da garota - pode vestir.

Luiza estendeu a peça e sua frente e logo vestiu-a. A camisa ficou quase como um vestido, batendo no meio das suas coxas. O tecido leve acariciava sua pele e ela estaria mentindo se dissesse que não gostou de sentir o aroma de Fernando em si.

- Quem é Lucia? 

- A minha empregada - respondeu Fernando vestindo uma calça cinza de moletom.

- Ah, é claro, como eu não pensei nisso antes - brincou a jornalista.

Ela andou em direção a porta, mas antes que pudesse abri-la sentiu sua cintura sendo puxada. Fernando depositou mais um beijo em seus lábios antes de se afastar. Com isso, Luiza se sentiu como daqueles casais apaixonados, com a diferença de que eles não eram um casal, eram apenas... bem, isso era algo que a jornalista não conseguia definir.

- Agora podemos ir - ele disse.

Os dois seguiram para a cozinha. Luiza, extremamente confortável no ambiente, se sentou sobre o balcão de granito. E ao sentir o contato da pedra fria contra sua pele, ela se arrepiou.

Enquanto Fernando observava a geladeira,  os olhos da jornalista migraram para outro ponto. Ela se lembrava perfeitamente do quase beijo que protagonizaram ali. Ela sorriu de canto. Se ela soubesse que tudo terminaria assim teria agarrado o empresário naquela época mesmo. 

- O que você vai querer? - indagou Fernando encarando-a - Temos leite, torradas e iorgute.

- Acho que vou ficar com o iorgute.

Luiza pegou o potinho e a colher que o homem lhe oferecia. Ela tomou o danone com tanta rapidez que apenas no final foi descobrir era do sabor morango.

Fernando, diferente dela, optou por comer algumas torradas com manteiga.

- Onde está a sua empregada? - ela perguntou enquanto Fernando lhe oferecia um novo pote de danone. Pelo silêncio da casa parecia que só havia eles ali.

- Ela ainda não chegou - o empresário olhou para o relógio no topo da parede - Ainda são só oito horas.

- Uh... - Luiza murmurou com a boca cheia.
Fernando sorriu na direção da garota. Ele andou até ela e se encaixou no meio de suas pernas e, em seguida, estendeu os dedos em direção aos seus lábios, limpando o pouco de danote que sujava aquela área.

- Eu estava pensando - ele passou a mão pelas mechas escuras da jornalista. Ela apenas imaginava como devia estar parecendo ter um ninho de passarinho no lugar do cabelo - Nós podiamos ficar aqui o dia inteiro...

Isso era algo que Luiza não esperava. Além de Fernando não expulsá-la com o nascer do sol ele ainda queria que ela ficasse. O que havia acontecido com aquele homem canalha sobre quem ela costumava escrever?

Luiza deu um sorriso triste. Ela queria muito ficar ali. Queria mesmo. No entanto, a realidade voltou a atingi-la.

- Infelizmente - ela colocou a mão sobre os ombros dele - Eu tenho que ir. Tenho que ir para casa e depois voltar para o hospital. Provavelmente, o Marcos vai ter alta hoje.

Fernando franziu o nariz.

- Eu tinha esquecido disso - ele admitiu - Mas, então, eu vou com você.

Luiza balançou a cabeça.

- Não precisa...

- Luiza, eu quero ir. Quero ir com você.
 

Era estranho ouvir essas palavras saindo da boca do empresário, mas ao mesmo tempo reconfortante. Em sua mente Luiza havia decido não por expectativas no que quer que eles tivesse. No entanto, essa parecia ser uma missão difícil de cumprir quando o empresário se mostrava tão gentil e prestativo.

- Tudo bem. Eu só preciso juntar as minhas coisas e nós podemos ir.

Fernando acenou. E, logo depois, eles estavam trocando mais um beijo arrebatador.

                    ☆        ☆       ☆

Não demorou mais do que uma hora para que o casal estivesse dirigindo rumo ao hospital. Luiza, agora devidamente vestida com um vestido leve e casual, não via a hora de colocar os olhos sobre Marcos. Ela queria o amigo são e salvo e, de preferência, em casa.

Quando eles entraram no hospital, seguiram direto para o quarto já conhecido. Luiza deu uma leve batida na porta antes de entrar. Ainda era cedo e ela não queria incomodar Marcos caso ele estivesse dormindo. Felizmente, logo a voz de seu amigo foi ouvida liberando a entrada.

Luiza olhou para Fernando antes de entrar. Ela não podia negar que estava nervosa. Ela e Fernando não haviam discutido sobre sua "relação" e, desse modo, ela não sabia o que dizer - ou o que não dizer - para Marcos. E ela odiava veementemente ter que omitir coisas dele.

- O que foi? - a voz preocupada de Fernando embalou seus ouvidos.

Luiza balançou a cabeça levemente. Agora não era um bom momento para discutir as coisas que estavam em sua mente. Até porque ela mesma não sabia se queria discutir. Afinal, porque eles não podiam simplesmente se divertir um com o outro? Eles eram maiores de idade e donos de sua própria vida e justamente por isso não deviam explicações sobre o que estavam fazendo. 

- Eu apenas estou preocupada com Marcos.

Fernando acariciou de leve a sua bochecha.

- Não fique, eu aposto que ele está bem melhor hoje.

Luiza sorriu minimamente. Ela voltou sua atenção para a porta de madeira e a abriu.

O quarto continuava o mesmo, mas o paciente sobre a cama não. Os hematomas de Marcos estavam tomando uma coloração ainda mais escura - próximo do preto - o que deixava Luiza assustada. Contudo, seus cortes já estavam bem menores. E, o mais importante, o brilho alegre estava voltando gradualmente para o seu rosto - o que fazia a garota suspirar de alívio. Afinal, o que seria de Marcos se não houvesse uma malícia divertida no fundo de seus olhos.

- Oi - disse Luiza chamando a atenção do amigo que estava totalmente sobre um programa que passava na pequena televisão apoiada na parede a sua frente.

Marcos virou o rosto em sua direção e um pequeno sorriso surgiu em sua face.

- Finalmente vocês voltaram! - ele comemorou - Eu não aguentava mais ficar aqui sozinho.

Luiza adentrou ainda mais o quarto. Com Fernando ao seu lado, ela seguiu até o pé da cama de onde podia ter uma visão completa do amigo.

- Eu vim o mais cedo que pude - se defendeu Luiza. 

- Vou te dar um desconto porque você trouxe o gato do Fernando para animar as minhas vistas - brincou Marcos, em seguida ele colocou a mão na testa dramaticamente - Juro, até agora eu não vi um homem bonito nesse hospital.

Luiza riu acompanhada do homem ao seu lado. Ela olhou para ele, feliz por saber que ele não se importava minimamente com os comentários maliciosos que Marcos fazia constantemente. Assim, ela se lembrou exatamente do que ele dissera no jantar com seus pais: "ele é um homem bom, nada além disso me importa".

- Bom saber que eu sou tão valioso aqui - responder Fernando.

Luiza, então, seguiu para o lado de Marcos. Ela pegou a mão do amigo, grata por sentir seu aperto firme novamente.

- Como você está se sentindo?

- Bem, pelo menos bem o suficiente para sair daqui - disse ele - Por favor, joga seu charme para ver se consegue dimimuir a minha sentença.

Luiza riu.

- Eu vou ver o que posso fazer, mas acho que o meu chame não é tão poderoso assim.

- Otávio Vasconcelos que o diga! - retrucou Fernando se aproximando.

Luiza encarou o brilho divertido que ele tinha no rosto.

- É mesmo, eu esqueci de perguntar, como foi ontem? Deu tudo certo? - a curiosidade de Marcos atacou novamente. Daqui a pouco ele estaria fazendo mil perguntas por segundo esquecendo até mesmo de respirar.

- Foi tudo maravilhosamente bem - respondeu o empresário, deixando Luiza confusa se ele falava apenas do jantar ou da noite toda.

- Eu sabia! - Marcos exclamou - Também com aquele vestido não tinha como algum homem não se encantar por você.

Fernando abriu a boca para responder, mas Luiza foi mais rápida.

- Eu vou ver o que posso fazer, tudo bem? - ela se virou para o empresário - Fernando, você vem comigo?

Era mais seguro levar Fernando consigo a deixar ele sozinho nas mãos de Marcos.

- Claro.

Luiza então, com um último sorriso para Marcos, saiu do quarto. E quando ela ouviu a porta bater, ela começou a andar até a recepção.

A conversa de Luiza com o médico que estava cuidando de Marcos não foi muito longa. Ele lhes explicou o quadro clínico do paciente e garantiu que ele sairia hoje mesmo dali, provavelmente depois do almoço. E saber disso deixou a garota consideravelmente mais calma.

- Eu te falei que ia dar tudo certo - disse Fernando, enquanto o médico se afastava de suas vistas.

Luiza lhe direcionou um suspiro aliviado. 

- Pelo menos isso. Eu acho que o Marcos ia surtar se tivesse que passar mais uma noite aqui. E eu também, já que aquele sofá não é nem um pouco confortável - ela zombou.

- Nisso eu tenho que concordar.

Os dois voltaram para o quarto onde estava instalado Marcos. Eles passaram a tarde toda ali, apenas conversando. Um clima leve e divertido havia se espalhado pelo ambiente e Luiza adorara aquilo. Olhar para o sorriso na face daqueles dois homens a fazia se sentir... feliz. Sim, essa era uma bela palavra para descrever seus sentimentos.

Quer dizer, ela sabia que sua vida havia entrado em uma enorme confusão. Mas ela não queria pensar nisso agora. Como na noite passada, ela não queria ter que pensar nas consequências até que fosse extremamente necessário. Então, talvez pela primeira vez em sua vida, ela devidiu ser irresponsável e seguir o caminho mais fácil: apenas aproveitar.

- Luiza.

A garota teve sua atenção tomada por um chamado. Ela virou o rosto e percebeu que Marcos já se encontrava sentado em uma cadeira de rodas, esperando para ir para casa. O enfermeiro levava a cadeira enquanto ela e Fernando seguiam andando o caminho até o carro do empresário.

- Desculpa, eu estava distraída.

- Isso eu percebi - zombou Marcos. O amigo agora estava usando suas roupas normais, as quais estavam um pouco esfoladas pela briga. 

Fernando ajudou Marcos a se levantar, com uma pequena dificuldade devido as suas lesões remanescentes, e o colocou no banco traseiro do carro. 

Luiza abriu a porta da frente e acomodou no banco de couro. Sua noite com Fernando havia sido ótima, mas ela não via a hora de estar em casa, deitar em sua própria cama e dormir como se não houvesse amanhã.

Fernando tomou seu lugar no banco de motorista e logo deu a partida. Como era sábado o trânsito na cidade não estava tão tumultuado, assim, não demorou muito para que eles atingissem o pequeno prédio verde em que moravam.

Fernando estacionou o carro e prontamente desceu para ajudar Marcos. Luiza queria simplesmente suspirar. Tinha como aquele homem estar mais solicito e prestativo? Contudo, Luiza sabia que isso não era apenas porque eles tinham dormido juntos. Não, muitas ações anteriores de Fernando lhe mostraram que aquele espírito meio cavalheiresco fazia parte dele. O que era exatamente confuso, uma vez que ele parecia não se decidir se seria o príncipe encantado ou o vilão cafageste.

- Pronto - disse Fernando assim que eles atingiram a porta de seu apartamento - Entregues sãos e salvos.

Luiza abriu a porta e ajudou Marcos a se sentar no sofá.

- Você não quer ficar? - perguntou Marcos, percebendo que Fernando ainda permanecia parado no batente da porta de entrada.

- Eu não quero atrapalhar - ele disse, e continuou prevendo uma resposta de Marcos - Além disso, eu tenho algumas coisas para fazer. O trabalho nunca termina para mim.

- Tudo bem - respondeu Marcos já totalmente espalhado no sofá - Mas saiba que é bem vindo sempre que quiser. 

Fernando acenou. Luiza podia ver nos olhos do empresário que ele levava aquele convite como um belo elogio.

Ela seguiu até ele e puxou levemente a porta, impedindo a total visão de Marcos para a cena que se seguiria.

- Obrigada - ela sussurrou.

Fernando deu um daqueles sorrisos tão perfeitos que chegava a ser irritante.

- Não tem de quê.

Luiza retribuiu comum sorriso modesto. Ela ia abrindo a porta para entrar novamente quando o aperto da mão de Fernando na sua a impediu.

- Luiza - ele chamou - Como é que nós vamos ficar agora?

Os olhos de Luiza se iluminaram. Essa simples pergunta significava muito mais do que qualquer um poderia imaginar. Aquilo significava que Fernando estava dando a ela a  hamce de decidir o que se seguiria dali para frente. E vindo dele isso demonstrava muito.

Dessa modo, ela se aproximou mais dele. Seus rostos ficaram frente a frente e então ela avançou permitindo o toque de seus lábios. Aquele não era um beijo voraz. Não, era apenas um modo dela dizer que haveria mais. Muito mais pela frente.

- Vamos apenas... - ela sussurrou quando se separaram - ver onde isso vai dar.

Fernando passou a mão pela bochecha lisa dela.

- Isso parece bom para mim.

Luiza acenou em concordância. E, enquanto Fernando relutantemente se afastava, a garota só conseguia pensar no quanto aquilo parecia perfeito para eles.

                     ☆         ☆        ☆

Quando Luiza fechou a porta um sorriso bobo ainda dominava seus lábios. Ela seguiu para trás do sofá, colocando as mãos em cada lado dos ombros de Marcos.

- Tudo bem - disse ele, virando-se para olhá-la - Pode começar a contar tudinho.

- Você quer saber tudo ou só a parte mais importante? - provocou ela. 

- Eu quero saber tudo, mais pode começar pelos eventos mais relevantes.

Luiza suspirou. Ela sabia que de maneira alguma conseguiria esconder algo de Marcos. Não quando os dois divdiam um teto. Além disso, ela tinha que admitir que estava morrendo de vontade de falar com alguém.

- Certo - seu sorriso se alargou - Eu dormi com o Fernando.

A cabeça de Marcos virou tanto que ele parecia um personagem de filme de terror. Seus olhos estavam arregalados em surpresa e descrença. E essa reação fez uma risada escapar da boca de Luiza.

- Quando você fala dormir, quer dizer com direito a nudez, sexo selvagem e essas coisas?

- Exatamente.

A boca de Marcos foi se abrindo gradualmente até que um grito saísse dela.

- Eu sabia, sabia que isso ia acontecer uma hora ou outra - as mãos de Marcos se mexiam freneticamente - Fala sério, dava para sentir daqui a tensão sexual entre vocês.

- Fala sério! - disse Luiza - Não exagera.

- Acredite queridinha, eu estou sendo totalmente sincero. Agora pode sentar aqui porque você vai me contar cada detalhe dessa noite.

- Não vou não! - rebateu Luiza. Ela ainda tinha direito a alguma privacidade, não? 

Os olhos de Marcos murcharam e sua expressão logo desabou. Um pequeno bico se formou em seus lábios e ele passou a encará-la com aquela típica cara de "cachorro sem dono".

- Você vai ter coragem de negar um pedido para o seu amigo que está a beira da morte - ele apontou para os próprios hematomas - Olha para mim, essa pode ser a última conversa que vamos ter.

Luiza revirou os olhos. Marcos não devia ser fotógrafo e sim ator.

- Tudo bem - ela rodeou o sofá e se sentou ao lado dele.

Ele soltou um pequeno grito de felicidade.

- Eu quero saber cada detalhe sordido, mas , para começar - Marcos estreitou os olhos - Ele é bom de cama?

Luiza sorriu. Essa era fácil de responder.

- Você nem faz ideia!


Notas Finais


Olá, novamente! E ai, o que acharam? Gostaram da reação da Luiza, ou não? Acham que esse casal vai dar certo mesmo? Quero saber o que vocês estão pensando, então, por favor comentem. E vocês estão iincluídos nesse pedido fantasminha. Afinal, uma palavrinha não vai fazer o dedo de ninguém cair, haha.
No próximo capítulo as fortes emoções vão voltar então aguardem!!
Gente, eu queria pdeir desculpas aqui pelos erros de gramática nos capítulos. Eu sei que não tem desculpa para isso, mas é que eu não tenha muito tempo para revisar. Mas vou tentar mudar isso de agora para frente. Então, me desculpem. E qualquer sugestão não hesitem em me chamar.
Até o próximo!
Beijos 😙


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