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História A Matéria Perfeita - Capítulo Dezenove


Escrita por: RafaelaJ

Notas do Autor


Olá!! Hoje vim bem cedinho para a alegria de vocês! Olha nós não alcançamos os 20 comentários, mas batemps mais uma vez o recorde, então eu estou muito feliz!
Esse capítulo deve um dos que vocês estão esperando há muito tempo. Mas sem spoilers! Vocês vão ter que ler para descobrir.
Agora, atenção, por favor leiam as notas finais porque eu tenho um anuncio muito, muito, MUITO IMPORTANTE para fazer.
Último aviso, juro! Se quiserem uma trilha sonora recomendo que na segunda parte do capítulo vocês ouçam Stay da Riahna
Sem mais delongas, vamos ao capítulo.

Capítulo 19 - Capítulo Dezenove


O último fim de semana havia se passado como um sonho para Luiza. Era incrível como sua vida havia mudado tanto em questão de dias. Seu status passou de "em um relacionamento sério falso" para "transando com meu namorado falso". Se bem que, depois do encontro que tiveram no dia anterior, Luiza guardava suas dúvidas se aquele título de "falso" ainda se encaixava em sua mais nova relação com Fernando.

A verdade era que os dois pareciam ter estado em uma bolha apenas deles nas últimas quarenta e oito horas. E essa bolha impedira Luiza de pensar, e até mesmo lembrar, dos problemas. No entanto, a verdade sempre bate a porta. E agora Luiza sentia como se seu conto de fadas tivesse definitivamente acabado. Afinal, era hora de voltar a realidade.

E que grande realidade era a da garota no momento. Luiza se encontrava escondida atrás de uma árvore, que ela teve sorte de estar plantada no passeio, espiando o prédio da empresa de Fernando.

Contudo, o motivo pelo qual ela estava ali não tinha nada a ver com o empresário. O que ela buscava na verdade era falar com sua secretária: Vanessa Ferraz. 

Aquele nome estava rondando a cabeça da jonalista desde o baile beneficente. Aquela mulher podia estar participando de um esquema milionário. E, pior ainda, ela podia estar armando alguma coisa para Fernando. Assim, Luiza sabia que não descansaria até colocar todas as peças no lugar. Ela não sairia dali antes de saber toda a verdade.

Luiza se escondeu ainda mais entre as folhas da árvore quando viu Fernando sair do prédio. O homem estavam trajando um terno preto com uma gravata vermelha. Luiza não pode deixar de sorrir com isso. Em sua mente ela já estava se questionando se ele havia escolhido essa cor apenas porque ela dissera que era sua favorita.

Luiza viu o empresário pegar o celular e digitar algo e, então, no segundo seguinte seu próprio celular tocou.

  - Oi - ela atendeu desesperada que o toque pudesse desmascarar o seu disfarce.

  - Olá - disse Fernando e Luiza pode observar, mesmo de longe, o sorriso se espalhar na face dele - Você ainda está no trabalho?

  - Não. Quer dizer, sim - ela bateu com a mão na própria testa se mortificado por embaralhar tanto as palavras - Estou fazendo um trabalho extra hoje. 

O que não deixava de ser verdade.

  - Uhum - Fernando murmurou - Eu estava pensando em te chamar para jantar, mas se estiver muito ocupada... 

Luiza suspirou em frustração. Ela queria sair detrás daquela maldita árvore, jantar com Fernando e, se tivesse sorte, ter mais uma noite maravilhosa de sexo. Entretanto, infelizmente, as coisas não eram tão fáceis.

  - Eu realmente adoraria, mas não posso. Não sei quanto tempo esse trabalho vai durar.

  - Certo - ele respondeu, tanto a voz quanto a postura mais desanimadas. 

  - Eu te ligo quando acabar, tudo bem?

  - Tudo bem - Fernando respondeu.

Os dois se despediram e Luiza desligou o telefone enquanto via Fernando entrar no carro. Ela viu a Mercedes se afastar lamentando. Ela odiava ter que mentir para Fernando assim. Mas tinha em mente que era por causas maiores. Causas bem maiores.

Menos de cinco minutos depois uma mulher baixa com os cabelos escuros cruzou a porta de entrada do prédio. Quem olhasse para suas feições delicadas logo julgaria a mulher como dona de uma inocência inegável. No entanto, Luiza sabia que as aparências nem sempre estavam certas. E Vanessa lhe provava essa teoria.

Luiza, sem esperar mais um segundo, passou a seguir a mulher. Ela andou a passos rápido e quando se aproximou o suficiente chamou-a.

  - Vanessa - ela disse - Vanessa Ferraz?

A morena se virou ao identificar seu nome. Com a deixa, Luiza se aproximou ainda mais dela.

  - Eu sou Luiza Brandão - ela se apresentou.

  - A namorada do senhor Lacerda - a mulher direcionou um pequeno sorriso em sua direção - Eu me lembro.

  - Que coincidência - começou Luiza em um tom zombeteiro - Porque eu também me lembro perfeitamente de pegar você no flagra com o advogado do Fernando. 

A face de Vanessa empalideceu em questão de segundos.

  - Isso...  

Luiza impediu a mulher gastar mais saliva desnecessária. 

  - Olha só - Luiza olhou ameaçadora para Vanessa - Eu sei exatamente quem você é. Seu até mesmo sobre a empresa de fachada que você mantém. Agora, é melhor você vir comigo antes que eu resolva levar tudo o que eu sei direto para a polícia. 

Na opinião de Luiza, Vanessa só não desmaiou com medo do que a jornalista pudesse fazer. Um olhar tão assustado apareceu em sua face que por um segundo quase comoveu Luiza. Quase. Porque quando se lembrou o motivo de estar ali toda a desconfiança e indignação em relação a mulher voltaram.

Sem discutir, Vanessa seguiu a jornalista. Luiza andou até uma pequena cafeteria e pediu uma mesa para as duas. Ela achava que um lugar público seria melhor para impedir qualquer uma das duas de cometer alguma besteira.

Luiza se sentou e pediu um café. Vanessa, por sua vez, tomou seu lugar a frente da jornalista em completo silêncio e ainda pálida ao extremo.

  - Eu não sei o que você está pensando, mas eu não tenho nada a ver com isso. - Vanessa tentou se defender enquanto o garçom trazia o café de Luiza. 

Luiza pegou o copo e levou a boca antes de responder. Ela pegou no bolso da calça um papel que havia conseguido no cartório hoje de manhã. Era a assinatura de Vanessa no reconhecimento de firma da empresa Avançar. Ela entregou o papel e esperou ela ler para continuar.

  - Como você pode ver, eu tenho provas do que falo. 

  - O que você quer? - Vanessa indagou voltando seus olhos castanhos para Luiza.

A jornalista tomou mais um gole do café.

  - Eu quero uma história. Eu quero saber tudo o que está por trás disso. Todo o esquema sujo.

  - Não tem esquema algum! - Vanessa quase gritou tamanho o desespero em sua voz.

Luiza se inclinou em direção a garota e sussurrou para ela.

  - Eu vou ser sincera com você, Vanessa. Você tem duas opções, ou me fala todos os detalhes do seu esquema ou você vai se ferrar sozinha quando eu for a polícia.

A garota perdeu a falar por um minuto. Ela escorou a testa nas mãos enquanto parecia pensar em suas possibilidades.

Luiza se jogou contra o encosto da cadeira, contente consigo mesma. Se tudo desse errado na carreira de jornalista, ela podia tentar ser interrogadora.

  - Tudo bem - Vanessa disse um pouco hesitante - Mas me prometa que não dizer que fui eu quem lhe contou.

  - Você não está em posição de exigir nada, mas vou abrir essa exceção para você - Luiza bebeu mais um gole de café. A excitação já dominando seu sangue pela proximidade com o escândalo que ela em breve teria em mãos - Agora me diga, com quem você trabalha?

Luiza ouviu atentamente por quase meia hora tudo o que aquela garota tinha para dizer. Ela pareceu hesitante em alguns momentos, arrependida em outros. E ela demorou tanto para contar toda história que tinha momentos que Luiza queria arrancar todas as informações de uma vez dela.

Quanto a Luiza, bem, ela não podia descrever sua reação como nada diferente de choque. A verdade era que seu queixo estava caido até agora pelo o que ouviu.

Pelo que Vanessa lhe relatou a empresa Avançar não era nada mais do que uma fachada para lavagem de dinheiro - o que era até meio óbvio. O que Luiza não imaginava era que o dinheiro desviado era da empresa de Fernando. A Interliga estava sofrendo um desfalque há meses e ninguém nem disconfiava disso.

Mas também, quem poderia imaginar que Fernando seria roubado pelo advogado e pelo próprio pai? Sim, porque pelo que Vanessa havia contado os dois eram os autores de tal plano.

Jasper havia proposto a Vanessa que abrisse a empresa em seu nome apenas para que não causasse estranheza por parte dos outros. Assim, o advogado apagava os registros de desvio enquanto Heitor se encarregava de manter o dinheiro seguro.

Era simplesmente inacreditável o que estava acontecendo bem debaixo do nariz de Fernando.

  - Até quando vocês continuariam esse roubo. Quer dizer, vocês devem saber que alguma hora alguém ia começar a desconfiar.

 Vanessa passou a mão pelos cabelos. Estava estampado em sua cara o quão desconfortável ela estava.

  - A última retirada de dinheiro aconteceria depois de Fernando assinar o contrato com Otávio Vasconcelos. Depois disso eu pediria a minha demissão e sumiria daqui. Já estava tudo combinado.

 - E o Jasper alguma vez lhe deu alguma garantia de que você receberia sua parte por esse trabalho? - voltou a questionar Luiza. Ela estava tão ligada que bebia seu terceiro copo de café.

  - Não - respondeu Vanessa - Mas o Jasper me ama. Ele nunca me trairia assim.

Luiza teve que suprimir a vontade de revirar os olhos. Pelo visto a garota a sua frente era apenas umas uma enganada nessa história. A única diferença era que ela não via isso.

  - E você está com os relatórios da Interliga?  Tanto os originais quanto os falsificados?

  - Sim, eu ajudava Jasper a esconder a contabilidade original e destribuia apenas as cópias falsas aos administradores.

  - Eu quero esses documentos - decretou Luiza.

  - O quê? - Vanessa quase pulou da cadeira - É claro que não.

Luiza cerrou os olhos para a mulher a sua frente. Ela não estava com nenhum pouco de paciência agora.

  - Presta atenção - começou a jornalista furiosa - Você vai me dar esses documentos pelo seu próprio bem. A Polícia Federal está investigando esse caso e se eles descobrirem tudo isso eu posso garantir que você está ferrada.

  - Mas...

  - Não importa se você foi só a laranja do esquema, você está envolvida em caso de fraude e isso é crime. Você vai ser presa. Mas... - Luiza fez uma pausa dramaticamente - Mas se você me ajudar pode ganhar uma redução de pena por delação premiada - Luiza passou o dedo pela borda do seu copo - Então, o que você me diz?

Luiza encarou Vanessa. Ela conhecia muito bem esse tipo de pessoa. A mulher podia jurar amar Jasper, mas quando era a própria vida que estava em jogo todo o amor desaparecia. E, no fim, só sobrava o espírito de sobrevivência.

  - Eu vou te ajudar.

Luiza sorriu.

  - Eu esperava que você dissesse isso. 

 

             ☆                 ☆                  ☆ 

Quando entrou no taxi todo o corpo de Luiza tremia. Ela não sabia até agora como havia conseguido manter a pose de durona na frente de Vanessa. Talvez tivesse sido a adrenalina ou o simples fato de sua mente ainda querer negar que toda aquela história fosse verdade. Contudo, agora com os relatórios em mãos, todo o peso do que acontecera recaiu sobre suas costas. E era um peso enorme. 

Ela estava com nada menos do que uma prova de crime em sua bolsa. Ter aquilo em mãos lhe dava um poder indescritível, mas ao mesmo tempo lhe deixava totalmente tensa.

E todo o que a jornalista conseguia pensar era em como queria Fernando ao seu lado agora.

Evitando pensar muito, Luiza pegou seu celular. Ela fingiu não notar o quanto suas mãos tremiam enquanto digitava o número. 

  - Alô!

Todo o corpo de Luiza relaxou assim que ela ouviu a voz do empresário.

  - Fernando - ela falou tão alto que até o taxista a encarou pelo espelho retrovisor.

  - Luiza - ele respondeu animado - Você terminou o trabalho?

Luiza passou a mão pelos cabelos, nervosa.

  - Sim - ela respondeu rapidamente - Sim, eu terminei agora e queria saber se eu podia passar ai para te ver. Você... você está em casa?

 Luiza tinha vontade de lhe dar um tapa. Porque ela não conseguia nem esconder seu nervosismo?

Ah, mas essa era uma pergunta fácil de responder. Deve ser porque ela descobriu o maior escândalo envolvendo Fernando e estava tentando falar com ele como se nada tivesse acontecido.

  - Eu estou casa sim. Pode vir. Eu vou estar te esperando - ele respondeu.

  - Certo - Luiza disse - Eu chego ai em vinte minutos.

Luiza, então, se despediu e deslisgou o celular.

Agora ela tinha em mãos uma questão urgente para resolver. Ela devia ou não contar ao empresário o que descobriu?

Luiza pensou sobre isso durante todo trageto. Enquanto sua visão era inundada pela imagem de vários prédios, sua mente se via presa entre suas limitadas possibilidades.

Ele apoiou a testa contra a mão enquanto escarava o vidro. Por que aquilo tinha que ser tão difícil?

Quando o táxi parou, Luiza teve que se forçar para descer do carro. Ela pagou o motorista e seguiu rapidamente para a portaria do enorme prédio de Fernando.

Apenas dizendo seu nome, sua entrada foi autorizada. Pelo visto Fernando havia liberado seu acesso ao apartamento. E era reconfortante para Luiza saber que ele lhe considerava de tamanha maneira.

Ela esperou a subida do elevador em silêncio. E, quando se viu frente a porta de madeira, bateu delicadamente. A resposta não veio, mas mesmo assim ela entrou.

  - Fernando? - ela chamou poucos passos dentro do apartamento.

  - Na cozinha - ele gritou.

Luiza colocou sua bolsa sobre o sofá e seguiu até onde a voz de Fernando provinha. Fernando estava com um avental amarrado na cintura e as mangas da camisa simples arregaçadas até o cotovelo. Ele tinha a sua frente uma faca e uma tábua repleta de vegetais. Luiza colocou a mão na boca, escondendo o sorriso diante daquela cena. Fernando parecia tão simples e relaxado que a garota até sentiu inveja.

  - O quê? - Fernando indagou se virando para ela.

Luiza podia imaginar o quao boba devia parecer a sua expressão.

  - Eu só estou surpresa - ela disse se aproximando - Agora eu não posso mais contestar que você cozinha.

  - E você ainda tinha alguma dúvida?- ele sorriu. Um sorriso que Luiza queria sempre para iluminar o seu dia. Não que ela fosse admitir isso em voz alta, é claro.

A jornalista deu de ombros, se aproximando ainda mais do balcão onde o empresário trabalhava. Ela lavou as mãos na pia e arregaçou as mangas da camisa vermelha que usava.

  - Olha, eu já vou avisando que não sou boa nessa coisa toda, mas eu posso ajudar se quiser.

O sorriso de Fernando se alargou.

  - Eu adoraria.

Luiza caminhou até o empresário ficando a poucos centímetros de distância.

  - O que eu preciso fazer? - ela perguntou, ajeitando os óculos sobre o nariz.

Fernando lhe entregou uma faca e um belo tomate.

  - Aqui - ele disse - Apenas tente não se cortar.

Luiza olhou para a expressão de deboche no rosto do homem ao seu lado. 

  - O perigo aqui é se eu resolver te cortar - ela zombou.

  - Isso também - ele riu.

Luiza voltou sua atenção para sua tarefa. Com todo cuidado possível ela começou a cortar o tomate. Contudo, com a presença de Fernando ao seu lado, ela tinha que manter a atenção em dobro sobre o que estava fazendo. Apenas sentir a figura do empresário ao seu lado era o suficiente para lhe distrair.

Luiza levantou os olhos escutando uma risada. Ela arqueou uma sobrancelha na direção de Fernando. 

  - O que foi? 

  - Nada - ele sorriu - É só que você parece tão concentrada.

  - Eu estou tentando fazer isso certo - ela se defendeu.

  - É só um tomate, Luiza, não um acordo de paz entre duas nações.

Luiza bufou.

  - Aqui - Fernando limpou as mãos no avental e se aproximou dela. Ele se colocou atrás dela e tirou a faca de suas mãos - Deixa eu te mostrar.

Fernando passou a cortar o alimento com destreza. Não que Luiza estivesse notando. Não. Na verdade, toda a atenção da jornalista estava presa na sensação do corpo do empresário encostado no seu. Na posição em que estavam, Luiza podia sentir os músculos do peito dele. Ela podia ver os braços se flexionando durante a tarefa. E, o mais importante, ela podia sentir sua respiração contra sua cabeça.

E ali, no meio daquele estranho abraço, Luiza se sentiu segura.

  - Pronto - Fernando disse quando terminou de picar o tomate em pequeno cubos. 

Ele colocou a faca sobre o balcão e Luiza aproveitou a deixa para se virar. Seus rostos estavam a uma distância minúscula, tanto que ela podia sentir a intensidade do olhar que ele lhe dava.

  - Eu preciso te dizer uma coisa - Luiza juntou toda a coragem em seu corpo para dizer essa frase. 

Era agora. Esse era momento. Ela abriria o jogo e contaria tudo a ele. Não esconderia nada. Era o certo a se fazer.

Mas, então, por que sua boca continuava fechada? Por que sua voz parecia presa na garganta? Por que aquilo parecia ser tão difícil? 

  - O que foi? - ele perguntou quando o silêncio pareceu pesado demais.

 Luiza fechou os olhos por um instante. Um peso em seu peito a impedia de seguir em frente. A verdade era, e ela finalmente conseguia admitir isso para si mesma, que ela não queria magoar Fernando. E, mais do que isso, Luiza não queria que ele ficasse magoado consigo. Ela não queria estragar aquele momento. Aquela não era a hora certa. E, afinal, que diferença faria mais um dia? Ela podia contar amanhã e tudo ficaria bem. Ou ao menos era disso que ela tentava se convencer.

  - Nada - ela balançou a cabeça - Nada, eu só... - Luiza encarou os orbes castanhos de Fernando. E sabia que não havia nada mais que ela queria ver no momento - Eu só gosto disso. De passar esses momentos com você.

O sorriso de Fernando começou leve, mas logo se estendeu em proporções inimagináveis.

  - Você não tem ideia do quanto eu gosto de ouvir isso - ele sussurou. Uma das mãos do empresário tocou sua bochecha em um carinho simples. Ele se inclinou e apoiou suas testas levemente - E eu também gosto muito de estar com você. Sempre.

Luiza fechou os olhos. Ela continuava sentindo o toque de Fernando com prazer. Aquilo não se tratava somente de atração. Estava claro para ela agora. Entretanto, ainda assim, não tinha uma palavra para nomear aquele sentimento em seu peito. Mas também, ela estava farta de palavras. Tudo o que queria era agir. 

E foi o que ela fez.

Luiza colou os lábios delicadamente. Foi contato simples, quase inocente. Exatamente o que ela precisava agora. Ela passou o braço pelo pescoço de Fernando agarrando uns poucos fios de cabelo em suas mão.

Fernando, por sua vez, a guiou um pouco mais para trás. As costas da jornalista encontraram a pedra do balcão enquanto seus lábios davam passagem para a língua do empresário.

No entanto, dessa vez, eles não tinham presa. O beijo continuou calmo e delicado. Alguns minutos depois, Fernando se separou. Ele passou a mão pelos cabelos de Luiza enquanto lhe encarava intensamente. Seus olhos pareciam lhe analisarem de um modo não sedutor, mas encantador. 

E, então, Luiza percebeu. Eles não estavam indo para ter mais uma noite de sexo. Não. Eles estavam indo para fazer algo bem mais intimo que isso. Eles fariam amor. 

Luiza desviou os olhos por um instante. Fazia tempo que ela não se entregava a uma relação assim. Ela pensou em fugir. Estava pronta para inventar uma disculpa e sair correndo quando Fernando a impediu. Ele levou a mão em seu queixo e levantou sua cabeça, forçando-a a encará-lo. 

  - Eu não vou fazer nada que você não queira. - ele disse. E, mais do que ouvir a sinceridade em sua voz, ela pode vê-la em seus olhos.

  - Eu sei - ela respondeu enquanto puxava Fernando novamente para si. 

Era isso o que ela queria. E finalmente podia admitir isso para si mesma.

Fernando pegou a garota no colo sem separar seus lábios. Ele a levou para seu quarto e com a maior delicadeza que pode a colocou sobre a cama. 

Luiza se sentou na bairada no colchão enquanto Fernando se ajoelhava no chão a sua frente. Ela levou a mão aos seus cabelos enquanto lhe trazia para mais um beijo. Suas línguas pareciam travar uma batalha épica, sem se preocupar com vencedores ou perdedores. Tudo o que importava ali era o prazer que conseguiam proporcionar um ao outro.

Luiza sentiu o toque de Fernando em suas costas. Ele passou a mão por toda aquela região antes de trazê-las para seu busto. Então, ele passou a desabotoar os botões de sua camisa um a um. Ele tirou também o sutiã e jogou a peça na beirada da cama. E, quando a visão de seu peito nu veio a tona, os olhos de Fernando se escureceram. Ele passou a mão por seu corpo com mais do que apenas desejo. Havia um toque de adoração ali que fez Luiza perder o fôlego. Pela primeira vez ela se sentia como uma musa sendo apreciada.

  - Eu também quero tirar a sua roupa - ela sussurrou.

Fernando levantou os olhos para ela com um sorriso maroto no rosto.

  - Fique a vontade.

Assim, Luiza repetiu o precesso no empresário. Ela tirou sua camisa. Ela retirou o tecido leve de seu corpo traçando toda a pele que se tornava visível com a ponta dos dedos. Ela tocou os ombros dele, os braços musculosos, até a ponta das mãos onde ela cariciou levemente. E, aproveitando a situação, ela desatou seu cinto.

Fernando sorriu com isso. Ele se levantou e terminou de tirar todas as suas peças; das calças aos sapatos. 

Luiza se arrastou para trás na cama e jogou sua cabeça contra os macios travesseiros. Fernando veio em seguida. Ele subiu por seu corpo passando a mão por todo ele. Ele desabotuou sua calça e a tirou vagarosamente, como uma tortura. 

E, ainda com a calcinha protegendo sua nudez, ele se abaixou. Fernando levou seus lábios até a parte mais sensível e beijou. Luiza se inclinou com o contato, o prazer e a ansiedade a dominando plenamente. Ela precisava de Fernando agora. Ela precisava dele dentro de si como nunca havia precisado de ninguém.

E, parecendo sintir isso, Fernando retirou a calcinha. Ele deu mais um casto beijo naquela região antes de encontrar os lábios de Luiza novamente. Enquanto se beijavam, Luiza agarrou com força o empresário como se quisesse impedir que ele a deixasse. 

Então, com os lábios ainda colados, ele a penetrou. 

Dizer que aquele ato foi prazeroso seria pouco. Luiza não tinha palavras para descrever o que havia acontecido dentro daquele quarto. E muito menos para descrever o que havia acontecido dentro de si. Tudo o que ela sabia era que queria ter aquela sensação para sempre. E ela não estava se referindo ao sexo, mas sim ao calor prazeroso que Fernando provocou em seu peito. 

E, quando eles se separaram, ambos finalmente satisfeitos, Luiza fez algo que a muito não fazia. Ela se deitou sobre ele. Ela se instalou na região de seu peito. Ela não precisava de palavras. Apenas o calor de Fernando e os batimentos do seu coração eram o suficiente para ela. Não precisava de mais nada. E tudo o que queria era poder parar aquele momento e esquecer os malditos documentos que ainda estavam na sua bolsa.


Notas Finais


Gente, olá novamente! Espero que tenham gostado do capítulo. Quem já imaginava sobre esse esquema levanta a mão!! Ou deixe seu comentário, haha.
Agora, vamos ao aviso importante. A Matéria Perfeita está chegando ao final. Sim, mas não chorem ainda! Eu estou pensando em um projeto faz alguns meses e queria saber o que vocês acham. Estou planejando fazer uma segunda temporada dessa história. No entanto, essa nova fase não vai focar somente na Luiza. Na verdade, o nosso casal principal vai dividir a cena com ninguém menos que a Sabrina. Sim!! Então, enquanto a mais velha tem que enfrentar os desafios de uma relação, a mais nova vai descobrir o amor. Tudo isso no meio de um enorme drama, claro.
Mas a segunda temporada só vai sair se vocês quiserem. Então, eu preciso que todos deixem um comentário mesmo que seja apenas para me dar essa resposta.
Além disso, o desafio dos 20 comentários continua valendo!
Beijos 😘


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