História A Melhor Amiga da Noiva. - Capítulo 34

                                                         Camila Pov

Depois que me despedi de Lauren, fui até meu quarto trocar de roupa e vestir uma coisa mais leve.

Estava indo para a área da piscina aproveitar um pouco antes do almoço de anúncio do fim do noivado e depois enfim eu poderia voltar para casa, com a minha Lauren....

— Milaki!

Ouvi a voz animada de Justin e virei o corpo olhando para ele com um sorriso simpático.

— Jus.

— Posso conversar com você?

— Claro.

— Vamos lá atrás.

Disse e pegou minha mão, me puxando para trás da casa. Eu fui seguindo ele, não me aguentando de tanta curiosidade. Só falta ele pedir para eu não terminar o noivado.

— Então... O que quer me falar?

Perguntei para ele depois que já havíamos sentando em dos bancos que havia ali embaixo daquelas enormes árvores, ali era tão lindo.

— Eu... é, queria te pedir uma coisa.

Falou sem jeito coçando a cabeça, suas bochechas coraram levemente. Sorri para ele por causa de seu jeito fofo.

— Pode pedir.

Eu disse e ele respirou fundo, olhou para os lados me deixando confusa, eu levantei uma sobrancelha para ele.

— Estou só me certificando que não irei te causar problemas com a Lauren.

Ele explicou sem jeito e eu franzi o cenho... do que ele está falando?

— Por quê?

— Eu... queria pedir para você... sabe, um último beijo.

Ele falou e abaixou a cabeça, ficando tímido outra vez. Eu suspirei pensando em seu pedido. Um ultimo beijo apenas não mate ninguém, não é? Eu ainda não tenho uma coisa fixa com a Lauren, e bom, o máximo que pode acontecer é eu ficar me sentindo culpada e acabar passando a noite me desculpando com ela, porque com certeza eu vou contar isso a ela, odeio mentir, principalmente para Lauren.

— O último, ok?

Falei e ele assentiu, dando um daqueles sorrisos largos que me encanta. Ah! aquele sorriso é tão...

— Prometo ser rápido.

Ele garantiu se aproximando e me puxou pela nuca calmamente, ficou me olhando nos olhos enquanto nossos rostos se aproximavam. Eu comecei a sentir um certo nervosismo, não por causa do beijo, mas por causa do medo de alguém ver e contar a Lauren. Ela irá pirar, por isso eu quero que ela saiba por mim.

Nossos lábios finalmente se tocaram e eu suspirei. Sabe aquelas sensações diversas que a gente sente quando beija alguém que a gente gosta de verdade? O coração acelera, as mãos suam, o estômago entra em ritmo de carnaval e sua mente dá voltas... sabem? Então... Eu não senti nada disso, não era como beijar a Lauren por exemplo, que só com um selinho faz meu coração quase saltar do peito. Não é mais a mesma coisa, antes quando eu o beijava até sentia algo diferente, porém agora... não sentia nada além do contato dos meus lábios com os dele.

— Justin...

Murmurei entre o beijo quando ele me puxou para o seu colo sem que eu percebesse. Ele ignorou meu chamado, segurou firme em minha nuca e aprofundou o beijo. Tentei me soltar algumas vezes, mas ele era mais forte que eu.

— Jus... Justin.

Consegui falar e ele não parou, suas mãos começaram a alisar minhas coxas descobertas, eu estava começando a me apavorar. Quando eu ia tentar afastá-lo de novo, senti mãos rimes me tirarem de cima dele. Olhei assustada para trás pensando ser Lauren, mas soltei um suspiro aliviado, ou nem tanto assim, quando me deparei com Dinah atrás de mim, com uma expressão nada amigável.

— Não ouviu ela pedindo para parar?!

Ela exigiu com raiva olhando para Justin, que abaixou a cabeça envergonhado.

— Eu sei... me desculpa Milaki, de verdade desculpa.

Pediu quase se ajoelhando aos meus pés, senti certa pena. Eu não tinha culpa por sentir pena, eu não sinto nada por ele... Mas ele sente por mim. É complicado, não gosto de magoar as pessoas.

— Tudo bem, Jus.

Falei com um sorriso de lado e ele soltou o ar dos pulmões.

— Vem comigo.

Dinah me puxou dali antes que Justin pudesse falar algo, ela me arrastando de volta para dentro da casa.

— Qual a porra do seu problema, Camila?!

Ela explodiu de repente quando já estávamos dentro do meu quarto, eu arregalei um pouco os olhos, nunca em todos os anos em que eu convivo com Dinah, ela nunca explodiu comigo assim.

— Cheechee, eu...

Tentei me explicar, mas ela não deixou.

— Pelo amor de Deus, a Lauren fez de tudo para mostrar a você que gosta de você de verdade. Aturou você falando do seu casamento o tempo todo com ela, engoliu tantas vezes o choro quando via você beijando ele e quando vocês finalmente se acertam você o beija outra vez? Por isso eu pergunto, qual o seu problema?

Questionou com raiva e eu senti meus olhos marejarem, não somente por ela estar falando daquele jeito comigo, mas por eu ter feito isso. Ela tem razão, eu não deveria ter aceitado o beijo... Mas não me pareceu nada demais, não na hora. Droga!

— Desculpa.

Pedi com a voz embargada enquanto fungava diversas vezes, ela suspirou relaxando sua expressão e me puxou para um abraço. Desabei em seus braços, não sei se mais por vergonha ou por medo de uma possível reação negativa da Lauren.

— Não é para mim que você tem que pedir desculpas, sabe disso, Chancho.

Ela falou mais calma acariciando meus cabelos e eu suspirei.

— Tem razão, eu vou conversar com a Lauren e contar para ela antes que outra pessoa conte.

Enxuguei as lágrimas do meu rosto e olhei para Dinah, que estava com uma expressão estranha no rosto.

— Que foi?

Perguntei curiosa e confusa, ela soltou um suspiro pesado

— A Lauren viu.

Ela contou e eu senti meu chão ser puxado debaixo dos meus pés. Ela viu? Agora sim eu to muito, muito ferrada mesmo.

— Meu Deus!

Levei as mãos até a boca, sentindo outra vez a vontade de chorar. Ela não vai querer olhar mais na minha cara depois dessa.

— É, meu Deus mesmo… Agora você toma um banho e depois vai conversar com ela.

Ela disse e eu assenti. Fui até o banheiro e me despi, liguei o chuveiro na água morna e enfiei minha cabeça embaixo d’água. Chorei mais um tempo, sentindo uma dor incomoda em meu peito. E se ela não quiser me ouvir? Pior ainda, e se ela me deixar para sempre?

Isso não pode acontecer.

Saí do banheiro enrolada na toalha, Ally e Dinah estavam sentadas na cama com um envelope nas mãos.

— Isso é para você.

Ally disse me estendendo o envelope. O peguei rapidamente, estava curiosa. Li meu nome escrito nele e logo reconheci a caligrafia, Lauren. Meus olhos arderam só de imaginar o que tinha ali dentro, eu olhei para as meninas que me olhavam com semblantes tristes. Sentei na ponta da cama e abri o envelope, retirando dali uma pequena carta. Respirei fundo antes de abri-la para ler.

‘’Ás vezes eu me pergunto porque diabos existe isso de amor, sabe? Osso dói, dói muito. Se eu soubesse que doía tanto assim, eu jamais iria querer senti-lo.

Eu te entreguei a minha vida, eu me pus em último lugar para te por em primeiro, como eu sempre fiz. Me entreguei para você, não só fisicamente como emocionalmente também... E o que você fez para me retribuir? Me tratou como se eu não fosse nada, me fez sentir um lixo de pessoa. Está doendo muito, eu te entreguei meu coração e você o quebrou diversas vezes em menos de um mês. Mas eu sempre estive ali, a otária por você quis ficar. Me mantive firme apesar de tudo, porque eu pus na minha cabeça que você me notaria, que você valia a pena, que você e eu fomos feitas para dar certo... Mas parece que eu estava errada, não é mesmo?

Talvez não fosse mesmo para ser, talvez meu amor não seja suficiente para você, me desculpa por ter ido embora sem me despedir, mas eu não conseguiria dizer tudo isso se te visse. Você é meu ponto forte, assim como é meu ponto fraco, você é minha ruína, a única que eu sou dependente, é a única que me faz ficar feliz na mesma proporção que me faz ficar triste.

Como pode alguém te fazer amar até doer? Como o mesmo rosto que te faz feliz, também te faz ficar tão triste?

Não era você que iria me salvar? Não era você que iria me guiar?

Por que eu estou me sentindo mais perdida que antes? Por que eu estou tão destruída assim? 

Eu não quero sofrer assim, e eu não vou... Adeus, Camila!

                                                                           Lauren Jauregui.''

As lágrimas já desciam furiosamente, eu sentia meu coração sendo destruído a cada nova batida. Eu não podia perdê-la, ela estava desistindo de mim, de nós. Isso não pode acontecer, eu não vou deixar.

Deixei a carta em cima da cama e levantei para ir atrás dela, porém fui impedida pelos braços das meninas.

— Ela já foi embora Mila, daqui a pouco ela estará a caminho de Nova Iorque.

Ally disse num tom de voz triste, terminando de massacrar meu coração. Perdi as forças nas pernas e desabei no chão de joelhos.

Ela foi embora... ela está me deixando.