História A Melhor Amiga da Noiva. - Capítulo 36

                                                       Camila Pov

Abri os olhos e virei meu corpo na cama, percebendo que Lauren já não estava ali. Estava prestes a levantar e procura-la pela casa quando meu celular tocou, era ela.

— Camz?

Ouvi sua voz e automaticamente sorri.

— Oi boo.

Minha voz saiu um pouco rouca e sonolenta, ela soltou uma risadinha gostosa. Mordi o lábio, aquele som sem dúvidas é meu preferido.

— Não acredito que você ainda estava dormindo.

Ela falou ainda rindo, eu sorri enquanto me espreguiçava.

— Eu estava precisando de uma noite tranquila de sono assim.

Admiti e ela soltou um suspiro.

— Eu também.

Falou no mesmo tom que eu e eu mordi o lábio.

— Está aonde?

— Na empresa, e a senhorita vai se atrasar para o nosso café, mocinha.

Falou num falso tom de repreensão e eu me sentei na cama.

— Verdade, hoje é segunda-feira. Vou tomar um banho e depois vou ai te buscar.

Levantei da cama e fui em direção ao meu quarto para tomar um banho.

— Mas sempre sou eu que te busco ô cabeçuda.

— Eu sei, só que eu quero fazer diferente agora. Como eu te disse ontem, eu vou te provar que posso te fazer feliz. Meu primeiro passo vai ser te agradar.

— Eu vou gostar disso.

Ela falou, eu não estava vendo, mas tinha certeza que ela sorria.

— Espero que sim, vou tomar banho agora amor, até mais tarde.

— Tudo bem, não demora.

— Pode deixar.

Ia desligar a ligação, mas ouvi sua voz me chamar.

— Diz que me ama?

Pediu manhosa e eu ri baixinho.

— Eu amo você.

Eu disse e ela suspirou de forma apaixonada.

— Eu também amo você.

Repetiu e como sempre meu coração sambou dentro do peito. Nos despedimos e eu fui tomar meu banho.

Coloquei uma roupa e peguei minha carteira, ia pegar um táxi, porém me surpreendi ao ver a chave do carro de Lauren em cima da mesa, ao seu lado tinha um bilhete.

‘’Usa meu bebê porque eu tenho uma surpresa para você depois – Lolo. ‘’

Fiquei curiosa e ao mesmo feliz com isso. É a segunda vez que ela deixa eu dirigir o carro dela, e olha que o ciúme que ela tem dele é o mesmo que ela tinha comigo, é enorme. Peguei as chaves e sai do apartamento, tranquei a porta e depois fui até o elevador.

Meu corpo todo relaxou ao sentar no banco de couro macio do carro dela, eu entendo porque ela ama tanto esse carro. Os bancos dele parecem uma cama.

No caminho para a empresa da Lo, parei para comprar os chocolates preferidos dela e as flores que ela gosta.

Está na hora de trata-la como ela merece...

                                                         Lauren Pov

Estava terminando de anotar algumas coisas e assinar alguns contratos quando minha porta foi aberta. Com certeza deveria ser Camila, ou uma das meninas, somente elas têm o direito de entrar na minha sala sem precisar serem anunciadas. Abri um enorme sorriso ao ver a pessoa mais linda da face da terra passar pela porta com um buquê em suas mãos e um sorriso tímido no rosto.

— Está atrasada mocinha.

Fingi repreendê-la apontando para o relógio em meu pulso, ela assentiu com o rosto levemente corado.

— Eu me atrasei porque passei antes numa lojinha para comprar pra você.

Parou em frente a minha mesa e me estendeu o buquê e a caixa de Godiva, meus olhos brilharam por três motivos: ela, as rosas amarelas e meu chocolate preferido. Mas com certeza o principal motivo era ela.

— Meu Deus, você é a melhor pessoa do mundo.

Falei animada e ela riu me entregando primeiro o buquê. Inalei aquele aroma adocicado das rosas e sorri para ela.

— Eu amo você.

Ela disse antes de dar um beijo na minha testa. Meu coração  estava saltando dentro do peito, eu jamais me acostumaria com ela dizendo que me ama. Se antes eu já ficava feliz, agora fico mais ainda.

— Eu amo você também.

Sussurrei olhando para os seus lábios, senti minha garganta secar quando ela por impulso os umedeceu e eu fiz o mesmo por reflexo.

— Ok, para com isso... — ela pediu rindo e saiu de perto de mim. — Se vamos fazer as coisas devagar não posso cair em tentação e te agarrar. Você precisa parar de ser assim.

— Assim como?

— Tão sexy, isso deveria ser um pecado. Uma pessoa não deveria ser tão atraente assim.

Ela acabei rindo do que ela disse. Havíamos combinado de ir com calma. Sabe como? Primeiros encontros, passeios ao ar livre, ver filme juntinhas e dormir agarradinhas, mas sem sexo. Se der realmente certo vamos então estar dando os passos certos... Como os casais normais fazem.

— Não sei se eu vou aguentar esse acordo não.

Confessei rindo e ela me acompanhou.

— Nem eu, mas vamos tentar.

Ela pegou a caixa do chocolate e eu entreguei as flores para ela.

— Pede a Lise para colocar as flores num vaso e depois pôr aqui em cima da minha mesa.

Pedi e ela assentiu saindo da sala. Comi dois bombons e soltei muitos gemidos satisfatórios enquanto sentia aquele saboroso doce derretendo em minha boca.

— Vamos?

Ela reapareceu na porta e eu assenti, guardei a caixa na gaveta e me levantei, peguei minha carteira e as chaves do carro dela, que eu havia terminado de pagar o conserto porque se depender dela ele ficaria lá até o fim da vida.

Descemos pelo elevador conversando e rindo. Era como se nada tivesse mudado... ou talvez nem tanto assim. A verdade é que eu estava amando poder voltar a ser assim com ela.

— Suas chaves.

Ela me entregou as chaves do meu bebê e meus olhos brilharam, fazendo ela rir.

— Gay.

Zombou e eu lhe mostrei a língua.

— É a segunda coisa mais importante da minha vida.

Falei e ela me olhou com curiosidade.

— E qual a primeira?

Me aproximei bem dela e segurei em sua cintura, aproximei meu rosto lentamente do dela e vi ela engolir em seco enquanto mantinha os olhos fixos na minha boca. Sorri com isso e desviei indo em direção ao seu ouvido.

— Se você merecer, talvez eu te conte.

Me afastei dela, que continuou lá parada, ainda atônita com o que havia acontecido. Entrei no meu carro, buzinei para ela despertando-a de seu transe.

— Provocar vale?

Perguntou enquanto colocávamos o cinto e eu ri. Talvez não ficasse só nas provocações, mas eu amo provocar ela, adoro os nossos joguinhos de sedução.

— Vale quase tudo, babe.

Pisquei para ela. Camila deu um sorriso que deixava claro o quão ferrada eu estava

Fomos até o uma loja de cupcake. Camila estava com vontade comer cupcake.

— Adivinha qual eu vou pedir.

Ela pediu quando entramos na loja, eu sorri e concordei com a cabeça. A quanto tempo não fazíamos isso mesmo?

— Hmmm. — Fiz uma expressão pensativa e ela me olhou com expectativa. — Talvez um de kit kat?

Arrisquei e ela negou com a cabeça rindo.

— Vamos lá Lolo, você já foi melhor que isso.

Eu mordi o lábio pensando.

— Hmm, de floresta negra?

Negou outra vez, bufei frustrada.

— Merda! — Exclamei baixinho e olhei para os sabores que haviam na placa, foi ai que... — Hm... de ovomaltine com nutella, acertei?

Ela ficou séria alguns segundos, eu estava pensando começando a pensar que não era. Mas seria impossível eu ter errado dessa vez.

— Você é boa.

Ela me elogiou sorrindo e eu comemorei.

— Aqui é Lauren, não é bagunça.

Falei de forma convencida e ela riu revirando os olhos.

Pedimos alguns cupcakes com o mesmo sabor e sentamos em uma das mesinhas que havia ali.

— Só isso vai encher sua barriga?

Perguntei para ela enquanto ela praticamente devorava os cupcakes que ela pediu.

— Claro que não... — Falou com a boca um pouco cheia e eu ri. — Desculpa.

— É você que não gosta que faça isso.

— Eu sei é que... merda, isso é tão bom.

Ela disse mordendo outro enorme pedaço do cupcake.

Eu quase nem prestei atenção nos meus, estava mais ocupada com a visão adorável a minha frente...  Ela se lambuzava e se limpava com a língua.

Minha Camila, só minha outra vez, como deve ser.

                                                      Camila Pov

Depois que saímos da loja de cupcakes, Lauren me levou para comer pizza, pois ela sabia que eu ainda estava com fome. Depois de comermos ela me deixou em casa.

— Camz... — Ela chamou depois que eu desci do carro e ela desceu também. — Isso é seu.

Me estendeu uma chave de um carro e eu fiquei confusa, porém eu logo reconheci o chaveiro de pizza... era a chave do meu carro ou?

— É a...?

— É sim.

Ela me cortou, sem jeito. Eu suspirei negando com a cabeça, ela fez de novo...

— Lauren...

Comecei, mas ela não deixou eu terminar.

— Olha não começa, ok? Eu fiz mesmo porque eu não quero você andando por aí de taxi... Não quero nenhum taxista de olho em você.

A última parte saiu como um sussurro, acho que ela pensou alto. Era impressão ou ela estava com ciúmes?

— Você... está com ciúme?

Perguntei rindo e ela revirou os olhos.

— Estou, satisfeita?

Falou emburrada e eu sorri.

— Ciumenta.

— Chata.

— Ranzinza.

— Bebezão.

— Gostosa.

Provoquei e ela riu.

— Está roubando minhas falas.

Acusou brincalhona.

— Eu posso.

Pisquei para ela. Lauren me puxou pela cintura colando nossos corpos, ficamos um tempo nos olhando sem nada dizer, com sorrisos no rosto.

— Nos vemos mais tarde?

Perguntou e eu demorei alguns segundos pra responder.

— S-sim.

Gaguejei e ela riu.

— Até.

Me roubou um selinho, pegando-me desprevenida e se afastou de mim rindo. Acenei para ela antes de seu carro sumir na esquina. Soltei um suspiro apaixonado tocando meus lábios com meus dedos.

Finalmente eu sentia que as coisas estavam se acertando...