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História A Melhor Amiga da Noiva. - Capítulo 5


Escrita por: Horse

Notas do Autor


Mais um... notas finais...

Capítulo 5 - Capítulo 5


  LAUREN JAUREGUI

 

Eu odeio com todas as minhas forças ter que ficar preenchendo esses relatórios. 

Você deveria se acostumar, ainda terá que preencher muitos como esse daqui para frente.

Ainda ouço a voz de meu pai repetindo sem parar na minha cabeça, me lembrando do maldito dia que eu aceitei herdar os negócios dele. Nunca vou esquecer o quanto eu fiquei cansada de tanto ver números na minha frente. É um desgaste enorme para a mente.

O bom que pelo menos eu posso resolver quase tudo daqui mesmo, da agora minha empresa, na Times Square. Administrar uma rede de hotéis; uma rede de transportes e uma rede de comércios não é nada fácil. É exaustivo para falar a verdade, mesmo com todo o lucro que tenho. 

Estava quase terminando de resolver os últimos relatórios contábeis da minha rede de hotéis Jauregui's Palace. Ainda não gosto tanto desse nome, porém foi meu pai que lhe deu, quem sou eu para mudar, não é? Até porque me daria mais trabalho, ter que encontrar um nome disponível e ainda conseguir a autorização.  Só de pensar eu já fico cansada.

Estava concentrada nos cálculos quando ouvi batidas na porta.

— Entra. 

Fiz o máximo de esforço para minha voz não soar ríspida, mas creio que não tenha conseguido já que a porta demorou um pouco a ser aberta. Já estava preparada para mandar quem quer que fosse ali ser bem rápido quando eu vi Camila adentrar minha sala com um sorriso tímido em seu rosto e um de seus braços está para trás. Ela parece estar com algo em sua mão. Minha curiosidade logo fica aguçada. 

— Dia difícil? 

Perguntou com um sorriso de lado depois que fechou a porta, vindo de encontro a mim. Soltei um suspiro cansado e arrastei minha cadeira para trás; automaticamente senti todo o meu corpo relaxar quando ela sentou em meu colo, dando-me um abraço meio desajeitado por causa da posição estranha em que estávamos. 

— Muito cansativo na verdade. Eu geralmente durmo bastante aqui, mas também quando tem trabalho para fazer é bem exaustivo. 

Lamentei e ela fez beicinho daquele jeito fofo dela, demonstrando que estava sentindo na própria pele o quanto eu estava cansada. 

— Por isso eu vim te tirar daqui. − Contou animada e eu lhe mostrei um sorriso cansado. — Qual é, Lo? Animação, hoje é sexta-feira, um dia antes do casamento do seu pai. 

De longe se via quão sarcástica ela foi e isso me causou umas risadas. 

— Só você mesmo para me fazer rir. 

— Claro, eu sou o amor da sua vida. — Sorriu com a língua entre os dentes, é tão fofo quando ela faz isso. — Eu trouxe uma coisa para você. 

Finalmente ela me mostrou o que estava em sua mão e meus olhos brilharam ao ver a caixa a caixa de Godiva. É simplesmente o meu chocolate preferido, e um dos melhores do mundo. Obviamente que Camila sabe disso. 

— Aaaaah, você é a melhor amiga do mundo! 

Exclamei num tom infantil animado. Soltei um longo gemido de satisfação quando senti aquele delicioso chocolate se derreter na minha boca, Camila riu ao ver o quão feliz eu ficava quando comia chocolate. 

— Eu tinha quase certeza que você iria amar. 

— Com... certeza. 

Falei com boca meio cheia e ela me fitou séria. Ela simplesmente odeia quando eu faço coisas assim.

— Já disse para você não falar de boca cheia.

Deu-me um tapa forte no braço esquerdo e eu quase engasguei com o pedaço de chocolate que estava na minha boca.

— Ai, Camz!

Coloquei a caixa com os bombons em cima da minha mesa e esfreguei onde ela bateu freneticamente, sentindo a ardência constate no local, eu tinha certeza que aquilo ficaria marcado. Ter a pele tão clara às vezes é horrível.

— Desculpa, acho que exagerei um pouco. 

Falou culpada tirando minha mão que estava massageando meu braço substituindo pela sua própria. 

— Acho que você meio que fez de propósito. 

Soltei uma risada sem humor e ela me olhou sem entender. 

— O que?

— Por ontem... 

Lembrei-a e ela ficou séria por uns segundos, mas deu um sorriso depois. 

— Eu tinha até esquecido já. 

Tentou parecer tranquila, mas sua voz afinando no final confirmou o que eu já sabia: ela estava mentindo. 

— Eu já pedi desculpas, Camz... Não fica guardando isso ai na sua cabecinha. 

Fiz a minha melhor carinha fofa, pelo menos consegui fazê-la sorrir. 

— Dessa vez passa, mas se você ousar me esquecer de novo por causa de um rabo de saia qualquer, eu corto seus dedos e sua língua também.

Ameaçou-me e eu fiz sinal de rendição, fazendo-a rir. 

— Eu acho que vai ficar roxo. 

Ela falou num tom culpado de novo enquanto analisava meu braço, no local onde ela havia batido. 

— Ainda ta doendo. 

Fiz um drama básico com uma expressão sofrida no rosto só para ela poder continuar com os carinhos. 

— Será que se der beijinho sara? 

Fez uma voz fininha. Ela fica tão fofa quando faz isso.

— Não sei, mas talvez você devesse tentar. 

Falei no mesmo tom que ela, que sorriu e assentiu concordando. 

Inclinou-se para frente, levando seu rosto de encontro ao meu braço onde estava uma região vermelha. Deu um longo selinho longo e molhado sobre o local e na mesma hora eu senti meu corpo reagir aquele toque.

— Melhorou? 

Sussurrou com aquele tom arrastado dela, eu fechei os olhos por uns segundos sentindo com mais intensidade as sensações que ela me traz. Camila simplesmente tem algo que hipnotiza, impossível resistir por mais que você tente muito.

— Talvez mais alguns beijos. 

Ouvi sua risada baixa e fechei os olhos outra vez quando sua boca voltou a tocar minha pele. Ela repetiu aquele movimento diversas vezes com carinho e cuidado para não me machucar mais. 

— Você está ficando excitada? 

Abri os olhos assustada e notei que ela me olhava com uma sobrancelha arqueada, parecendo chocada. Senti meu rosto ruborizar fortemente e Camila riu da minha reação. 

— Na-não.

Gaguejei, merda. 

— Certeza?

Indagou naquele tom provocativo dela e eu engoli em seco. Eu sabia que aquelas provocações de terça teriam volta. Eu tenho quase certeza que Camila deve ter um alter ego, ou ela é um pouco bipolar, porque olha, não é possível isso, um dia ela está fofa e completamente tímida, dai no outro ela está sexy e totalmente provocante. 

— Mas o que... 

— Shhhhh! Você fala demais, Jauregui. 

Colocou seu dedo sobre os meus lábios, ajeitando-se em meu colo e sentando de frente para mim. Levantei as sobrancelhas, o que ela vai aprontar? 

— Você foi uma canalha ontem, sabia? Aliás... — Colocou as duas mãos em meus ombros como apoio e inclinou-se para frente, sussurrando em meu ouvido:  — Você é sempre canalha, estou certa? 

Ela estava tão sexy, mas tão sexy, que eu estava começando a suar com aquilo. Camila mexe com a minha sanidade e por me conhecer bem ela sabe como me enlouquecer. 

— E-eu... Já me d-desculpei C-camz... 

Minha voz falhou diversas vezes e ela riu ao notar meu estado. 

— Vejo que a senhorita está ficando nervosa. 

Falou maliciosamente, eu engoli em seco, seus olhos - os meus castanhos doces - estavam escuros e flamejantes. Se ela não tem uma dupla personalidade, alguém se apossa de seu corpo de vez em quando, não é possível alguém mudar com tanta facilidade assim. 

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, a porta da minha sala foi aberta bruscamente, nos fazendo voltar à realidade. Ouvimos risadas altas, que cessaram assim que notaram nossa posição. Eu já estava pronta para xingar quem quer que fosse a pessoa que ousou entrar ali assim, mas me calei quando me deparei com Dinah e Ally paradas nos olhando confusas, mas com pequenos sorrisos maliciosos no rosto. 

— Vocês estavam se pegando? 

Ally falou rindo e Dinah continuou nos olhando sem dizer nada. 

Olhei para Camila, que estava com o rosto totalmente corado, eu tenho certeza que o meu também está assim. 

— Não viaja Ally, estávamos só conversando. 

Falei tentando parecer séria e Camila levantou do meu colo ainda sem jeito. 

— Essas provocações de vocês duas ainda vai subir para segunda base, escutem o que eu to falando. 

Dinah zombou e eu lhe mostrei a língua. Aproveitei que elas estavam ali e me recompus, controlando meus sentidos e os batimentos do meu coração. 

Eu estava a um passo de agarrar a minha melhor amiga. Que merda eu estava pensando?

— Lesba!

Ouvi a voz irritante de Dinah sentindo um forte tapa em minha testa em seguida, que fez as meninas rirem e eu a olhar furiosa. 

— Que porra você acha que está fazendo? 

— Olha a boca mocinha. 

Ally me repreendeu segurando um riso e Dinah debochou da minha cara. 

— Okay vocês duas, chega. 

Camila se enfiou no meio de nós duas, me impedindo de dar uns tapas na cara dessa garota irritante. 

— Por que eu ainda sou sua amiga mesmo? 

— Simples, porque você não vive sem mim. 

— Oh sim, sem Dinah Jane eu não consigo respirar, nem comer, nem anda. Eu fico inválida até meu coração parar de bater. 

As meninas riram e Dinah apenas revirou os olhos.

—  Ta, agora é sério, o que as duas vieram fazer aqui? 

Camz perguntou e as duas se entreolharam como se tivessem pensado a mesma coisa. Lá vem... 

— Bom, pegar as duas quase fazendo sexo em cima de uma cadeira de escritório com toda certeza que não foi. 

Como sempre a Dinah tinha que mandar uma das dela...

— Não, mas agora é sério, brincadeiras a parte... Viemos chamar vocês para irmos a La Conga hoje. 

Ally falou animada, olhei para Camz que compartilhou o mesmo olhar cansado que o meu. Nem precisamos falar nada, só em nos olharmos já sabíamos que... nenhuma das duas está com vontade de ir. 

— Ihhhh... vocês estão fazendo aquilo de novo. 

Ally brincou nos fazendo quebrar nossa conversa visual e olhar para ela. 

— Eu to cansada, baixinha. E eu tenho que ir ao casamento do meu pai amanhã. 

Falei derrotada e Camz veio até mim entrelaçando sua mão a minha. 

— Vocês duas deveriam se casar. Porque se uma não vai a um lugar, a outra também não vai. Se uma ficar sem comer a outra também vai ficar? 

Dinah perguntou incrédula e eu troquei um olhar cúmplice com Camila.

— Sim!

Gritamos juntas e as meninas negaram com a cabeça rindo. 

— Vocês são tão... tão... ah eu nem sei o que dizer. 

— Uh, Dinah Jane sem saber o que falar? 

Ally zombou e nós rimos. 

— Até você agora, Ally? Senhor, eu estou cercada por idiotas. 

Fez uma cara de sofrida levantando as mãos e olhando para o teto como se estivesse conversando com Deus, Ally a empurrou pelos ombros rindo de suas caretas.

— Então está bom meninas, eu já vou. 

Ally disse por fim e nos abraçou, Dinah veio até Camila e eu nos dar um abraço apertado também. 

— Também já vou indo, tchau lesba alfa. — Veio até mim e me abraçou, trinquei minha mandíbula e a fulminei com o olhar. Ela riu e me soltou indo de encontro a Camz. — Tchau quase lesba. 

Não aguentei nessa hora eu tive que rir. Camila ficou completamente sem graça e seu rosto corou fortemente. 

Ally arrastou Dinah de dentro da minha sala ainda rindo da cara de Camila. Soltei um suspiro de alívio quando elas foram embora. 

Olhei para Camila que continuou parada fitando um ponto fixo na parede qualquer. 

— Camz? 

Chamei uma vez e nada. 

— Camila? 

De novo e nada.

— Karla!

Falei num tom mais alto e firme, ela me olhou com uma expressão assassina, o efeito era imediato sempre que eu falava o primeiro nome dela.

— Não vou nem falar nada com você. 

Ela falou entre dentes, cerrando os olhos para mim, rapidamente fiz sinal de rendição. 

xxxx

 

— Temos que comprar seu vestido, Lo. 

Ela falou quando já estávamos dentro do meu carro e eu a olhei completamente séria.

— Você está de brincadeira com a minha cara, não é? 

Ela riu e negou com a cabeça.

— Estou falando sério, muito sério. 

— Mas, Camz... 

Tentei argumentar, mas ela me cortou. 

— Você não quer ir para o casamento do seu pai usando um coturno e roupas de couro, não é Lauren? 

Olhei-a como quem diz ''era assim mesmo que eu queria ir'' fazendo seu queixo cair em descrença.

— É um casamento, Lauren. Não uma boate ou coisa assim. 

Ela falou séria e eu bufei, não ia ter argumento que me salvasse mesmo. 

— Não sei pra que essa palhaçada toda.

Resmunguei para eu mesma baixinho, mas Camila ouviu.

— Calada, ranzinza. 

— Eu não gosto de usar vestidos e você sabe muito bem disso. 

— Quando você se casar, você vai usar o quê? Short jeans? 

Perguntou divertida, paramos no semáforo e eu olhei para ela. 

— Usaria. — Falei séria e ela me olhou incrédula. — Isso se eu fosse casar um dia, claro. 

Completei rindo e pude vê-la fazer uma expressão meio indecifrável. Não deu tempo de perguntar por que aquela cara já que o sinal abriu na hora, e as buzinas dos carros atrás de mim me acordaram do transe.

— O que foi, Camz? Ficou calada. 

— É impossível você não se casar um dia, Lolo. 

Voltou ao assunto e eu revirei os olhos. 

— Não vou casar nunca, pode ter certeza disso. 

Olhei de relance para ela, que olhava através da janela. 

— Nunca? 

— Nunca. 

Olhei de novo para ela, que me olhava sem acreditar no que eu disse. 

— Você ama essa sua vida de putaria, não ama? 

— Digamos que eu goste. — Ela riu alto e eu ri também. — Tudo bem, eu amo. 

Admiti e ela estalou a língua, fazendo aquele som de quando negamos algo. 

— Então você nunca vai se apaixonar? 

— Por que está tão interessada nisso, Camz? 

— Responde a pergunta, sua cabeça de vento.

Ignorou minha pergunta. 

— Ok mandona. Não, eu nunca vou me apaixonar. 

Frisei o nunca e a olhei nos olhos assim que estacionei no estacionamento do shopping. 

— Você é uma pedrinha de gelo, meu Deus. 

Ela riu fraco e eu dei de ombros, era verdade. 

— Está bom, já chega. Vamos logo antes que eu desista. 

Saí do carro e ela me acompanhou. 

Até que foi divertido, eu nem sei por que eu ainda tinha alguma dúvida de que seria mais um momento perfeito. Isso claro só aconteceu porque eu estava com Camila. Tudo é melhor quando é com ela.

Eu não sabia explicar, eu sou completamente apaixonada por ela, apesar de eu nunca ter dito que a amo, eu sei que ela sabe. Camila sempre esteve comigo, e nós duas sempre fomos como irmãs, às vezes eu sentia como se ela fosse minha alma gêmea... Não preciso ter um relacionamento com ela para ela ser minha alma gêmea, não é? Não, creio que não. 

Bom, sendo assim, sim, Camila é a minha alma gêmea... 

— Você ouviu alguma coisa que eu te falei, cabeçuda? 

A voz dela me despertou dos meus pensamentos, eu sorri timidamente. Tenho que parar de ficar divagando direto. 

— Desculpe... o que você disse mesmo? 

Deitei minha cabeça em seu colo e ela acariciou meus cabelos. 

— Eu disse que tenho uma novidade pra te contar. 

Falou animada e eu me senti animada também só em vê-la em tamanho estado de euforia. 

— Já vi que é coisa boa.

— Sim é coisa muito boa. 

Olhei para ela em expectativa querendo ouvir o que tanto ela queria me contar. Mas ela ficou fazendo tanto suspense que eu até sentei no sofá, de tão inquieta que já eu estava. 

— Camz... será que dá para...

Ela nem me deixou terminar e antes que eu pudesse fazê-lo ela gritou:

— ELES ACEITARAM!

Praticamente quicou no assento do sofá, eu ri de seu jeito infantil fofo. 

— Eles quem? 

— Os Spider's. 

Respondeu com um brilho nos olhos e eu sorri largamente. 

— Os Canadenses que se interessaram pelas suas obras? 

Perguntei demonstrando minha felicidade para ela, que assentiu freneticamente com a cabeça.

— Oh meu Deus. Parabéns meu amor, parabéns. 

Joguei-me em cima dela, que ria sem parar e agradecia.

— Eles me confirmaram terça. 

— E porque só me contou agora? 

— Porque eu quase nem te vi essa semana.

Falou com um sorriso irônico no rosto, eu sabia que ela ainda estava um pouco magoada por eu ter sido bastante ausente essa semana.

— Desculpa mais uma vez. 

— Tudo bem. 

Deu de ombros.

— Temos que comemorar isso. 

Levantei e corri até o bar que está localizado no canto da minha sala para pegar um champanhe. 

 

                                                  CAMILA CABELLO

 

Esperei Lauren voltar da cozinha e fiquei repassando mentalmente os possíveis jeitos de contar para ela que iria ficar seis semanas lá. Sem vê-la, eu sabia quão ruim seria para nós duas. 

Em pouco tempo ela voltou radiante, com um enorme sorriso orgulhoso no rosto, trazendo consigo duas taças e uma garrafa de champanhe. Eu logo reconheci a garrafa da Cattier, era uma das preferidas dela, e ela só abria uma dessas quando era algo muito importante para se comemorar. 

Ela colocou o líquido nas duas taças e me entregou a minha. Sorriu e levantou seu copo em minha direção em sinal de brinde. 

— Ao seu sucesso. 

Falou animada e eu assenti. 

Bebemos a garrafa quase toda e cada vez mais eu enrolava para contar a ela sobre a viagem.

Ela já parecia um pouco alta, ria de tudo. Estava deitada com a cabeça em meu colo e brincava com a ponta dos meus cabelos, enquanto nos lembrávamos de algumas histórias antigas.

— Lo... preciso falar com você. 

— Diga, Caaaaamz. 

Pronunciou meu apelido arrastadamente e eu ri. Ela realmente estava alterada. 

— Eu vou ter que viajar para o Canadá. 

Falei tudo de uma vez e ela ficou me olhando com os olhos semicerrados, como se estivesse tentando entender o que eu disse. 

— Viajar? 

O sorriso de seu rosto morreu e ela sentou no sofá, me fitando inexpressiva. 

— É Lo... viajar. Sabe, para resolver tudo... 

Expliquei e ela assentiu ainda sem demonstrar nenhum sentimento, negativo ou positivo.

— Quanto tempo? 

Engoli em seco e respirei fundo. Se eu falar tudo de uma vez ela não vai surtar. 

—  Vouterquepassarseissemanasresolvendoascoisas. 

Falei tudo junto e tão rapidamente que fiquei sem ar, o que causou uma risada em Lauren. Com certeza ela não entendeu. 

— Você disse o quê? 

Fez uma careta e continuou rindo. Respirei fundo, vamos lá. Encorajei a mim mesma.

— Seis. 

Disse simples e ela fez uma expressão confusa.

— Seis o que? 

— Seis semanas, Lolo. 

Ela arregalou os olhos, fitando-me apavorada.

Ok, é agora que ela vai surtar... 3,2,1...

— O QUE?!

Gritou e eu respirei fundo. Não disse que ela iria surtar? 

— Lo, calma... são só seis semanas, passa rápido. 

— Seis semanas, Camila? Você está de sacanagem? Que passa rápido o quê, seis semanas é muito tempo. Você não vai. 

Decretou séria e eu bufei. Lá vem o drama... 

— Lauren, você sabe que vou ter que ir... 

Tentei soar o mais carinhosa possível e ela fez aquela maldita carinha triste, chantagista.

— Não quero. Não quero que vá. 

Pediu quase que suplicando e enfiou sua cabeça no meio das minhas pernas. Birrenta. 

— Meu amor, não faz assim. Vai passar rápido. 

Fiz carinho em suas costas e ela agarrou com força minha cintura. Quase soltei um gemido involuntário quando sua cabeça pressionou minha intimidade devido à movimentação.

— Por favor, Camz. Seis semanas é muito tempo. 

— Vai passar rápido, Lo. 

— Não vai... são quarenta e dois dias, mil e oito horas, e são sessenta mil e... 

Começou a divagar, como ela sempre faz quando a situação saí de seu controle e desanda a falar sem parar. 

— Já entendi. 

Cortei-a antes que ela começasse com monólogo de convencimento dela, Lauren tirou a cabeça do meio das minhas pernas e me olhou com uma expressão triste. Se fosse possível eu diria que ouvi meu coração quebrar em meu peito, ela parecia devastada.

— Não faça essa carinha. 

Pedi sentindo meu coração apertar, ela parecia uma criança com medo do escuro.

— Eu vou sentir sua falta. Serão seis sábados sem você. 

Falou com pesar e eu suspirei acariciando seu rosto com carinho. 

— Você acha que eu também não vou sentir sua falta, Lo? Se eu pudesse não iria, mas você sabe...

— Vai ser bom para você, é eu sei. Estou sendo egoísta, não é? 

Indagou em tom de culpa dando um sorriso sem graça. 

— Não, você não está. 

Assegurei-a, ela suspirou aliviada.

— É só que... nós duas nunca ficamos tanto tempo longe uma da outra... sei lá, quem vai cuidar de mim? 

Fez beicinho e eu apertei suas bochechas, por mais torturante que fosse essa situação, ambas sabíamos que era necessário isso. 

— Você tem Ally e a Dinah, cariño. 

Ela sorriu alegremente quando eu a chamei desse jeito. Do mesmo modo que ela faz chantagem emocional comigo eu sei como dobrá-la.

— Isso é maldade, você sabe disso. 

— Ha ha ha eu sei, mas se eu não apelar você vai tentar mexer com a minha cabeça para me convencer a ficar aqui, porque a senhorita é assim. 

— Tudo bem, eu me rendo. Vou te dar um voto de confiança, se você me prometer que vai me ligar todos os dias, e se não conseguir, vai me mandar mensagens dizendo que está tudo bem.

— Prometo, mãe. 

Falei em tom de brincadeira e ela riu. 

Deitou no meu colo e enfiou a cabeça no meio das minhas pernas de novo. Mas ela não tinha aceitado? 

— O que você está fazendo? Não tinha aceitado? 

Ouvi sua risadinha manhosa e fiquei sem entender.

— Eu gosto de ficar aqui, é um lugar quente pra se estar. 

Falou maliciosamente e eu lhe dei um soco nas costas. Filha da mãe ta me provocando. 

— Você não presta. 

Ela riu e eu ri também. Tirou sua cabeça dali e sentou no meu colo de frente pra mim, roçando a ponta de nossos narizes. 

— Mas você me ama assim. 

Convencida toda vida. Empurrei-a de brincadeira pelos ombros e ela mordeu o lábio inferior.

— Dorme aqui hoje? 

Fez beicinho e eu revirei os olhos. Como negar algo para ela? 

— Durmo sim. 

Ela comemorou animada e levantou do sofá para me puxar pelas pernas e me jogar sobre seus ombros. 

Fomos rindo até seu quarto e tomamos banho, juntas. Era normal, tá? Nada de pensar besteiras vocês. 

— Eu já disse o quanto sua tatuagem é sexy? 

Questionei olhando sua cintura, onde tem um beija-flor tatuado, ela me olhou sugestiva com uma sobrancelha arqueada e eu corei.

— Por que você está olhando para ela? 

Perguntou em um tom malicioso e eu ri nervosamente.

— Ai, você adora me deixar sem graça, sua idiota. 

— Você que fica olhando minhas partes baixas, e eu que estou te deixando sem graça? 

— Não é como se eu já não tivesse feito isso antes.

Pensei alto e ela gargalhou.

— Depois eu que sou a pervertida. 

— Argh!

Saí do box e peguei a toalha para me secar, indo para o quarto enrolada na toalha ainda ouvindo a risada dela ecoar por todo o ambiente. 

Coloquei uma calcinha boxer preta da Lauren mesmo, e coloquei seu blusão do Red Sox, me joguei na cama dela. Um tempo depois ouvi a porta do banheiro se abrir e seu aroma tomar conta de todo o quarto. 

— Minha blusa fica tão perfeita em você.

Virei de barriga para cima e olhei para ela que me fitava com um sorriso no rosto. 

— Eu gosto da sua blusa, tem seu cheiro e é tão gostosa. 

— Eu sei que eu sou gostosa. 

— Não falei de você, idiota. 

Revirei os olhos e ela riu. Joguei-me na cama de novo e fechei os olhos. 

— Vai dizer que eu não sou gostosa? 

Olhei para ela, que havia jogado a toalha no chão ficando completamente nua na minha frente. 

Olhei-a da cabeça aos pés e fiz uma cara pensativa, como se estivesse analisando sua anatomia.

— Hmmm. Talvez...

— Talvez? 

Fingiu desapontamento e eu pisquei pra ela. 

Ela foi até seu closet e pegou seu blusão do Red Hot Chilli Peppers e vestiu uma calcinha de renda azul. 

Jogou-se na cama em cima de mim, rindo divertida quando eu fingi que tinha perdido o ar.

— Gorda. 

— Gostosa. 

Rebateu e eu a empurrei para o lado. 

Virei de costas pra ela e entrei embaixo do edredom, sentindo-a repetir meu movimento e colocar seu braço em volta da minha cintura, puxando-me para perto colando nossos corpos.

— Boa noite, Camz. 

Sussurrou no meu ouvido e eu me arrepiei.

— Boa noite, Lo. 

E em pouco tempo eu peguei no sono. Com um sorriso no rosto. E por ironia ou não eu sonhei com a Lauren.... ou melhor, com a tatuagem da Lauren. 


Notas Finais


e então como estamos amores? Gostaram?
Sério eu quero agradecer pelos comentários e os favoritos, vocês me fazem muito feliz... continuem assim e aaah eu mudei meu user caso alguém queira meu tt agora é @jaakordeimae falem comigo por lá, me xinguem, me cobrem, elogiem, deem sugestões ou sla... até mais guys <3


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