História A Menina da Guitarra Vermelha - Amizade Colorida

- Sirena, há quanto tempo. - Disse a voz que era pouco familiar.

Olhei para cima e meu coração acelerou, batendo mais e mais rápido, parecendo que ia pular para fora. Quando me deparei com olhos cor de âmbar e um cabelo castanho na raiz e loiro no resto do couro cabeludo, percebi que era Justin Bieber. 

- O que faz aqui? - Perguntei nervosa.

- Não precisa ficar nervosa. Eu só vim aqui pra te pedir desculpas. - Arregalei os olhos e virei o rosto para ver Luke, que estava do atrás de mim.

- Quem é você? - Perguntou Dale exaltado.

- É o Justin, Dale.

- Eu vim em paz.

- Acho bom mesmo. - Luke virou as costas e foi deitar no sofá.

- Bem, me desculpa pela zoação e tal...

- É só isso? - Perguntei num tom desagradável.

- Ora. Seja agradável comigo, mulher. Estou aqui pra pedir desculpas, tenho que receber prioridade.

- Tem não.

- Ai. Doeu aqui. - Ele disse colocando a mão sobre o peito esquerdo e fingindo estar magoado. Eu apenas ri e o abracei.

- Obrigada.

- Disponha.

- Mas espera aí... Como é que você me achou? - Pwrguntei muito curiosa.

- Meu pai é o vice-diretor. Consigo tudo o que eu quero, na hora que eu quero.

- Que prioridade, hein?

- Pois é. Enfim... Até mais, eu vou dar uns pega na minha namorada ali. - Brincou.

Justin foi embora e eu fechei a porta, mas sem trancar. Lembrei-me dos testes que seriam feitos para entrar nos grupos, e fui checar o horário. Eram 14:27, eu teria que estar no teatro às 15:00. Corri para o banheiro deixando Luke sozinho a assistir TV. Me despi e entrei na banheira abrindo a torneirinha da mesma para encher. Tomei meu banho e me enrolei na toalha, indo em direção ao closet, que ficava em uma das portas do meu quarto. Coloquei um vestido curto e decotado, que mostrava muito bem minhas curvas. Calcei uma bota com salto de cano longo e desci. Deixei meu cabelo solto, já que estava molhado. Desci e peguei meu celular na mesa, guardando logo no cano da bota. Peguei algum dinheiro e coloquei entre meus seios, para que ninguém pegasse e funcionou, já que não se enxergava o dinheiro. Chamei Dale, que estava dormindo.

- Dale, acorda, eu tenho que sair, criança. - Ele resmungou baixinho e se levantou, vestindo sua camiseta do Rolling Stones, que estava no chão. Com a pichação na moto já limpa, fomos eu e ele até o Vincent High School. Estacionamos a moto e fomos até o teatro, onde todos começaram a olhar para nós, dois rockeiros com capacete e jaquetas combinando. Um garoto com a voz muito potente estava fazendo teste para a One Direction. E como eu imaginava, só haviam homens ali, eu sendo a única mulher a se apresentar. Logo chegou minha vez e eu subi ao palco, pegando a guitarra e conectando com o caixa de som. Toquei e cantei muito bem, por modéstia parte, a música "Alarm" da Anne-Marie, cantora na qual eu havia viciado. Quando terminei todos aplaudiram fascinados e eu desci do grande palco, indo em direção a Dale, que me olhava engraçado. 

- Acabou com esses riquinhos. - Ele sussurrou e nós dois rimos baixo.

Todos terminaram de se apresentar e tiveram de ir até os jurados - os garotos da 1D - que iriam decidir quem entraria. Entrei no meio daquele amontoado de gente, tendo vista preferencial dos garotos. 

- Então garotos... E garota. Não foi fácil decidir. Porém, hoje ficamos com o vozeirão aqui. - Disse Liam, apontando para mim. Dei um pulinho de alegria e fui correndo para Dale, me jogando nele. 

Ele me pegou e me girou, abraçado comigo.

- Essa é minha garota. - Ele me colocou no chão, vendo que os meninos da 1D vinham em minha direção.

- Parabéns, Sirena. - Os meninos disseram juntos e todos me abraçaram.

- Você tem guitarra? - Perguntou Harry.

- Sim, não se preocupe.

- Tudo bem então.

- Por que não saímos para comemorar? - Sugeriu Liam.

- Ótima ideia. - Disse Louis animado.

- A gente pode ir no cinema, aí passaríamos no Mc Donald's e comprávamos hambúrgueres. - Sugeriu Harry.

- Esquadrão suicida entra em cartaz hoje. Parece que...

- 11:50 da noite. - Dale completou minha frase.

- Ótimo! Nós poderíamos chamar o Pentatonix pra ir conosco. - Disse Niall, sendo repreendido pelo grupo. 

- Eita, rapaz, desde que você conheceu a Kirstie... - Disse Liam, recebendo um murro no ombro como resposta.

- Eu tenho que ir pra casa, Si.

- Mas você tá sem moto, Dale.

Eu olhei para ele dengosa.

- Você fica aí, eu pego o busão.

- Não, claro que não. Eu te levo. 

- Então... Te pegamos às dez horas? - Perguntou Harry

- Claro. - Eu respondi.

Eu e Dale saímos, acenando para os garotos. Fomos até o estacionamento e montamos na moto, dando a partida e saindo depois. Quando chegamos na casa de Luke, ele tirou o capacete e colocou na moto, puxando o celular da jaqueta para checar as horas: 17:50. 

- Quer ficar um pouco?

- Sim. - Desci da moto, colocando o capacete na mesma.

Entramos na casa que era feita de madeira reforçada, de um tom de cor escuro. Ele abriu a porta que era feita de vidro, e me deixou entrar, andando logo atrás de mim. Ele me puxou para sentar no sofá e eu sentei em seu colo de frente para ele. Ele acaraciou meu rosto, vendo que minha base já não podia mais esconder o inchaço dos meus olhos e aquelas olheiras enormes. Eu coloquei os meus braços por volta do pescoço dele, fazendo um carinho com a nuca. Pude sentir ele arrepiado por ver hematomas que estavam sendo escondidos pelas mangas compridas da jaqueta de couro. Ele pegou um dos meus braços com força, fazendo doer um pouco, e arregaçou a manga, se assustando ao ver hematomas e cortes distribuídos ali. Ele levantou me largando caída no sofá.

- Você me prometeu. - Ele agora levava as mãos à cabeça, se sentindo culpado.

- Dale... Você sabe que não é escolha minha.

- É claro que é! Você escolhe parar de fazer isso. - Ele agora subia as escadas de sua casa, exaltado.

- Dale... - Tentei fazê-lo resistir, não obtendo sucesso.

- Esqueça! A chave está na porta. 

Eu corri para a porta, abrindo e saindo em desespero, mas segurando o choro. Sentei-me na moto, dando a partida e acelerando para sair logo. Pilotava enquanto pensava se ele iria me perdoar, se ele iria querer me ver novamente. Lembro-me que da última vez, ficamos sem nos falar por 3 meses, que passaram muito devagar sem ele. Vamos falar de nossa amizade. Nossa amizade é aquela colorida, em que há relações sexuais, que há beijo quente, que há o proteger pra caralho. Ele me protegia desde quando eu conseguia me lembrar. Eu respirava fundo durante o caminho, para que não houvesse nenhum acidente. Cheguei em casa sã e salva - ainda bem - e a primeira coisa que olhei foi a hora. Acontece que da casa do Dale até aqui, é uma mizerável hora de viagem. E o bom ele precisava falar comigo, pois o carro dele estava na minha garagem. Quando reparei, já eram 19:17. Corri para dentro a me proteger, subindo para largar a bolsa na cama e tomar um banho. Fiz os dois e vesti um camisetão de manga longa que eu usava para dormir. Permaneci no quarto, pois meu iPhone estava carregando. Estava quase dormindo, quando recebi uma mensagem.

* Mensagem On *

- Oi, sou eu Harry. Você esqueceu de passar o endereço para podermos ir te buscar.

- Oh é mesmo! Rua Saint Paul Harbor, n° 2190.

- Ah, ótimo. Passamos aí em trinta minutos.

- Okay.

* Mensagem Off *

Que droga! Eu havia esquecido do cinema. Corri mais do que o flash para o closet, pegando minha calça jeans de cor clara, que era rasgada aos joelhos e colocando-a nas pressas. Vesti também uma camiseta que ia até metade da coxa com o número 68 na frente, em cor branca na camiseta de fundo preto. Calcei meu All Star preto e branco, colocando meias antes. Peguei meu cap preto com uma rosa de cada lado do precioso boné e coloquei-o, prendendo a minha franja sobre meu olho direito. Passei rímel, lápis de olho e coloquei um batom vermelho vivo que também era mate. Desconectei meu celular às pressas e o coloquei no bolso da calça, descendo desesperadamente ao escutar uma buzina de carro vinda da rua. Saí e tranquei a porta, deixando a luz de fora acesa. Entrei no carro, o lugar onde os meninos me esperavam com um olhar chocante sobre mim, sentando no meio do banco de trás por ser menor e mais magra. Harry dirigia e Louis estava no banco do passageiro na frente. Sentei-me com Niall e Liam, que riam enquanto Harry tentava contar uma piada, mas não conseguia fazer ninguém rir. Eu estava quieta, observando os meninos que brincavam um monte.