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História A Menina do outro lado da rua - A Menina que observava a Lua - Capítulo único


Escrita por: YuumeK

Notas do Autor


Well... Eu nunca escrevi uma fanfic original, então decidi começar com algo pequeno, embora esse cap único deva ter umas cinco mil palavras...

Eu espero que gostem ^^

Capítulo 1 - A Menina que observava a Lua - Capítulo único


Fanfic / Fanfiction A Menina do outro lado da rua - A Menina que observava a Lua - Capítulo único

Mais um dia vai se acabando e mais uma noite vai começando. Eu adoro a noite. Sempre silenciosa, calma e inspiradora. Apenas o vento corria fazendo com que as folhas das arvores dançassem graciosamente.

Eu observava a rua, como sempre. Nada fora do normal, os cachorros que andavam por ali, apenas procuravam um lugar quente e aconchegante para dormir. Eu nunca conseguia ver a lua. Ela estava sempre do lado oposto a minha casa. Pela janela do meu quarto apenas conseguia ver a noite, mas não via o que a tornava tão bonita...

Mas uma coisa curiosa que acontecia todas as noites, era a menina de longos cabelos e olhos castanhos, que estava sempre de pijama, olhando a noite assim como eu, porem, diferente de mim ela podia ver a lua. Ela sempre olhava para a lua. Há pouco tempo essa menina se mudou, e desde que ela se mudou, sai todas as noites no portão para levar o cachorro na rua, mas, a meu ver, sempre parecia um pretexto para ver a lua.

Eu sei que a lua é bela, mas qual era a paixão dela pela lua? Mais uma vez ela estava lá. Ela usava um pijama azul com um panda estampado na blusa e várias patas de panda na calça. Seu cabelo solto se mexia com o vento. Ela deixou o cachorro sair, encostou-se ao portão e olhou para a lua. Ela, apesar de sorrir, tinha um olhar triste. Como poderia? Nunca vi alguém sorrir, e ter um olhar triste ao mesmo tempo... Era curioso.

Ela ficou quase quinze minutos ali e depois que o cachorro decidiu entrar, ela entrou junto. Sem mais nada interessante para ver, eu fechei a janela do meu quarto e me deitei.

(...)

- Thomy, a gente vai se atrasar. – Gritou Josh. Ele era meu melhor amigo e estava sempre no meu pé. Ele me esperava no portão, estávamos um pouco atrasados para a aula. Eu desci as escadas correndo e nem tomei café. Apenas dei um beijo de bom dia na minha mãe e corri.

- Pronto já estou aqui. – Disse fitando os olhos verdes dele. Ele estava com seus curtos cabelos loiros bagunçados, isso significava que ele havia acordado tarde o suficiente para não pentea-los.

- Você estava observando aquela menina de novo não é? – Nós começamos a caminhar. Eu olhei pensativo para a porta da casa da menina na esperança de vê-la saindo, mas parece que ela já saiu.

- Eu estava olhando a rua. Não a menina. – Disse olhando fixamente para frente.

- Não, você estava olhando para a menina. Vai dizer que quando ela entrou você não foi dormir? – Ele me encarou com uma cara de certeza.

- Bem... – Desviei o olhar para a direita.

- Viu? Você a observa desde que ela se mudou... Isso é estranho, até para você. – Ironizou. – Estou preocupado com você cara.

- Não tem nada de mais nisso... – Eu realmente não acho que seja um problema.

- Não que tenha um problema, mas é estranho. Isso não é o que os Stalkers fazem?

- Não sou um Stalker. – Disse meio irritado.

- Mas parece um. Quem espia a vizinha bonitinha do outro lado da rua sem nunca ter falado com ela? – Disse arqueando uma sobrancelha.

Eu fiquei quieto, não tinha resposta para aquilo. Estávamos perto da escola, já era possível ver vários alunos por perto... Na verdade havia uma multidão.

Não consegui me concentrar muito na aula... Aquele rosto invadiu minha mente. Como alguém pode ter aquele sorriso e ao mesmo tempo aquele olhar? Não consigo imaginar ninguém assim.

(...)

Droga! Vou ter que pegar as anotações da aula com o Josh depois. Eu meio que me distrai demais e quando fui copiar a matéria de matemática já estávamos na aula de geografia, que era duas aulas depois...

Quando entrei em casa, depois da aula, coloquei a mochila sobre a mesa e adentrei na cozinha, minha mãe veio até mim.

- Querido. Como foi na escola? – Perguntou me dando um beijo na bochecha. Sinceramente, acho que estou grande o suficiente para não precisar mais de beijos na bochecha...

- Foi tudo bem. – Menti. Não que seja algo de mais. Não gosto de mentir pra minha mãe, mas não acho que devo preocupa-la com um bilhete de aviso dos professores.

- Ah, que bom. – Disse ela em um sorriso. Ela pegou uma sacola que se encontrava em cima da pia. – Leve isso para a vizinha da frente.

- A vizinha da frente? – Apenas perguntei por achar que tinha ouvido mal, mas acho que fiz cara de idiota.

- Sim. A vizinha que acabou de se mudar. Você deve saber quem é. – Eu apenas assenti estava muito surpreso para falar algo. – Leve para ela e diga que se precisarem de algo é só pedir.

- Tá bom... – Eu peguei a sacola e fui em direção a casas da frente. Meu coração estava acelerado, mas talvez fosse á toa. Eu adoraria conhecer a menina que mora do outro lado da rua, mas havia probabilidades de não conseguir vê-la.

Bati na porta e em pouco tempo uma mulher apareceu, parecia estar na casa dos 40 anos, ela tinha cabelos negros e olhos castanhos.

- Pois não? – Perguntou.

- Boa tarde. Minha mãe me mandou aqui. Somos da casa da frente. – Apontei pra minha casa. – Ela me pediu para te entregar isso. – Eu não vi o que tinha na sacola e quando entreguei a moça parece ter gostado. Ela sorriu.

- Agradeço muito. Diga a sua mãe que pode aparecer quando quiser. E você também. Tenho uma filha que parece ser da sua idade e seria bom se ela tivesse amigos por aqui. – Disse mantendo o sorriso. Será que ela esta falando da menina de cabelos castanhos? Estou ansioso.

- Sim, senhora. – Eu sorri e voltei pra casa.

(...)

Depois que troquei de roupa, comi e fiz minhas tarefas fui ver uns animes que estavam para eu terminar há... Um bom tempo.

Depois que terminei tudo que tinha pra fazer abri a janela do meu quarto, o  e olhei no calendário. Parece que a lua está perto de virar lua nova... É uma pena.

Apesar de eu não conseguir ver a lua, a menina do outro lado talvez não possa ver... Por que será que ela gosta tanto da lua?

Ela havia saído e dessa vez estava com um pijama de coelhos. Ela parece gostar de bichinhos, afinal desde que se mudou só tenho vistos pijamas de bichinhos nela.

Mais uma vez, Ela olhava a lua, parecia perdidas em seus pensamentos. Naquele momento a brisa soprou e os grilos começaram a cantar. Nunca pensei que o gentil vento e os adoráveis grilos fariam uma musica tão boa juntos. Poderia descer ali e dançar junto com ela.

Mas o que? O que estou pensando? Chacoalhei a cabeça tentando afastar esses pensamentos. Mas acho que chacoalhei demais. Ela estava olhando pra mim.

Meu coração disparou. Eu não sabia o que fazer. Ela sorriu e eu retribuo, foi a única coisa em que pensei. Ela voltou a olhar pra lua e eu não consegui mais desviar o olhar dela...

E mais uma vez ela se foi...

(...)

Na noite seguinte eu fiquei meio hesitante em olhar. E Se ela olhasse pra cá de novo? Poderia achar que sou algum tipo de louco que observa os outros. Mas acho que já faz parte da minha rotina olhar pela janela.

Não resisti e olhei. Ela estava lá do mesmo jeito. Ela nem se quer perceberá minha presença ali. Eu a observei por alguns minutos. Ela olhou para mim e mais uma vez meu coração disparou. Ela sorriu e acenou, parecia que estava me chamando. Eu fiquei  parado sem saber se era mesmo para eu descer.

Ela fez mais um sinal e finalmente entendi que era para descer. Como recusar essa oferta? Confesso que estava nervoso. Eu respirei fundo e acenei um “Sim” com  cabeça. Coloquei meus sapatos e desci sem fazer barulho para não acordar ninguém.

Depois foi só atravessar a rua, mas a rua parecia um grande oceano. Eu atravessei lentamente imaginando tudo o que poderia acontecer.

Depois que finalmente cheguei lá eu não sabia o que falar.

- Oi. – Disse ela. Como posso dizer...  Aquela é a voz mais doce que já ouvi na minha vida.

-Oi. – Retribui.

- Você parece gostar muito da rua. – Disse ela com um sorriso. Ela sabia! Acho que não sou tão discreto quanto achei.

- Bem, costuma ter coisas muito interessantes por aqui de noite. – Disse fazendo pausas.

- Eu sei. Mas é uma pena.

- O que? – Perguntei.

- Não poder ver a beleza da lua. Pelo que estou vendo não consegue ver a lua do seu quarto. – Disse ela ainda sorrindo.

- É, mas não me importo. – Dei de ombros.

-Como não? – Disse ela parecendo irritada. – Olha pra ela. – Ela meio que me forçou a olhar. E realmente a lua era bela, mesmo estando no estado minguante. – Viu? – Ela sorriu de novo.

- É realmente bela... – Disse surpreso. Como poderia ser tão bonita? Eu vejo a lua, não regular mente, mas eu a vejo. Sei qual é a aparência dela. Então por quê? Porque ela está tão bonita agora?

- Dizem que a aparência da lua fica mais bela quando é observada com alguém. – A menina me despertou dos pensamentos. Eu a olhei e ela tinha aquele olhar triste e o sorriso alegra de novo...

- Você... – Deixei escapar em um sussurro. Eu não sabia o que dizer. Ela apensa me olhou e me puxou pelo braço.

- Dança comigo. – Pediu. Eu não pude recusar, mesmo sendo um pedido estranho.

Eu ouvi os grilos e a brisa novamente. A sinfonia perfeita. Ela me levou para o meio da rua e pousou as mãos sobre minha nuca e eu levei minhas mãos á cintura dela. Nós dançamos lentamente como se não houvesse nada ao nosso redor, bom pelo menos eu me sentia assim.

- Porque observa a lua tão triste? – Deixei escapar, mas confesso que estava ansioso pela resposta.

- Bom... – Ela fez uma pausa. – Ela me lembra de alguém. – Ela abaixou o olhar e se encostou ao meu peitoral. Ali já percebi que ela não queria falar sobre o assunto. Mas o que aconteceu depois me deixou sem reação. Eu senti minha camisa ficar molhada. Ela estava chorando. E eu não pude fazer nada além de continuar dançando.

Depois de um tempo ela parou de chorar e nós nos separamos. Ela estava com os olhos vermelhos, mas forçou um sorriso.

-Desculpe- Sussurrei.

- Não tem que se desculpar. Você não fez nada de errado. – Ela chamou o cachorro e foi em direção ao portão de sua casa. – Boa noite e obrigado pela dança. – Ela sorriu forçado.

- Boa noite. – Eu me forcei a sorrir também. E logo ela entrou.

Eu voltei para meu quarto e me coloquei a dormir.

(...)

Josh passou o dia me enchendo... Cara, era sábado e eu queria ter dormido até mais tarde. Mas ele tinha que vir me irritar...
Eu contei o que aconteceu noite passada e ele ficou de boca aberta.

-E você não perguntou o nome dela? – Eu nem tinha parado pra pensar nisso.

- Não – Disse mordendo o lanche que minha mãe preparou. Josh continuou a me encarar.

- Cara, você é idiota ou o que?  Ela te chamou e dançou com você e você nem sabe o nome dela? – Ele estava realmente irritado e eu me divertia muito em vê-lo irritado.

- É – Respondi como se fosse nada.

- Você realmente é idiota. – Disse ele bebendo o suco.

- Escuta, não me importo em saber o nome dela. Então não perguntei. Se ela quiser me dizer tudo bem, mas se não...

- Ela chorou abraçada á você, dançou com você e você não se importa com o nome dela? – Disse ele quase gritando.

- Josh. Duas coisas. Um: Para de gritar, até na lua te ouviram. Dois: O nome pra mim é irrelevante. Entendeu? – Disse serio.

- Ok... – Ele ficou quieto por alguns instantes. – Sabe se ela tem alguma amiga?

- Você não tem jeito. – Eu taquei uma almofada nele e assim começou uma guerra de travesseiros. Claro que tivemos que arrumar tudo depois afinal minha mãe não gostaria de ver a sala dela bagunçada.

Depois Jogamos um pouco de videogame, alias passamos a tarde toda ali... Josh foi pra casa no fim da tarde, quando o sol se ia e a lua aparecia. Fiz minhas tarefas e conversei um pouco com meus pais. Nada mais, só o de sempre. Como foi a semana, o que aprendi na escola, o que eles fizeram no trabalho. Coisas assim.

(...)

Naquela noite eu me coloquei a observar a rua, como sempre faço. Eu estava um pouco esperançoso, gostaria que ela me chamasse de novo, queria saber o motivo do choro, quero dançar com ela de novo e ver a lua com ela...

Mas que tipo de coisa estou pensando? Bom, não faz mal querer fazer tudo isso de novo... Não é?

 Eu esperei observando os pobres cachorros da rua. Como tenho pena deles. Adotaria todos se eu pudesse, mas minha mãe já deixou bem claro que eu não vou ter um bichinho.

Meus pensamentos são interrompidos quando eu escuto um cachorro latir, era o cachorro dela. E ali estava ela, com uma camisola... Bem sexy... Chacoalhei a cabeça novamente. Tinha que tirar aquele pensamento de minha mente.

Apesar de estar esperançoso, não imaginei que ela fosse me notar de novo. Mas assim que ela me viu acenou para que eu saísse. Eu acenei um “sim” com a cabeça e sai de casa com cautela.

Dessa, vez atravessar a rua não foi tão difícil como no dia anterior. Enquanto eu olhava a rua para ter certeza de que não morreria atropelado, pensei que talvez ela pudesse saber que observo a rua todas as noites. Se ela soubesse seria muito constrangedor... Digamos que eu observe mais a ela do que a rua...

Chegando até ela vi seu sorriso ficar cada vez maior. Ela ficou meio vermelha e desviou o olhar pra a lua.

- Ela está linda hoje. Não acha? – Perguntou. Seus olhos brilhavam. Era simplesmente lindo. Eu olhei para a lua assim como a morena.

- Sim, está realmente linda... – Disse olhando fixamente para a lua, mas eu me referia ao brilho nos olhos dela...

- Me desculpe por ontem... – Disse ela repentinamente. Eu me coloquei a fita-la. Ela olhava para o chão, escondendo o rosto com o cabelo. – Eu me refiro a chorar... Não queria fazer aquilo...

- Eu não me importo. – Eu até perguntaria o motivo, mas não quero parecer curioso, mesmo estando curioso.

- Acho que você deve pensar que sou estranha...

- Por que eu acharia isso? – Perguntei sorrindo. Ela me olhou colocando o cabelo atrás da orelha parecia surpresa.

- Que tipo de pessoa chama um desconhecido para sair de casa no meio da noite e pede pra dançar com ele no meio da rua? – Perguntou. – Sou muito estranha.

- Eu acho que você é divertida.

- Como pode achar isso? E se a gente morresse atropelado?

- Eu morreria sem medo de perder o baile da escola. – Brinquei.

- O que? Você é mais estranho que eu. – Disse sorrindo.

- Isso magoa. – Disse eu irônico. Nós rimos juntos por poucos segundos, e logo o silencio veio até nós.

- Você não quer saber por que eu estava chorando? – Perguntou olhando pra rua novamente.

- Eu quero, mas não quero ser indelicado e obrigar você a falar de algo que não quer.

- Entendo. – Ela fez uma pausa. – A lua me lembra de alguém muito especial pra mim... Essa pessoa era divertida e me animava muito. Mas infelizmente, não há como ver aquela pessoa de novo.

- Entendo... Você sente falta dessa pessoa? – Perguntei sem tirar os olhos da morena o mínimo sorriso dela se abriu um pouco.

- Claro que sim. Mas todas as memórias que tenho dessa pessoa, apesar de serem poucas e escuras, são divertidas. – Eu estava tentando decifrar o que ela queria dizer com aquilo.

- Em breve a lua desaparecerá. – Disse eu, olhando para a lua, após o longo silencio.

- Sim. – Disse ela triste. – Infelizmente. – sussurrou, mas eu pude ouvir.

- Quer dançar de novo? – Perguntei sem esperança de que ela respondesse sim.

- Meu cachorro já terminou... Quem sabe amanha? – Disse ela com um sorriso.

- Claro. – Respondi. – Boa noite. – Disse e ela retribuiu.

(...)

Josh me encheu de perguntas sobre a morena, mas eu me recusava a responder todas. Não era que eu não queria, mas simplesmente era legal ter um segredo só meu. Sem falar que era divertido tortura-lo.

Meu domingo passou muito rápido. Fiz o que tinha que fazer e ajudei minha mãe com as tarefas de casa. Joguei um pouco de videogame. Nada fora do normal.

Mas confesso que eu estava ansioso pela noite. Não sei porque. Mas eu ficava animado com cada minuto que passava.

 A noite caiu mais uma vez, eu olhei o calendário novamente, essa seria a ultima aparição da lua. Vesti meu pijama fui pra janela. Esperei pouco tempo e logo ela saiu.

Ela estava usando um pijama curto dessa vez, uma regata branca e um shorts da mesma cor.

Ela me viu e sorriu fazendo um sinal para que eu descesse. Sem cerimônia eu o fiz. Ao chegar perto da menina ela me puxou para a ponta da calçada e me fez sentar ao lado dela.

Nós ficamos em silencio por uns minutos, ela olhava a lua intensamente. Eu me sentia hipnotizado por ela, não conseguia desviar o olhar dela. Ela era uma pessoa que me prendia a atenção. Ela era misteriosa, linda, divertida, e aos meus olhos, parecia inteligente.

- Você não vai me chamar pra dançar? – Perguntou ela sem desviar o olhar da lua. Só então me toquei que era isso que ela queria desde que cheguei.

Eu me levantei e estendi a mão para ela.

- Quer dançar comigo, My lady? – Ela sorriu e estendeu a mão para mim. Eu a puxei e a juntei ao meu corpo. Por algum motivo eu a segurava forte, como se não quisesse deixa-la.

- Você é rápido. – Disse ela divertida. Eu não entendi o que ela quis dizer com aquilo. Ignorando isso comecei a guia-la pela rua como foi na outra noite. Não! Dessa vez foi diferente. Eu não queria que acabasse. Queria segurá-la para sempre. – Sabe? Eu vou embora. – Disse ela quebrando o silencio e junto a ele meu coração.

- Como assim? – Perguntei tentando esconder minha tristeza.

- Amanhã eu vou embora. É simples. – Disse ela como se fosse obvio.

- Eu entendi, mas por quê? – Ela enterrou a cara em meu peitoral.

- Não me faça responder perguntas difíceis, por favor. – Disse com uma voz abafada.

- Então essa é nossa ultima noite? – Perguntei olhando o céu.

- Não. – Eu parei de dançar e a olhei, confuso. – Eu vou amanha a noite. Então poderemos nos ver antes de eu ir. – Disse ela com um sorriso tristonho.

- Entendi. – Eu não pude conter minha tristeza. Nunca uma menina havia conseguido minha atenção, e quando uma consegue eu vou perdê-la? – As vezes o destino pode ser cruel, não? – deixei escapar.

- Sim. – Disse ela me soltando. – Mas eu estou feliz apesar de tudo. Porque eu conheci alguém legal q dança muito bem. – Disse ela dessa vez com o sorriso animado.

- Eu também conheci alguém maluca, divertida e legal que dança muito bem. – Disse com o mesmo sorriso. O cachorro dela entrou e eu vi o fim da nossa conversa ali.

- Até amanha. – Disse ela indo em direção ao seu portão.

- Até.

(...)

Segunda começou normal. Josh me gritando no portão, eu me arrumando apressadamente e correndo como um maluco pela casa. Depois de comer uma torrada corri pro portão. Durante o caminho pra escola Josh me encarava, eu já sabia o que ele queria.

- Não vou contar nada.

- Você é o pior melhor amigo que existe. – Disse ele irritado.

- Se é assim, não sei por que você anda comigo. – Disse eu pensativo.

- Porque você sai de casa no meio da noite para dançar com uma gata desconhecida. – Bufou. – Não vai mesmo me contar?

- Não. Talvez um dia eu conte. – Disse sorrindo.

Chegamos á escola em cima da hora. Não posso dizer que prestei atenção na aula. Só pensava nela. Ficava ansioso pela noite, mas também ficava triste. Depois da escola fui direto pra casa, fiz minhas tarefas sem animo algum e esperei a noite cair.

E finalmente aconteceu, a bela noite estava aqui mais uma vez. Não sei  que deixava pior, a ansiedade ou a tristeza.

Como nos outros dias, coloquei meu pijama e esperei. Assim que ela saiu no portão eu desci sem que ela me pedisse.

Para minha surpresa ela usava pijama. Fiquei confuso, achei que ela iria embora.

- Gostei da roupa. – Disse eu com um sorriso divertido e ela também sorriu.

- Amo esse pijama. – Ela usava o pijama de panda.

- Achei que você fosse embora. – Disse esperançoso pra que ela disse que não iria mais.

- Eu vou, mas não agora. – Disse ela sorrindo. Ela sentou-se na calçada e eu me sentei ao lado dela. – Desculpe. – Disse ela olhando as estrelas.

- Por que pede desculpas? – Perguntei fitando o céu junto á ela.

- Eu acho que devia me desculpar. Por ficar fazendo você vir até aqui, por dançar na rua e por ficar triste.

- N-não fiquei triste. – Disse desviando o olhar. – Se eu não quisesse fazer essas coisas eu simplesmente estaria dormindo.  – Disse serio. – Eu te acho interessante.

- Mesmo? – Ela parecia um pouco espantada. – Eu sou uma pessoa bem normal. – Disse ela mexendo no cabelo se forma fofa.

Eu comecei a fita-la, seu rosto pareci não ter uma falha e era totalmente livre de maquiagens. Os longos fios de seu cabelo se mexiam com o vento que graciosamente acaricia á nos dois. Seus olhos brilhantes encaravam o céu de forma intensa. Meus olhos começaram a olhar intensamente para os lábios dela, eram róseos e delicados.

Lentamente eu me aproximei dela, não fazia ideia do que estava fazendo, só sabia que queria fazer. Ela me olhou confusa e eu parei de me mexer e senti minhas bochechas queimarem. Fiquei paralisado, não conseguia me mexer. Ela me olhou por alguns segundos e sorriu. Ela começou a se aproximar de mim e selou nossos lábios em um selinho que aos poucos foi se intensificando.

Eu pedi passagem e ela cedeu rapidamente. Nunca tinha beijado ninguém e aquilo foi incrível. Minha língua começou a explorar a boca dela e vice versa.

Depois de alguns segundos nos separamos. Eu devia estar parecendo um tomate. Voltei a olhar pro céu e um silencio ficou entre nós, mas não por muito tempo.

- Escuta. Tenho que ir. – Ela me olhou triste e se levantou.

- Por quê? – Eu não conseguia entender.

- Por que eu sinto que não achei o que procurei... – Disse ela subindo em cima de uma moto que estava á frente da casa.

- E o que você procura? – Perguntei. Ela olhou pra lua e mais uma vez vi aquele olhar triste junto ao sorriso.

- Desculpe. – Ela ligou a moto e se foi. Eu a observei até ela sumir de minha vista. Fiquei mais alguns minutos olhando o nada e entrei em casa.

Aquela noite foi a única noite que não consegui dormir. Parece que ela era mais misteriosa do que eu imaginava.

Por será que ela veio pra cá?... Qual era o nome dela?... Quem era a pessoa tão especial que a fazia chorar?... Por que eu me interessei por ela?... Por que eu me apaixonei por ela?...

São perguntas ás quais eu nunca saberia a resposta...

Talvez essa seja a graça da coisa. Não ter algumas respostas. Tal vez nem ela mesma saiba o que procura, e talvez ela não ligue de não saber o que, pelo menos por hora...

Acho que muitas pessoas não sabem o que procuram...

Assim como eu...

Fim


Notas Finais


Foi isso... Não sei se pretendo postar mais fics assim...
Me desculpem se ficou muito confuso, ou se tiver algum erro.
Até a próxima ^^


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