Ela era o tipo de mulher que carregava o mundo nas costas. Mesmo com uma infinidade de mágoas mergulhadas no coração dela, o sorriso sempre brincava em seus lábios. Uma coisa instintiva, eu diria. Porém, quando podia, permitia-se desabar. E desabar mesmo, assunto de ficar chorando o dia inteiro, não havia travesseiro que já não conhecesse o gosto de suas lágrimas salobras. Todo dia, as lembranças daquela noite de outubro de 2010 vinham a tona. Mesmo após seis anos, toda a tristeza que carregava em si ainda era capaz de preencher a maioria de seus pensamentos e decisões. Decisões? Correto. Ela começou a pensar de forma muito mais diferente, autoritária e fria durante todos os anos que passou a conviver diariamente com uma sensacão de "sujeira" percorrendo todo seu corpo. E não, ela nunca contou para ninguém sobre o que acontecera com ela. Seus pais morreram muito cedo, ambos de câncer. Possui apenas parentes distantes, não se sentiu confortável para se abrir com eles sobre um assunto tão delicado. Poemas e textos eram seu refúgio. Cada verso, verbo e subistantivo refletiam tudo o que ela não conseguia dizer. E isso se tornou um conteúdo viral. A todo lugar que visitava, deixava alguns exemplares de suas obras pelas ruas. Assinava como "a mensageira" para não ser reconhecida e procurada. E assim vivia a vida, transformando as melancolias que tinha em algo que a alegrava, e a muitas pessoas do mundo inteiro.
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