História A miragem de um Deus - Insubstituível

Quando chegamos no apartamento, tudo parecia mais vazio, como se não existisse a presença de nada além de mim e meu coração que batia acelerado.

De qualquer modo, Jimmy, meu ajudante, estava me esperando. Deixei com que ele ficasse com o peso de carregar os objetos de Mathilda e eu a trouxe para dentro.

Nada mais parecia como era, mas mesmo assim, me deixei pensar que talvez tudo voltasse a ter luz novamente… mesmo que isso levasse a eternidade.

- Quer beber alguma coisa? - perguntei, indo em direção a geladeira do outro lado da sala.

Mathilda me seguiu assim que afirmou com a cabeça.

- Jimmy? - vi-o entrar pela porta com o restante da bagagem - Perry White não vai se importar se eu adiantar minha folga semanal, não é mesmo?

- Sobre isso…

Ele colocou as malas num canto da parede.

- Não vai me dizer que você não falou com ele…! - avancei, sem paciência.

Deste tempo para cá, tudo parecia ser menos paciente para mim.

- E-eu falei, mas você sabe como todo mundo está louco pelo outro Superman.

- Ele nunca vai substituir o Superman! Consegue entender isso? - gritei.

Parei minha reação desesperada ao ver que Mathilda ainda estava aqui, e ficaria comigo por um longo período de tempo.

- Me desculpe, Jimmy… Eu… - cocei no centro das sobrancelhas, suspirando - Só… Pode levar a Mathilda no StarBucks para mim? Aqui, tome - dei a ele minha carteira, distraída - Eu estarei pronta daqui uma hora. Tudo bem passear um pouco, querida?

Mathilda afirmou, e desapareceu pela porta, assim que ela foi fechada, juntamente com Jimmy.

Minha garganta estancou pela falta de ar e eu corri para o meu quarto. Tranquei a porta. Abri o guarda roupa e peguei a longa seda vermelha com o símbolo da Esperança.

Abracei-a comigo e me deitei na cama, afundando meu rosto no travesseiro. Ainda podia sentir o cheiro de hortelã, ainda podia sentir a textura quente de sua pele contra o tecido. Eu fiz para ele um dia… E ele usou, mas nunca deixou de trabalhar com o seu verdadeiro uniforme em momentos de batalha.

Ele parecia ter adivinhado que iria morrer, e queria deixar essa lembrança comigo, além da minha memória…

Os soluços vieram e no mesmo instante eu chorei, chorei alto, aproximando a capa para mais perto de mim, e junto com ela, o anel que ele iria me dar… mas nunca noivamos.

Não pude notar, que a luz que a janela transmitia, fora tomada por uma silhueta feminina até ela bater no vidro e me fazer levantar num impulso rápido, secando meus olhos no mesmo instante.

Os cabelos loiros batiam contra o vento, os olhos eram de um azul profundo. Aproximei-me, notando o uniforme azul e vermelho que ela usava.

Antes que eu abrisse a janela, ela a abriu.

Dei um passo para trás.

- Quem é você? - perguntei, olhando ao redor, procurando poder me defender.

Ela deu um passo para frente e entrou pela janela.

- Não se preocupe, não tenha medo. Sabia que só podia contar com você. Meu nome é Kara Zor-El, sou prima de Kal-El… Mas sou conhecida como Supergirl.