1. Spirit Fanfics >
  2. A Missão >
  3. Descobertas

História A Missão - Descobertas


Escrita por: jaimencanto

Capítulo 5 - Descobertas


Fernando

 

- Olha só isso! – Lety falou virando-se para mim. – “Durante o protesto contra o governo, doze jovens foram apreendidos por rebelião e vandalismo. Um dos jovens foi a julgamento no mesmo dia, sendo obrigado a ficar na prisão por duas semanas inteiras enquanto seu destino era decidido. Por fim, o jovem não foi considerado uma ameaça para o governo, e foi absolvido. Quando saía da prisão, a única frase dita pelo jovem foi “Eles pensam que eu não sou uma ameaça. Eles não me conhecem ainda.”” Olha a foto da notícia... – Letícia mostrou o celular para mim. – Parece muito com o Senhor Raider há uns quarenta anos atrás.

               Me mexi à poltrona, me certificando de que não havia ninguém por perto. Viajar de trem até a cidade não era nossa melhor opção, mas era a mais rápida. Por sorte, não havia mais do que um casal com uma criança no mesmo vagão que o nosso.

- Por que um homem que odiava o governo, se juntaria à ele para construir uma arma? – Lety continuou olhando para o seu celular.

- Chantagem, talvez?

- Não. Acho que não é isso.

- É melhor não falarmos disso aqui. – Olhei para a família um pouco mais afastada de nós dois, e Lety fez o mesmo.

- Tudo bem. – Ela respondeu.

               A criança que estava com o casal olhou para Lety e acenou. Lety retribuiu o aceno e a criança sorriu, abraçando à sua mãe.

- Ainda não sei se é uma boa idéia termos vindo. – Falei.

- Claro que é. Não podemos deixá-los na mão, Fernando. – Lety me olhou. – Além do mais, já chegamos à conclusão de que temos que continuar o nosso trabalho.

- Do que está falando?

- Estou falando que não temos que nos preocupar com outras coisas.

               De certa forma me senti péssimo. Eu sabia que Lety estava dizendo aquilo para me agradar, mas se ela realmente estivesse falando sério, eu me sentiria o pior dos homens por tê-la feito desistir de ter filhos.

- Meu amor, está feliz por estarmos saindo de férias? – A mulher perguntou à criança.

- Sim, mamãe! Muito!

- Que bom. – O homem respondeu sorridente, e eu não consegui parar de prestar atenção naquela família.

 

 

                                            ----------------------------------------

 

 

 

- Você tem certeza disso? – Omar perguntou pela terceira vez consecutiva.

- Sim, Omar. Já disse que tenho. – Fernando respondeu impaciente. – Por que pergunta isso toda hora?

- Porque você não pode voltar atrás depois.

- Você sabe que eu amo a Lety. Eu não voltaria atrás.

- Eu sei... Mas é que... É um passo muito grande, Fernando.

- Eu sei. – Ele sorriu. – E já estou preparado para dar esse passo.

- Bom... Se você diz. – Omar sorriu e bateu em seu ombro. – Eu te apoio.

- Obrigado.

- E como fará o pedido?

               Fernando olhou para a caixinha em sua mão.

- Ainda estou pensando. Pretendo fazer a surpresa hoje a noite com um jantar.

- Precisa ser bem romântico, mulheres gostam dessas coisas.

- Eu vou pensar em algo até lá.

- Ela está vindo! Guarda isso!

               Fernando imediatamente colocou a caixinha dentro do bolso de sua calça e os dois sorriram quando Lety se aproximou, mas ela logo notou que o sorriso de ambos estava extremamente exagerado.

- O que foi? – Ela perguntou curiosa.

- Nada. – Omar respondeu ainda sorrindo. – Como vai, Lety?

- Você me perguntou isso há quinze minutos.

- Ah... É verdade. – Ele riu. – Bati minha cabeça ao sair do carro, acho que alguma coisa saiu do lugar.

               Ela riu.

- Eu vou... Deixar vocês dois a sós. Se precisarem de algo...

               Omar se afastou às pressas e Lety achou tudo ainda mais estranho.

- Se precisarem de algo? – Ela olhou para Fernando. – O que deu nele?

- É o Omar. Ele é louco.

- Tem razão. – Ela sorriu.

- Então... Eu estava pensando... Poderíamos fazer um jan...

               A frase de Fernando foi interrompida com o barulho do rádio. Impaciente ele revirou os olhos e tirou o rádio que estava preso em sua cintura.

- O que foi? – Perguntou impaciente, de uma maneira totalmente informal.

- Ocorrência há duas quadras de onde você está. Estão precisando de reforços. O meliante está armado dentro de um supermercado.

- Entendido. – Fernando colocou o rádio novamente em sua cintura e olhou para a Lety. – Melhor irmos.

               Ele se preparou para seguir até a viatura, mas ela o impediu.

- Não precisa de viatura, são apenas duas quadras.

- Mas é que eu ia guardar... – Ele colocou a mão no bolso onde estava a caixinha.

- Não temos tempo, Fernando. Vamos logo.

               Fernando não teve tempo de explicar, Lety já estava se afastando. Ele a acompanhou, e quando correram por duas quadras, viram um movimento em frente à um supermercado. Duas viaturas e alguns policiais estavam do lado de fora.

- O que está acontecendo? – Lety perguntou quando se aproximou.

- Tem um suspeito armado assaltando o supermercado, mas está com reféns. – Um dos policiais respondeu.

- E quem está lá dentro? – Fernando perguntou.

- Ninguém. Ele não quis que nenhum dos policiais entrasse, ou atiraria em alguém.

- Droga. Esses são os piores. – Lety suspirou guardando sua arma. – Eu vou.

- Não! – Fernando falou rapidamente.

- Fernando, um de nós precisa entrar e fazer um acordo com o cara.

- Mas não precisa ser você.

- Fernando!

               Ele suspirou e percebeu que todos os seus colegas o olhavam.

- Tudo bem. Mas eu vou estar bem atrás de você.

- Ok.

               Lety caminhou em direção ao supermercado, e um pouco mais afastado Fernando a seguiu, com a mão em sua arma pronto para sacá-la a qualquer momento.

- EU MANDEI TODO MUNDO CALAR A BOCA! – O assaltante gritou apontando a arma para todos.

               Lety com cuidado adentrou o supermercado, e quando todos os reféns a olharam, o assaltante se virou para ela, apontando a arma.

- EU DISSE QUE NÃO QUERIA NENHUM DE VOCÊS AQUI DENTRO! VOCÊS FICARAM SURDOS?

- Tudo bem. Eu não estou com a minha arma. – Lety ergueu as mãos.

- QUE PENA PARA VOCÊ!

- Olha... Você já está encurralado. – Lety disse ainda com as mãos para cima. – Tem duas viaturas lá fora esperando por você. Não tem como você escapar.

- E você quer que eu me sinta melhor com isso? – Ele perguntou irritado. – Sabia que eu posso matar qualquer uma dessas pessoas? – Ele voltou a apontar a arma para os reféns, e eles se encolheram amedrontados.

- Você não vai querer isso, porque isso só vai aumentar a sua pena.

- E que diferença faz?

- Você não vai conseguir escapar de qualquer maneira. Se você atirar em qualquer um aqui, os outros policiais que estão lá fora vão entrar imediatamente, e irão te prender.

               O assaltante ficou em silencio, apontando a arma para Lety.

- Então você tem duas escolhas: Ou você desiste e se entrega, ou faremos isso do jeito mais difícil. Mas você vai pagar muito mais caro por isso depois. Se você se entregar agora, prometemos que vamos levar em consideração...

- Quer saber? – O assaltante abaixou a arma e Lety suspirou aliviada. – Você é uma péssima negociadora.

               Assim que ele apontou a arma para Lety novamente e os reféns gritaram, Fernando adentrou o supermercado postando-se à frente dela.

- Você não vai querer fazer isso. – Fernando falou.

- Mas que droga é essa? Estão fazendo hora com a minha cara? – Ele perguntou nervoso apontando a arma para Fernando. – Já estou cansado desse show! Vocês estão me subestimando!

- Você quer apertar o gatilho? Então aperta! – Fernando disse confiante.

- Fernando... – Lety sussurrou atrás dele.

- Como ela disse, você tem apenas duas opções. Se apertar o gatilho, vai estar escolhendo a pior delas. Vai ter atirado em um policial.

- E se eu atirar em um deles? – Ele voltou sua arma para os reféns, que novamente gritaram apavorados.

- Você não vai querer fazer isso.

- Tem razão. – O assaltante voltou a apontar a arma para Fernando. – Seria muito mais prazeroso atirar em você.

- Então atire.

- Fernando!

- Sabe o que eu acho? Você só fez tudo isso por impulso. – Fernando o provocou.

- Cala a boca!

- Você não planejava assaltar um supermercado hoje, não é? O que aconteceu? Dia difícil? Perdeu o emprego?

- EU DISSE PARA CALAR A BOCA!

- Fernando...

- Tudo bem. Se quer descontar sua raiva, vá em frente. Mas pelo amor de Deus, acabe logo com isso. Essas pessoas estão apavoradas.

- Você só pode ser muito corajoso... Ou muito burro!

- Eu vou contar até três... – Fernando tirou o seu rádio do bolso. – Se você não apertar esse gatilho, vou chamar o reforço e você estará algemado em cinco segundos.

               Lety respirou fundo.

- Um...

- Fernando! – Ela exclamou apavorada, tentando tirá-lo de sua frente.

- Dois...

- VOCÊ É IDIOTA? – O assaltante perguntou.

- Três!

- FERNANDO!

               Assim que o assaltante apertou o gatilho, todos os reféns gritaram, assim como Lety. Mas para a surpresa de todos, nada aconteceu. Ninguém entendia absolutamente nada, exceto o assaltante que estava extremamente tenso, e Fernando, que tinha um sorriso vitorioso no rosto.

- Como imaginei. Assalto de ultima hora, a arma não é de verdade. – Fernando sacou sua arma e apontou para o assaltante. – Você está preso.

               Imediatamente o assaltante jogou a arma de brinquedo no chão e correu pelo supermercado. Fernando correu atrás dele, assim como Lety. Os reféns saíram correndo do supermercado, enquanto Fernando e Letícia continuavam a perseguir o assaltante. Depois de jogar alguns produtos da prateleira no chão na tentativa de impedir que Fernando o alcançasse, ele conseguiu chegar até a porta do supermercado, e assim que saiu, se deparou com vários policiais apontando a arma para ele. O tempo entre a tensão do assaltante e o exato momento em que Fernando saiu do supermercado atrás dele foi curto, e só lhe deu tempo de tentar correr mais uma vez, mas Fernando foi mais rápido.

               Com apenas um movimento ele o alcançou, mas na tentativa de soltura do assaltante os dois caíram no chão. Mas, Fernando rapidamente prendeu os braços dele para trás, algemando-o logo depois, ainda no chão. Logo os outros policiais se aproximaram e levantaram o assaltante, levando-o diretamente para a viatura. Lety se aproximou de Fernando e o ajudou a se levantar do chão, abraçando-o logo depois.

- Você é louco! – Ela disse apertando o abraço. – Eu pensei que ele atiraria em você.

               Os reféns que estavam no supermercado aplaudiram seus “heróis”, mas Fernando estava mais interessado em retribuir o abraço de Lety. Assim que ela se afastou e o olhou, ele sorriu satisfeito.

- Como você sabia? – Ela perguntou.

- Enquanto você negociava com ele, percebi que a arma era uma réplica. O cano era diferente da verdadeira. Já apreendi algumas assim antes.

               Lety sorriu.

- Eu tenho tanto orgulho de você.

- Obrigado. – Ele retribuiu o sorriso.

- O que é isso? – Lety olhou para o chão e pegou uma caixinha de veludos que estava na calçada. – Caiu do seu bolso quando você caiu.

- Não! Espera!

               Antes que Fernando conseguisse pegá-la de sua mão, Lety a abriu, percebendo logo um anel com uma pedra delicada. Ela abriu a boca abismada e olhou para Fernando, sem reação.

- Droga. Não era para você vê-lo agora. – Ele suspirou.

- Isso... É...

- Bom... Eu não pretendia fazer isso assim... – Ele olhou em volta, e seus colegas os olhavam curiosos, assim como os reféns. – Eu ajoelharia, mas acho que acabei de destroncar o meu joelho com a queda. – Ele sorriu.

- Fernando... O que...?

- Lety... – Ele tirou o anel de dentro da caixinha e segurou sua mão com ternura. – Você quer se casar comigo?

- Ohhh! – Os colegas exclamaram emocionados.

- Meu Deus! – Lety o olhou com os olhos marejados. – Eu... Não sei... O que dizer.

- Seria demais pedir para que dissesse sim? – Ele sorriu tenso.

               Ela riu, fazendo com que suas lágrimas rolassem em seu rosto.

- É claro que sim! Eu aceito!

               Aliviado, Fernando colocou o anel em seu dedo e a puxou para um abraço, sendo surpreendido com um beijo logo depois. Todos que estavam em sua volta aplaudiam, e no fim, aquilo nem mesmo parecia uma pós tentativa de assalto.

 

 

                                                           ----------------------

 

 

- Amor? Amor!

               Abri os olhos com dificuldade e vi Lety com o rosto próximo ao meu. Eu tinha adormecido.

- Chegamos.

 

 

                                                           ----------------------------

 

 

Lety

 

 

- E o que vamos dizer à eles? – Fernando perguntou enquanto seguíamos o caminho para o hotel.

- A verdade. Tudo o que descobrimos sobre o Senhor Joseph.

- Acha mesmo que Rodriguez vai acreditar? Ele está puto da vida comigo.

- Isso não importa. Ele precisa acreditar.

               Fernando apenas concordou e continuamos caminhando às pressas. Logo que viramos a esquina, percebemos um movimento em frente ao hotel com alguns policiais locais e vários conhecidos nossos. Rodriguez estava entre eles, e não parecia nada contente.

- Eu deixei bem claro! “Quero que fiquem de olho no Senhor Raider”. Será que é tão difícil assim para vocês...

- Senhor... – Um dos nossos colegas o interrompeu, apontando para Fernando e eu.

- Você só pode estar brincando. – Ele colocou uma das mãos à testa.

- Senhor! – Parei em sua frente, batendo continência. Fernando fez o mesmo, mas permaneceu em silencio.

- O que é que vocês dois estão fazendo aqui? Pensei que tivesse deixado claro que você estava fora do caso, Mendiola. E você, Padilha, pediu para acompanhá-lo. Isso quer dizer que está fora do caso também.

- Eu sei, Senhor. Mas nós só...

- Nada de “mas”. Já temos problemas demais para lidar, e eu não quero perder o meu tempo discutindo sobre isso com vocês. Voltem para casa, agora!

- Mas Senhor...

- Padilha... Mais uma palavra que você disser, e não estará apenas fora do caso.

- Desculpe, Senhor. – Fernando se colocou à minha frente. – O Senhor pode nos expulsar do batalhão, pode nos rebaixar, pode fazer o que o Senhor quiser, mas o que Lety tem para dizer é importante.

               Rodriguez respirou fundo e cruzou os braços, olhando para mim.

- É melhor que seja breve.

- Senhor, primeiramente... Precisamos saber se o Senhor Nicholas está em segurança. Nós...

- Não, ele não está em segurança, Padilha. Ele desapareceu.

- O QUE? – Perguntamos ao mesmo tempo.

- Cogitamos a idéia de que foi seqüestrado pelos...

- Não, ele não foi seqüestrado. – Falei rapidamente. – Ele não foi seqüestrado porque ele faz parte dessa gangue!

               Todos os policiais ficaram em silencio, assim como Rodriguez.

- Isso não é hora para brincadeiras, Padilha.

- Não é uma brincadeira, Senhor! É verdade!

- Não acredito que vocês vieram até aqui, descumpriram a minha ordem para dizer uma barbaridade dessas!

- Senhor, o que a Lety está dizendo é verdade. – Fernando disse rapidamente.

               Resumi a história de como chegamos à conclusão que Joseph Raider não era inocente como todos pensavam. Ninguém se atreveu a me interromper, mas estava estampada no rosto de cada um a perplexidade com a minha história. Já imaginávamos que não seria fácil fazer com que acreditassem em nós dois logo de cara, mas ao menos Rodriguez precisava confiar em nós dois. Quando terminei de contar o que sabíamos, ele nos encarou por alguns segundos até virar-se para os outros.

- Montem uma equipe para procurarem o Senhor Raider. Não podemos perder mais um minuto com besteiras. Ele pode estar correndo perigo.

               Suspirei desanimada e Fernando me olhou desapontado.

- E vocês dois... – Rodriguez virou-se para nós dois. – Eu não vou repetir. Voltem para casa, e estão proibidos de falar sobre essa missão novamente. Se eu tiver que repetir isso, serão demitidos!

               Fernando e eu ficamos em silencio.

- Agora eu tenho algo mais importante para resolver.

               Ele não nos deu tempo para dizer mais nada. Os policiais se dispersaram e Rodriguez nos deu as costas, caminhando em direção ao seu carro. Fernando tocou em meu ombro tentando não parecer tão desapontado, mas estava nítido que nós dois estávamos. Para a nossa surpresa, a única pessoa que restou ali foi Marcela, e ela caminhou em nossa direção quando todos se afastaram.

- Oi.

- Oi. – Respondemos.

- Ouvi o que vocês falaram sobre o velho. E se querem saber... Nunca confiei nele.

- Acredita em nós? – Perguntei parecendo surpresa.

- Acredito. – Ela nos encarou. – E se querem minha opinião, não deveriam fazer o que Rodriguez disse. Esse tal de Raider pode ser mais perigoso do que imaginávamos, e se estiverem certos, as coisas só tendem a piorar.

               Olhei para Fernando.

- O que me diz?

               Fernando nos olhou por um tempo.

- Tudo bem. Já estamos ferrados mesmo.

               Sorri orgulhosa.

- Então... Qual é o plano? – Marcela perguntou.

- Nós... Ainda não temos um.

- Como não tem? O que fariam se Rodriguez acreditasse em vocês?

- Pretendíamos resolver isso com ele.

- Bom... Sem um plano não vamos conseguir descobrir nada.

               Ficamos pensativos por alguns segundos, até eu ter uma idéia. Uma idéia que Fernando não aprovaria com certeza, mas que era nossa única chance.

- Eu... Acho que sei o que podemos fazer.

               Os dois me olharam.

- Precisamos descobrir onde a arma será usada. Joseph com certeza estará por perto, afinal, ele deve ser o único que sabe como ativá-la. Encontrando a arma, encontramos a gangue, e podemos acabar logo com isso.

- E como faremos isso? Estamos em três. Eu poderia pedir reforços, mas Rodriguez iria desconfiar.

- Teremos que nos dividir e sair em busca de pistas.

- Mas não podemos fazer isso sem que Rodriguez saiba que estamos desacatando sua ordem. – Fernando disse. – Precisamos fazer às escondidas.

- Exatamente. – Sorri.

               Contei o meu plano aos dois, e como esperado, eles me olharam como se eu fosse louca. Não era o melhor plano que eu já bolei, mas era nossa única saída.

- Não. Definitivamente, não. – Fernando disse irritado.

- E por que não? – Perguntei impaciente.

- Acha mesmo que vou permitir que faça uma loucura dessas? De jeito nenhum!

- Olha, Lety, Fernando tem razão. Você não pode se arriscar dessa maneira. – Marcela disse.

- Mas é nosso único caminho!

- Não, não é. – Fernando me olhou com seriedade. – Eu vou sair em busca de pistas, e vou conseguir alguma coisa.

- Então nós vamos com você.

- Não! – Ele disse rapidamente. – Marcela, você fica no hotel com a Lety, e em hipótese alguma deixe que ela saia daqui.

- Como é que é? – Perguntei perplexa. – Você não vai me deixar de fora disso!

- Deveria ter pensado nisso antes de nos contar sua idéia maluca de se arriscar para conseguir provas. Eu te conheço, Letícia. Não vou deixá-la sozinha para você fazer uma besteira.

- EU NÃO PRECISO DE UMA BABÁ! – Falei irritada.

               Fernando apenas olhou para Marcela.

- Eu volto em algumas horas.

               Para piorar ainda mais a situação, Marcela estava concordando com aquilo. Era inacreditável que Fernando estivesse me tratando daquela maneira, apenas porque dei a idéia de tirar as respostas direto da fonte.

- Fernando... – Marcela o chamou antes que ele se afastasse. – Você vai precisar disso. – Ela entregou um rádio comunicador para ele. – É do Omar. Se precisar de ajuda, avise.

               Fernando balançou a cabeça concordando e colocou o rádio em sua cintura, afastando-se sem nem ao menos olhar para mim. Eu sabia que ele estava furioso comigo, mas infelizmente, eu não poderia me preocupar com discussões de relação naquele momento. Fernando me conhecia o suficiente para saber que eu não desisto tão fácil.

 

 

 

                                                           ---------------------------------

 

 

 

               Estávamos naquela porcaria de quarto há mais ou menos trinta e cinco minutos. Não recebemos notícias de Fernando, e nem ao menos sabíamos se ele havia conseguido alguma coisa. Eu estava impaciente, e Marcela não parecia nem ao menos se importar com isso.

- Não deveríamos ir atrás dele? – Perguntei impaciente.

- Não. – Ela respondeu folheando uma revista. – E não tente me convencer disso.

- Desde quando obedece ordens de homens, principalmente do Fernando?

- Não estou obedecendo as ordens dele.

- Então está preocupada comigo?

- Muito menos isso. Não quero que você faça uma besteira porque obviamente eu sofreria as conseqüências também. Quando Rodriguez descobrir que eu estava ajudando vocês dois, eu estarei perdida.

               Bufei e cruzei os braços.

- Marcela. Está na escuta?

               A voz vinha do rádio de Marcela que estava sobre a cômoda. Antes que ela o pegasse, eu fui mais rápida e o tirei de sua mão, respondendo a mensagem de Fernando.

- Fernando! Onde é que você está? – Perguntei exasperada.

- Acabei de sair da praça. Interroguei algumas pessoas, mas nenhuma delas percebeu nada suspeito por aqui nos últimos dias.

- Não será tão fácil assim conseguir localizá-los.

- Não queria admitir isso, mas sem uma equipe nós não vamos conseguir.

               Marcela me olhou.

- Mas nós somos uma equipe. – Falei.

- Lety, eu estou fazendo o que posso. Vou continuar tentando, mas...

               Fernando não terminou sua frase. Era óbvio que ele não conseguiria descobrir nada apenas interrogando pessoas da cidade. O meu plano poderia ser o mais louco de todos, mas era o único que poderia funcionar. E eu não poderia deixar que Fernando e Marcela me impedissem de fazer isso.

- Eu dou notícias assim que puder. Nos falamos depois.

               O rádio desligou, mas eu continuei com ele em minhas mãos.

- Não acha melhor voltarem para casa? – Marcela perguntou. – Talvez Rodriguez tenha mesmo tudo sob controle.

- Ele não tem tudo sob controle. – Falei caminhando até a cômoda ao lado da cama, pegando minha arma.

- O que pensa que está fazendo? – Marcela se levantou.

- Eu vou atrás de pistas.

- Você deve ter batido a cabeça muitas vezes, não é? Não ouviu que Fernando mandou você ficar aqui?

- Fernando é o meu marido, não o meu dono. Ele não manda em mim.

- Lety, não seja burra! Não se arrisque dessa maneira!

- Não tem outra alternativa.

- Imagino que você esteja pensando que eu vou deixar que saia desse quarto, não é?

- Você não tem outra opção. – Andei em direção à porta. – Da próxima vez não deixe sua arma na gaveta da cômoda. – Apontei para a outra arma que estava em minha cintura.

- LETY! – Marcela gritou assim que abri a porta. – Você não vai sair desse quarto!

               Me virei para ela.

- Você não está mais acima de mim, Marcela.

               No mesmo instante fechei a porta do quarto e saí às pressas pelo corredor do hotel.

 

 

 

                                                           ------------------------------

 

 

 

               Letícia estava furiosa, soltando fumaça pelo nariz. Qualquer um que se colocasse em sua frente, poderia não sobreviver. Por sorte, ninguém se atreveu a fazer isso, por conhecerem o seu temperamento. Exceto Fernando, que já estava mais do que acostumado com isso, mesmo que na maioria das vezes ele tivesse um pouco de medo de quando ela estava dessa maneira.

- Lety! – Ele a segurou pelo braço.

- Me solta, Fernando!

- Não. Você vai me ouvir.

- Eu não tenho nada para ouvir. Não acredito que você concordou com isso!

- Eu não tive escolha, Lety! Foram ordens do Rodriguez!

- Não interessa! Você sabe muito bem que eu detesto aquela mulher, e ela me detesta. Aposto que ela fez de propósito.

- Lety, vai ser apenas uma semana. Depois voltaremos a ser parceiros.

- E se eu não quiser voltar a ser sua parceira?

- Não diga isso, Lety. Não precisa ficar brava desse jeito.

- Aposto que ela está adorando isso. – Lety o ignorou. – Deve estar dando gargalhadas com as amigas najas no vestiário.

- Lety...

- Fernando, me solta! – Lety tirou seu braço da mão dele. – Se você aceitou isso, ótimo! Vamos trocar de parceiros por uma semana! Mas não fique surpreso se eu preferir trabalhar com o meu novo parceiro do que com você!

               Fernando não respondeu. Também, não poderia. Sabia que quando Lety estava daquela maneira, nada a acalmava exceto o tempo. Depois de seu ataque de fúria, ela se afastou e caminhou em direção à viatura. Fernando continuou parado, sem saber o que fazer para se redimir daquela situação.

- E aí, maninho. – Omar parou ao seu lado. – Fiquei sabendo que Rodriguez mandou você trocar de parceiro essa semana.

- É...

- Essas trocas de parceria todo mês é um saco. Lembra quando fui obrigado a ficar com o Robert? Cara insuportável!

               Omar o olhou.

- Com quem você ficou?

- Com a Marcela.

- A MARCELA? – Omar praticamente gritou.

- Grita mais alto, animal! – Fernando o olhou com raiva.

- Desculpe, é que... Meu Deus! – Omar riu. – Lety deve estar furiosa.

- Nem me diga. E eu não sei o que fazer para ela se acalmar.

- Não queria te assustar, mas durante essa semana inteira você vai ter que lidar com sua noiva te desprezando e lançando olhares mortais para você.

- Se ela lançar apenas os olhares está ótimo!

- Mas que falta de sorte, maninho.

- Nem me diga. O pior é que não pude recusar mesmo sabendo que isso ia causar uma grande confusão.

- Mas fique tranqüilo. Logo a Lety vai perceber que isso é apenas trabalho, e vai se acalmar.

- Eu espero que sim.

- E com quem ela vai trabalhar essa semana?

- Não tive tempo de perguntar. Ela já saiu furiosa quando contei para ela sobre a Marcela.

- Bom... Torça para não ser um espertinho querendo roubá-la de você. – Omar riu.

- É claro que não. Ninguém aqui faria isso.

               Enquanto conversavam, Fernando avistou Lety encostada à uma viatura, ainda furiosa. Ela cruzou os braços diante de seu corpo e não parava de balançar as pernas, sinal de que estava tentando se acalmar, mas sem êxito.

- Bom dia, rapazes. – Marcela se aproximou dos dois, e Omar bateu continência para ela. Era uma patente abaixo à dela e à de Fernando.

- Bom dia. – Fernando respondeu desanimado.

- E então? Pronto para nossa primeira parceria? – Ela sorriu para Fernando.

               Ele não respondeu, apenas forçou um sorriso enquanto cutucava Omar disfarçadamente após ouvir uma tentativa de riso.

- Soube que sua noiva ficou furiosa por você ter aceitado.

- É... Mais ou menos.

- Diga para ela não se preocupar. Não faremos nada com as algemas. – Ela sorriu e Fernando olhou para Lety. Ela estava ainda mais furiosa.

- Bom dia! – Um homem alto e de boa forma aproximou-se dos três.

- Bom dia, Bernard. – Todos responderam, e mais uma vez Omar bateu continência.

- Então... Semana de trocas de parceiros, hein? Acabou sobrando para nossa equipe. – Ele sorriu.

               Fernando não costumava ter nenhuma desavença com nenhum de seus colegas, muito pelo contrário. Mas o fato de Bernard ser considerado um dos policiais mais bonitos do batalhão fazia com que todos os homens, inclusive Fernando, tivessem um pouco de cisma com ele.

- Quem é o seu parceiro? – Omar perguntou.

- Na verdade, é uma mulher. É a Padilha.

               Imediatamente o rosto de Fernando se avermelhou.

- Bom, melhor começarmos logo. Até mais.

               Bernard caminhou na direção em que Lety estava, e quando se aproximou, ela bateu continência para ele. Ele pareceu ter dito algo engraçado, porque logo depois ela riu. Fernando sentiu uma pontada de ciúmes ao ver que Bernard conseguiu fazer Letícia sorrir mesmo com raiva, e soube que aquela semana seria longa. A mais longa de todos.

- É... Parece que tudo o que vai, volta. – Omar bateu em seu ombro.

 

 

 

 

 

               Fernando passou o restante da manhã e da tarde pensando em como Lety estaria se sentindo tendo Bernard como seu parceiro. Diferente do restante das mulheres do quartel, Lety nunca havia soltado suspiros por ele, talvez por respeitar Fernando o suficiente ou apenas porque não se interessava por homens como ele. E Fernando torcia que a segunda opção fosse a mais certa. Por mais que ele soubesse que ela provavelmente ainda estava furiosa por ele e Marcela serem parceiros naquela semana, ele não conseguia disfarçar o seu ciúmes que era tão grande quanto o de Lety.

- Que tédio! – Marcela suspirou sentada no banco ao lado de Fernando. – A tarde está parada hoje.

- É. – Fernando respondeu simplesmente.

- Não quer tomar um café? Acho que não vai aparecer uma ocorrência tão cedo.

- Tudo bem.

               Ele já estava cansado de ficar sentado naquele carro, pensando no que Lety estaria fazendo com Bernard naquele momento. Talvez um café o ajudasse a espairecer um pouco. Os dois desceram do carro e seguiram em direção à uma lanchonete próxima, praticamente vazia por conta do horário. Fernando abriu a porta, mas antes que pudesse segurá-la para Marcela entrar, ele avistou Lety e Bernard sentados em uma das mesas, gargalhando. Movido pelo ciúmes e pela raiva, ele soltou a porta que bateu no rosto de Marcela assim que ela entrava. O barulho e a reclamação de Marcela fez com que Lety e Bernard notassem que eles estavam ali, e conseqüentemente Lety percebeu que Fernando estava furioso.

- O que deu em você? – Marcela perguntou massageando a testa.

- Desculpe. – Fernando disse sem olhá-la.

               Marcela não precisou perguntar por que ele estava com aquela cara, porque logo viu Lety e Bernard olhando para os dois.

- Ah...

- Quer saber? Perdi a vontade de tomar café. – Fernando disse desviando o olhar. – Vou esperá-la no carro.

               Sem esperar uma resposta, ele novamente abriu a porta e saiu praticamente às pressas da lanchonete. Dessa vez Marcela conseguiu alcançá-lo antes que a porta se fechasse, e seguiu Fernando pela calçada.

- Você vai ficar bravo só porque viu os dois?

- Não estou bravo.

- É claro que está. Não ficamos juntos por muito tempo, mas eu te conheço.

- Marcela, não quero falar sobre isso.

- Caramba, eu não sabia que a semana de troca seria tão problemática. Vocês dois precisam conversar sobre isso, sabia?

- Com todo o respeito, isso cabe apenas à mim e à Lety. – Fernando parou de andar e a olhou. – E podemos, por favor, não falarmos mais sobre isso?

               Para o alívio de Fernando, alguém os chamou pelo rádio. Ao menos enquanto trabalhava ele não pensaria na cena que acabara de presenciar.

 

 

 

 

 

 

- Poxa Lety, eu não pensei que você fosse tão divertida. – Bernard disse ao descerem da viatura.

- Não sou tão divertida assim. – Ela riu.

- Claro que é. Se todos os meus parceiros tivessem o seu bom humor, os dias de trabalho seriam muito melhores.

- Obrigada pelo elogio.

- Ei, eu posso te perguntar uma coisa?

- É claro.

- Não achou estranha a maneira que Fernando estava olhando para nós dois na lanchonete?

               Lety não respondeu.

- Ele saiu parecendo transtornado, nem nos cumprimentou. Vocês estão brigados?

- Não. Ainda não.

- Eu espero que isso não tenha a ver com o fato de sermos parceiros.

- Não, é claro que não. Fernando detesta ciúmes, ele não faria isso.

- Bom... Sendo assim, espero que fique tudo bem entre vocês.

- Obrigada. – Ela sorriu. – Ah, e você está me devendo um café amanhã.

- Ah é verdade. A aposta. Da próxima vez vou me lembrar de não fazer apostas com mulheres.

               Ela gargalhou, e justo naquele momento, a viatura de Fernando e Marcela parou em frente aos dois. Fernando desceu do carro batendo a porta, e só então notou que Lety e Bernard estavam ali.

- Oi. – Bernard disse.

- Oi. – Fernando olhou para Lety. – Já terminaram o turno?

- Sim. – Ela respondeu. – E vocês?

- Também.

- Que bom.

- Bom... Eu... Já vou indo. – Bernard disse. – Lety, nos vemos amanhã.

- Certo. Até mais.

- Até. Tchau, Fernando.

               Fernando não disse nada, apenas fez um breve aceno com a cabeça. Assim que Bernard se afastou, ele cruzou os braços e franziu o cenho para Lety.

- Parecem bem à vontade.

- Sim, nós estamos. – Ela o alfinetou. – E vocês dois também. O que ela está fazendo dentro da viatura? Não consegue sair para ficar com o seu cheiro impregnado na farda dela?

- Ela está terminando de anotar as ocorrências de hoje.

               Lety apenas bufou, revirando os olhos. Marcela abriu a porta do carro e desceu, aproximando-se dos dois. Letícia deveria bater continência para ela, já que assim como Omar, sua patente era abaixo de Marcela. Mas, Letícia desafiou toda a ética e respeito do trabalho, e continuou de braços cruzados olhando para ela.

- Lety... – Fernando chamou sua atenção.

- Que foi?

- Não está se esquecendo de nada?

- Não. – Respondeu ríspida.

- Lety...

               Ela continuou a ignorá-lo. Fernando deu um passo à frente e olhou para ela, falando com os dentes cerrados.

- Lety.

- Eu não vou fazer isso! – Ela falou um pouco mais alto do que deveria.

- Tudo bem, Fernando. – Marcela se aproximou. – Não faço questão. Reconheço a falta de modos, e ao contrário da sua noiva, eu não gosto de envolver problemas pessoais com profissionais.

               Letícia fechou uma das mãos com raiva, mas não teve tempo de fazer absolutamente nada.

- Nos vemos amanhã.

               Marcela se afastou deixando os dois a sós. Letícia continuou a encará-la enquanto ela se afastava, e Fernando a olhou indignado.

- Você perdeu o juízo? Sabe que ela pode dar queixa ao Rodriguez e até dizer que você a desacatou?

- Não me importo.

- Não se importa? – Fernando cruzou os braços. – Por que você é tão pirracenta?

- Eu não sou pirracenta!

- Então por que não bateu continência?

- A única coisa que vou bater é minha mão na cara dela.

- Pelo amor de Deus! Que ciúmes bobo!

- Ciúmes bobo? Quem foi que saiu da lanchonete praticamente às pressas hoje só porque me viu com o Bernard?

- Não foi por isso que eu saí.

- Ah, ta bom!

               Fernando não respondeu.

- Será que podemos ir embora? Ou vai continuar chamando a minha atenção? – Ela perguntou impaciente.

- Vamos. – Ele respondeu um pouco mais calmo.

               Apesar de todas as explosões de ciúmes e das discussões, Fernando e Lety não conseguiam ficar muito tempo brigados. Na mesma semana fizeram as pazes, e prometeram um ao outro que deixariam os ciúmes de lado durante o trabalho, mesmo que isso fosse praticamente impossível. Aquela foi a semana mais difícil que os dois já tiveram. Ao menos, até a missão.

 

 

                                                           -----------------------

 

Fernando

 

 

               Estava frustrado por não ter conseguido absolutamente nada, nenhuma pista sequer. E para piorar a situação, não conseguia me comunicar com Marcela e Lety. Já havia desistido de continuar naquela missão e principalmente de tentar ajudar Rodriguez. Por pior que possa parecer deixar toda aquela bagunça na mão de toda a equipe sem poder ajudar, aquilo não cabia mais à mim, e nem à Lety. Assim que voltei ao hotel, passei pelo saguão e me preparei para me identificar na recepção, mas vi Marcela caminhar em minha direção parecendo apreensiva. Ela não estava com Lety.

- Fernando! Ainda bem que chegou!

- O que foi? O que aconteceu? Cadê a Lety? – Perguntei preocupado.

- Ela saiu. Não consegui impedi-la. Ela pegou a minha arma e o rádio comunicador.

               Respirei fundo e bati no balcão com raiva, fazendo com que a recepcionista me olhasse assustada.

- Mas que droga! Letícia sempre faz isso! Por que ela tem que ser tão teimosa? – Perguntei impaciente.

- Eu tenho certeza que ela foi fazer aquela loucura de plano.

- Não tenho dúvidas. Meu Deus! Às vezes a Letícia me tira do sério! – Peguei o meu rádio e Marcela e eu nos afastamos da recepção. – Letícia, você está na escuta? Onde você está?

               Marcela e eu ficamos em silencio, sem receber uma resposta.

- Letícia! Está me ouvindo?

               Esperamos um tempo, e novamente não tive resposta. Me preparei para chamá-la de novo, quando ouvi sua voz do outro lado do rádio.

- Eu estou bem. – Ela respondeu.

- Letícia! Pelo amor de Deus onde é que você está? Eu acho bom você voltar agora mesmo para o hotel e...

- Eu descobri aonde vão usar a arma.

               Marcela e eu nos olhamos.

- Me encontrem na praça central. E venham discretos. Tem um evento acontecendo aqui e está lotado de gente, principalmente turistas.

- Lety...

- Não posso falar muito. Estou esperando.

- Lety!

               Não tive resposta.

- Mas o que...? – Marcela me olhou.

- É melhor irmos logo. – Guardei o rádio. – Não podemos perder tempo.


Notas Finais


Amores!! O que estão achando? Como eu disse antes, não tenho experiência de escrever histórias policiais, então se estiver algo ruim ou fora de contexto podem falar ok?

E feliz natal ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...