- Helô, quero falar com você! - disse Helena, entrando no quarto delas.
- Se for sobre o "papai", - ela fez aspas com os dedos., - pode dar licença. Eu não quero falar sobre isso.
- Eu sei que está magoada, mas você sabe que o tio Chris é uma boa pessoa! - Helena afirmou, se sentando ao lado da irmã. - Ele é nosso pai. Você deveria ficar feliz, Helô.
- Lena, eu gosto do Chris como nosso amigo, como nosso tio. Quando a mamãe disse que ele é nosso pai, fiquei muito triste. Ele machucou muito nossa mãe. Já se esqueceu?
- Não! Esta é uma grande oportunidade para conhecermos o papai. Não seja orgulhosa. - disse ela.
- Eu não estou querendo falar disso! Me deixa sozinha, Lena. - Heloísa pediu.
- Perdoa o papai! Ele também teve seus motivos, Heloísa! Tenho certeza que ele vai nos explicar o que aconteceu. - disse Helena, deixando sua irmã sozinha.
Dulce estava em seu quarto, pensando em tudo o que houve, até ser surpreendida pelo barulho ensurdecedor de seu celular. Christopher estava ligando para ela.
- Alô? Quem é? - Dulce estranhou o número. Era desconhecido.
- Dulce, como você está? - Christopher respondeu.
- Christopher? Como descobriu meu... - ele cortou-a.
- Está no seu contrato! - explicou. - Eu liguei pra saber se contou a verdade para as nossas filhas.
- Christopher, eu contei sim! - Dulce afirmou.
- E elas? O que disseram? Elas gostaram de saber da verdade? - ele perguntou, curioso.
- A Helena amou a notícia. Falou até em você morar conosco.
- Até que não é uma má ideia. E a Heloísa? O que disse?
- A Heloísa não gostou muito! Ela disse que você é o responsável por todo o meu sofrimento. Chris, nós precisamos falar com ela, precisamos explicar para ela o que aconteceu. A Helô não suporta me ver sofrer, ela não gosta que me machuquem. - Dulce afirmou, preocupada.
- Eu estou indo aí! Me espere um pouco, que vou conversar com minhas filhas. - Christopher respondeu, finalizando a ligação. Depois de tudo o que Dulce disse para ele, Christopher tinha a obrigação de reparar esse mal, afinal, foi ele quem pressionou Dulce a falar a verdade para suas filhas. Ele terminou de organizar alguns documentos em sua sala, avisou Anny que não voltaria para a empresa e se dirigiu até a casa da mãe de suas filhas, encontrando a mesma na área térrea da casa. Ela parecia apreensiva, nervosa, parecia estar temendo algo. - Dulce, como você está? - ele perguntou. Dulce não disse nada, apenas o abraçou. - O que houve? Como você está? E a Heloísa?
- Chris, eu tentei falar com ela, mas a Helô não quer me ouvir, ela não quer ouvir falar de você.
- Dulce, olha para mim! - disse ele, mirando-a nos olhos. - Eu não quero que discutam por minha causa. Vai ficar tudo bem, eu prometo.
- Para de prometer o que você não tem certeza que pode cumprir, Christopher! - disse ela, eufórica.
- Eu não prometo o que não posso cumprir, meu amor! - Ucker respondeu, dando um selinho em Dulce. - Eu preciso falar com a Helô e ela vai me ouvir.
- Papai? - disse Helena, abraçando-o. - Senti saudades de você. Por que não mora aqui?
- Oi, meu anjo! - ele respondeu, pegando sua pequena filha no colo. - O papai também sentiu muitas saudades de você, filha. Pena que eu não posso morar aqui, porque respeito muito sua mãe.
- E como está? - ela perguntou.
- Estou bem, só preciso conversar com sua irmã. Vamos entrar?
- Vamos! - disse ela, empolgada.
- Filha, eu não sei onde sua irmã está. Você pode me levar até ela? - Ucker perguntou.
- Claro, papai! - Helena respondeu, puxando ele pela mão.
- Christopher, eu vou deixar vocês conversarem! Se precisar de mim, estarei aqui. - disse Dulce, indo para seu quarto. Ucker assentiu com a cabeça, seguindo Helena.
- É aqui, papai! - a menina afirmou, assim que chegaram em frente ao quarto delas.
- Obrigado, minha filha! - disse ele.
- Eu vou ficar com a mamãe! Boa sorte com a Helô. - ela deu um beijo na bochecha de Christopher e saiu. Ele ficou parado em frente ao quarto alguns instantes, procurando as palavras certas para dizer a filha, suspirou e bateu com os punhos cerrados.
- Eu não quero falar com ninguém! Me deixe sozinha. - Helô respondeu.
- Heloísa, sou eu, seu pai! - disse ele. - Eu posso entrar? Precisamos conversar, minha filha. - ele gritou.
- Você não é o meu pai! - ela respondeu.
- Ok! É o tio Chris. Abre a porta, Helô. - ele ouviu algo, até ver Heloísa à sua frente, com a porta aberta. - Será que eu posso entrar? - ela não respondeu a pergunta, apenas deu espaço para que ele adentrasse seu quarto. - Eu sei que errei muito com sua mãe, mas arrependi muito por ter cometido tantos erros.
- Por que, papai? Por que errou tanto? Você não faz ideia do quanto a minha mãe lutou para criar a mim e a Lena sozinha. Eu nunca tive uma vida completamente feliz. - disse ela, se sentando em sua cama. - Eu preferia que nunca tivesse revelado a verdade. Preferia que continuasse como o tio Chris.
- Eu não sabia que tinha duas filhas! Não sabia que você e a Helena eram minhas filhas. Tenho consciência de todos os erros cometidos por mim, é por isso que te peço perdão, assim como pedi à sua mãe. Me perdoe, filha. - Ucker se ajoelhou e segurou na mão direita dela.
-Me deixa sozinha, Christopher! Eu não quero falar com você. - ela pediu.
- Eu entendo sua dor, Helô! - disse ele. - É por isso que te peço uma chance. Eu também estou sofrendo muito com tudo isso. Estou pagando pelos meus erros. O pior de tudo tive que aturar. Eu não convivi com vocês, não acompanhei o nascimento de vocês, não estava presente quando pronunciaram a primeira palavra, não estava presente quando deram os primeiros passos. Eu preciso do seu perdão para retornar minha vida, preciso do seu perdão para reparar a dor que causei. Sei que não sou digno, mas te amo e necessito do seu amor para viver. Só o que preciso é de você e da sua irmã comigo. Quero reconstruir nossa família ao lado de vocês e da Dulce. Apesar de tudo, eu amo sua mãe e sei que ela é a mulher que quero para sempre ao meu lado.
- Eu preciso ficar sozinha, papai! -Heloísa respondeu.
- Papai? - Ucker perguntou, surpreso.
- É isso que você é : o meu pai, por mais que eu não consiga aceitar.
- Eu vou deixar você sozinha pra pensar! Depois, quero conversar de novo com você, filha. - Ucker deu um beijo na testa dela e saiu. - Dulce, eu vou embora. Depois volto para conversar com a Helô.
- O que ela disse? - Dulce perguntou.
- Ela me ouviu, mas quer ficar sozinha um pouco! Depois, você poderá falar com ela, só espere um pouquinho. Deixe a menina se acalmar mais. - Ucker respondeu. - E a Helena? Onde está?
- Está em meu quarto! Ela acabou dormindo. - Dulce respondeu. Ucker a abraçou e cheirou o pescoço dela, que se afastou. - O que quer?
- Eu quero você! Te amo, minha linda. - disse Christopher, roçando seus lábios nos dela, que se arrepiou aos leves toques dele. Dulce acariciou o rosto dele, que segurava a cintura dela com uma mão e a nuca com a outra. Christopher e Dulce se beijavam e conseguiam transmitir todo o amor que sentiam um pelo outro. Suas línguas bailavam em sintonia, revelando tudo o que haviam guardado durante todos os anos que ficaram longe um do outro. - Te amo, Dulce! - Ucker afirmou, assim que se separaram do longo beijo. - Fique bem. Qualquer coisa, me ligue. - ele deu um selinho rápido nela e foi embora, deixando Dulce cada vez mais louca por ele.
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