- Obrigado, minha linda! Posso entrar? - Dulce assentiu e eles entraram. Se sentaram no sofá e se acomodaram. - Amor, eu quero justiça. Eu não iria te falar, entretanto, vou descobrir quem está por trás da morte dos seus pais. - Dulce arregalou os olhos, surpresa com o que Christopher acabara de dizer. - Eu sei que não quer remexer o passado, mas não se preocupe, vou descobrir tudo e te ajudar a superar sua dor.
- Christopher, eu sei que quer me ajudar, mas não precisa! Eu não sei mais se quero descobrir o que realmente aconteceu. Não sei se seus pais são assassinos.
- Eu não consigo te entender, Dul! Primeiro, você acusa os Uckermann's, agora, quer defendê-los? - Christopher perguntou, confuso.
- Não, eu não estou defendendo ninguém, Chris! - Dulce respondeu. - Talvez essa história de assassinato não passa de pensamentos idiotas que criei pra ver se conseguia superar ou ao menos, diminuir a dor que eu senti e ainda sinto. - Dulce respondeu.
- Amor, estou disposto a atravessar o mundo atrás do assassino! E se for mesmo os meus pais, juro que... - ela o cortou.
- Para de pensar assim! - Dulce o repreendeu. - Eu não quero vingança, quero justiça. Independente se foi um crime ou uma coincidência negativa do destino, só o que eu quero é justiça. Só assim, terei certeza se meus pais foram ou não assassinados.
- Dul, eu juro que se a Alexandra e o Victor Uckermann tiverem um dedo deles em tudo o que houve, eu acabo com eles. - Ucker afirmou, com um olhar ameaçador. - Eu juro que... que mato... meus... pais.
- Christopher, você está ouvindo o que está dizendo? Está ouvindo isso que acabou de dizer? - Dulce perguntou, fitando-o, incrédula. - Não está pensando em suas filhas? Elas dependem de você ao lado delas. Que exemplo de pai você quer deixar pra Helena e pra Heloísa? Um pai criminoso? Um pai que é capaz de matar?
- É claro que pensei em minhas filhas e em você, Dulce Maria! Se meus pais forem os verdadeiros assassinos, eu terei o maior prazer em matá-los, depois eu vendo a empresa e nós ficamos juntos, eu, você e nossas filhas. - disse ele. - Vamos embora do país, não sei. Vamos tentar a vida em outro lugar, meu anjo.
- Não! - Dulce começou a chorar e se afastou de Christopher. - Eu não acredito que estou ouvindo isso. Está pensando em matar qualquer um que for declarado o culpado ou até mesmo o assassino... dos... dos meus pais, Christopher Uckermann? Achei que... que você tinha... tinha mudado seu jeito de... pensar, mas... - dizia ela, controlando suas lágrimas que caíam involuntariamente, sem que Dulce percebesse. - ... mas percebi que... que não adianta. Por favor, Chris! Eu... eu preciso dormir. Pode sair daqui? - ela perguntou, de costas pra ele.
- Dulce, eu não quero o seu mal, quero te ajudar a buscar a justiça pela morte de seus pais. Quero te ajudar a esquecer ou, pelo menos, tentar esquecer essa dor que te consome aos poucos. - disse ele, se levantando e tentando abraçá-la, que se afastou novamente.
- Você não pode estar falando sério! Você não está sóbrio. Está bêbado, não é? - ela perguntou, o encarando. Christopher não respondeu nada, ficou de frente para ela, ouvindo o que Dulce dizia. - Christopher, só quero que me diga a verdade. Você está bêbado?
- Não, não! Claro que não. - Christopher negou. - De onde tirou essa ideia? Estou mais sóbrio do que nunca. Mas preciso que confie em mim, Dulce. A única coisa que quero neste momento é o seu bem estar e o das nossas filhas. Eu não me importo em me vingar do assassino com um tiro no peito e ir embora para longe com você e as meninas.
- Eu não estou te reconhecendo, Chris! Eu... eu já me decepcionei com você... uma vez e... e não quero me... me decepcionar de novo. - Dulce afirmou pausadamente, enquanto secava suas lágrimas. Ela custava acreditar em tudo o que ouvia Christopher dizer, com uma frieza grande e sem demonstrar arrependimento ou dor. Dulce chorava por dentro e por fora. Cada palavra dita por ele atingia a mulher como facadas em seu peito. Um grande incômodo tomou conta de si, era uma dor incessante e perturbadora, deixando Dulce assustada, triste e com uma enorme sensação de solidão e vazio em seu coração. - Por favor, preciso que vá embora.
- Dulce, pensa bem, meu amor! - Christopher falou, fitando-a. - Se eu encontrar o covarde que tirou sua felicidade ao lado de seus pais, eu vou matá-lo e vamos embora daqui.
- E quer que suas filhas cresçam com um pai assassino ao lado delas? Quer jogar o futuro das meninas no lixo? - Dulce perguntou, fitando-o, furiosa. - Eu não quero que minhas filhas convivem com um pai foragido da justiça, tendo que se deslocar de um lugar para o outro sempre que o perigo se aproximar. Quero que você dê exemplos para elas, que elas tenham orgulho de você. Pensa um pouco em tudo o que me disse e reflita, Christopher. Não se obtém a justiça tirando o sangue de uma pessoa. Não se obtém a justiça com uma injustiça. Se obtém com caráter e honestidade, com luta e batalha. Se obtém com garra e determinação, e não ao contrário. Agora, se quiser mesmo me ajudar, peço que vai embora, por favor.
- Tudo bem, Dul! Se prefere assim, eu vou. Só quero dizer que eu vou me vingar do assassino que...
- Chega, Christopher! - Dulce gritou, entristecida. - Eu não acredito que você continua com estes pensamentos, depois de tudo o que eu te disse. - ela afirmou. - Chris, coloca uma coisa na sua cabeça. Eu te amo e não quero o seu mal. Eu não quero que você sofra a vida toda por ser um assassino. E não quero um futuro assim para as minhas filhas. Como elas vão conviver com um pai assim ao lado delas? A Lena e a Helô te amam, homem. Você já não é mais criança pra querer agir desta forma, Chris. Só quero deixar claro que eu não quero o seu mal, não quero o seu sofrimento, quero o seu bem, sua felicidade. Mas se quiser mesmo continuar com essa ideia idiota de vingança, nunca mais quero ter que olhar pra você. E você nunca mais vai voltar a ver suas filhas.
- Dul, também não é assim! - disse ele, abraçando-a por trás. - Você é forte, eu sei. Sempre luta para alcançar seus objetivos e conquistar vitórias em sua vida. Eu estou do seu lado sim e só penso em nosso bem estar. Desculpa, se te disse coisas macabras, mas só quero o melhor pra você e que você esqueça a forma como seus pais morreram. Amor, já se passaram quase doze anos, desde o acidente, você precisa mostrar sua força interior e eu estou aqui, do seu lado, te apoiando nas suas decisões. Eu sei que me precipitei, quando disse que eu sou capaz de matar, só para te ver feliz novamente. Só para assistir sua felicidade.
- Que jeito torto de demonstrar seu amor por mim, Chris! - ela respondeu, se afastando do abraço dele. - Por favor, tenta ouvir o que está dizendo. Eu não quero um assassino ao meu lado, quero o pai das minhas filhas, quero meu namorado, o homem que eu amo.
- Desculpa, meu anjo! - Ucker abraçou-a. - Eu estou sendo inconsequente e imaturo. Eu não vou mais procurar nada, tudo bem? Desculpa se te disse tudo isso, se afirmei qualquer coisa ruim. Eu prometo não executar o que afirmei.
- Espero! - Dulce respondeu. - Espero que não tente se vingar de ninguém. Eu quero que suas filhas tenham orgulho de você, por ser um pai exemplar, um homem digno e honesto. Não quero que elas tenham desprezo por você, não quero que elas tenham nojo ou ódio de você. Pensa em tudo, tudo o que eu estou te dizendo para não cometer o maior erro da sua vida.
- Obrigado, meu amor! - Ucker agradeceu. - Obrigado por me alertar de tudo. Eu quero que você e minhas filhas tenham orgulho de mim, e vou lutar para isso.
- Elas têm muito orgulho de você, Chris! Não deixe este encanto se acabar. Elas te amam e não querem que você as abandone, querem que você cuide delas e dê exemplo de vida, amor e carinho. Agora eu preciso dormir. Por favor, me deixa sozinha.
- Claro! Fique bem, meu amor. - Ucker respondeu. - Eu vou refletir em tudo o que me disse.
- Não compensa matar, tirar a vida de um ser humano, principalmente quando se trata de vingança. Você quer matar seus pais para vingar a morte dos meus pais. Você não ama o Victor e a Alexandra. Quem ama, protege e cuida, dá amor e carinho, não pensa nos defeitos ou pecados do outro. Quem ama não julga as pessoas por miseráveis coincidências do destino.
- Dul, já está tarde! Eu tenho que ir e você precisa descansar. - Ucker deu un selinho em Dulce e foi embora.
- Espero que não faça nenhuma burrada, Christopher Uckermann! Do contrário, você nunca mais verá suas filhas novamente. - Dulce falou, para si mesma.
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