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História A Moment to Remember - Qualquer lugar...


Escrita por: LilyMPHyuuga

Notas do Autor


Oi, gente! Tudo bom? Olha eu chegando com mais uma fanfic NaruHina! *-*
E essa é especialmente feita para o Desafio de Songfics do blog "Resenhando: NaruHina"! Para aqueles que não conhecem, vou deixar os links nas notas finais. ♥
A música sorteada para mim foi "Anywhere But Here", da banda Safetysuit (AMO DEMAIS!). Vou deixar o link da letra/tradução também nas notas finais. ^^"
Será uma fanfic de apenas dois capítulos, com o segundo ainda sem previsão de postagem. Mas não se preocupem, pois ele será postado até o dia 31/10 - regra do desafio. xD
Quero deixar também meus eternos agradecimentos à Kitsune, por ter feito essa capa divosa para mim! Muito obrigada, de coração! ♥ Quero também agradecer à AmelinaLestrang, por ter batizado mais uma historinha minha! Obrigada, sua linda! ♥ Agradecimentos especiais também a KitaUzumaki, por ter me ajudado com o plot da fic quando eu não tinha ideia do que escrever! ♥ E por fim, mas não menos importante, quero agradecer à minha tímida beta, que não quis se identificar, mas que me ajudou TANTO na história, que vou ficar te devendo uma (ou mil)! Obrigadão do tamanho de Júpiter! ♥

Mas já estou falando demais! ^^" Fiquem com o primeiro capítulo de "A Moment to Remember" (ou em português, "Um Momento para Lembrar").
Fanfic também postada no Nyah.
Boa leitura! ♥

Obs. 1: imagens das cidades de Londres e Tóquio retiradas do Google. Arte de Naruto e Hinata feita pelos Estúdios Pierrot, para o filme "Boruto: Naruto the Movie".
Obs. 2: fanart da capa do capítulo da desenhista Jesslynnnj, do DeviantArt.

Capítulo 1 - Qualquer lugar...


Fanfic / Fanfiction A Moment to Remember - Qualquer lugar...


“É este o fim do momento
Ou apenas um belo desdobramento
De um amor que nunca será?
Ou talvez possa ser
Tudo o que eu nunca pensei que pudesse acontecer
Ou alguma vez vir a acontecer e
Pergunto-me
Se talvez
Talvez eu pudesse ser
Tudo que você sempre sonhou, porque você é”

 

O céu calmo e estrelado parecia zombar dele. Podia jurar que nunca o vira tão bonito! Ou também, pensou, nunca tivesse reparado antes...

Sua vida não era perfeita, ele sabia bem disso. Mas a cada dia que passava ao lado dela era motivo para se considerar o cara mais sortudo do universo! Tão feliz e radiante que mal reparava no mundo ao seu redor.

Até a chegada da carta.

Aquela maldita carta...

Sempre torcera para que Hinata fosse feliz e fazia de tudo para mostrar à moça que, com ele, a felicidade seria ainda mais garantida. Mas aquela carta era, sem dúvida alguma, um passaporte para qualquer coisa, menos para a alegria da jovem.

– Não sente frio?

A tentativa de puxar uma conversa parecia necessária para a morena. Ele soltou um suspiro, voltando seus olhos azuis para os perolados.

– Só um pouco.

– Estou congelando! – reclamou, com as bochechas coradas. – Por que estamos aqui, afinal?

Naruto nem pensou duas vezes antes de tirar o próprio casaco e colocar sobre os ombros dela. Por mais que estivesse chateado (e ela soubesse disso), não conseguia se manter distante. Ao contrário: queria aproveitar cada minuto que lhe restava ao lado de Hinata.

– Venha aqui.

Ela nem hesitou. Sentou ainda mais perto e deixou que o loiro passasse o braço ao seu redor, num abraço desajeitado. A jovem retribuiu, trêmula.

– Conversou com seu pai?

Ela tentou reprimir uma risada debochada, mas sem sucesso. Naruto já previa.

– Como se fosse simples conversar com Hyuuga Hiashi. – Ela respirou fundo. – Nós brigamos de novo. Mamãe tentou me ajudar e até Hanabi entrou na briga. Nem a filha favorita foi capaz de fazê-lo mudar de ideia.

– Então... você vai mesmo?

Hinata não precisou responder à pergunta receosa.

– Por que não mandou sua inscrição para Tóquio, Hina?

A pergunta saiu mais como uma lamentação. Hinata se afastou para olhá-lo, levemente indignada.

– Você sabe o porquê, já falamos sobre isso! Eu não poderia mandar minha inscrição se estou indecisa quanto ao curso! Nós dois sabemos muito bem que a Universidade de Tóquio não está interessada somente em boas notas, mas também em pessoas decididas!

– Hina...

– E você sabe também que não fui eu quem mandou meus dados para Oxford!

– Hinata, eu...

– Por que está jogando a culpa de nossa separação em mim? Acha mesmo que eu quero isso? – Naruto desviou o olhar ao perceber os perolados marejados. – Acha mesmo que eu quero me afastar de você? Pensa que vou ser feliz longe de ti?

– E você? – Não segurou a língua, encarando-a revoltado. – Como acha que está sendo para mim ver a minha... – hesitou – Minha melhor amiga indo embora? Se afastando de mim sem eu poder fazer nada?

– E como brigar comigo vai resolver nossa situação?

– Quem sabe a faça tomar alguma atitude!

– E você acha que eu não tomei?! Eu não quero ir para Londres, caso não tenha ficado claro!

– Mas não fez nada para evitar isso! Aceitou a matrícula e já está de malas prontas! Pedir para o seu pai não é tomar uma atitude, Hina. Ficar é.

– Ele está pensando no melhor para mim, mesmo que nós não gostemos disso, Naruto!

– Ah sim, claro que está... – O sarcasmo cada vez mais presente a magoava. – Colocando a filha mais velha numa faculdade que ela nunca pensou em fazer. E olhe que coincidência: uma faculdade que vai lhe render uma presidência daqui a alguns anos! Muito gentil da parte de seu pai.

– Naruto, não fale assim...

– Será que não vê que estudar Administração do outro lado do mundo não é o melhor para você? Não percebe que isso é o melhor para o seu pai? Que ficar atrás de uma mesa vendo a empresa dele crescer por meio de inúmeros papéis não é o que vai te fazer feliz?

– E o que você sabe sobre mim?! Como pode saber o que me faz feliz se nem eu mesma sei?


“Linda por dentro
Tão amável e eu
Não consigo ver porque não consigo fazer nada sem você, você é
E quando eu não estou com você
Eu sei que é verdade
Que eu prefiro estar em qualquer lugar, menos aqui sem você”

 

– Hina... – Ele voltou a se aproximar, segurando seus ombros e obrigando os olhos chorosos a encará-lo. Naruto abriu um sorriso, emocionado demais para se controlar. – Você é um espírito livre! A liberdade é seu estilo! O mundo inteiro é o seu lugar! Você gosta de artes, de dança, de música, de história, de ciência... De tudo que envolve o mundo! Porque uma cidadezinha no interior do Japão nunca será capaz de segurar o tamanho de seu coração, o tamanho de seu amor por qualquer coisa que faça! – Respirou fundo ao enxugar as lágrimas que caíam no rosto que tanto admirava. – Escolha algo que te faz feliz e eu irei apoiá-la, mesmo que você precise ir para ainda mais longe... Mas não me peça para aceitar algo escolhido por seu pai, que não te conhece como eu, que não sabe de metade das suas paixões como eu sei... Escolha o seu futuro, Hina. Não deixe ninguém fazer isso por você...

Naruto beijou a testa dela com carinho, demorando-se no contato de propósito e fechando os olhos por um instante. Enxugou o rosto dela em seguida, não resistindo e beijando uma das bochechas. Não disse nada antes de se levantar e caminhar para fora da clareira onde se encontravam. Ele adorava aquele lugar e lamentou que a última lembrança que teria dali antes de se mudar fosse de uma discussão com Hinata.

– Passe o final de semana comigo – ela falou alto. O rapaz estancou no lugar, de costas para a moça. – Já me despedi de todos os nossos amigos. Sakura e Sasuke já brigaram comigo também. Agora que vocês três já fizeram isso, podemos aproveitar nossos últimos dias em Konoha? Não quero ficar com mais ninguém...

Naruto agradeceu mentalmente por não estar com o rosto visível. Uma lágrima e um sorriso teimosos brotaram em seu rosto. O coração batia tão forte que mal conseguia respirar direito. Pigarreou antes de perguntar:

– Quando você viaja?

– Na manhã de segunda-feira.

Três dias... Seriam o suficiente para fazê-la mudar de ideia?

– Eu passo na sua casa às oito.

– O-Oito? – Ela se levantou depressa, sem conseguir esconder a aflição. – M-Mas o que você vai fazer o dia todo? Digo... Não é da minha conta, mas... Eu gostaria de mais tempo...

– Oito da manhã, Hina – esclareceu, sorrindo para ela por cima do ombro. Mesmo que o lugar estivesse clareado apenas pelo fraco luar, Naruto percebeu o rosto corado. Virou-se novamente, admirando cada detalhe daquele semblante.

Seria realmente possível que ela não reparasse? Com o silêncio da floresta, o rapaz poderia jurar que os batimentos acelerados de seu coração eram ouvidos.

– O-O que está olhando? – Ela desviou o olhar timidamente.

– Você. Nunca tive oportunidade de dizer o quanto você é linda.

Era uma mentira descarada. Não a beleza dela, é claro, e sim o fato dele ter tido milhões de chances de se confessar, mas nunca teve coragem.

– Na-Naruto! – ela brigou, ainda mais vermelha.

Ele sorriu, tirando o celular do bolso em segundos e disparando um flash na direção da Hyuuga, que deu um gritinho com a luz forte.

– O que está fazendo?

– Guardando uma lembrança.

Sorriu para a foto da envergonhada Hinata que fitava os próprios pés. Os olhos ainda levemente úmidos por conta do choro recente, porém com o sorrisinho tímido que a deixava ainda mais bela aos olhos do loiro.

– Deixe-me ver isso! – Ela se aproximou a passos rápidos, mas ele manteve o celular distante ao erguer a mão. A altura de Hinata nunca a ajudara nessas briguinhas deles, e isso sempre o fazia gargalhar. A morena conseguia ser bonita até quando ficava irritada.

– Nem pensar! É minha. Já mandei para a nuvem. Mesmo que você pegue meu celular escondido, eu terei essa foto para sempre!

Era um blefe. Ele não teve tempo para isso.

Mas a desculpa sempre funcionava.

Hinata desistiu de pegar o aparelho, bufando chateada. O rapaz não resistiu, puxando-a para um abraço inesperado. Fechou os olhos ao sentir o suave perfume da moça, que logo se rendeu e retribuiu o carinho.

– Não se preocupe. Você está linda como nunca... – Soltou um suspiro. – Preciso me certificar disso se a minha memória me trair e eu esquecer de seu rosto quando estivermos longe...

 

 
Às oito em ponto Naruto apertava a campainha da casa dos Hyuuga, enquanto a filha mais velha descia correndo as escadas, gritando que atenderia a porta.

– Que garota escandalosa você se tornou – ele debochou quando a viu ofegante. – Você não era assim quando nos conhecemos.

– Devo ter tido más influências – rebateu. – Pai, já estou saindo!

– Você nem tomou café, Hinata. – Hiashi apareceu na visão dos dois, os olhos estreitos mirando os jovens. – Tenho certeza de que Naruto pode esperá-la.

– Na verdade, estamos saindo para tomar café, senhor – Naruto tomou a palavra, causando certo alívio nos dois.

– E que horas vocês voltam?

– Não sei, pai. Vamos passear o dia inteiro.

– Volte ainda hoje, por favor.

Hinata sorriu, correndo até ele e dando-lhe um beijo na bochecha.

– Pode deixar.

O casal fechou a porta atrás de si. Hinata riu quando, na esquina de sua rua, notou Naruto soltando a respiração.

– Você ainda tem medo do meu pai?

– Não é medo – ele falou rapidamente, envergonhado. – Ele é tão sério! Às vezes ele é meio...

– Meio...?

– Intimidante. – A morena segurou uma risadinha. – Eu sei, eu sei que ele não tem nada de apavorante e que se derrete todo quando está contigo e com Hanabi. Mas às vezes ele se esforça demais para parecer um cara durão... E consegue!

– É só fachada – ela lhe confidenciou. – Hyuuga Hiashi é uma manteiga derretida. Eu o encontrei chorando com Hanabi há algumas semanas, enquanto assistiam a um filme na Netflix.

Hinata gargalhou com o semblante chocado do rapaz.

– Só acredito com provas.

Naruto não pôde deixar de pensar, por outro lado, que se Hiashi fosse mesmo esse doce de pessoa que Hinata alegava, a garota teria voz na hora de decidir ficar no Japão. Não era o que acontecia, no entanto...

“Nada de focar nisso! Não hoje” ele brigou consigo em pensamentos. Hoje o dia seria dedicado à moça que lhe dava um sorriso gigante, ainda rindo de seu choque. Os cabelos soltos, os olhos fechados e as bochechas rosadas... tudo contribuindo para que ele parasse para admirá-la, nem que fosse por meros segundos.

– Ainda está na Terra? – ela chamou sua atenção, sorridente.

Estava decidido: o Uzumaki se esforçaria para ver aquela risada mais vezes durante todo o dia.

 


Porém, falhou por algumas horas, quando foi convencido a assistir, junto com a moça, uma comédia romântica que passava no cinema. Hinata sorria ao mesmo tempo que chorava, e por mais que ainda parecesse graciosa aos seus olhos, Naruto ainda preferia o sorriso sem lágrimas.

– O que você quer fazer agora?

Ela deu de ombros, fungando o nariz uma última vez antes de respirar e sorrir envergonhada.

– Você quer patinar?

Ele indicou uma pista de patinação recém-inaugurada no shopping que estavam. Hinata o olhou desconfiada.

– Você não sabe patinar.

– Perguntei se você queria, não que eu ia.

A moça sorriu, negando com a cabeça.

– Vamos na livraria. Um passarinho de cabelo rosa me contou que chegou o último volume de One Punch Man.

– Sério?

Os olhos brilharam, animados. Não deu tempo para a garota piscar ou mudar de ideia, agarrando sua mão e praticamente a arrastando para o outro lado do edifício. Nerd, geek... Naruto não sabia o termo correto para definir suas paixões por livros, mangás e jogos, mas se contentava por Hinata ter quase os mesmos gostos que os seus. Às vezes tinham opiniões bastantes diferentes sobre algo, mas logo conseguiam chegar a um consenso, felizes por conseguirem conversar sobre tudo.

De vez em quando parava para refletir no quanto Hinata o completava. De muitas formas...

– Que tal comprar para mim a nova versão do mangá do Fullmetal?

Hinata levantou os olhos do livro que paquerava.

– Você já tem a coleção completa.

– Mas é a nova versão...

– Você ficou rico e não me contou?

Ele sorriu com a pergunta. Era o código deles para “você está gastando mais do que devia”. Quando ou como começaram com isso, já nem conseguiam lembrar.

Uma luzinha se acendeu na cabeça de Naruto. Ao ver a amiga se remexer inquieta no lugar, ele se perguntou se ela teria pensado o mesmo.

– Sabe... Eu estava pensando em ver o filme do Death Note que saiu há algumas semanas.

– Você já assistiu. – Ela fez o mesmo movimento de antes, mal se movendo para olhá-lo. – Está me testando?

Coçou a nuca e sorriu, meio encabulado.

– Estou.

– Por quê?

Hesitou.

– Apenas garantindo que você não vai se esquecer de mim também.

Disfarçando, pegou o volume do mangá que queria e se encaminhou ao caixa. Conseguiu ouvir um “até parece” baixinho, fazendo seu coração dar um salto dentro do peito.

– Vou levar o Ao haru ride.

– Não foi esse anime que você detestou?

Quando percebeu que Hinata não o seguia, ele se virou. Ela tinha os braços cruzados, sorrindo vitoriosa.

É... Ele definitivamente não a esqueceria com facilidade.

 


“Isso é um sentimento natural
Ou apenas sou eu sangrando
Todos os meus pensamentos e sonhos
Na esperança de que você ficaria comigo, ou
Isso é um momento para lembrar
Ou apenas um dia frio de dezembro
Eu me pergunto se talvez,
Talvez eu pudesse ser
Tudo o que você sempre sonhou”

 

Passeios pela cidade inteira, algumas horas numa churrascaria – numa despedida surpresa que Sakura preparara para todos que sairiam de Konoha – com direito a reclamações por Chouji comer demais, outro filme no cinema (nada de drama, ele se certificou) e o restante da noite de domingo na clareira que Naruto e Hinata consideravam deles por anos, simplesmente por nunca virem mais ninguém por ali.

Garantias de que se falariam, no mínimo, dia sim e outro não – Naruto queria todos os dias, mas ela ficou preocupada por atrapalhar os estudos do rapaz –, cartas (“Em que século você está, Naruto-kun?”), e-mails (“Ah, agora sim...”), telefonemas (“Trabalho de madrugada para pagar a conta de telefone, mas não fico sem falar com você!”), ligações de vídeo via Skype... tudo que fosse possível para que não perdessem contato.

E até mesmo promessas de que fariam o possível para se encontrarem ao menos duas vezes por ano, nas férias de Natal e de verão...

No entanto, nada disso impediu as lágrimas de ambos na manhã de segunda-feira.

Hiashi, Hanabi e Naomi já tinham abraçado a Hyuuga quase dez vezes, entre despedidas dos amigos da moça. Todos, com exceção de Shikamaru e Temari, que partiram no dia anterior, estavam ali para se despedirem de Hinata.

Inclusive Naruto, que a acompanhou desde que saíra de casa... e não falara uma palavra até então.

Hinata sabia que ele queria ser o último.

– Eu vou pegar todas as minhas economias – ameaçou uma chorosa Sakura – e comprar uma passagem para Londres, para lhe dar uns cascudos reais, se você não me ligar toda semana! Está me ouvindo, Hyuuga?!

– Estou. – Ela sorriu em meio às lágrimas quando a birra da Haruno sumiu e dera lugar a soluços. Sakura a abraçou forte, repetindo sem parar em seu ouvido o quanto era especial e o quanto já estava sentindo falta de uma das melhores amigas que já tivera.

– Eu amo você, Hinata! Sabe disso, não sabe?

– Sei, sim. Eu também te amo, Sakura-chan.

A moça de exóticos cabelos rosas revirou os olhos com o tratamento, mas logo depois sorriu, dando um beijo estalado na bochecha da amiga antes de dar espaço para Sasuke. O moreno respirou fundo antes de falar diretamente:

– Tem certeza de que é isso que quer?

A seriedade dele a fez engolir em seco.

– Tem ideia de tudo que está deixando para trás? É isso que quer para o seu futuro?

– Sasuke...

Ele não a deixou sequer pensar numa resposta. Puxou-a para um abraço, causando surpresa geral. Por mais que os adolescentes ali tenham crescido juntos, ainda era estranho para todos ver o Uchiha demonstrando afeto. Mesmo para a garota que crescera mais próxima a ele.

– Eu estarei aqui quando você precisar, ok? – o rapaz segredou. – Quando você mudar de ideia, me ligue. Eu moverei meio mundo para trazê-la de volta para ele.

Hinata se afastou com os olhos arregalados. Sasuke deu um mínimo sorriso e se afastou, deixando que a família desse um último abraço na moça.

E então chegou a vez dele, junto com o primeiro anúncio de embarque. Os outros se afastaram, dando-lhes privacidade. Naruto respirou fundo, andando até ficar a menos de um passo de distância da garota. Tentou sorrir, mas tudo que saiu foi uma careta estranha, numa tentativa falha de manter as lágrimas presas dentro de si.

Hinata estava do mesmo jeito que ele. Pôde ter certeza quando ela comprimiu os lábios, ansiosa.

– Naruto-kun...

Moveram-se no mesmo instante, apertando-se num abraço desesperado, sufocante, insuficiente para expressar aquela dor. A jovem se agarrou nele como se tivesse medo de que o rapaz fosse desaparecer.

– Eu sei que é egoísta demais, mas Hina, por favor... Por favor, fique aqui. Fique comigo...

– É egoísmo, sim! Você partirá em algumas semanas e eu que estarei aqui, de coração partido!

Ela se afastou apenas um pouco para olhá-lo, sem desfazer o contato. As mãos leves passearem pelo rosto do Uzumaki, fazendo com que ele fechasse os olhos com força, impedindo o choro.

– É bom que tenha comprado algo para mim, para que eu possa lembrar de você.

– Eu tentei, eu juro. – Ele sorriu, emocionado. – Mas não consegui pensar em nada.

– Como assim? – Fingiu desapontamento. – Você sempre soube me presentear!

– Não dessa vez, me perdoe.

Hinata sorriu, unindo suas testas.

– Você sabe que vou sentir sua falta, não sabe?

– Eu também vou, Hina...

A moça fez menção de sair do abraço, mas Naruto não a soltou. O sorriso sumira do rosto dele, dando lugar a uma feição nervosa.

– Naruto-kun?

– Não consegui pensar em nada para comprar. Mas tenho algo para lhe dar... Espero que aceite.

Assim como Sasuke, ele não lhe dera margem para responder. Quando tocou os lábios de Hinata, teve novamente a sensação de pertencimento que sempre o tomava quando estava próximo dela.

Só que dessa vez com o coração batendo dez vezes mais acelerado!

Foi um beijo breve, mas carregado de um carinho que não conseguia explicar... O aconchego era muito melhor que o esperado! Porém, ele logo se afastou, pois temia a reação da moça. Ela estava com os olhos fechados quando desfez o contato dos lábios, mas os arregalou devagar ao assimilar o que fizeram.

– Hina, eu amo você... Eu... queria que soubesse.

Sua voz saiu trêmula, e ele tratou de sair do abraço. Hinata o encarava atônita, abrindo a boca algumas vezes, mas incapaz de formular algo coerente.

Não era bem a reação que Naruto aguardava ou sonhara.

– Olha, está tudo bem. Eu vou entender se você... Bem, se não sentir o mesmo.

As palavras saíram aflitas, sem controle. Não queria perder Hinata, muito menos por conta de sentimentos não-retribuídos. Ele seria muito bem capaz de esquecer aquela paixão.

“Agora?” retrucou sua mente. “Depois de anos gostando dela?!”.

– Vamos esquecer isso, está bem? Eu...

A jovem confirmou com a cabeça, desviando o olhar para o chão. Naruto sentiu algo quebrar dentro de si.

A rejeição era pior do que imaginava.

– Por favor, não esqueça de ligar quando chegar lá! – Mudar de assunto era um caminho mais seguro. – Se precisar de alguma coisa...

– Última chamada para o voo 8756, destino Tóquio e Londres, no portão sete.

Hinata olhou para trás por um instante, vendo a fila do embarque diminuir. O loiro percebeu sua tremedeira antes de olhá-lo e decidir-se por um último abraço do melhor amigo.

– Vai ficar tudo bem, não vai? – ela sussurrou em seu ouvido antes de quebrar o contato.


“Porque você é linda por dentro
Tão amável e eu
Não consigo ver porque não consigo fazer nada sem você, você é
E quando eu não estou com você
Eu sei que é verdade
Que eu prefiro estar em qualquer lugar, menos aqui sem você”

 

O rapaz hesitou. Queria muito sorrir e dizer que sim, que tudo daria certo, como sempre. Mas não teve coragem... Seus batimentos cardíacos estavam mais descompassados do que nunca.

– Eu não sei... Diga-me você.

A Hyuuga não pareceu surpresa com a resposta, o que lhe causou certo estranhamento. Ela adivinhava pensamentos ou apenas o conhecia bem demais?

– Eu te ligo assim que pousar!

Deu um beijo no rosto dele, acenou para os amigos e família – metade chocados com a cena que presenciaram, metade chorosos e esperançosos – e correu para o portão de embarque, entregando os documentos para a funcionária do aeroporto. Virou-se apenas mais uma vez antes de sumir no corredor, movendo os lábios numa frase muda e enchendo o peito dele de esperança. Hinata sorriu e enfim desapareceu de sua visão.

E assim ficou por um longo tempo...


Notas Finais


É isso. Espero que tenham gostado! ^^"
Vou deixar abaixo os links prometidos. xD
Muito obrigada por tudo e até o próximo capítulo! ♥‿♥

- Blog "Resenhando: NaruHina", onde eu e mais três autoras (~SBFernanda, ~__Nathy__ e ~Leifa) resenhamos fics NaruHina: http://resenhandonaruhina.blogspot.com.br/
- Página do blog no face: https://www.facebook.com/ResenhandoNH/
- Letra/tradução da música: https://www.vagalume.com.br/safetysuit/anywhere-but-here-traducao.html
- Página do face de capas para fanfics: https://www.facebook.com/NarutoShippersDesign/
- Página do DeviantArt onde peguei a capa para esse capítulo: https://jesslynnnj.deviantart.com/art/shhh-487931590


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