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História A Morte - Capitulo Único - Young and Beautiful


Escrita por: seadra

Notas do Autor


ESTOU POSTANDO NA ESCOLA.
só queria dizer que amo vocês, e agradecer imensamente a menina que betou pq a anne meu amor demorou demais.
Queria agradecer a menina da capa e falar que o grupo do they never know é o melhor
Pensei que isso nunca sairia, e agora, não consigo parar.
Enfim, leiam. Desculpem se ficou bosta e obrigado por tudo!
Até a próxima fase se deus quiser.

Capítulo 1 - Capitulo Único - Young and Beautiful


Fanfic / Fanfiction A Morte - Capitulo Único - Young and Beautiful

 

Young And Beautiful

Jovem e Bonito

 

Sempre soube que ele estava lá.

Por alguma razão que desconhecia, conseguia saber exatamente quando encontrá-lo, mesmo que não estivesse perto de minha vista ou algo semelhante. Cada célula do meu corpo parecia reconhecer sua presença, mesmo que mínima.

Seu olhar, embora fosse por meros segundos, queimava minha pele, arrepiava cada pequeno fio de cabelo de meu corpo. E não importava o quanto eu fugisse, ele sempre estava lá, observando-me nas sombras. Escondido. Esperando.

Por um logo tempo cheguei a pensar que eram alucinações. Pessoas não sumiam e apareciam assim com tanta facilidade, não conseguiam ser invisíveis, e o mais importante: não podiam atravessar paredes de concreto.

Tinham que ser alucinações.

Porque ninguém o via além de mim.

Ninguém sabia quem era o garoto esquisito no campus que me seguia, porque no final ele existia. Não tinha como existir. Era somente a minha mente pregando uma peça.

Pelo menos era isso que eu tentava a todo custo acreditar.

 

001

 

Era uma noite de inverno quando tudo começou. A neve gelada batia insistentemente contra minha tez, escorrendo sobre meu rosto e provocando um frio que não sentia há mais de décadas.

Não estava acostumado com neve, afinal, era a minha primeira vez em um país que nevava. Meus pais nunca gostaram do frio e por isso viviam migrando de país a país procurando um que fosse tropical o suficiente para que o frio nunca reinasse. Eram ricos, podiam escolher.

Minha primeira vez na neve estava sendo no mínimo traumatizante. Sem as roupas devidas, sentia cada pequeno nervo, talvez até mesmo átomo, do meu corpo congelar por conta da temperatura baixa demais para o que eu estava acostumado. Foi quando o vi, do outro lado da rua, encarando-me. À primeira vista parecia um homem normal, um pouco mais velho e serio demais para sua aparente idade, embora a palavra comum nunca fosse o bastante para descrevê-lo.

Era somente mais um na multidão. Um homem comum, que me olhava como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Não tinha nenhum problema me olhar, as pessoas olham umas para as outras, é normal. Nunca fui a pessoa mais bonita do universo, tinha quase que certeza disso, mas também não era de todo feio.

Porém, quando meu olhar o procurou novamente, não havia nada. Nem mesmo uma marca na neve fresca.

Era como se nunca tivesse existido.

 

002

 

Nossos encontros se tornaram quase que cotidianos, e, pior ainda, ele sempre estava em qualquer lugar que eu olhasse. Como uma sombra que me perseguia, seguindo cada passo que eu dava sem nem mesmo ter discrição.

Ele queria que eu o notase.

ChanYeol, meu namorado, insistia em dizer que era coisa da minha cabeça. Sempre andávamos juntos, nunca nos desgrudando, e em nenhum momento ele vira o dito cujo. O homem de pele tão pálida quanto leite, que parecia reluzir em meio às noites da quela cidade brilhante, como alguém não iria notá-lo?

A palavra "stalker" piscava insistentemente em minha cabeça e não conseguia fugir da ideia de que ele era um fã. Mas fã de que, perguntáva-me. Eu nunca me destaquei em nada, nunca fiz nada. Por que diabos alguém iria me seguir?

Não havia sentido.

Só que seu olhar queimava minha pele em cada maldito segundo do meu dia.

Em meio à aula de química, ou de inglês, enquanto estava no banho e ainda quando estava com ChanYeol em momentos talvez até mesmo íntimos. Podia sentir claramente seus olhos mirando-me em meio a escuridão.

As noites se tornaram mais longas depois disso. Não conseguia pregar os olhos pensando que não estava seguro, que ChanYeol não estava seguro, que minha vida estava sendo ameaçada e modificada por causa de uma pessoa que eu nem ao menos conhecia o nome. Alguém que invadira minha vida sem meu consentimento e, aos poucos, destruía cada pequena e minúscula sensação de segurança que eu demorara anos para conseguir.

Frágil. Com medo. Insano. Era assim como eu me sentia.

A madrugada em que decidi confrontá-lo era fria, talvez até mais do que quando eu o vi pela primeira vez.

Meus passos eram decididos, fortes, e à medida que descia as escadas em direção a porta do prédio onde morava, tinha cada vez mais certeza de minha discrição. O cachecol em um tom vermelho enrolado em meu pescoço sendo a única coisa que me protegia da geada que estava por vir. A rua deserta, somente os barulhos dos carros sendo ouvidos.

O sinal vermelho.

Um passo em falso.

Uma batida que nunca veio.

As mãos cobertas com luvas rodearam meu corpo como uma serpente que captura sua presa e, em menos de segundos, não estava mais na rua. O cheiro da morte se alastrando por cada canto da quele ambiente. Um acidente. Dois carros haviam colidido no mesmo momento em que eu atravessava a rua e, por uma questão de segundos, não havia sido atingido.

Os dedos queimando cada pedaço de pele. Avisando cada pequeno nervo de sua presença. Como um animal que sente o perigo.

Não conseguia me mover, nem mesmo um músculo, os braços que outrora me rodeavam se fechando em quase um abraço. Não via seu rosto. Mas sentia claramente sua respiração bater contra meus cabelos; aspirando o cheiro que se desprendia dele.

Em um segundo eu estava em seus braços e no outro não havia mais nada.

Somente o cheiro de sangue no ar e o toque que queimava cada milímetro de razão que eu ainda tinha.

 

003

 

Ele não era o único.

Depois dele surgiram mais, que apareciam e desapareciam na mesma essência. Cada um diferente do outro.

Alguns preferiam o dia; gostavam de ficar parados em frente às casas se banhando com as luzes do sol. Não aparentavam estar tristes, porém também não estavam felizes, suas roupas sempre sendo brancas e seus pés descalços. Não pareciam ruins, somente incompreendidos. Sozinhos.

Como se tivessem sido abandonados.

Tinha os que preferiam as noites, cobertos de amargura e raiva, as roupas negras camuflando-os na escuridão. Eles sempre estavam lá. Mas nenhum deles era como o homem misterioso.

Suas roupas não eram brancas ou negras como as dos outros, eram mais elegantes; o terno parecia ter sido feito especialmente para si, o cabelo sempre penteado para trás, a expressão fechada ou as vezes debochada. Nenhum era como ele.

"O que você esta olhando?" ChanYeol perguntou, seu olhar fixado em meu rosto tentando de alguma forma chamar minha atenção. Mas não dava para não notá-lo. Parado do outro lado da rua, como se nos esperasse passar.

Não podia contar ao ChanYeol. Ele nunca entenderia. Ele nunca acreditaria.

"Nada. É que..." Minha respiração falhou alguns segundos, o sorriso do estranho se alargando mesmo que minimamente. "Só vamos para casa, sim?"

Eu estava ficando louco.

 

004

 

Em poucos meses, acabara tornando-se um costume admirá-lo.

Já havia me convencido de que era um fruto da minha imaginação. Todos eram. E mesmo que as pessoas continuassem insistindo que havia algo a mais, preferia ignorar.

Meu olhar se voltou para minhas costas e mesmo em meio a tantos alunos, eu conseguia o ver. Era como se eu tivesse um sexto sentido, e não importava o lugar ou circunstância, sempre sabia exatamente como encontrá-lo. Porém, naquele dia, o estranho parecia agitado. Mesmo que de longe conseguisse visualizar suas mãos movendo-se de um lado para o outro, como numa tentativa de dissipar o nervosismo que o dominava, seus olhos se voltando incontáveis vezes para o relógio que levava no pulso até que, em um suspiro baixo, ele sumiu como sempre.

Havia algo estranho acontecendo.

Era a primeira vez que isso acontecia, e isso não parecia ser uma coisa boa.

No dia seguinte, não o vi novamente, nem nos dias que passaram esse. Havia sumido. E, por alguma razão, isso não me agradava.

"O que esta acontecendo, Baek?" Meu namorado me perguntava, mas não havia exatamendo como dizer a verdade. Não havia uma verdade.

Havia somente algo que eu não sabia o que era.

 

005

 

Passaram-se dois meses até que eu o visse novamente.

Parado na ultima mesa do café, olhando-me com algo misturado com curiosidade.

Ninguém parecia notar. Sentado como se fosse o dono do lugar e bebericando algo parecido com café.

Mas eu o notava.

No dia seguinte sua visita fora um tanto inusitada. O estranho me esperava em frente a minha casa.

Os outros não me seguiam em casa, não atravessam minha sala e muito menos invadiam minha geladeira. Mas ele fazia.

Não sabia exatamente como, quando e muito menos o porquê de tudo aquilo haver começado. Mas, em uma questão de tempo, a convivência cotidiana estava se tornando normal.

Ele só era uma alucinação como os outros, não havia problema em conviver.

"Qual é o seu nome?" As palavras saíram de forma quase automática de meus lábios, minha voz surgindo como um sussurro.

O estranho sorriu, retirando o blazer do terno que usava.

"Você sabe meu nome, BaekHyun, sempre soube." Pela primeira vez ouvira sua voz. Não era grossa, nem fina, era algo agradável aos meus ouvidos. Somente isso.

"Como sabe meu nome?" As perguntas saiam sem freio e não me dava o trabalho de pará-las.

"Você também sabe disso" Continuou, apoiando as mãos sobre a palma enquanto me encarava.

"Por que me segue?"

Seu silencio parecia a melhor resposta.

"Eu tenho que proteger o que me pertence, não acha?"

E bastou um piscar de olhos para que ele sumisse novamente. Desaparecendo, como se nunca tivesse estado ali.

 

006

 

Suas visitas se tornaram constantes.

Mesmo quando ChanYeol estava comigo em casa, Suho sempre estava por perto.

Eu o apelidei assim, afinal, chamá-lo de Estranho Stalker não estava dando muito certo.

Não havia privacidade, nem mesmo momentos íntimos. Embora ChanYeol não o visse, ele sempre estava lá. A expressão fechada e rancorosa, como se não gostasse de nada do que visse.

Depois de um longo tempo, notei que as coisas do meu namorado estavam misteriosamente sumindo do lugar onde costumava deixar. Apareciam queimadas, rasgadas, jogadas para fora do apartamento. E não adiantava o quanto eu repetisse e implorasse para parar, Suho não parava.

Estava chegando a um nível extremo, que mesmo sem notar ChanYeol aparecia com marcas que eu podia jurar não terem sido feitas por mim. E meu namorado não me traía, ChanYeol me amava o suficiente para que não existisse ninguém em seu mundo além de mim.

Começou a repetidamente se queixar de dores, resmungando pela casa ao olhar atento de Suho. Até que, num fatídico dia, ele caiu.

O hospital não era de fato longe de minha casa, porém levava uns bons minutos até que finalmente atingíssemos nossos destinos. As dores de ChanYeol eram absurdamente fortes, e não importava o quanto sua voz se alterasse. Eu sabia que não era sua culpa.

“O senhor esta com um tumor senhor Park” O medico exclamou de forma direta, fria e áspera.

Podia sentir suas mãos tremerem entre as minhas, o corpo quase caindo para trás com a notícia, uma onda de escuridão que contradizia totalmente sua aura alegre que estava acostumado.

“Como? Até dois meses atrás eu estava bem.., Como?” Sua voz parecia descrente, e sabia que ele estava. Por conta de seu trabalho eram realizados anualmente exames completos e em nenhum deles havia aparecido nada que pudesse nos alarmar.

ChanYeol era saudável como um cavalo.

Era.

“Por alguma razão, o senhor contraiu um tumor na região cardíaca, senhor Park, sinto muito.”

Ele não sentia nada.

E, enquanto as lágrimas de ChanYeol caíam, eu vi exatamente o sorriso de Suho nascer.

Feliz e alegre.

 

007

 

“O que você fez?” gritei, a voz tremulando por conta do nervosismo.

Suho estava sentado no sofá, largado como se a casa fosse sua, o sorriso tão grande que parecia machucar-lhe as bochechas.

“O que precisava ser feito.” Suas palavras confirmavam meus maiores medos. Ele não era uma alucinação. Não era um amigo imaginário. Nenhum deles, dos seres que me cercavam eram normais.

“O que você é?” Meus pés foram inconscientemente para trás, os pelos de meu corpo se arrepiando instantaneamente à medida que Suho, o estranho, se levantava do sofá e caminhava em minha direção. Os passos quase felinos, como de um tigre que cerca sua presa. O sorriso diabólico nunca desaparecendo de seus lábios.

Seus dedos, mesmo que coberto com luvas, foram em direção ao meu rosto, apertando minhas bochechas com ambos os dedos de uma forma grosseira e obrigando-me a olhá-lo. O castanho de suas íris parecia devorar e desvendar cada pedaço do meu ser, conhecendo cada pequeno segredo que eu tentava esconder. O hálito que saída de seus lábios sendo propositalmente soltado contra os meus.

O beijo da morte cada vez mais perto.

“Eu sou o seu maior medo, Baekhyun.” E, dizendo isso, largou meu corpo que cedeu ao chão. Não havia forças para aguentar.

 

008

 

A cirurgia de ChanYeol estava marcada para o dia seguinte ao nosso casamento.

Depois de longos três anos de namoro, finalmente havíamos tomado a decisão de concretizar nossa relação.

Eu amava cada pequeno traço de ChanYeol.

Seu sorriso idiota e infantil, seus olhos grandes, suas orelhas de abano, seu jeito divertido e babaca de ser. Eu amava ChanYeol como um todo. Amava o jeito que suas mãos cobriam as minhas, seu cheiro, o gosto de seus lábios, a forma que ele tomava-me nos braços. Nunca trocaria nossa relação por nada.

E olhando para o anel em meu dedo eu tinha certeza disso.

Rodeava aquele anel com o indicador tantas vezes como se não acreditasse que ele estava ali. Mas estava. E não queria tirar nunca mais.

Sabia exatamente que meu marido estava mais do que nervoso, suas mãos suavam como nunca, e tentava a qualquer custo acalmá-lo. Mas ele sabia que tinha algo estranho. Mesmo assim sorria como nunca, como se nada estivesse errado. E eu amava isso em ChanYeol.

A cirurgia pareceu demorar horas, e de fato demorara, por justamente ser em um lugar muito sensível.

Eu sabia que Suho estava ali.

Sentia cada parte do meu corpo reconhecer sua presença.

Mas não sabia exatamente onde ele estava.

Temia por ChanYeol. Temia pelo meu casamento. Temia pelo meu futuro.

Só queria que tudo voltasse ao normal.

 

009

 

A cirurgia havia sido um sucesso.

ChanYeol estava infinitamente bem. Tudo estava voltando para como deveria ser.

Não via mais as pessoas nas ruas. Não as estranhas.

Eu estava ficando normal, sem alucinações.

Havia conseguido um trabalho de respeito, comprado uma casa e pretendíamos até mesmo adotar uma criança. Estava tudo dando certo. Até o acidente de carro.

O orfanato que havíamos escolhido era um pouco distante da cidade. Conversávamos animadamente sobre o quão divertido seria nossa vida dali em diante. Tínhamos começado com os papéis de adoção de dois gêmeos, Phixo e Aeri, e faltavam somente algumas ruas para chegar ao edifício quando o caminhão nos acertou.

A porta de ChanYeol foi esmagada completamente.

Seus braços me rodearam numa tentativa falha de me proteger.

ChanYeol estava em coma por ter me protegido.

Não sentia o toque de suas mãos sobre as minhas sem aqueles aparelhos. Os médicos diziam não saber exatamente quando ele acordaria, e se acordaria. Ninguém sabia dizer nada.

Os pais de ChanYeol, que não aprovavam nosso relacionamento por serem cristãos fiéis da igreja, culpavam-me todo santo dia por conta de seu filho. E mesmo que eles não fizessem, eu fazia.

ChanYeol estava assim por mim.

Por me amar demais.

Os papéis da adoção ainda estavam entre meus dedos, nossos nomes assinados, cada pequeno detalhe sendo checado novamente. Eles eram nossos. Mas eu não conseguiria sem ChanYeol.

Por que não havia um BaekHyun sem um ChanYeol.

 

010

 

Os botões começaram a repentinamente apitar sem controle.

Os sinais vitais desaparecendo, oscilando, até que o barulho sem pausa se iniciasse.

ChanYeol estava morrendo.

E Suho estava chegando.

Ninguém aparecera para acudi-lo, ele só continuava lá. Mesmo que eu apertasse com toda a minha força, nenhuma alma parecia querer ajudá-lo.

Em poucos segundos, Suho aparecera ao seu lado.

O olhar sério, o terno fechado, a mão estendida como se estivesse a ponto de tocá-lo.

“Não, por favor, não o leve” me desesperei. A agonia de vê-lo assim desnorteando-me.

Ele nem ao menos me olhara.

Estava mais interessado em ChanYeol. A satisfação preenchendo suas feições à medida que se aproximava. Bastava um toque de suas mãos nuas.

“Por favor, eu te peço” tentei, mesmo que inutilmente, me mover, mas meu corpo parecia paralisado como uma pedra. “Eu faço qualquer coisa, por favor, o deixe em paz, Junmyeon”

Algo como um sorriso surgiu em sua face. Seus dedos se afastando lentamente do principal objetivo.

“Finalmente você disse meu nome, BaekHyun, estava começando a ficar decepcionado.

Meu corpo tremia fortemente, meu olhar desviado em direção ao chão.

“Só o deixe em paz” consegui dizer. Seus passos fazendo um eco à medida que se aproximava.

“E por qual razão eu faria isso?” A ponta de seus dedos capturaram uma mecha de meus cabelos, enrolando-a suavemente, a pele nua sugando cada pequeno vestígio de tinta da mecha que o mesmo segurava.

“Eu faço o que quiser”

Uma de suas mãos grosseiramente segurou meus fios, puxando-os para trás em só um movimento. A cor castanha que outrora tinham sendo substituída por um branco acinzentado. A vida sendo sugada lentamente por seus dedos brancos como a neve.

“Você sabe quem sou eu?” Sua voz se alterou mesmo que por alguns segundos, a outra mão segurando-me pela cintura numa forma de me prender ali. Algo misturado com medo subindo-me a garganta. “Eu sou a Morte” segredou contra meu rosto, seu hálito batendo contra minha bochecha. “A morte, Baekhyun. Não tenho tempo para seus jogos”.

E mesmo tendo acabado ele não me soltou.

Somente sorriu.

“Você continua tão lindo, criança.”

Lentamente seus dedos afrouxaram decidindo ou não se me deixava livre.

“Leve a mim”

Sua risada foi como uma facada contra meu peito.

“E por que eu faria isso,|Baekkie?”

Meus dígitos agarraram seu blazer, puxando-o e mantendo-o perto.

“Uma alma pela outra” continuei. Minha voz tremendo suavemente. “Você não precisa dele”

Algo como um rosnado pareceu escapar de sua garganta, conseguia ver claramente sua vontade se segurar-me pelo rosto ou no mínimo marcar minha face. Mas Junmyeon nunca faria isso. Ele seria incapaz de me machucar.

“Teria coragem de dar sua alma por isso? Por ele?” A morte exclamava quase exaltada.

Eu amava ChanYeol.

Daria minha vida por ele.

E mesmo que fosse para que ele tivesse um futuro sem mim, ter um futuro já bastava.

Somente sabendo que ele estava vivo, isso já me faria feliz.

“Eu amo ele, e por ele, eu seria capaz de tudo. Até mesmo de me ligar à morte.”

E, sem luvas, seus dedos tocaram minha face. A cor sumindo lentamente.

“Você sempre esteve ligado a morte, Baekhyun. Isso nunca foi uma opção.” Meu rosto estava dormente, uma tontura desconhecida tomando meu corpo e uma escuridão dominando meus sentidos. “Você é meu, Baekhyun. Então, se essa é a sua vontade, assim será.”

Seus lábios tinham gosto de morango.

O beijo da morte era estranhamente doce.

E depois, só havia um vazio.

 

000

 

A família Byun queria a todo custo ter um filho. Eram pais de primeira viagem, curiosos sobre a paternidade. Quando a gravidez foi descoberta, foi o melhor momento de suas vidas. Porém a criança era doente demais, os hospitais faziam parte de sua vida desde cedo e aquele não era um ambiente adequado para alguém crescer.

Dizem que se você anda muito tempo ao lado de mortos, você acaba encontrando a própria morte. E a morte poderia ser mais agradável do que parece.

“Quem é você?” perguntou a pequena criança com os olhos curiosos. O sorriso precário de dentes tomando suas feições.

“E quem é você?” perguntou o adulto, risonho.

“Me chamo BaekHyun, e você?” O menor sentou-se a grama, a roupa branca do hospital levemente sujando-se por causa da terra.

“Suho, esse é o meu nome” respondeu. O olhar focado no horizonte.

“Você também esta doente?” O boneco na mão de Baekhyun já estava sujo, cheio de poeira.

O adulto o olhou novamente, um sorriso incomum crescendo em seu rosto.

“Na verdade eu levo as pessoas doentes para a nova casa delas. Você quer ir também?”

A criança ponderou por alguns segundos, um bico infantil surgindo em sua pequena boca.

“Eu quero brincar lá fora”

O silêncio era confortante.

“E se eu te levar lá fora?”

O sorriso era grande.

“Mas você tem que me prometer uma coisa, Baekhyun. Tem que ser meu amigo pra sempre. Você quer?” Questionou. “Só assim posso te deixar ir lá fora e crescer como um garotinho normal.”

O jovem Byun, que mal tinha completado seus 5 anos de idade, somente concordou.

“Nos vamos ser amigos pra sempre.”

“Eu mal posso esperar pra te ver de novo, Baek”

E em um piscar de olhos ele sumiu. Como se nunca tivesse existido.


Notas Finais


Foi muito bom escrever isso. Desculpem se esta lixo e por eu gostar de matar o chanyeol
Espero que eu passe <3
Obrigado a todos que me apoiaram e tudo mais. Seus lindos.
Musica que me inspirou: Lana Del Rey - Young And Beautiful


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