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História A Morte Também Ama. - Um amor entre a morte e um conde


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Essa fic já foi iniciada a muito tempo e é paralela a CFOAD, então para entender algumas partes é bom ler o cap 43 de CFOAD, se ja leu: Otimo! se não leu ou não quer ler não tem problema, isso não ira atrapalhar a compreensão, pelo menos eu acho (agora se vc ficar confuso em algumas partes, só lamento, eu avisei rsrsrsr)

Gente como eu citei eu ja tinha começado a escrever essa one ha muito tempo atrás, mas eu não havia terminado por me sentir insegura quanto ao enredo, sinceramente não sei se ficou bom, mas resolvi postar para me redimir com os leitores de CFAOE, pelo ultimo capitulo percebi que alguns leitores gostam de UndyxVincent, então espero que gostem.

Bjos!

Capítulo 1 - Um amor entre a morte e um conde


Fanfic / Fanfiction A Morte Também Ama. - Um amor entre a morte e um conde

Da janela do escritório, o jovem conde observava a neve que caia preguiçosamente do céu nublado. Era final de Novembro, boa parte das árvores que cercavam os arredores da mansão estavam cobertas de branco, até mesmo seu querido jardim tinha sido tomado pelo gelo, impossibilitando pelos próximos meses de ver seu pequeno brincar com a prima onde outrora a grama era verdinha.

Lembrou-se que, mesmo essa paisagem sendo tão bela no outono, ele não havia tirado um dia sequer para um passeio no bosque ou se aventurar em uma caçada. Certo arrependimento o acometeu, mas agora nada poderia ser feito senão esperar o inverno passar. Quem sabe poderia ter o almejado lazer na primavera; apesar dessa não ser sua estação favorita. Sua paixão era pela estação das folhas, no entanto, Rachel amava as flores e o filho a neve.

Ele suspirou, ultimamente estava sobrecarregado pelo trabalho. Por mais que tivesse jogo de cintura para lidar com todo tipo de situação, ele já estava ficando frustrado com essa rotina, sendo cada vez mais difícil arranjar tempo para se dedicar a algo que realmente gostasse. Seu júbilo e única distração em meio a todo esse fardo que pesava sobre seus ombros era seu filho, Ciel, o bem mais valioso que possuía.

Batidas na porta tiraram o conde de seu devaneio. Ele sentou novamente na poltrona, estava divagando além do necessário, afinal, não importava quantas alternativas procurasse, o caminho a seguir era apenas um.

“Entre!” A voz de Vincent num sussuro, mas alto o suficiente para que a pessoa do outro lado da porta o ouvisse.

“Licença, mestre.” Tanaka entrou em seu uniforme de mordomo. Era notório o orgulho que sentia ao carregar o brasão Phantomhive no peito do fraque. “Acabou de chegar essa correspondência.” 

Vincent pegou o envelope e observou que no lacre continha o selo real. Em seu íntimo, ele ficou feliz por se tratar de mais uma missão. Era uma boa desculpa para rever aquela pessoa. Reprimindo a pressa, abriu uma das gavetas da escrivaninha, retirando de dentro uma pequena faca de abrir cartas e assim que rompeu o selo, constatou ser o mesmo assunto de – quase - sempre, misteriosos assassinatos no submundo.

“Quais as ordens?” O empregado esperou pelo comando.

“Prepare a carruagem. Iremos àquele lugar.” Depositou a carta em cima da mesa, vendo o mordomo sair da sala.

Vincent virou novamente para a janela e repousou a cabeça sobre a mão, seus cabelos escorreram para a lateral do rosto.

‘Finalmente um pretexto.’ 

Undy & Vincent

“Não demorarei, querida. Estarei de volta antes do anoitecer.” Depositou um beijo na testa da esposa, com Ciel pendurado em seu colo. Apesar de já ter oito anos, o menino adorava que ele o carregasse.

“Irá em busca de informações?” Rachel não conseguiu evitar de ficar preocupada. Ela não sabia muito sobre os assuntos que envolviam o posto de cão de guarda real do marido, mas sabia que era perigoso. Também não a agradava nem um pouco o fato dele ter que recorrer às informações daquele homem esquisito.

Sua vontade era de perguntar se ele iria até 'ele', contudo, não teve coragem suficiente para fazê-lo, pelo menos não quando a paz reinava outra vez sobre a mansão, não queria arruiná-la com uma briga desnecessária, até por que Vincent havia prometido que não veria mais aquele homem.

“Sim, quanto antes eu recolher essas informações, mais rápido solucionarei esse caso.” O conde notou a desconfiança de sua esposa, mas desde que as ideias dela não passassem de suposições, ele conseguiria contornar a situação. Além disso, não importava o quanto Rachel esperneasse, ele já não aguentava mais o confinamento pelo qual teve que passar nos últimos meses.

Ele amava sua esposa, porém, ela não era a única a ocupar seu coração. Se Diederich não tivesse serpenteado ideias venenosas na cabeça dela, o casamento de Vincent não estaria agora passando por essa crise e todas as partes envolvidas estariam felizes e satisfeitas. Tudo seria diferente. Só que infelizmente as coisas não saíram do jeito que planejou e, agora mais do que nunca, teria que se manter alerta para que outras bobagens desnecessárias não chegassem aos ouvidos de Rachel.

“Pai, você traz doces quando voltar?” Ciel pediu com o sorriso doce de sempre, impossibilitando-o de negar.

“Claro, pequeno.” Ele afagou os fios macios do menino. “Agora eu preciso ir, Tanaka já me espera na carruagem”. 

Vincent deixou Ciel no chão e arrumou alinhadamente seu casaco preto e o cachecol azul escuro no pescoço, deu mais um beijo de despedida nos dois e rumou em direção à carruagem.

“Você já sabe para onde deve ir.” Sussurrou para apenas o mordomo ouvir.

“Certamente, meu senhor”.

Undy & Vincent

“Retorne daqui a duas horas, se eu não tiver saído, vaguei pela cidade por mais uma hora.” Colocou a cartola para esconder um pouco o rosto, quanto menos pessoas o vissem, melhor.

“Como desejar.” Tanaka fez uma reverência e deu sinal para os cavalos andarem.

O mordomo sabia muito bem o que seu mestre faria ali, mas de maneira alguma o julgaria, até por que em seu posto não importavam os seus ideais ou o que julgava ser certo ou errado, ele apenas obedecia fielmente seu senhor. Apesar de adúltero, Vincent era um bom mestre e tinha qualidades admiráveis como pessoa, e era por esse lado bom que nutria por ele um grande respeito e o serviria lealmente até o fim, sem levar em consideração essa sua ‘pequena desvirtude'.

Assim que o coche sumiu, o conde girou a maçaneta da porta já meio gasta. Apesar do clima gélido, ele sabia que o frio sentido em seu estomago não era proveniente do inverno, mas sim da ansiedade de encontrar quem ali residia. Respirou fundo antes de finalmente abrir a porta, acionando o pequeno sino; este que era totalmente desnecessário, já que o rangido na dobradiça enferrujada e mal lubrificada denunciava que alguém havia chegado.

A penumbra de dentro contrastava com a claridade do lado de fora, dificultando de imediato sua visão. Vincent franziu o cenho para focar em alguma coisa, mas antes que conseguisse enxergar claramente,  sussurros ecoaram de um dos corredores, causando um gostoso arrepio na nuca.

Era a conhecida voz rouca e arrastada que há tempos desejava ouvir.

“Quem é vivo sempre aparece.” Atravessando uma cortina preta que dava para a sala onde embalsamava os corpos, o coveiro apareceu sem traço algum de sorriso no rosto; o que era incomum. Mesmo na penumbra, seus olhos amarelados se destacavam lindamente por trás dos cílios brancos. Por um instante o conde se esqueceu do que iria falar, em sua cabeça passaava apenas o pensamento de como Undy era lindo.

“Melhor vivo do que morto, não acha? Se bem que desconfio que você adoraria me embalsamar.” Vincent não ligou para a carranca do coveiro fazia, agora com a visão acostumada a pouca claridade, foi até a cadeira atrás da escrivaninha e se sentou elegantemente com as pernas cruzadas.

“Três meses Vincent. Três meses!O homem enfatizou, apesar do tom de voz calmo, ele verdadeiramente estava irritado.

“Acho que vou encomendar um dos seus caixões de luxo para me redimir.” O conde brincou, fazendo o outro bufar.

Tirando o chapéu e afastando algumas mechas insistentes da frente do rosto, Undy se recostou na mesa, já que sua cadeira estava ocupada por esse intruso indesejado. O que mais o aporrinhou foi ver a expressão de descaso do conde, como se o tempo em que Vincent o evitou não fosse nada.

Até hoje se perguntava o que diabos havia visto naquele humano tão atrevido, abusado e... às vezes até faltavam adjetivos para melhor designá-lo. Queria saber de onde vinha o grande fascínio que o fazia submeter-se aos caprichos desse homem petulante e esquecer-se dos seus inúmeros defeitos.

“Suponho que não veio aqui apenas para me ver.” Bateu as unhas negras na mesa, sentindo ainda mais raiva por saber que provavelmente o Phantomhive estava ali por causa de mais uma missão.

“Sim, não vim aqui apenas para vê-lo, nossa ‘querida’ rainha Victoria quer que eu solucione alguns casos de assassinatos, mas... Confesso que vê-lo foi a minha principal razão.” O moreno comentou com um sorriso cínico, tirando as luvas já que a temperatura dentro da funerária estava amena. “Feche a funerária, vou esperá-lo no quarto para fazer o pagamento”.

“Hi Hi Hi você pensa que é assim? Você fica meses sem dar...”

“Shiii” O conde colocou o indicador na frente dos lábios, pedindo que o outro se calasse. “Faça o favor de não demorar!” Ele sumiu no corredor sem ao menos dar chances do outro contestar. Era apenas uma questão de tempo para deixa-lo risonho novamente.

O quarto estava tal como da última vez que esteve ali. Ao entrar, Vincent percebeu o quanto sentiu saudade daquelas paredes desbotadas, que tanto já ouviram seus sons mais profanos. Achou irônico como apesar do shinigami ser alguém meio ‘desparafusado’ da cabeça, ainda assim ele era uma pessoa organizada e higiênica, dava para perceber isso pelo local que, apesar de possuir várias bugigangas esquisitas, tinha tudo limpo e em seu devido lugar.

Se jogou em cima dos lençóis de um roxo profundo, fitando o teto distraidamente enquanto esperava pelo outro; ele havia sentido falta do cheiro que exalava daquela cama. O perfume natural do funerário era de um adocicado parecido ao jasmim, era suave e se pudesse defini-lo em uma palavra, o descreveria como 'frio', poderia até ser estranho descrever algo intangível de tal maneira, mas era essa a primeira palavra que vinha a mente ao sentir o aroma do amante.  

O cheiro da morte. Era doce e frio. 

“Iria falar para você se sentir a vontade, mas vejo que não preciso me dar a esse trabalho.” O shinigami apareceu na porta e se escorou no batente com os braços cruzados. Apesar de usar um sorriso no rosto, o outro sabia bem que aquele puxar de lábios era falso. Undy realmente estava chateado. 

“Ora vamos, não faça essa cara, você sabe que eu tinha que deixar as coisas acalmarem na mansão depois de tudo que Diederich revelou a Rachel. Mesmo eu desmentindo tudo, ela começaria a suspeitar se continuasse a vim aqui com a mesma frequência”.

O coveiro saiu da porta e caminhou até a cama sentando em uma das pontas, ele sabia de cor e salteado de todos esses argumentos, sabia que o conde tinha uma imagem influente a zelar, sabia de seu posto como cão de guarda da rainha e também era ciente que se aquele escândalo se espalhasse prejudicaria tragicamente seus negócios assim como toda a sua vida. Mesmo assim o moreno deveria ter tido o mínimo de consideração e mandado ao menos uma carta, porém nem isso fez, e ainda o proibiu de visitá-lo - às escondidas - na mansão. 

Levantando da cama, o conde suspirou e foi até uma pequena estante que tinha um espelho, constatando pelo reflexo que o shinigami o observava. Perambulou os dedos por lá pegando um pequeno vidro de perfume e cheirou, indiscutivelmente aquele aroma ficava ainda mais agradável quando fixado na pele do albino, fechou e deixou em cima do móvel novamente. Virou olhando para o outro de forma matreira e deu um sorriso enviesado. “O que eu posso fazer para você me perdoar?”. 

“Talvez a ideia de embalsamar você seja uma boa opção.” Undy semicerrou os olhos, percebendo a mudança peculiar no comportamento do conde. Ali estava um vislumbre do grande fascínio por aquela alma, o vidro que a guarda era demasiadamente atraente. 

Lembrou-se da primeira vez que viu Vincent, ele nem ao menos tinha uma noiva e fazia pouco tempo que tinha se tornado o cachorrinho de Victoria. Apesar de novato, o conde era astuto e sabia argumentar como ninguém, além de ser uma pessoa que se destacava por seu porte fino e bela aparência, mas sem dúvida a personalidade marcante e deveras sensual foi o que o encantou de imediato.

No início o pagamento pelas ‘colaborações’ eram apenas boas risadas e em troca ele fornecia - quase - todas as informações que sabia, logo essa aliança alavancou a ascensão do conde na alta sociedade e consequentemente seu sucesso como empresário devido os creditos que ganhou na mão da rainha. Porém, com o tempo apenas risos começaram a ser insuficientes, Vincent o intrigava e atraia muito além do que conseguia controlar, causando sentimentos que até então pensava ter esquecido após algumas centenas de anos depois de sua morte. Não demorou em se aventurar com as primeiras investidas, assim como também não demorou para que o conde cedesse.

“Tudo na sua hora meu caro, para esse momento eu tenho outros planos em mente.O moreno começou a desenrolar o cachecol do pescoço, seguido da gravata preta que foi jogada na cara do albino, que mesmo sem querer deixou um sorriso escapar. 

Cada peça tirada era depositada em cima de uma cadeira que estava ali perto, seus movimentos lentos e aparentemente despretensiosos eram carregados de sensualidade. Sabia que o funerário adorava vê-lo se despir, além disso, Vincent tinha a total noção do quanto seu corpo atrativo aos olhos, por isso aproveitava-se para usá-lo a seu favor e conseguir do outro o que quisesse, porém apenas com ele utilizava tais artifícios. Sorriu ao lembrar que logo que se conheceram não demorou para Undy se render aos seus encantos. 

“Acredite, eu senti muito a sua falta. Não houve um dia sequer que eu não pensasse em você.”  Agora totalmente nu, Vincent caminhou devagar na direção da cama, percebendo que aquele brilho tão peculiar já reluzia nos olhos do amante. Sentou no colo dele com as pernas abertas e afastou completamente a franja da frente dos olhos verde-amarelados que tanto amava. “Não vamos perder nosso precioso tempo juntos com coisas que são impossíveis de mudar”. 

“Eu já conheço essa sua fala mansa, conde, mas concordo que você tem razão.” O shinigami deu-se por vencido, infelizmente não tinha o poder de mudar o destino. Talvez se Vincent fosse um pé-rapado qualquer,  eles pudessem viver felizes sem terem os olhos da sociedade virados para si, mas esse não era o caso. 

O moreno afastou os longos cabelos do coveiro de cima dos ombros e deu uma forte aspirada em seu pescoço, deslizando o nariz por toda a curvatura e chegando à orelha, onde deu uma mordida e uma leve puxada em um dos piercings. 

“Eu senti falta do seu cheiro”. Resvalou pela bochecha até seus narizes se encontrarem e seus lábios ficarem a centímetros um do outro, segurou o rosto do shinigami que ainda relutava e o beijou de forma faminta, ele queria aplacar a grande saudade e saciar o desejo de possuir aqueles lábios finos e frios. 

Os três meses separados mais pareceram uma eternidade, não houve uma noite sequer que não acordasse de madrugada e não pensasse no amante, Undy não fazia noção do quanto para ele também foi difícil o tempo afastados. 

Seu beijo começou a ser correspondido na mesma intensidade, e ele sentiu a mão do shinigami ir até sua nuca, segurando-a de forma possessiva; a outra parar em sua nádega, onde as unhas negras afundaram em sua carne macia, fazendo-o gemer na boca colada a sua. Afastou-se ofegante e começou a se livrar da túnica negra que impedia de aprofundarem o contato, queria sentir aquela pele fria na sua, queria que aquele cheiro doce se misturasse ao seu. 

“Deixe que eu termino esse serviço.” O shinigami o jogou na cama e afastou-se para terminar de se despir.

O conde lambeu os lábios ao vê-lo tirar a calça e levou a mão ao próprio membro para estimulá-lo, apenas com tão pouco ele já se sentia no limite. Seu peito subia e descia em uma respiração pesada tamanha era sua excitação. Agora vendo o amante completamente nu, ele deixou um pequeno gemido escapar enquanto se masturbava. O corpo delgado e possuidor de cicatrizes exóticas atraia Vincent imensuravelmente, e por mais que Rachel fosse bela, eram as curvas másculas de Undy que realmente prendiam sua atenção.

O funerário subiu na cama ficando de joelho em sua frente. “Abra as pernas.” Undy estava rouco de tesão, um pequeno sorriso debochado surgiu em seu rosto. Assim que foi obedecido, ele contemplou a bela imagem das nádegas pálidas que escondiam graciosamente a entrada rosada. “Agora se prepare.” Conferiu ao conde essa tarefa, pois não queria machuca-lo com suas unhas longas.

Vincent levou dois dedos à boca sugando-os de forma vulgar e fechou os olhos enfiando e tirando os dígitos da boca, insinuando sugar outra coisa. A mão livre não parava de massagear o membro e os dedos agora bem umedecidos foram para o meio de suas pernas não demorando em adentrar onde tanto desejava, primeiro um, depois dois... logo eram três. Ofegou alto perdido no próprio prazer enquanto seu quadril acompanhava o movimento ritmado de sua mão.

Ah como ele havia almejado se tocar dessa maneira tão suja, algo que era totalmente impensável na presença de Rachel, já que a condessa era uma pessoa puritana e seguia piamente as regras impostas pela igreja. Além disso, estava sempre rodeado de pessoas na mansão e até mesmo em seu próprio quarto não tinha a privacidade necessária para isso, então era nos braços do funerário que realmente se sentia realizado. Apenas ele conhecia até o seu lado mais obscuro.

“Não acabe com a diversão sozinho, conde.” Undy afastou as mãos do amante e ficou ajoelhado entre suas pernas, recebendo um olhar indignado que o fez soltar uma risadinha travessa. Seus cabelos platinados caíram em cascata por cima da pele acetinada do outro, fazendo os músculos do abdômen do moreno se contraírem pelas cócegas causadas por seus fios. “O que você quer, Vincent?”

Deslizou a ponta fria do indicador pelos lábios entreabertos do Phantomhive sentido o calor do interior de sua boca, a textura macia que pareciam almofadinhas. Contornou o queixo e desceu raspando a unha negra na tez, formando um leve risco avermelhado ao traçar todo o caminho em direção ao baixo ventre, onde parou ao encontrar os primeiros fios negros do púbis.

“Você sabe muito bem o que eu quero.” Vincent sorriu safado, olhando descaradamente para o membro do albino que não estava menos rígido que o seu, alias já possuía até algumas gotas do liquido seminal lambuzando a glande. Sua respiração acelerou e ele engoliu a saliva que encheu sua boca, mordeu o lábio inferior e voltou a olhar nos olhos do shinigami.

“Você realmente achou que seria tão fácil assim?” O coveiro deu um sorriso sádico, levando a mão à carne rígida do conde fazendo movimentos de sobe e desce e deslizou o dedão por cima da cabeça escorregadia, fazendo-o gemer e se contorcer de prazer abaixo de seu corpo. “Está bem rígido e a cabeça começa a ficar avermelhada. Aposto que sentiu falta de ser tocado assim. Diga-me, Rachel faz isso? Ela sabe fazer do jeito que você gosta? Aposto que não hi hi hi”.

Não respondendo, Vincent abriu mais as pernas e com a mão livre puxou o shinigami pelos cabelos da nuca. “Pare de falar besteiras e me chupe!”

O funerário não conseguiu conter o largo sorriso, mostrando seus dentes exageradamente alvos e perfeitamente alinhados. Com certeza isso era algo que o amante não pediria a tão refinada Condessa Phantomhive e certamente ela não faria o que ele estava prestes a fazer com a boca, até porque uma dama tão fina e elegante não cometeria atos tão depravados assim.

Ele segurou as pernas do conde e as deixou bem abertas, baixou lentamente a cabeça enquanto Vincent observava cada um de seus movimentos. Sorriu olhando em seus olhos. Deu a primeira lambida por toda a extensão fazendo o moreno estremecer de prazer, o que mais gostava era de poder ver cada uma das expressões que ele fazia e ouvir seus gemidos implorando por mais.

Sugou a cabeça sem aplicar muita força, o toque era bastante suave, do jeito que sabia que o moreno gostava. A cada sugada a sucção ia ganhando força e intensidade. Os primeiros sons baixos e tímidos começaram a surgir, mas apenas quando o vai e vem tomou um ritmo vigoroso foi que os verdadeiros gemidos vieram altos e másculos, ecoando pelas paredes do quarto.

Vincent descansou a cabeça no travesseiro enquanto suas mãos emaranhadas nos fios platinados comandavam o ritmo da boca que queria enlouquecê-lo. Começou também a mover o quadril, e mesmo mordendo ocasionalmente os lábios, ele não fazia questão nenhuma de se conter. O ápice não tardaria a chegar, sempre era assim quando estava com o funerário, era tão bom que nunca conseguia durar muito tempo.

Os gemidos começaram a ficar mais sôfregos e até a entonação de sua voz ficou mais manhosa, o peito pesava com arfadas agoniadas e ele cada vez mais empurrava a cabeça de Undy contra sua base. O clímax se anunciou, o coração bombeou ao máximo e sentiu a uretra dilatar, era como se pudesse ver vários pontos de luzes o fazendo delirar de prazer, porém no auge das sensações Undy tapou seu canal com a ponta da língua.

Olhou aflito para o shinigami que apesar de ter a língua pressionando forte contra o pequeno orifício, carregava um sorriso sacana nos lábios. Era uma sensação agonizante e esmagadora. “Me deixe gozar...” Tentou afastar sua cabeça puxando-a pelos cabelos, mas ela não se moveu um centímetro sequer. “Por favor.” Suplicou.

Ao ouvir finalmente o arrogante conde implorar, o coveiro se deu por satisfeito e atendeu seu pedido, descendo os lábios de forma gulosa pela extensão do pênis e sorvendo com gosto todo o liquido jorrado dentro de sua boca, engolindo tudo.

Quando a letargia pós-orgástica se fez presente, Vincent relaxou completamente o corpo na cama, ainda exausto e extasiado abriu os olhos preguiçosamente e percebeu ser observado de forma contemplativa, ele deu um sorriso terno ao ter a bochecha acariciada.

“Eu sentia a sua falta.” O shinigami foi sincero e o beijou carinhosamente, porém logo o carinho cedeu lugar à volúpia e o beijo se tornou a pura luxúria. Já tinha dado o tempo necessário para o conde descansar e não aguentava mais esperar, havia negligenciado tempo demais a própria ereção para proporcionar prazer ao outro, agora estava na hora de também ter seu gáudio.  

Enquanto se roçavam e se perdiam na boca um do outro numa disputa por poder, Undy se acomodou entre pernas de Vincent e começou a penetrá-lo, com cuidado, até entrar por inteiro. Sentiu as unhas dele fincarem em sua costa e não se importou, o moreno estava mais apertado depois de tanto tempo, então era compreensivo que sentisse um pouco de dor durante a penetração.

Depois de dar tempo suficiente para ele se acostumar, começou a se mover fazendo o amante arfar ao ser esfregado por dentro. A sensação era perversamente prazerosa, viciante a ponto de começar a acelerar até não mais se conter e sentar por cima das pernas trazendo o quadril do conde consigo, segurando firme pela cintura e estocando forte consecutivamente. Seus gemidos másculos e roucos se misturavam aos rangidos da cama e o cheiro de suor misturado ao de sexo exalou pelo quarto, que mesmo estando frio do lado de fora, dentro parecia o inferno de tão quente.

Nenhuma palavra era dita além dos gemidos, não era preciso, a sintonia que possuíam era única, apenas a troca de olhares aquecia o coração um do outro. Vincent se ergueu enlaçando os braços em seu pescoço, as pernas em sua cintura e começou rebolar no mesmo ritmo das investidas. Delirava de tanto prazer. Pendendo a cabeça, para trás trouxe a do funerário em direção a seu pescoço, sua vontade era que sua pele fosse toda marcada, adorava quando o outro fazia isso, mas sabia que não podia, pois Rachel com certeza descobriria o autor daquelas marcas.

“Fique de quatro.” O shinigami pediu dando uma última lambida em seu pescoço e o jogou na cama, segurou-lhe pelo quadril e o penetrou em uma única estocada dando um sorriso sádico. “É disso que você gosta não é Vincent? hi hi hi” Puxou forte seus cabelos, forçando-o a olhar para trás.

O conde mais uma vez não respondeu, dando apenas um de seus sorrisos travessos, isso valia muito mais que uma confissão verbalizada. Sim, era daquilo que ele gostava, de ser dominado de forma devassa, de ser invadido e estocado até perder a consciência de tanto prazer, ele gostava daquelas mãos frias e grandes apertando sua cintura, daquele corpo másculo se arremetendo contra o seu, era isso que lhe dava um prazer inigualável e o enlouquecia.

Sentia o quadril de Undy se chocar forte contra suas nádegas, as bolas dele batendo nas suas e as unhas negras encravarem em seu abdômen, enquanto com a outra mão sua cabeça era puxada para trás o fazendo se empinar ainda mais, rebolou na mesma sincronia e começou a contrair suas paredes internas, causando um enorme prazer em si e no outro.

Apertou fortemente os olhos, seus dedos castigaram da mesma forma o travesseiro, sua boca formou um 'O' abrindo mais espaço para que o ar fosse suficiente em seus pulmões, os movimentos bruscos e acelerados dificultavam até mesmo respirar corretamente.  E ali, nos lençóis de tons escuros, mais uma vez todo o desejo era consumado.

Undy & Vincent

“Então as vitimas morreram ao passar por uma lobotomia!” Vincent comentou assim que o funerário saiu do banho, usando apenas uma toalha para enxugar os cabelos. Ele mordeu os lábios e respirou fundo, não poderia mais se distrair, havia estourado seu tempo limite, com certeza Tanaka já estava à porta esperando. “Experiências com humanos?”

“Talvez sim... Talvez não... Descobrir isso é tarefa sua hi hi hi” Undy sorriu cínico, não colaboraria com Victoria uma grama há mais do que já havia colaborado, até mesmo por que não teria graça alguma se revelasse todas as informações ao conde.

“Que maldade.” O nobre fez um biquinho. “Foi você que recolheu essas almas?” Tentou novamente arrancar alguma informação.

“Não. Já não sou mais ativo como antes, agora sou encarregado apenas de almas ‘especiais’.” Undy comentou vagamente, porém apesar de não ter ceifado aquelas almas, sabia muito bem quem estava por trás dos crimes, mas preferia não revelar já que a diversão estava em brincar de gato e rato.

O conde bufou e jogou os papeis das autopsias em cima da cama, ocupando-se de observar o albino se vestir. Pensava quando poderiam se ver novamente ou pior ainda, se voltariam a se ver novamente. Ele sabia dos números nada animadores de inimigos que conquistou e o quanto sua cabeça era almejada em uma bandeja, devido ao cargo real, sua vida estava em constante perigo. “Você estará lá quando chegar a hora?”.

“Que hora?” O shinigami arqueou uma sobrancelha.    

“A minha hora! Você estará ao meu lado?” Essa era a pergunta que martelava em sua cabeça toda vez que via o shinigami. De início,  foi difícil assimilar a existência de tais seres e por algum tempo ficou receoso ao ficar na companhia do ceifador, mas depois de tantos casos e descobertas, de situações macabras e rituais satânicos, acabou se acostumando com tal realidade. “Eu quero ver qual sorriso você dará ao recolher minha alma.”

Apesar do sarcasmo, no fundo o que Vincent sentia era uma profunda tristeza no peito, não queria morrer sozinho, queria que o funerário tivesse ao seu lado nos últimos momentos, que segurasse sua mão e dissesse que tudo ficaria bem, ele não tinha medo da morte, tinha medo da solidão.

Undy primeiro terminou de se vestir e isso deu tempo para ele pensar no que responder, não queria ser o encarregado de ceifar a alma daquele humano que tanto amava e provavelmente não seria já que estava para se aposentar, mas também não aceitaria que outro shinigami o fizesse, comicamente era um sentimento bipolar que nutria em relação ao assunto.

Sentou no lado do conde e acariciou sua bochecha, contemplando o belo rosto que ele tinha. “Se é isso que você deseja, eu estarei ao seu lado quando chegar a hora... mas não sei se haverá um sorriso no meu rosto”.

O silêncio pesou, cada um mergulhou nos próprios pensamentos. Desde o início sabiam que aquela era uma relação delicada, que para o bem de todos era melhor nunca ter iniciado. Apesar de inicialmente se darem a desculpa de ser apenas uma troca de favores e de ignorarem a todo custo o que começou a florescer no peito de ambos, chegou um momento em que os sentimentos não podiam mais ser negligenciados e agora ali estavam eles, já pensando no futuro sentenciado: Vincent uma hora iria morrer.

“Bem... já passou da minha hora de ir. Obrigado pelas informações, como sempre seus serviços me foram de grande ajuda.” O conde levou da cama em um salto, tratando de imediato de espantar o desconforto entre eles. “Não precisa me acompanhar, eu conheço muito bem o caminho da saída”.

“Vincent?” Undy o chamou antes que ele pudesse sair pela porta, fazendo-o olhar por cima dos ombros. “Mande um beijo para Rachel, diga que qualquer dia desses eu apareço para uma visita.” Completou com um sorriso traquino, pois sabia o quanto a condessa o odiava.

“Certamente que eu a avisarei, tenho certeza que ela adoraria recebê-lo para um chá da tarde.O moreno devolveu com o mesmo tom, era sempre assim, eles terminavam os encontros com provocações para disfarçarem a saudade que já sentiam um do outro. “Até outra missão”.

Até, conde.” Olhou para o cachecol azul escuro esquecido em cima da cama. “Espero que da próxima vez você encomende um dos meus caixões de luxo.” Comentou mais para si mesmo, pois o conde já havia sumido no corredor. Deitou na cama com ‘O sorriso’ que há mais de três meses não iluminava seu rosto, não importava quanto tempo passasse ou as adversidades que aparecessem, no final das contas, Vincent sempre acabava voltando para seus braços.

Sorriu sombriamente enquanto cheirava o tecido escuro, ele ainda arranjaria um jeito daquela alma ser eternamente sua.


Notas Finais


Bjos de chocolate amores e espero que tenham gostado!!!!


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