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História A Mulher que ela Ama Odiar - Funeral


Escrita por: QueenShipper

Notas do Autor


Foi Péssima essa minha demora Sorry,
Era pra mim ter postado na Quinta mas acabei esquecendo.
Agora eu tô de volta com mais esse cap infelizmente não tão alegre espero que gostem mesmo assim!!!!

Capítulo 7 - Funeral


Fanfic / Fanfiction A Mulher que ela Ama Odiar - Funeral

Aquele era o segundo funeral a que Emma comparecia em uma semana, só que daquela vez ela não estava sentada na primeira fileira. A honra duvidosa coubera à família de Killian. Emma observou a família sair, assim que a cerimônia terminou.

Ninguém mais estivera na montanha desde a noite da nevasca. A neve continuara a cair e a área, no momento, ainda era de grande risco.

— Logo — respondera Emma em voz baixa quando a filha de Killian lhe perguntara quando poderiam voltar a subir até a esta­ção de esqui. — Assim que for seguro novamente, nós subire­mos. Sei que é uma prioridade trazer as coisas de Killian de lá.

— Havia muitas prioridades naqueles dias exigindo a atenção dele.

— Meus pêsames. — Eram palavras que ofereciam pouco conforto, mas não havia outras. — Vamos sentir muita falta de Killian. A montanha não será a mesma sem ele.

Mais palavras, e nenhuma delas era o bastante...

Regina e Cora Mills também estavam no funeral. Regina, gloriosa em um vestido discreto e um elegante casaco negro. Altiva. Inacessível.

De tirar o fôlego.

Emma conseguiu evitá-la. Conseguiu não ficar encarando-a demais. Sabia que não deveria fazer o que estava pensando em fazer. Antes de qualquer coisa, porque não tinha tempo para isso.

Fora uma semana de trabalho duro, e havia mais pela fren­te. A confiança na empresa sofreu um baque com a morte de Gold e com o que aconteceu na estação de esqui. Portanto, havia boas razões para ela não ir atrás de Regina Mills.

Emma nem sempre era honesta com seus sentimentos e isso, às vezes, a envergonhava. Ela nutria sentimentos conflituosos pelos pais. E, desde adolescente, também não conseguia definir bem o que sentia por uma morena magrinha, com olhos muito grandes e uma mancha em sua reputação da qual jamais se livraria.

Agora percebia que, por trás do mito de Regina Mills, a la­dra de namorados alheios, havia uma mulher corajosa e forte que praticamente a carregara montanha acima e evitara que ela congelasse até a morte. Uma mulher com problemas, inseguranças e vulnerabilidades que tinha o poder de fazer com que ela, Emma, se sentisse grosseira porque sabia que teve respon­sabilidade em parte dos problemas de Regina.

Emma ficou onde estava enquanto Regina murmurava alguma coisa para a mãe e caminhava na direção dela com uma gra­ciosidade que não ficou evidente na montanha. Roupas dife­rentes. Sapatos diferentes.

Ainda assim, Emma não conseguia entender como conseguiu confundi-la com um rapaz.

Os machucados de Regina não estavam mais visíveis, talvez por causa da maquiagem, e um sorriso leve curvava os lábios cheios e sedutores. Emma não esquecera. Nem da boca, nem do resto. E desejava muito ter esquecido.

— Minha mãe disse que você viria — murmurou Regina. — Eu não tinha tanta certeza.

— Mas deveria ter.

— Foi uma bela cerimônia — disse ela, como se a conversa amena pudesse diminuir a força do comentário anterior, que  magoou Emma profundamente.

— Sim.

— Vamos nos reunir no bar depois do enterro. Não se sinta pressionada para se juntar a nós, mas está convidada — conti­nuou Regina.

— Você finalmente vai me pagar aquele drinque, Morena?

— Essa é uma péssima idéia.

— Então as pessoas continuam falando.

— Talvez você devesse ouvi-las.

— Eu ouço. Foi você que veio até mim, Morena. Também não fui eu que sugeri que você não teria respeito o bastante por Killian a ponto de ser capaz de não vir ao funeral dele. Não fiz nada.

Emma falou com raiva, e, Regina ficou surpresa.

— Desculpe-me — disse ela, ruborizando. — Pela bobagem a respeito de você não vir ao funeral de Killian. Eu sabia que alguém estaria aqui para representar a família Swan. Talvez eu soubesse, sim, o tempo todo, que seria você. — Ela suspirou. — Talvez eu simplesmente não quisesse que você viesse.

— Está me magoando, Morena. De novo.

Regina franziu o cenho e afastou o olhar.

— Tem conseguido dormir bem? — perguntou Emma em um tom severo. — Parece cansada.

— Você também parece. — Mas ela não  encarou a loira quando falou.

— Muita coisa para fazer.

— Sim. Ouvi dizer que encontrou trabalho para todos os em­pregados da estação de esqui. Foi fantástico de sua parte.

— Você não vai atribuir um motivo oculto para eu ter feito isso?

— Não — disse Regina, baixinho, e os olhos delas se encontra­ram. Emma sentiu a respiração presa no peito. — Não vou fazer isso. Quanto à falta de sono, não poderia culpar o trabalho, já que não estou fazendo quase nada. Mas venho tendo pesadelos com a queda.

— Na gôndola?

— Sim.

— Regina, me pergunte com o que eu tenho sonhado. Pergunte-me para onde eu vou quando fecho meus olhos à noite.

— Não sei se quero saber — disse ela.

Desconfiada. E com razão, já que vinha provocando um caos dentro dela. Emma se aproximou mais, e seus lábios roça­ram os cabelos sobre a testa da morena.

— Obrigado pelo convite para ir até o bar. Eu gostaria de ir, sim. Obrigado também por vir falar comigo, mesmo que tenha sido por mera educação. E, só para sua informação, quando fecho meus olhos à noite penso em lábios gulosos, em uma pele sedosa e em uma paixão como eu nunca senti antes. Pergunte-me para onde eu vou todas as noites, Morena.

Os olhos castanhos a encararam, arregalados e com uma expressão surpresa. E a boca era feita para ser beijada. Muitas vezes.

— Para onde? — sussurrou Regina, em um murmúrio que era quase uma súplica e que só serviu para aumentar o calor que corria nas veias de Emma.

— Vou até você.

 

— Os drinques são por conta da casa — disse Regina, umas duas horas mais tarde, enquanto servia o uísque que restava em sua bandeja para uma Emma Swan perigosamente atraente. — Não sou eu que estou pagando.

— Obrigado por esclarecer — comentou a loira, com a sombra de um sorriso nos olhos. A atmosfera no bar era alegre, apesar do luto. Alguém levou um antigo álbum de fotos, em que Killian aparecia várias vezes. Para cada fotografia havia uma história e, para cada história, um brinde.

Encorajada pelo ambiente familiar, Regina deixou o olhar se fixar nos lábios de Emma, curvados em um sorriso charmoso. Não era de admirar que as mulheres se jogassem em cima dela, aceitando qualquer migalha que lhes fosse oferecida. Emma

ti­nha dinheiro e sabia como despertar o desejo de uma mulher.

Santo Deus, ela sabia tocar uma mulher como ninguém.

— Você estava dizendo...? — murmurou Emma. Regina sentiu o rosto quente e afastou os olhos dos lábios dela.

— Não, eu estava pensando — corrigiu ela. — No que você disse antes — continuou Regina com cautela. — Acho que talvez tenham sido apenas as circunstâncias na montanha que torna­ram o que fizemos tão... Extraordinário. Afinal, tínhamos acabado de escapar da morte...

— É uma teoria válida — murmurou Emma. — Você se incomoda de testarmos sua veracidade?

— Sim, me incomodo.

— Por quê? Tudo o que peço é um beijo.

— Acontece que já ouvi essa frase antes — disse Regina, e en­cerrou a conversa, se afastando para pegar mais bebidas.

Quando ela olhou para trás, viu que Emma Swan a observava. E estava sorrindo.

— Emma Swan está aqui para brindar a Killian, ou por sua Causa? — perguntou Cora durante um momento de calmaria atrás do balcão.

— Para brindar — disse Regina. — Mas vamos presumir que ela estivesse aqui por minha causa. Como faço para me livrar dela?

— Já tentou ignorá-la?

— Ela é irritante demais para que eu consiga fazer isso. Cora ergueu as sobrancelhas.

— É verdade — resmungou Regina.

— Já tentou fugir?

— Você costuma me dizer para não fugir.

— Depende da ameaça — murmurou Cora.

— Também já tentei afastá-la, mas não está funcionando... Ao que parece, Emma Swan gosto de ser insultada.

— Duvido — comentou Cora, secamente. — Não, o que ela gosta é de você estar se fazendo de difícil.

— Mas eu sou difícil — retrucou Regina irritada.

Cora estendeu uma bandeja vazia à filha para que ela enchesse e acenou com a cabeça na direção da multidão que enchia o bar.

— Aí está o desafio.

— Minha mãe acha que se eu simplesmente ignorá-la, você irá embora — disse Regina a Emma quando a encontrou novamente sozinha.

— Ela pode estar certa — disse a loira em um tom simpático. — Tente.

Regina se afastou carrancuda e a ouviu dar uma risada.

Na próxima vez em que as duas se falaram, foi Emma quem co­meçou a conversa.

— Meu advogado não teve retomo a respeito daqueles documentos que eu lhe dei — falou ela.

— Isso é porque eles ainda estão pousados sobre o balcão da cozinha do bar.

— Por quê?

— Eu não sabia sobre aquelas propriedades — respondeu Regina com firmeza. — E não as quero.

— Isso é o que está dizendo — retrucou Emma. — Mas se realmen­te for verdade, ainda precisa decidir o que vai fazer com elas.

— Não posso simplesmente recusá-las e você fica com as terras?

Emma deu um sorrisinho.

— Sinto muito, mas não é assim que funciona. Arrume um advogado, Regina. Esse é o melhor conselho que posso lhe dar.

— Sua mãe deve estar... — interrompeu Regina de repente.

— A palavra que está procurando é humilhada — disse Emma. — Elsa está enraivecida. E eu simplesmente quero os documentos longe da minha responsabilidade.

— Não está ressentida?

— Estou muito, ressentida. — Principalmente porque meu querido pai esperou até estar morto para tornar público o quanto estimava sua mãe. E deixou a meu cargo lidar com as consequências.

— O que mais ele lhe deixou? — perguntou Regina em voz bai­xa. — Gold não se esqueceria de você. Ele tinha tanto orgulho de você.

— Eu detenho 40 por cento das ações da empresa. Era o que eu queria. Elsa também controla uma quantidade signifi­cativa, embora não se saiba se era isso o que ela queria. Mi­nha mãe sempre foi acionista da empresa. Agora ela tem um percentual maior. A verdade é que havia muito para dividir e Gold providenciou para que todos tivessem o bastante. Mas alguns de nós precisamos trabalhar mais do que os outros para manter o patrimônio.

— Quanto vai custar para reabrir a estação SKY? — perguntou Regina, hesitante. Emma passou a mão pela testa, como se ainda fosse uma menina que não estava conseguindo pensar direito.

— Muito — murmurou ela. — Estou cuidando disso.

— Talvez seja melhor esquecer um pouco tudo isso pelo res­to da noite — falou Regina. — Quer outro drinque?

— Não. Quero...

—... Comer alguma coisa? Jasmine está terminando de preparar a comida.

— Quero sair daqui — disse Emma, a voz baixa e rouca. — Com você. E antes que volte a repetir que não é uma boa idéia, deixe-me dizer que sei disso.

— Então por que...?

— Talvez eu tenha a esperança de que assim conseguirei tirá-la da minha cabeça.

— E se não funcionar?

 — Então vai tudo para o inferno. — Emma parecia exausta. Impaciente. E muito, muito atraente. —Você vem, ou não?

Talvez tenha sido a honestidade brutal das palavras dela ou a percepção de todo o fogo que corria sob a calma aparente

— Está certo. — Regina torcia as mãos, nervosa. Emma percebeu o gesto, mas não fez nenhum comentário. Apenas observou. E esperou. — Dê-me mais uma hora aqui, para servir a comida e encontrar alguém para ficar no meu lugar. Então pegarei meu casaco.

O carro de Emma era uma maravilha amarela da engenharia automotiva. Regina se acomodou no banco de couro e afastou a própria realidade da mente. Ela nem sequer tinha um carro.

— Aonde vamos?

— Para a minha casa.

— Podemos tomar sorvete?

— Se quiser.

Elas pararam para comprar sorvete em uma loja da cidade, e seguiram para a casa de Emma, nos arredores de Storybrook.

A casa lembrava muito o carro dela: absolutamente funcional linda e cara.

Assim que entrou, Emma jogou o casaco nas costas de uma cadeira e o paletó sobre um banco da cozinha.

A lareira, enorme, estava pronta para ser acesa. Bastou acender um fósforo para terminar o serviço.

— Você tem uma diarista — disse Regina, deixando o sorvete que haviam comprado sobre o balcão da cozinha e despindo o próprio casaco.

— Sim. .        

— Que a mima bastante — acrescentou ela, enquanto Emma pegava uma travessa com brownies.

— Isso também é verdade. Seu nome é Granny e ela trabalha para a família desde antes de eu nascer. Mas hoje só cuida da minha casa.

— Além de mimada, a favorita da família.

— Não, essa seria Elsa — disse ela sem rancor.

Mas Elsa Swan não era um assunto que Regina gostaria de abordar. Ela se virou para examinar a vista das janelas altas que davam para o lago.

— Como é crescer como herdeira do Sr.Gold Swan? Sabendo que um dia você terá muito poder, responsabilidade e riqueza. Isso algum dia passou por sua cabeça?

— De vez em quando — respondeu ela. — E nesses momentos meu pai sempre dava um jeito de me arrumar um emprego de férias bem modesto em uma das empresas do grupo, do qual eu retomava com a devida noção da realidade.

— E agora, que o poder está em suas mãos? — Emma abriu o botão de cima da camisa social branca. Ela estava servindo sorvete sobre os brownies. — Quem irá lhe dar a noção de realidade?

— Provavelmente ninguém — disse ela, com um sorriso tra­vesso. — Pode contar com a minha arrogância.

— Por isso me trouxe aqui? — perguntou Regina. — Como uma exibição de arrogância e poder? Um aviso para sua família de que você não está mais sob controle?

— Não — respondeu Emma, entregando um dos pratos de doce a ela. — Você não é parte de nenhum jogo de poder da família Swan.

— Está planejando descarregar seu desejo de vingança em mim por conta dos pecados da minha mãe? — quis saber ela. — Pretende fazer com que eu me apaixone por você, para então me abandonar?

— Não. Eu já lhe disse por que a convidei para vir até aqui, Regina.

— É verdade. — O sorvete estava delicioso e o brownie ainda melhor. — Você quer me tirar de sua cabeça. E eu gostaria de ti­rá-la da minha. Também estou aqui para isso. — Regina caminhou até a lareira. Não sabia para onde aquilo iria levá-la. Optou pela fachada de mulher rígida, cheia de sarcasmo e utilizando todos os mecanismos de defesa possíveis para criar o máximo de distância. — Sua casa é linda. É para cá que traz todas as suas mulheres?

Emma estreitou os olhos. Regina ignorou o silêncio hostil. As chamas queimavam as costas dela e o sorvete deslizava por sua garganta, uma combinação sempre agradável.

— Fogo na lareira, uma sala aconchegante. Aposto que o quarto também é espetacular.

— Aonde quer chegar?

— Só quero me certificar de que essa é uma situação comum para você, no que se refere à sedução, que não tem nada me­morável. Estou gostando muito do fogo. E do brownie. O am­biente luxuoso também é muito atraente. Difícil de esquecer. Acho que você tem uma vantagem óbvia.

— Está falando sem parar, Morena. — O que, a contar pelo sorriso no rosto de Emma, a estava divertindo muito.

— Desculpe-me. — Ela realmente estava tagarelando. — Deve ser nervosismo. — Mais do que o usual.

O sorriso de Emma ficou mais largo.

— Esse seu sorriso não ajuda muito — comentou Regina. — E agora? Como quer fazer as coisas?

— Bem, normalmente eu começaria com uma conversa agradável e com alguns elogios, mas acho que estaria perden­do meu tempo. Além do mais, eu não gostaria de sobrecarre­gá-la com nada memorável demais.

Regina desconfiava de que já era tarde demais para isso. Era melhor se concentrar no sorvete e no brownie. Mas Emma se aproximou, tirou o prato da mão dela e o deixou sobre o con­solo da lareira. Regina a encarou.

— Mesmo se for o que estiver pensando, por favor, não diga que prefere os doces a mim — sussurrou Emma. — Que o brownie e o sorvete foram memoráveis. Eu posso considerar como um desafio.

Então Emma passou os dedos pela curva do maxilar de Regina e abriu sua boca com o polegar. Emma tocou os lábios de Regina com os seus. Não como um castigo, mas gentilmente, exigindo muito pouco em retomo.

Regina se sentiu ainda mais faminta por ela.

Então Emma sorriu, se afastou e devolveu o prato a ela.

— O que foi isso? — perguntou Regina desconfiada.

— Foi um beijo.

— Não acho que você fez o seu melhor.

Emma abriu um sorriso lento e delicioso.

— Esse é o objetivo.

— Ah. — Ela terminou a última colher do doce e passou o dedo pelo sorvete que restara no prato. — Você sabe que essa noite vai terminar muito, muito mal para nós.

— Estou contando com isso, Morena. — O olhar de Emma acom­panhava o movimento do dedo dela. Talvez a loira pensasse que ela estava tentando fazer um showzinho de sedução. Regina sa­bia que poderia fazer isso. Poderia levar o dedo aos lábios, lambê-lo e observar os olhos de Emma escurecerem.

Em vez disso, ela levou o dedo aos lábios da loira e esperou para ver o que Emma faria.

Emma conseguiu manter o mínimo de autocontrole, enquan­to enfiava o dedo de Regina na boca e saboreava o que ela lhe oferecera.

Emma passou as mãos pelos cabelos de Regina e puxou-a para um beijo de verdade depois disso, então cedeu ao desejo que a atormentava há dias. Não reprimiu nada, e Regina também não, parecia que estavam de volta ao saco de dormir. Doçura e tre­vas, e um beijo que beirava a reverência quando os lábios das duas se encontraram e suas línguas se tocaram.

Emma precisava disso. Precisava dela. Não sabia por que, sa­bia que era uma péssima idéia, mas não conseguia se importar com nada disso.

A camisa de Emma foi à primeira peça a ser despida, Regina es­tava com pressa, ela não, pois ainda não se saciara com o beijo. Mas, pouco tempo depois, Emma encontrou o zíper do vestido dela e se deleitou com os ombros macios e com a mulher à sua frente, que a encarava como se conhecesse cada canto de sua alma, como se a aceitasse assim mesmo e a estimulasse a pegar o que quisesse, mandando para o diabo as consequências.

E havia o vale onde os ombros dela encontravam o pes­coço. E a curva do seio quando ela a pegou e a carregou para o sofá, deitando-a e ficando de joelhos à sua frente. Pernas longas, abertas. Mais beijos. Mais pele sedosa.

— Era assim que você se lembrava? — sussurrou Regina, observando-a. Uma chama esguia com a alma de uma sereia.

— Não.

— Mas está bom? — Regina colocou os lábios no pescoço de Emma, que jogou a cabeça para trás para permitir um melhor acesso.

— Bom. — Emma passou as mãos pelas coxas dela e sob o vestido. Regina não a deteve quando ela alcançou a curva de seu traseiro e a puxou contra o corpo. Ao contrário, encorajou.

Não demorou muito para que as calças da loira se juntassem à pilha de roupas. Então outro beijo, que ameaçou destruí-la, e foi à vez de despirem a calcinha de Regina.

— Há algo que quero de você — sussurrou Emma os dedos en­contrando o calor da seda. Emma observou o rosto de Regina enquanto deslizava lentamente para dentro do seu corpo. Observou os olhos de Regina ficando nublados e o desejo dominá-la.

— Peça — sussurrou Regina, enquanto arqueava o corpo para receber os dedos da loira, e então impedindo que ela falasse ao puxar a boca dela para junto da sua.

— Peça. — Havia uma nova tensão na voz e no corpo dela enquanto Emma ajustava o ângulo de seu corpo de modo a roçar no lugar certo.

— Desta vez, quando estiver chegando ao clímax, espere por mim.

— Não seriamos melhor se nós não tivéssemos orgasmos si­multâneos de estremecer, o mundo? — murmurou Regina. — Poderia ser um pouco memorável demais, e não é isso o que queremos.

— Veja por outro ângulo. — Emma passou as costas da mão pelos seios dela e, quando Regina fechou os olhos e ofegou, Emma arremeteu mais fundo dentro do corpo dela. Uma das mãos brincava com o mamilo rígido. Emma voltou a arremeter, lenta e firmemente. — Você provavelmente vai detestar isto.

— Você está certa. — Mais uma arremetida e o gemido de Regina. — Certíssima. Vou odiar isto.

— Beije-me — sussurrou Emma, e foi o que ela fez. Só um beijo, que fariam durar para sempre.

Havia noites que passavam muito rápido e outras que passa­vam lentamente. Aquela pareceu demorar uma eternidade e Regina saboreou cada momento. Emma Swan era um enigma, mas na cama uma coisa ficava bem clara. Ela dava mais do que exigia, porém exigia rendição absoluta.

Emma era fascinada pelas costas de uma mulher e Regina dei­xou que ela ficasse por trás dela mais de uma vez durante a noite. Emma amava a delicadeza do corpo dela e o modo como caíam seus cabelos. Ela exigiu paciência para logo, propositalmente, fazer com que ela a perdesse completamente. E tinha um jeito lento e gostoso de tocá-la com a boca, com as mãos, que fazia Regina ter vontade de gritar.

E no frio que precedia o amanhecer, quando a língua de Emma voltou para dentro dela novamente, ela mal con­seguia falar ao dizer que ela estava quase a matando.

Quando Regina acordou, se viu em uma cama enorme, com len­çóis brancos como a neve, uma coberta quente sobre seu corpo e o sol entrando pelas cortinas finas na janela. Sua amante de cabelos cor de dourada e olhos verdes não estava à vista.

Emma não estava no chuveiro, mas Regina aproveitou para to­mar um banho delicioso. Ela foi para a cama de Emma por vontade própria, para satisfazer uma necessidade, disse a si mesma. Para tentar descobrir exatamente o que aconteceu no alto da montanha. Para ver se sentiria da mesma forma.

Uau... Acontecera de novo.

Regina terminou o banho e se secou. Ela tornou a vestir a roupa que usara na véspera e aplicou o pouco de maquiagem que trazia na bolsa, tentando não se preocupar muito com o que aconteceria a partir dali.

Emma também não estava na sala de estar.

Nem na cozinha.

A diarista, por outro lado, estava.

Granny deu uma olhada em Regina, fechou os olhos e murmu­rou um palavrão que não combinava em nada com sua aparên­cia de avó. Quando a mulher abriu os olhos novamente, Regina estava no mesmo lugar. Com o corpo meio enfiado no casaco, parecendo assustada e prestes a fugir, mas sem dúvida ali. Sem dúvida alguém que Granny não esperara ver.

— Acho que será melhor pularmos as apresentações — dis­se Regina, aparentando muito mais tranquilidade do que sentia.

— Eu, ahn... — Ela estava tendo dificuldades para encontrar a outra manga do casaco. — Emma está por aí?

— Não.

— Ela não está na casa, ou não está neste cômodo?

— São 11h20. Emma está no trabalho. — Granny cerrou os lá­bios por um instante antes de continuar. — Ela disse para dei­xá-la dormir.

— Gentil da parte dela. — Regina finalmente encontrou a outra manga do casaco. — O que mais Emma disse?

— Nada — Granny estava abrindo algum tipo de massa de doce. E a mulher não parecia muito inclinada a nenhum tipo de hospitalidade. — Absolutamente nada.

— Teria café pronto?

— Não.

— E chá?

O olhar que Granny lhe dirigiu não tinha um pingo de boa vontade.

— E quanto a um bloco e uma caneta?

— Sinto muito. Não temos nem um, nem outro.

— Muito bem — retrucou Regina furiosa diante de uma hostili­dade tão óbvia.

— Ultima pergunta, prometo. Você vai chamar um táxi para pegar Regina Mills na casa de Emma Swan, ou eu mesma terei que fazer isso?


Notas Finais


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