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História A Neko In My Life - Promeça


Escrita por: Senhorita_Im

Notas do Autor


Ain que saudades! Gent, até esqueci como eu começo essas notas, vergonha, cof

Vou enrrolar aqui não, só vou avisar pra terem calma, porque esse cap... tenso.

Boa leitura, coisinhas! (Perdoa os erros, sem muito tempo pra revisar)

Capítulo 14 - Promeça


- Isso mesmo... Muito bem, JB! – não pude conter ficar ainda mais feliz ao ser elogiado mais uma vez. Essa sensação de estar fazendo algo bom é realmente muito maravilhosa.

 

- Obrigado – disse olhando para Jinyoung que agora é meu tutor. Ele disse que eu poderia chamá-lo assim ou apenas de professor, pois eu passaria muito tempo consigo, aprendendo diversas coisas. Isso me animou tanto que até o fato de estar nesse quarto de hospital sem o meu hyung favorito não me incomodava tanto.

 

- Certo. Agora vamos passar para outro tipo de exercício – meu professor mudou as páginas do que eu aprendi ser um livro, parando em uma específica – você conhece os números, sim?

 

- Não... – murmurei desviando minha atenção de si para o livro.

 

- Sério mesmo? – concordei apenas com a cabeça – você tem dezesseis anos e não sabe o que são números?

 

Acabei por não responder. Antes do meu hyung ir embora e me explicar que Jinyoung e Mark tomariam conta de mim, ele disse que eu não deveria responder nada que eu não tivesse certeza, ou seja, nada que pudesse colocar em risco a minha verdadeira identidade. Eu não tinha entendido muito bem de início, mas Youngjae me assegurou de que ficaria tudo bem e que eu apenas deveria agir "normalmente", sem mostrar meu verdadeiro eu.

 

Até agora não faço ideia de como fazer isso. Só estou me deixando levar.

 

Eu também não sei porque meu hyung não está aqui, ou pelo menos Jackson ou Bambam hyung. Eu fiquei bem chateado em saber que passaria essa manhã sem nenhum deles e ainda na companhia de pessoas que eu não estou muito acostumado. Mas o que eu poderia fazer? Não conseguia me levantar sozinho e ainda sentia muitas dores.

 

- Tudo bem, Jaebum – senti sua mão acariciando uma de minhas orelhas, o que me fez fechar os olhos. Eu definitivamente adorava quando ele fazia isso – JB. Você não se lembra mesmo onde fez esses implantes? Estão tão reais e parecem que já se familiarizaram com seu corpo – fiquei em silêncio novamente. O que tecnicamente são implantes? – bem, vamos voltar ao que fazíamos.

 

Dei graças ao ouvir isso.

 

Não é que eu não gostasse de falar com Jinyoung. Eu apenas não me sentia totalmente confortável para ser eu mesmo perto dele - e também não poderia. E tinha uma razão, um tanto desconhecida para mim. Qual o problema em eles saberem sobre quem eu era antes? Isso me deixa pensativo. Por que meu hyung não lhes conta a verdade?

 

Se bem que eu também não posso exigir nada. Desde aquele dia, eu não havia conversado para valer com Youngjae ou sequer tocado no assusto daquele jantar. Na verdade, meio que eu estava evitado isso.

 

Naquela noite e naquela hora eu poderia estar certo do que eu pretendia fazer. Sumir. Era isso o que eu faria. Mas agora, depois de presenciar uma noite em que meu hyung dormia com a cabeça apoiada em minha cama, com o redor dos olhos vermelhos, segurando minha mão, foi como se eu tivesse ultrapassado tudo o que eu não desejava.

 

Aquela cena foi capaz de superar a que ele me olhou da pior forma possível. Eu não compreendia como meu hyung podia mexer tanto comigo. Ás vezes de um jeito mágico, como no dia em que pude sentir seu gosto e ouvir que ele gosta de mim, ou ás vezes de um jeito terrível, como a que ocorreu uma vez nesse quarto.

 

Por que isso acontecia? Eu me lembro de quando eu era um gato e essas coisas chamadas sentimentos eram tão raras... eu me lembro de sempre desejar o bem para Youngjae, me lembro de querer falar que tudo ficaria bem e me lembro de nunca conseguir. Mas era apenas isso. Só queria permanecer ao seu lado e, nem quando meu hyung falava sobre aquele tapado, eu me incomodava.

 

Por agora tudo está diferente?

 

- Jaebum. – ouvi meu mais novo nome ser dito, então balancei a cabeça para parar de pensar nessas coisas – está sentido algo? – olhei para Jinyoung ao que ele terminou de falar.

 

- Só estava pensado – respondi a verdade de qualquer forma.

 

- Aposto que não ouviu nada do que eu disse – meu professor disse de um jeito engraçado, me fazendo rir.

 

- Desculpe – sua mão voltou a acariciar minha orelha, me trazendo novamente aquela sensação.

 

- Oh, boa tarde – uma moça disse assim que entrara no quarto. Como já tinha visto ela algumas vezes, sabia que era a enfermeira.

 

- Boa tarde – eu e Jinyoung dissemos ao menos tempo.

 

- Vou só checar a sua temperatura, tudo bem? – concordei com a cabeça e a observei fazendo o mesmo possesso de sempre.

 

- E então, no que tanto pensava? – Jinyoung perguntou assim que a mulher se afastou, anotando algumas coisas em uma prancheta que ficava no fim da cama.

 

- Ah... onde está Mark hyung? – tentei desviar o foco da conversa, quem sabe ele esquecesse disso.

 

- Teve que dar uma saída – deu de ombros – mas eu tenho certeza de que você não estava pensado sobre isso – desviei meus olhos dos dele novamente, tentando pensar em uma maneira de contornar essa situação.

 

Meu professor era uma pessoa que sabia arrancar o que queria da outra facilmente. Não é à toa que ele sabia muita coisa sobre mim só por ter conversado de manhã com meu hyung.

 

E, bem, uma ideia surgiu na minha cabeça. Não seria mentira, mas também não era o que eu estava pensando no momento:

 

- Jinyoung hyung. O que significa amor? – o vi se surpreender com minha pergunta antes de me olhar curioso.

 

**

 

- POV. YOUNGJAE -

 

Acho que já faziam cerca de três minutos que nós três estávamos dentro do carro, encarando sem qualquer tipo de expressão a casa a mais ou menos cinco metros de distância de nós.

 

- Você tem certeza de que é... aqui? – Jackson foi o primeiro a acabar com o silêncio. Eu não o consegui fazer pois me sentia angustiado por ver o lugar onde supostamente meu JB morou.

 

- Sim – Bambam respondeu simplesmente.

 

Sério. Imaginem um lugar sombrio só pela sacada. Imaginaram? Pois bem, agora o multiplique por dois. Então, é basicamente o que está diante dos meus olhos.

 

Era apenas uma casa térreo com cores de um marrom escuro totalmente desbotado. O portão baixo praticamente caindo aos pedaços separava a calçada de um jardim judiado e sem vida. As janelas estavam fechadas e lacradas com a ajuda de umas madeiras e eu podia jurar que uma aura sinistra rondava a casa.

 

Até me arrepiei aqui. Credo.

 

- Então vamos – sem esperar por resposta, Jackson saiu do carro. Bambam foi logo atrás e eu em seguida.

 

Ainda me sentia estranho por estar ali. Sempre fui medroso e se algum dia alguém me dissesse que eu pisaria em um lugar como esse, eu riria até o sol explodir. Sério, detesto essas coisas sem vida e assustadoras. Qual o problema em pintar as paredes em um rosa cheguei e deixar uma música bem baladinha tocando no último?

 

"Não, é melhor deixar tudo morto e macabro porque é legal". Certeza que seja lá quem for que mora aqui deve pensar assim.

 

- Bambam, por que raios você veio comprar o JB nesse fim de mundo? – indaguei antes de me agarrar ao braço do mais velho entre nós ao que uma maldita pomba passou rasgando na nossa frente. Só não gritei porque ainda me resta um pouco de dignidade.

 

- Já lhe disse que eu não o comprei – Bambam empurrou o portão com mais cuidado que o necessário, dando passagem para a gente em seguida – ele foi doado por uma senhora muito gentil.

 

- E como você a encontrou? – dessa vez Jackson indagou. Eu poderia estar agarrado a ele, mas na verdade ele estava com tanto medo quanto eu. Foi só Bambam se juntar a nós para ele se agarrar ao braço do namorado.

 

- Uns dias antes do aniversário de vinte anos do Youngjae, eu decidi dar uma volta para pensar no que dar a ele. E enquanto eu estava com a cabeça nas nuvens, eu acabei vindo parar aqui – paramos de frente a porta da casa, o que me causou um arrepio em toda espinha – bem, uma senhora boazinha conversou comigo e acabou me convencendo de que seria uma boa te dar um gato. Foi basicamente isso – e como mágica a porcaria daquela porta abriu. Sozinha! Puta merda.

 

- Cacete, essa porta abriu sozinha! – Jackson comentou num misto de voz, apertando um pouco mais o meu braço. Já estava me arrependendo de ter faltado no serviço e estar aqui.

 

- Vocês dois são muito frouxos, credo – mesmo não vendo por conta do escuro infernal que estava ali dentro, pude sentir apenas pelo tom de voz que Bambam revirou os olhos.

 

- Bammie, não nos abandone aqui não, merda! – Jackson choramingou por provavelmente não sentir mais os braços do boy nos seus. Pera...

 

- Como assim ele nos abandonou? Bambam?! – dessa vez eu quem deixei um misto escroto de voz sair, olhando ao redor. Tudo o que eu via era o breu e o único resquício de luz que restava era a porta que, abruptamente se fechou.

 

Sabe quando o cu lacra miseravelmente? Pois é...

 

- Porra, cadê ele? – Jackson assim como eu, tentava enxergar naquele escuro, mas era em vão.

 

- Olha, no momento estou mais preocupado em conseguir sair daqui vivo...

 

- Que amigo você em, Choi?

 

- Primeiro temos que viver para salvar o próximo, sabe?

 

- O certo seria morrer pelo próximo, sua anta – olhei para o hyung incrédulo pela ofensa, mas na verdade não enxergava porcaria nenhuma.

 

- Escuta aqui, queridinho. Eu não sou tuas ne-

 

Bem, no momento seguinte eu não faço ideia de quem deu o grito mais alto. Só sei que eu gritei e muito. Jackson não foi nada diferente de mim. Nós nos abraçamos tão forte que a qualquer momento nós nos fundiríamos sem problemas.

 

- PORRA, BAMBAM, SEU MERDA! – me larguei de Jackson pra descer a mão naquele pirralho.

 

Sua risada era o que mais se ouvia, seguido dos meus tapas e xingamentos. Jackson também veio dar uns tapas nele. Como aquele maldito nos assusta desse jeito?! Eu e o mais velho estávamos sensíveis e aquele bobão vem com a lanterna do celular na cara por trás da gente? Cuzão...

 

- Desculpa, hyungs! Chega de me agredir, saco! – e com muito custo, fomos parando. Claro que não resisti em deixar um tapa um tanto forte nele para encerrar a sessão agressão.

 

- Você tem demência, palhaço? – perguntei ajeitando minhas roupas.

 

- Não resisti. Vocês são medrosos demais – o tom de Bambam era banhado de deboche. Já queria lhe tacar a mão de novo.

 

- Sem graça... – Jackson suspirou – 'tá, e agora?

 

- Parece que a senhora Yoo não está em casa... – Bambam parecia pensativo pelo tom de voz.

 

- E vamos ficar aqui parados? – perguntei antes de tomar o celular das mãos de Bambam para iluminar ao redor. Eu poderia pegar o meu, mas o dele já estava ali, então.

 

- Não. Vamos confirmar – Bambam tornou a pegar o celular, passando a caminhar pela casa. Eu e Jackson chegamos rapidamente ao seu lado, cada um de um lado do mais novo.

 

A casa por fora poderia parecer pequena, até porque é térrea. Mas por dentro... me sentia em um labirinto escuro e assustador. Eu só podia enxergar o que a luz vinda do flash do celular de Bambam proporcionava.

 

Claro, isso até uma luz de um tom rosa claro escapar pelas brechas de uma porta no fim de um corredor que eu nem sabia que estava. Tentei achar os olhos dos meus amigos, mas como era óbvio, não achei nadinha.

 

Senti o impulso vindo de Bambam para continuar e assim nós continuamos andando até pararmos de frente a tão estranha porta. Já era possível enxergar nossos rostos por conta da luz que exalava de lá.

 

- O que você vai fazer? – perguntei ao ver o braço de Bambam esticado e sua mão próxima a maçaneta.

 

- Fazemos esse movimento quando pretendemos abrir a porta, sabe? – revirei os olhos com a resposta.

 

- Eu sei disso, babaca. Estou falando no sentido de não sabermos se podemos sair entrando assim no quarto dos outros – disse meio receoso.

 

Não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando. O certo nem era nós estarmos aqui para começo. Agora que percebi que me deixei ser levado por aquele pirralho. Que adulto responsável eu sou.

 

- É óbvio que não podemos, não é, Youngjae? – Jackson quem respondeu e por algum motivo tinha certeza que sua voz era banhada de sarcasmo.

 

- Não acham que deveríamos voltar e esperar sermos atendidos da forma certa? Afinal, estamos praticamente invadindo a casa – e eu estava certo. Quem é que saí entrando assim na casa dos outros?

 

Eu sabia que um deles ia me responder, mas a porta a frente sendo aberta calmamente e, detalhe, sozinha, os cortou. Todos nós levamos nossa atenção até ela, onde o interior do misterioso quarto era tomado pela intensidade cada vez maior daquela luz, onde eu me sentia cada vez mais cego.

 

**

 

- Youngjae? – forcei um pouco meus olhos fechados a permanecerem assim. Por mais que eu estivesse curioso a respeito de quem me chamava, eu sabia que estava deitado. Tenho até medo de saber o que me aguarda se eu abrir meus olhos – Youngjae, eu sei que você está acordado – uma voz desconhecida por mim dizendo meu nome... que maravilha.

 

O que aconteceu mesmo?

 

- Quem é você? – perguntei ainda de olhos fechados. Eu estava com um medo absurdo de quem pudesse ser e o que fez comigo. Só não estava pior pois sabia que era uma mulher. 'Tá que mulheres também são perigosas, mas, vocês entenderam.

 

- Abra os olhos e descubra – ainda receoso, fui abrindo um olhos de cada vez, presenciando um céu, completamente azul.

 

Franzi o cenho e abaixei a visão.

 

Mais à frente havia uma árvore cerejeira, totalmente sem vida. Suas folhas caiam de acordo com o soprar do vento em uma facilidade absurda. Deixei que meus olhos vagassem por todos os cantos, confirmando que não havia mais nada. Apenas a árvore, a grama que parecia sem cor e um tanto alta onde eu estava deitado, eu e uma... uma pessoa. Encarando a árvore de perto e de costas para mim.

 

Me sentei sem desviar a atenção daquela pessoa. Onde merdas eu estou agora? Eu não estava na porcaria daquela casa? Como eu vim parar aqui? E, onde exatamente eu estava?

 

Espera... onde estão aqueles dois?

 

- Irei responder o máximo de perguntas possível. Não se preocupe, Youngjae – dei um pequeno salto pelo susto. Aquela pessoa - que descobri ser uma senhora - brotou sentada ao meu lado.

 

- Como você...

 

- Sei seu nome? – sorriu ao dizer. Ela tinha covinhas fofas, apesar de suas roupas longas, esfarrapadas e negras.

 

Me afastei um pouco.

 

- Q-quem é você?

 

- Um demônio que quer sua alma em troca da de seus dois amigos.

 

Arregalei os olhos com a reposta. Eu pretendia gritar e chorar como se eu tivesse batido o dedinho na quina de algum móvel, mas a risada alta e estridente daquela senhora me cortou legal.

 

- É brincadeira, Youngjae.

 

- Não parece... – cara, meu coração estava a milhão, e eu ainda queria chorar.

 

A observei mexer nas roupas como se procurasse algo. E, inesperadamente, ela me estrega minha carteira, sorrindo de forma doce. Provavelmente minha expressão era de espanto ou qualquer coisa parecida.

 

- Mas...

 

- Não se preocupe. Não peguei nada. Pode checar – ela voltou a me interromper, olhando para o objeto em minhas mãos.

 

- Eu só quero saber onde eu estou – disse ignorando o que ela havia dito. Cara, eu ainda estava com bastante medo daquela senhora de aparência macabra. Não fazia ideia de onde aqueles dois paspalhos estavam e nem como eu vim parar aqui.

 

- O certo seria o porquê de você estar aqui – ela se levantou e começou a caminhar sentido àquela árvore. Me senti na necessidade de segui-la.

 

- Não é a mesma coisa? – indaguei assim que a alcancei.

 

- Quem sabe? – suspirei.

 

- Mas, então. Quem é você?

 

- Sua pergunta não era onde você estava?

 

- Aish! – a olhei irritado, mas tudo o que recebi em troca foram minhas bochechas sendo apertadas. Claro que afastei suas mãos rapidamente – quer responder alguma das minhas perguntas, por favor?

 

- O céu está lindo, não acha? – é, eu bufei e xinguei tudo quanto era coisa com tudo quanto era palavra de forma silenciosa. Alguém me salva...

 

- Senhora... está se sentindo bem? – essa era minha forma educada de perguntar se ela bateu com a cabeça e esqueceu como responder devidamente alguém.

 

- Na verdade estou ótima por finalmente poder conhecê-lo, Choi Youngjae – parei de caminhar ao ouvir tais palavras. Entretanto, ela continuou, o que me fez voltar a andar.

 

- C-como?

 

- Me responde algo com sinceridade, Youngjae? – por que eu deveria?

 

- Sim... – trouxa.

 

- Por que foi até minha casa?

 

- Aquela é sua casa?

 

- Não se responde uma pergunta com outra pergunta – fechei os olhos demoradamente. Nunca tive vontade de agredir uma senhora, mas essa está praticamente pedindo.

 

- Senhora... tenta entender o meu lado. Eu nem sei quem é a senhora, não sei onde estou e muito menos onde meus amigos estão. Então, pelo menos você poderia responder uma de minhas perguntas? – e assim surge um fio de esperança.

 

- Eu já comentei o quanto o céu está lindo hoje? – e ele foi rapidamente dilacerado.

 

Sério, eu não queria chorar, não mesmo, mas essa tia estava me deixando agoniado. Parei de caminhar enquanto sentia meus olhos marejados só de pensar que nunca mais ia sair de seja lá onde eu esteja. E pra piorar ia ficar preso com essa doida.

 

- Aigoo! Como você me lembrou meu pequeno Nabuco agora! – levantei meu rosto na velocidade da luz ao ouvir esse nome.

 

- O que disse?

 

- Nabuco fazia essa pose sempre que fazia algo errado ou estava triste.

 

Não é possível... é concordância. Só isso.

 

- Senhora... você doou um gato para um garoto chamado Bambam?

 

- Oh, sim. Um jovem maravilhoso por sinal – ela sorriu ao dizer. Aquela pontinha de esperança em entender isso tudo havia voltado, me obrigando a engolir o choro e focar nas perguntas.

 

- E... – funguei um pouco – a senhora se lembra de como era esse gato?

 

- É sério, olha esse céu! Não me lembro dele ter ficado tão azul assim – é, meus caros, e assim se foi o Youngjae controlado.

 

Voltei a me sentar no chão e não segurei minhas lágrimas. Não acredito que estou no meio do nada com uma senhora pirada sem fazer a mínima noção de como e nem porque estou aqui. E isso sem contar que o paradeiro de Jackson e Bambam ainda se mantém desconhecido.

 

- Não chore, criança – aquela doida se ajoelhou na minha frente afagando meus cabelos. Não sei porque, mas comecei a chorar mais – o que o JB pensaria ao te ver assim? Hm?

 

Engasguei com minha própria saliva.

 

- O-o quê?! – meu rosto deveria estar a derrota. Todo molhado e um pouco inchado, meus olhos deviam estar um pouco vermelhos, pois sempre que chorava eles rapidamente ficavam assim. Isso sem contar que meu nariz devia estar escorrendo – o que disse?! Repete, por favor, senhora...

 

- Oh, que desespero – ela passou seus polegares pelo meu rosto, limpando-o – vai acabar morrendo afogado.

 

- De onde a senhora conhece o JB?? Pelo amor de suas crenças, me diz!

 

- Se acalme, huh? – contei até dez mentalmente, respirando de forma tranquila – melhor?

 

- Só me responde – estava quase suplicando. A que ponto cheguei?

 

- Oh! Olhe! – a mulher apontou para a árvore, me fazendo olhar para onde ela queria.

 

E, caramba, aquilo foi estranho.

 

Ao redor da árvore havia uma mulher correndo atrás de uma criança enquanto ambos riam. Não demorou para ela pegar o pequeno nos braços, rodando-o no ar. Mesmo estando longe deles, pude notar que o sorriso que marcava o rosto da criança era enorme assim como da mulher. E quando ela o apertou em seus braços em um abraço que daqui senti conforto, ambos desapareceram, transformando-se em folhas assim como as da árvore.

 

Estava boquiaberto com o que via.

 

- O-o q-que...

 

- Aquilo foi muito bonito, não é? – a senhora parecia emocionada. Eu, por outro lado tentava decifrar como ela fez isso sem tomada para ligar algum aparelho - que também não sabia onde estava - para refletir tais imagens.

 

- Como...

 

- Nabuco adorava brincar de pega-pega – voltei a olhá-la assustado.

 

- Espera! Tem como me explicar isso melhor? – já estava no limite da minha paciente, porque, puta merda, nunca me senti tão perdido como agora – a senhora fala do JB como se o conhecesse.

 

Ela sorriu.

 

- É incrível como o céu é infinito... – me deitei no chão, sentido aquelas malditas lágrimas voltando. Eu definitivamente quero morrer – e nossas vidas não...

 

- Alguém me mata...

 

- E é mais incrível ainda como pessoas são capazes de abrir mão da própria por outro alguém.

 

- Se a senhora me matar agora eu juro que não te perturbo do além.

 

- E claro que esse não foi exatamente o caso da mãe do JB.

 

Voltei a me sentar, mas sem mostrar meu verdadeiro interesse pela história. Já tinha sacado a dessa doida. Sempre que eu me interessava ela mudava de assunto.

 

- Aquela irresponsável de merda – sussurrou irritadiça.

 

- O que ela fez? – a olhei curioso.

 

- Ela era uma viciada em jogos e passava suas madrugadas em casinos e coisas parecidas – suspirou – e como uma forma de pagar o que ela devia, em uma dessas suas noitadas, ela deu o próprio corpo.

 

Fiz uma careta ao ouvir isso. Que tipo de pessoa era essa mulher? Espera...

 

- JB realmente foi um humano antes de virar um gato e... Depois um humano de novo?! – quê?

 

- Interromper os mais velhos é falta de educação, pequeno Choi.

 

- Desculpe... – murmurei. Então quer dizer que as suspeitas do idiota do Jackson eram reais? Meu Deus.

 

- E nove meses depois uma criança doce e maravilhosa nasceu – continuou antes de voltar a sorrir – sinceramente acho que Im Jaebum soa bem melhor do que Nabuco. Ela não tem censo pra nome e não me surpreendo por Bambam ter o mesmo nível de criatividade que ela – franzi o cenho.

 

- Esse era mesmo o nome dele? – ela concordou. Quem diria – e, de onde você ouviu esse nome? Im Jaebum? – sério, estava começando a ficar com medo dela novamente.

 

Ela olhou para o céu.

 

- Youngjae. Tudo que envolve meu pequeno JB me envolve também – voltou a olhar para mim. Seu rosto parecia mais triste, diferente de alguns minutos atrás.

 

- O que isso quer dizer?

 

- Você não concorda que o azul do céu combina muito bem com aquela árvore? – levei minhas mãos até o rosto, abafando um grito de raiva. Mais que porra! Por que essa mulher está fazendo isso comigo?

 

- Olha, senhora, estou surtando aqui se não pe-

 

Paralisei ao ver que a senhora estava sentada próxima a árvore. Como caralhos ela chegou lá tão rápido!?

 

E com uma vontade e coragem que nem sabia que meu corpo ainda nutria, me levantei e fui até ela, a passos largos. Cara, estou abismado com a agilidade dessa mulher.

 

- Oh, você veio – ela comentou ao me ver sentando ao seu lado, ofegante.

 

- Não tenho para onde ir, não é mesmo? – ironizei tentando regular minha respiração.

 

- Essa árvore já foi mais bonita – ela tocou o troco da mesma com delicadeza, ignorando minha ironia – essa grama também – fez o mesmo – mas por incrível que pareça, o céu continua o mesmo.

 

- O que houve com a mãe do JB? – tentei ignorar seus comentários sem sentidos e focar no que eu queria saber. Oh missão difícil essa...

 

- Ah, sim. Bem, ela praticamente amarrou a corda no próprio pescoço – a olhei confuso – sabe, ela não parou de apostar e foi apenas se endividando mais e mais. E você sabe como essa gente é influente e perigosa, não é? – concordei de forma muda – eles ameaçaram tirar a vida do pequeno JB caso ela não pagasse o que devia.

 

Meu peito apertou só de ouvir isso.

 

- Quantos anos ele tinha? – perguntei baixo.

 

- Cinco – voltou a acariciar a árvore – e nesses cinco anos ela conseguia "quitar" suas dívidas por continuar pagando com o próprio corpo – sua voz saía enojada – mas chegou uma hora que eles se enjoaram de seu corpo. Eles queriam dinheiro ou então a vida de seu filho.

 

Abaixou o olhar.

 

- E a quem ela veio recorrer quando não tinha mais escolhas? – ela prosseguiu. Eu a encarei como se pedisse para dizer quem – eu! A irmã estranha que só serve para livra-la dessas situações!

 

- A senhora é tia do Jaebum?! – indaguei exasperado. Por essa não esperava mesmo.

 

Ela riu.

 

- Pois é, pequeno Choi. Eu tive de livra-la dessa. Em partes.

 

- Como assim?

 

- Eu poderia ajudá-la, entre aspas. Eu conseguiria esconder meu sobrinho, mas... apenas – permiti mais uma vez que meu olhar confuso pairasse.

 

- Tem como ser mais específica...? – cauteloso, acabei por perguntar.

 

- Como citei entre linhas antes, eu não sou uma pessoa que, para muitos, não é normal – continuei na mesma. E, com um longo suspiro ela prosseguiu – eu faço mágica, Choi Youngjae.

 

Sabe aquele momento que você ri, mas ri que nada mais faz sentido? E até esquece onde você está e qual o motivo da risada? Bem, era exatamente o que estava acontecendo comigo.

 

- Pelo visto você não acreditou nessa  – disse ela com um tom divertido, o que só me comprovou que esse papo era uma completa babaquice.

 

Eu ia cessando minhas risadas aos poucos quando um vento forte passou por nós, me obrigando a fechar os olhos. Quando os abri novamente, eu tinha certeza que eles iam saltar do lugar pela forma como os arregalavam.

 

Não era possível.

 

Estávamos sentados ao chão do quarto de hospital em que JB estava. Eu podia vê-lo conversando com Jinyoung, mas minha mente estava tão perdida que não conseguia acompanhar o diálogo deles.

 

Isso não é real, certo? Não tem como eu vir para cá tão rápido... isso não é... fisicamente possível. Magia não existe, isso é coisa de histórias e filmes. Ficção e fantasia. Isso aqui é vida real, meu Deus!

 

- Eu estou enlouquecendo... – sussurrei me levantando e me aproximando da cama onde JB estava.

 

- Acho que não está, Youngjae – ouvi a senhora dizer ao meu lado, mas não lhe dei muita atenção.

 

- Como... como chegamos aqui? – perguntei observando as expressões de JB ao ouvir o que Jinyoung dizia. Eu não entendia nada, meu cérebro recusava-se a tentar entender o que não fosse esse absurdo.

 

- Já lhe disse, Youngjae. Não sou uma pessoa normal – no momento em que me virei para encará-la, aquele vento retornou, nos levando - transportando ou sei lá mais no que acreditar nessa altura do campeonato - de volta para onde estávamos antes.

 

- Não dá pra acreditar...

 

- Como acha que Jaebum se transformou de um gato para humano? – seu tom agora era sério. Eu não parava de encarar o chão, tentando assimilar tudo o que acabei de ouvir e ver – fui eu, Choi. Eu quem o deixou assim.

 

- Como?! Isso é cientificamente e humanamente impossível! – acabei por me exaltar.

 

- Não quero que você acredite no que é possível ou não, Youngjae. Apenas quero responder as suas perguntas. Se você acreditará ou não, isso não cabe a mim – mordi o lábio inferior com sua resposta – eu fiz o que fiz para salvar a vida dele.

 

- Como...? – minha voz passou a sair baixa, como se no mesmo tempo em que eu queria ouvir, eu não queria.

 

- Eu fiz um feitiço que o transformaria no que você viu: um gato. E para isso eu tive que abrir mão de metade de minha própria vida... – a olhei surpreso, mas nada disse – por isso este lugar está tão triste e sem cor. Aqui simboliza o meu eu. A cada dia que se passa, eu acabo por envelhecer mais rápido que o normal.

 

- E... isso interfere no JB, tipo... de alguma forma? – perguntei ainda sem encará-la, tentando organizar as ideias.

 

Ela suspirou.

 

- Interferiu sim – agora passei a fitá-la – quando lancei o feitiço no meu sobrinho, metade do meu tempo de vida se foi. E, o motivo disso ter acontecido, foi para tentar preservar a idade do meu pequeno até que essa... "maldição" acabasse.

 

- 'Tá... vamos com calma – parei para pensar um pouco – se você deu metade de sua vida para conservar a dele que tinha... cinco anos na época, por que agora ele tem uma aparência adulta e um jeito infantil? Ah, e não que eu acredite nisso... digamos que... hipoteticamente.

 

Ela riu abafado.

 

- Muito bem ressaltado, pequeno Choi – revirei os olhos – digamos que, hipoteticamente, foi isso a suposta interferência em JB. Enquanto a magia forçava-se a manter a idade dele sendo cinco anos, a própria idade biológica esforçava-se a manter tanto a idade normal dele a seguir o percurso correto, no mesmo tempo que o percurso da idade de um gato.

 

Minha feição no momento deveria ser um enorme ponto de interrogação.

 

- Espera... tem como explicar de um jeito mais fácil?

 

- Bem, enquanto de um lado a magia mantinha os cinco anos de JB, o outro lado tentava seguir o padrão de um humano normal ao mesmo tempo que... um meio termo, sendo ele a idade felina, tentava seguir o próprio padrão – acho que ela notou que nada mudou em minha expressão, então voltou a falar: – certo, certo. Vou ser mais específica. Em um período, era capaz do JB ter dez anos de idade, por exemplo, e no dia seguinte ter dezessete. E no fim desse mesmo dia, ele podia retroceder e ter doze anos.

 

Franzi o cenho.

 

- Então quer dizer que um tipo de luta interna para decidir qual padrão de idade seguir era constantemente travada no período em que ele era um gato? – ela concordou – isso é inacreditável...

 

- Mas verídico – ela assegurou. Eu não parava de sorrir incrédulo com o que ouvia – infelizmente meu pequeno JB sofreu um pouco com isso, o que também influenciou na sua pequena mutação, mediante as coisas, que você nem deve ter notado. Como ele era um gato, o normal seria ele esquecer-se das coisas após dez minutos. Mas não era o que acontecia. Ele as armazenava e agora, como humano, sabe e lembra-se de muitos fatos, palavras, frases, ações e qualquer outra coisa que ele teve contato, apenas como um felino.

 

- Isso é verdade... – acabei concordando. Ela tinha razão – já que... aparentemente isso faz um pouco de sentido, você pode dizer a real idade dele?

 

- Nem eu sou capaz de responder. Sua idade oscilava bastante, mas pela sua aparência, deve estar em torno dos seus dezoito ou vinte e dois anos. Não sei dizer – fiquei um tempo pensativo – e a propósito, seu aniversário é dia seis de janeiro e não primeiro de junho. Essa é apenas a data em que o transformei.

 

Pisquei os olhos algumas vezes, processando a mais nova informação que foi dita de forma tão simples.

 

- Como é?

 

- Pois é. Eu sei que vocês achavam que ele fazia aniversário a alguns dias atrás, mas estavam errados – sorriu como se aquele meu "como é" significasse um "explica como gente decente, tia".

 

Decidi ignorar a pergunta: "como diabos ela sabe disso??" e pensar em outra.

 

- Tem risco dele voltar a ser um gato de novo? – perguntar isso me deu uma insegurança danada mas era necessário. Não sabia se estava pronto para ouvir a resposta.

 

Ela sorriu de orelha a orelha.

 

- Oh, não se preocupe. Essa magia era temporária, com um período de três anos.

 

- Três anos?

 

- Sim. Eu o transformei quando ele tinha sete anos e, nesse período de três anos, sua mãe...  – fez uma pausa, o que me entristeceu de certa forma – bem, ela está em um bom lugar agora. Tenho certeza.

 

Suspirei de forma longa. Ficava grato por JB não estar ouvindo isso. Se eu me sinto mal, não consigo imaginar  como ele ficaria.

 

- Mais alguma pergunta? – o tom da senhora era divertido, então aproveitei a deixa pra quitar todas as minhas indagações.

 

- Ah, sim. É, os olhos e orelhas do JB serão sempre assim? Não que eu não goste... apenas, sei lá, é complicado explicar isso para as pessoas.

 

- Ele ficará assim para sempre, Choi Youngjae. Mais uma das consequências do meu ato – sorriu meiga.

 

- E por que você não pensou em outra forma de ajudá-lo? Sei lá, transformá-lo em um gato? Não era mais fácil apenas esconde-lo aqui até tudo isso passar? Ainda mais com todas essas consequências que ocorreram com JB – essa era a pergunta que estava bem entalada na minha garganta após ouvir tudo isso.

 

- Eu estava ciente do que resultaria, pequeno Choi. Essa coisa de se meter com donos de casinos é muito perigosa. Eles dificilmente esqueceriam dessa dívida e iriam atrás do meu sobrinho até o inferno se precisar – deu uma pausa longa – se eu o "apagasse" do mapa, era óbvio que Jaebum teria paz. Eles poderiam vir atrás de mim, porém, sei muito bem tomar conta de mim mesmo – sorriu minimamente – e enquanto a Jaebum? Ele não conseguiria cuidar de si, então, quando o transformei, sabia que ele não seria mais o mesmo, por mais que me doa lembrar que não permiti que meu sobrinho fosse livre. Não somente a mim quanto a mãe dele – sorriu amargurada. Aquilo era de apertar o coração. Sem dúvidas – mas sacrifícios são necessários, certo?

 

Permaneci em silêncio, encarando a grama sem vida movendo-se de acordo com o que o vento desejasse.

 

- E quanto a você? Daqui para frente? – tenho certeza que a peguei de surpresa com a pergunta.

 

- O que tem eu?

 

- Você ficará bem? – seu sorriso era mínimo, mas mesmo assim podia notar um brilhinho de tristeza.

 

- Eu ficarei bem, Choi Youngjae – não senti convicção em suas palavras, mas decidi não contestar – e minha pergunta? Pretende responder?

 

- Pergunta...?

 

- Por que veio até minha casa? – desviei minha visão de seus olhos, pensando um pouco.

 

- A senhora sabe. Eu... queria... queria entender toda essa coisa. De um dia para o outro ele... vira um homem. Isso... isso é surreal para mim, sabe? – minha resposta foi totalmente insegura. Não sei bem se esse era o motivo de estar aqui. Agora eu estava mais confuso que o normal.

 

- Youngjae... – ela tocou meu rosto, me fazendo olhá-la nos olhos – me prometa algumas coisas, sim? – concordei com a cabeça – me prometa que você cuidará com todo o seu amor de Im Jaebum. Me prometa que não irá magoá-lo, independente do que acontecer. Me prometa que estará sempre ao seu lado, suprindo todas as necessidades que nem eu nem a mãe dele fomos capazes de fazer. Me prometa que não fará com que a minha decisão de deixá-lo em suas mãos não fora errada. Me prometa que irá amá-lo como ninguém foi capaz de fazer.

 

Demorei um tempo para assimilar tudo e, no final, o que conseguir responder foi um:

 

- Você vai morrer? – ela riu. Uma risada típica de uma senhora. Muito verdadeira.

 

- Você é uma graça, Youngjae – ela se levantou, o que me fez fazer o mesmo – todos morreremos um dia, pequeno – revirei os olhos.

 

- Eu sei, mas não é isso que eu quis dizer – fechei os olhos ao perceber que ela se aproximava, deixando um selar carinhoso e longo em minha testa.

 

- Você promete? – seu rosto ainda estava muito próximo do meu e se não fosse pelo seu tom sério, eu jurava que ela ia me beijar. Eu não presto.

 

- P-prometo.

 

E em frações de segundos aquele mesmo vento de antes nos atingiu, me dando a reação de fechar os olhos. E enquanto o fazia, pude ver aquela névoa de tom rosa claro cobrir toda a minha visão, me atordoando por um momento, antes de eu apagar novamente.

 

**

 

Flexionei ainda mais meus olhos fechados ao despertar. A sensação de ter dormindo mais que o recomendado me atingia, me fazendo permanecer mais um tempo assim. Me ajeitei de forma a me deitar de lado, mas me surpreendi ao notar que não estava em minha cama.

 

Abri os olhos de imediato, tendo flashes de memórias e um teto de couro sobre mim.

 

Eu realmente conversei com aquela senhora estranha que alegava ter magia e ter transformado meu JB de humano para gato e depois humano de novo? E pior, eu acreditei pra valer nesse papo todo?

 

Acho que esse foi a história que mais me convenceu de toda essa loucura - e a única, para falar a verdade - já que eu havia me decidido em procurar respostas. Só não esperava encontrá-las tão rápido e tão inimagináveis quanto. Mas enquanto não me apresentarem nada que opusesse todas aquelas afirmativas, fatos, acontecimentos - vistos através dos meus próprios olhos - e histórias contadas por aquela velhinha estranha, trevosa e fofa ao mesmo tempo, continuarei acreditando - por mais esquisito que tudo tenha sido e paire por minha mente.

 

Só parei de refletir sobre um acontecimento que tem 55% de chances de não ter sido mesmo um sonho quando ouvi um resmungar. Me sentei sobre o acento do carro em que estava e observei tanto Jackson quanto Bambam acordando, os dois com uma cara de bunda danada.

 

- O que aconteceu? – Jackson soltou assim que percebeu onde estava – pera, onde... a gente 'tá mesmo?

 

- O certo não seria, como chegamos aqui? Não lembro de ter entrado no carro... – Bambam deu uma pausa no que dizia, parando seus olhos em mim por poucos segundos – com vocês.

 

Estreitei os olhos com essas frases. Eles não se lembram de nada?

 

- Youngjae, você 'tá na Terra ou flutuando com a gente? – Jackson perguntou se virando para me encarar assim como Bambam.

 

Pensei. Pensei a respeito e pensei mais ainda.

 

 

- 'Tô tão avulso quanto vocês.

 

É. Eu menti. Menti, pois, sentia que era o certo a se fazer. Além de toda a explicação que eu viria a dar para eles sobre a verdade a respeito de Jaebum soar como piada para eles - podia até imaginar e ouvir as gargalhadas -, um sentimento de sigilo me dominou.

 

Não é que eu estava sendo egoísta ou qualquer coisa do tipo. Eu sabia que eles voltariam a tocar no assunto, então não tinha sentido.

 

Se aquela velhinha falou apenas comigo e ainda fez com que eles esquecessem o que estavam fazendo ali, é porque ela tem um propósito. E não vai ser eu quem irá destruí-lo. Pelo menos não agora.

 

- Então quer dizer que nós três abandonamos o JB no hospital sem um motivo aparente? – Jackson perguntou fazendo careta.

 

- Mark e Jinyoung então lá, não se preocupe – falei, mas quase me bati por tal.

 

- Como sabe? Nem disso eu lembro – Bambam mordeu o lábio inferior. Sempre que se frustrava, adorava descontar no pobre lábio.

 

- E-eles me mandaram uma mensagem e por isso acordei antes de vocês – voltei a mentir. Sério, eu odiava fazer isso, mas não tinha o que fazer.

 

- Ah. – os dois murmuraram ao mesmo tempo – vamos comprar umas pizzas e levar para o JB em uma forma de pedir desculpas por termos saído sem razão? – Bambam sugeriu todo animado e eu fechei a cara com isso.

 

- Claro que nã-

 

- Ótima ideia, Bammie! – Jackson me cortou igualmente feliz como o namorado.

 

- Gente, ele está no hospit-

 

- Vamos levar do sabor predileto dele – fui cortado novamente, porém, dessa vez por um Bambam pensativo. Credo, 'tava sendo ignorado sem dó.

 

- Combinado – Jackson concordou já ligando o carro.

 

Bufei cansado de tentar contestar. Como se fosse influenciar na decisão deles.

 

- Irresponsáveis – murmurei olhando para a paisagem que passava rapidamente pela janela e ouvindo os planos deles para como esconder a "surpresa" para Jaebum dentro do hospital.

 

 

 


Notas Finais


Tá aí.

É... bem noiada essa tia, né? Deus me livre... Nem me perguntem da onde ela surgiu em minha mente porque eu não sei responder.

Tadin do Jae, ficou mais perdido que eu na vida :')

Mas, bem. Agora sabemos melhor da origem de JB e como, porque, e blá blá blá, dele ter virado um neko. Sei que o cap. foi parado, mas já adianto que o próximo....

Bju e ~Atéé a próxima att de hoje c:


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