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História A Nereida - Capítulo 10:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 10 - Capítulo 10:


Vila das Amazonas.

A porta é escancarada quando Mu de Áries irrompe pela mesma gritando pelo nome da jovem moradora da humilde casa. Mas apenas o silêncio foi a resposta que obtivera. Sem demora, ele vai até os aposentos dela e encontra a cama intocada, bem como a urna de sua armadura de Dorado em um canto do quarto.

—Ela não está aqui...

Estendeu a mão, tocando na urna e fechando os olhos. Por que um deus como Dionísio teria interesse em uma amazona de bronze? Essas dúvidas não saiam de sua mente desde que deixou a mansão em ruínas ao lado de Aiolos. Foi quando ouviu sons de passos e se virou para o recém chegado. Era o seu discípulo que retornava ofegante e com uma expressão desanimada.

—Alguém a viu, Kiki?

—Não, mestre Mu. -responde o garoto recuperando o fôlego. -Fui a todos os lugares, falei com o Seiya e os outros. Ninguém viu a Naru desde ontem.

O cavaleiro de Áries foi acometido por um péssimo pressentimento.

—Então? O que faremos?

A voz de Aiolos o chamou de volta, Mu percebera que ele estava acompanhado pelos demais cavaleiros de ouro, recuperados das ações movidas pelo estranho vinho da noite anterior e visivelmente irritados com o acontecido.

—Vocês devem ficar e proteger o Santuário de um provável ataque. Eu irei até o Templo de Dionísio. -respondeu o ariano.

—Sozinho? -Aiolia foi o primeiro a se manifestar. –De jeito nenhum!

—Não é uma boa ideia, Mu. Esse deus é insano! -confirma Aiolos.

—Atacando o Santuário sem motivo algum, causando todos esses problemas. É muito estranha a atitude dele. –comenta Shura, demonstrando irritação pelo o que aconteceu.

—E você é o mestre do Santuário, merda. –disse Máscara da Morte. –Não pode sair por aí querendo chutar a bunda de um deus toda hora que der na telha, sabia?

Todos olharam para o cavaleiro de Câncer, como se não acreditassem que aquelas palavras tivessem sido ditas por ele.

—Não tô falando isso porque me importo com ele. –Máscara da Morte cruza os braços, fechando a cara, tentando esconder o constrangimento pela atenção que recebeu.

—Tudo bem demonstrar que é uma pessoa de vez em quando, Máscara da Morte. –disse Afrodite sorrindo, deixando o amigo mais constrangido ainda.

—Merda. Calem a boca! –resmungou o canceriano.

—Dizem as lendas que ele era um deus enlouquecido. Por isso, imprevisível. -Shaka começa a falar, entrando na cabana e participando a discussão. -Não iria me admirar se ele tivesse feito isso tudo não apenas por vingança, mas por diversão.

—E isso é o que mais me irrita! -explodiu Aiolia. -Como ele ousa brincar com as pessoas dessa maneira?

—Quase matamos pessoas porque um deus estava querendo se divertir? –Shura cerrou o punho, furioso.

—Mestre Shion uma vez me contou uma história em que coube a Atena a missão de aprisionar seu irmão, o deus do vinho, para selar sua loucura que estava causando muitas mortes pelo mundo. -o cavaleiro de Áries falava, sem tirar os olhos da urna de Dorado. -Mas ela o fez a pedido de Zeus, para conter os atos insanos de Dionísio.

—O Selo de Atena enfraqueceu? -Pergunta Máscara da Morte afastado próximo a porta.

—Talvez pelas seguidas batalhas que Atena enfrentou isso seja possível. –concluiu Shura.

—Não. –todos olharam para Mu. -Ele não é um deus no mesmo nível de poder que Poseidon ou Hades. Meu mestre havia dito que dois cavaleiros muito poderosos, irmãos. Eles foram encarregados dessa missão e selaram o deus em uma urna e a confinaram nos arredores do Santuário. Isso há mais de 500 anos atrás.

—E como Shion sabe disso tudo? -pergunta o cavaleiro de leão.

—Um dos homens que selaram Dionísio foi o cavaleiro de Altar. Ele era seu mestre. Isso antes da Guerra Santa daquele tempo. Certamente outra pessoa quem retirou o selo e o libertou. -Shaka explicou. 

—A segurança de Atena sempre vem em primeiro lugar, Aiolos. Você bem sabe disso melhor que qualquer um. Além do mais. -volta a tocar a urna da armadura de Naru. -Isso ficou pessoal.

Aiolos tocou o ombro do amigo, com um sorriso sereno no rosto.

—Tem razão, é pessoal. Mexeram com meus amigos, mexeu comigo. Eu vou com você.

—Está bem. Sinto que não irei demovê-lo dessa ideia. -respondeu Mu com um sorriso.

—Eu também irei. -disse Shaka.

—Não. -respondeu Mu incisivo. -Se o pior acontecer, ficarei mais tranquilo sabendo que Atena estará sob sua proteção, meu amigo.

—Mas...

—Se eu não voltar, o manto do Patriarca é seu, Shaka de Virgem. -determinou o ariano e Shaka concorda com um aceno de cabeça.

—Eu o devolveria ao Dohko. Não combinaria comigo aquele elmo estranho. - respondeu Shaka serenamente saindo da cabana. -Por isso, não morram e voltem logo.

—Ele contou uma piada? -Afrodite espantou-se.

—Aiolos, vamos! -determina o ariano, se afastando da urna da armadura de bronze de Dorado. -Para Tebas.

 

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Tebas.

Em seu templo bebendo seu vinho enquanto apreciava um momento de paz aonde suas servas tocavam instrumentos e dançavam para agradar ao deus com música, Dionísio aguardava o momento em que suas Bacantes chegariam.

Não demorou a sentir a presença de suas três mais preciosas servas, e com um gesto de sua mão as demais cessam suas atividades saindo apressadamente do local, enquanto o deus estendia a taça vazia a Nadeshiko ao seu lado, que já a enchia novamente.

Ágave e as demais se ajoelham, temendo a reação de seu mestre ao o que diriam sobre o encontro com o cavaleiro de ouro.

—Meu senhor, eu... -Ágave começa a falar.

Ele ergue a mão, pedindo silêncio e é atendido pelas mulheres de cabeças baixas, não ousando erguer o olhar na direção do deus.

—Ele está vindo. -disse o deus, sorrindo e admirando sua taça de vinho e começa a rir. -E não vem sozinho. Melhor assim, minha cara. Não devem ter gostado da minha brincadeira de ontem.

—Meu senhor! Deixe que nós cuidemos desses cavaleiros... -Ino se exaltou, mas calou-se diante do olhar de repreensão do deus.

—Meu senhor. -Autonóe começa a falar, sem erguer o olhar. -Ino está ansiosa para lutar novamente com o cavaleiro de Áries, perdoe minha irmã por seu entusiasmo em querer serví-lo.

—Tudo bem, minha bela Autonóe. Mas sei que também almeja medir suas forças com os santos dourados. -disse o deus.

—Só posso lutar se me permitir, mestre.

—É deveras perigoso permitir isso. Até mesmo para mim, que sou um deus.

—Então permita que ela lute, meu senhor. -Nadeshiko sugere sentando ao lado do deus. -Acredito que se permitir que Autonóe lute, seria divertido!

—Acredita que isso seria suficiente para atenuar meu tédio, minha cara? -Dionísio pergunta tocando o queixo de sua amante mortal com a ponta dos dedos. -Desde que me libertou e vi que esse mundo não acredita mais nos deuses, não vi mais alegria em ser imortal.

—Sim. -ela envolve seu pescoço com os braços, beijando seu rosto. -Não percebe que o cosmo dela está explodindo de ansiedade? Será uma bela batalha sentida por todos em Tebas.

Dionísio fita sua serva, a aparente calma era apenas fachada. Seu olhar estava inflamado, ansiosa para lutar.

—Parece divertido! Autonóe!

—Sim, meu mestre!

—Que você e suas irmãs recepcionem os cavaleiros. -ordena o deus do vinho. -E arranque seus corações para mim, sim? Vou enviá-los de presente a Atena.

—SIM!

Responderam as três ao mesmo tempo, sem esconder o entusiasmo e a euforia pela batalha. Autonóe não esconde o sorriso em seus lábios rubros, antes de elevar um cosmo agressivo e assustador.

 

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Do lado de fora do Templo em Tebas, dois homens caminham por uma velha trilha, depois de terem cruzado milhas de distância que separavam o Templo do Santuário de Atena, graças a incrível habilidade do lemuriano de desafiar a física e transpor o espaço com a força do pensamento.

—Não consigo me acostumar com isso. -disse Aiolos, sentindo os efeitos da viagem. -Esse teletransporte.

Mu sorriu achando engraçado que um dos cavaleiros mais fortes do Santuário seja suscetível a náuseas provocadas por seu poder. Mas ficou sério ao ver o Templo do deus do vinho adiante.

—Naru deve estar ali. -o ariano conclui, com um tom de preocupação em sua voz.

—Tem certeza?

—Sim. Não tenho dúvidas disso.

De repente, sentiram um poderoso e agressivo cosmo que surgiu e parecia emanar de dentro do templo.

—Mas que cosmo agressivo é esse? -pergunta Aiolos.

—Sabem que estamos aqui.

Mal acabara de falar e os cavaleiros se viram cercados por centenas de mulheres de armaduras escuras, dando risadas e preparadas para enfrentarem os cavaleiros. Mu e Aiolos ficaram de costas um para o outro analisando a situação.

—Ménades!

—Bem, fico com as quinhentas garotas da direita e vocês com as quinhentas da esquerda? -disse Aiolos, sorrindo.

—Bem...

—Estava brincado. Eu prefiro cuidar de todas sozinho. Não podemos ficar perdendo tempo. -Aiolos começa a elevar o cosmo e no momento seguinte as Ménades avançam contra eles. E no instante seguinte... -INFINITY BREAK!

Nesse instante, milhares de feixes de luz cortam o ar e atravessam os corpos das mulheres sob a forma de bilhões flechas de luz. As mulheres soltam gritos e urros de dor antes de caírem ruidosamente ao chão. A grande maioria jaziam imóveis e derrotadas. Outras gemendo debilmente e incapazes de se moverem permanecendo caídas pelo chão. Uma risada feminina chama a atenção de ambos para a entrada do templo, onde estavam duas Bacantes de Dionísio, as irmãs Ino e Ágave.

—Consegue cuidar de Dionísio sozinho, Mu?

—Sim.

—Então vá. Eu cuido delas.

—Esse homem está nos ofendendo achando que pode nos enfrentar sozinho! -Ino cerra o punho, irritada, enquanto Ágave permanecia impassível.

—Na verdade eu não subestimo inimigo algum. -respondeu o sagitariano, estalando os ossos das mãos ao fechá-las em punho. -Mas meu amigo tem negócios a tratar com seu mestre e pode não parecer, ele é impaciente!

—Deixe-o passar, Ino.

—Mas...!

Ágave cala a irmã com um gesto da mão, enquanto Mu passava calmamente por elas adentrando ao Templo. O cavaleiro de Áries poderia jurar que se tivesse a chance, Ino saltaria contra seu pescoço naquele momento, mas a aparenta calma de Ágave era o que realmente o incomodava.

Assim que o cavaleiro entrou no Templo, Ino não pode mais conter sua indignação.

—Irmã! Está louca?

—Esse homem te humilhou, esqueceu? Matar esse cavaleiro chamado Aiolos deveria ser a sua prioridade. -Ágave estreitou o olhar para o cavaleiro de Sagitário e em seguida acrescenta. -E para chegar ao mestre, ele tem que passar por Autonóe.

Ino sorri concordando com a irmã, gesto esse que não passou desapercebido pelo Cavaleiro de Sagitário.

—E se na improvável possibilidade dele vencer nossa irmã, tem aquela mulher. -ao dizer isso, Ágave fez as garras das suas manoplas surgirem fitando Aiolos, gesto imitado por Ino e ambas se direcionam para lados opostos fitando seu alvo. -Que gosto terá seu sangue, cavaleiro de ouro?

—Agem como se fossem me derrotar facilmente. Mas saibam que vocês perderão essa luta.

—Como ousa? -indaga Ino.

—Simplesmente porque vocês não lutam realmente por devoção ao seu deus, nem lutam por uma causa ao qual abraçam com paixão. –o olhar severo do cavaleiro faz com que as Bacantes hesitem um instante. –São movidas pelo instinto de matar, de saciar seu sadismo! Exatamente por serem assassinas covardes, vão ser derrotadas aqui e agora.

—S-Seu... verme! Iremos arrancar seu coração! -vociferou Ágave.

Aiolos dá um meio sorriso, fechando os olhos.

—Por que sempre subestimam os Cavaleiros de Atena?

Não houve resposta por parte das Bacantes que avançam furiosamente contra Aiolos.

 

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Dentro do Templo de Dionísio, Mu sente o choque de cosmos que acontecia do lado de fora. Mas não hesitou em seus passos, sabia que o amigo era muito forte e um cavaleiro habilidoso. Não seria derrotado tão facilmente pelas Bacantes.

O enorme corredor o levou a uma antecâmara de teto alto, mas parcialmente destruído pela ação do tempo. Das fendas do teto a luz solar atravessava iluminando aquele local. Era um lugar muito belo, e se não fosse o antro de um deus enlouquecido, e estivesse na iminência de uma batalha, o ariano até poderia parar para admirar o cenário.

Então, o som de passos metálicos contra o piso de pedra milenar faz com que Mu tenha sua atenção atraída por um dos corredores, de onde das sombras emerge uma bela mulher de cabelos negros e olhos frios.

—Você é Autonóe, certo?

—Sou Autonóe, sacerdotisa de Dionísio. Bacante do Desespero confirmou com a voz sem emoção alguma.

—Diga-me! Onde está Dionísio? Ele levou uma amazona do Santuário contra sua vontade? -Mu perguntava com um tom de voz agressivo. -Se ele fez isso, vai responder por seus atos!

—Meu senhor se encontra no fim desse corredor. -ela aponta com um gesto suave com a palma da mão. –Se deseja encontrá-lo deve passar por mim.

—Isso será muito simples, Bacante!

Mu eleva seu cosmo cerrando o punho. E Autonóe se posiciona para receber o golpe de Mu, que vem na força de uma energia cósmica concentrada nas palmas das mãos do cavaleiro. A Bacante recebe o golpe e é lançada para trás com força, caindo ao chão em seguida. Após um breve silêncio, o cavaleiro começa a caminhar até a entrada do corredor, mas para ao ouvir uma risada feminina. Com espanto olha por sobre o ombro e nota que Autonóe se erguia, rindo.

Um filete de sangue escorria por seu lábio rubro ferido e ela passa a língua no liquido vermelho, sentindo seu gosto.

—Maravilhoso... Agora, morra...

No instante seguinte ela avança contra Mu a uma velocidade impressionante desferindo milhares de socos energizados contra o cavaleiro, repetindo de modo insano a mesma palavra:

—MORRA! MORRA! MORRA! MORRA! MORRA! MORRA! MORRA!

E o ataque se encerra com um soco desferido pela mulher contra o abdômen de Mu e o lançando contra uma parede que cede parte de sua estrutura com o impacto. O cavaleiro de Aries se ergue sentindo seu corpo tomado pelas dores dos golpes que recebera, encarando sua adversária.

“—Impressionante...” -analisava-a em pensamentos. “-O cosmo dessa garota é muito maior do que imaginava. Era dela aquele cosmo aterrador que Aiolos e eu sentimos ao chegarmos aqui?”

Autonóe coloca diante de si as mãos em forma de concha e uma esfera de cosmo energia púrpura começa a se formar, e a envolver seu corpo balançando seus longos cabelos negros. A esfera se transforma em uma energia flamejante.

—Morra... Bakuhatsu Herufaia!!!!

E então lança a esfera, que se transforma em uma serpente de fogo, contra o Cavaleiro de Áries causando uma grande explosão que leva consigo parte da estrutura do Templo. Tal explosão atrai a atenção de Aiolos, que se distrai momentaneamente.

—MU!

Essa distração faz com que o cavaleiro baixe a guarda se tornando alvo fácil das garras de Ágave em suas costas. Não era um corte fatal graças a proteção da armadura de ouro, mas foi o suficiente para causar muita dor em Aiolos.

—Deveria ser preocupar com você, cavaleiro. Seu amigo estava morto assim que encontrou Autonóe em seu caminho. –Ágave falava com uma expressão satisfeita no rosto. –Sabe, de todas nós ela é quem mais ama ver sangue. Tanto que não consegue se controlar até destruir completamente sua vítimas, destroçando seu corpo. Seu cosmo não tem limites quando ela libera toda a sua fúria!

—Ela é tão incontrolável que meu senhor Dionísio a proibiu de usar seu poder. –Ino dizia se aproximando de Aiolos. -Mas para cuidar de vocês, ele abriu uma exceção.

—O que disse?

—Que morrerão! -Ino ia desferir um chute mas tem sua perna segura pela mão de Aiolos. -O que?

—Eu já disse as duas. Não subestime os cavaleiros de ouro.

O olhar sério do cavaleiro faz a Bacante recuar, e estremecer levemente quando este se levanta exibindo seu cosmo intensamente.

 

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No salão de Dionísio, o deus do vinho assistia a tudo no espelho de águas de uma fonte próxima a seu divã, com uma expressão indecifrável no rosto. Ao seu lado, com uma postura servil, mas um sorriso de satisfação nos lábios estava Nadeshiko.

—A luta está de seu agrado, meu senhor?

—Sim, mas esperava mais do Cavaleiro de Áries. Afinal... –ele suspira entediado. -Você havia me dito que ele era um dos mais fortes.

—E ele é. Não é saudável que suas servas baixem a guarda. -advertiu a mulher, servindo a taça do deus com vinho. -E se elas falharem...pode enviar a sua nova Bacante cuidar do cavaleiro de Áries.

—Tem razão. -ele concorda sorvendo um gole do vinho em seguida. -Será que ela conseguirá vencê-lo?

—Certamente, afinal, deu a ela seu sangue divino. Ela não é mais a mesma pessoa de antes, e sim uma serva leal aos seus desejos, meu senhor.

Dionísio olha para a mulher, de longos cabelos castanhos e de armadura negra e rosto coberto por uma máscara, aonde apenas os olhos rubros eram possíveis de serem vistos, tão frios e mortais. A mulher aguardava em posição servil em um canto pelas ordens do deus.

—Vá. E se Autonóe falhar... Pode matá-la e em seguida o cavaleiro.

A mulher assente com a cabeça e então se ergue, caminhando por um corredor até sumir das vistas de seu mestre. Dionísio começa a gargalhar. E Nadeshiko apenas observa com um sorriso misterioso nos lábios.

Ela caminhava até parar diante de umas das inúmeras estátuas que fizessem parte da decoração milenar daqueles corredores. Eram imagens que reproduziam cenas em que amantes se amavam. Aquela estátua, pequena por sinal, havia lhe despertado algum interesse era de um casal de amantes que se fitavam.

A morena toca na estátua, aquela sensação de familiaridade que a imagem do homem esculpido. Longos cabelos, rosto delicado, mas ao mesmo tempo másculo. Aquilo lhe trazia certo desconforto. A mulher estreita o olhar e esmaga a cabeça do homem ali esculpido. Em seguida dá as costas a ela e se afasta.

 

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No local que servia de palco para a batalha entre Mu e a Bacante.

Autoné observava impassível os escombros aonde ela acreditava estar o resto do corpo do cavaleiro de Áries. Afinal, ao longo da história todos que receberam seu golpe tinham seus corpos reduzidos a cinzas. Sorriu satisfeita, e se afastava do local com a intenção de se juntar as irmãs para matar o outro invasor.

Quando de repente, sentiu um poderoso cosmo emanar daquela pilha de pedras. Sem acreditar no que seus sentidos diziam ela virou-se, a tempo de ver uma explosão dourada jogá-la para trás juntamente com as pedras e poeira.

—O que?

A jovem consegue firmar-se no chão, protegendo o rosto com um dos braços e então ela vê uma figura no centro da explosão.

—Esse é todo o seu poder?

—C-Como? Impossível ter sobrevivido ao Bakuhatsu Herufaia!

—Autonóe, Bacante do Desespero. -Mu lhe falava com certa ira em seu tom de voz. -Não tenho tempo para ficar perdendo com você aqui! Preciso encontrar uma pessoa e fazer seu mestre pagar por seus atos contra Athena e o Santuário. Essa brincadeira já passou dos limites.

—Maldito! -Autonóe se posiciona, reunindo novamente o poder de seu cosmo para voltar a desferir seu golpe. -Desta vez irei reduzir sua existência a cinzas!

—Não adianta. -Ele ergue a mão, elevando o cosmo. -Já conheço sua técnica e ela não funcionará novamente. Prepare-se para receber sua punição por todos os crimes que cometeu!

—BAKUHATSU HERUFAIA!!!

—STARDUST REVOLUTION!!!

Ambos os golpes são desferidos. A serpente de fogo de Autonóe encontra os vários feixes de luz disparado por Mu que investiam simultaneamente contra ela. Autonóe arregala os olhos ao ver milhares de estrelas sobrepujarem sua serpente de fogo e incenderem sobre ela, como se as próprias estrelas da galáxia caíssem em fúria sobre a Bacante. O golpe a atinge em cheio, destruindo sua armadura e lançando-a ao chão, fazendo-a cair como uma boneca desengonçada.

Autonóe tenta se mover, mas não tinha mais forças, mas avista um vulto negro se aproximando, reconhecendo o cosmo de seu senhor mesclado ao da guerreira que chegava ao são. Então, ela sorri pouco antes da vida abandonar seu corpo.

Mu permanece em alerta observando aquela pessoa que havia chegado no local, e não diz nada quando ela cutuca a Bacante caída com a ponta da bota, como se esta fosse um animal morto.

—No fim, provou-se inútil ao mestre. -disse a mulher, com a voz abafada pela estranha máscara que usava.

—Me enfurece ver a maneira que lidam com uma aliada derrotada.

—Tem piedade de seus inimigos? Interessante.

O lemuriano sentiu-se incomodado, o cosmo daquela pessoa era estranhamente familiar, mas ao mesmo tempo parecia corrompido.

—Quem é você?

—Sou aquela que... -ela leva a mão a máscara para retirá-la enquanto falava. -... foi enviada para matar você.

Mu arregalou os olhos ao reconhecer o rosto da guerreira que o fitava.

—Não pode ser... Naru!

Em resposta, ela investe contra o cavaleiro sem dar-lhe chances de defesa desferindo um potente chute direcionado ao seu estomago. Jogando-o para trás, mas sem conseguir derrubá-lo. Ele a fita com espanto. Logo ela volta a ataca-lo impiedosamente, obrigando a se defender.

—NARU! PARE!

Mas ela não responde, parecia não conhece-lo. Em seu olhar, Naru mantinha um desejo de sangue, de matá-lo.

 

 Continua...



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