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História A Nereida - Capítulo 3:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 3 - Capítulo 3:


O mergulho nas águas mornas do lago era o que precisava, Naru dizia a si mesma quando chegou às suas margens. Deu um sorriso percebendo que estava sozinha e retirou a máscara, colocando-a do lado.

Despiu-se e estendendo as roupas sobre a grama e em seguida caminhou por suas margens, mergulhando movida pelo impulso e pela sensação de liberdade ao qual sentia tanta falta.

Sentiu as águas abraçarem seu corpo e agradeceu aos céus por este momento. Breves momentos antecederam o seu retorno a superfície, passando as mãos pelos longos cabelos. Como sentia falta disso...não era a água salgado do oceano, mas Naru amava as águas com intensidade. Não saberia viver longe delas.

E como uma ninfa das águas, deslizava por elas, boiava, se sentindo em casa. Prendeu a respiração e mergulhou, tentando alcançar o fundo do lago.

Mu chegou ao lago por outro caminho, observou as águas plácidas e sorriu. A noite estava quente e aquilo o relaxaria com certeza. Despreocupado retirou as roupas, soltou a fita que prendia os seus longos cabelos e mergulhou nas águas escuras pela noite.

Começou a nadar, com a intenção de atravessar o lago e retornar a margem oposta em pouco tempo. Estava praticamente próximo a outra margem quando sentiu que seu braço atingiu alguma coisa...ou alguém.

Surpreso o cavaleiro viu uma jovem emergir das águas com as mãos na cabeça, gemendo de dor.

—Aiaiaiaiaiaiai... o que foi isso? -lamentou a garota e ela o encara, surpresa.

—VOCÊ! -gritaram, apontando os dedos ao mesmo tempo um para o outro, como se não acreditassem no que ocorria.

—Está me seguindo? -Naru indagou furiosa, tentando esconder a sua nudez com os braços e ficando com água até o queixo, com esta intenção. –Não imaginava que era esse tipo de pessoa!

—Que? Eu? Não seja absurda! Eu vim nadar no lago para relaxar.

—Ahá, acredito muito nisso! –estava visivelmente nervosa. -Com tanto lugar para vir, tinha que aparecer aqui? E justamente quando eu cheguei primeiro?

—Como pode afirmar que chegou primeiro? Pode ser que você esteja me seguindo, mocinha! Talvez a stalker seja você!

—Quanta arrogância? Por que eu iria me prestar a este papel? -indignada. –Não me acuse do que é!

Os raios prateados da lua iluminaram o lago e Mu pode ver o belo rosto, e furioso, da amazona que esperava uma resposta.

—Ao que parece foi uma coincidência apenas termos pensando em nadar no lago ao mesmo tempo. -ele suspirou, tentando atenuar a situação.

—Isso está sendo ridículo! -ela bufou e passou a mão no rosto, lembrando agora que estava sem máscara, se virando depressa, ficando de costas. -Você viu meu rosto de novo!

Mu sorriu.

—Como já vi seu rosto, duas vezes diga-se de passagem, acho que tentar escondê-lo agora seria um ato inútil.

—Não brinque comigo!

—Afinal, estou quase vendo outras coisas além do rosto. -ele murmurou e ficou vermelho ao percebeu que ela ouvira. -Err...digo...eu...

—Seu pervertido! –lhe dando um tapa na cara. -Eu sabia! Queria era me espionar!

—Eu não vi nada! –esfregando a face dolorida e vermelha.

—Mentiroso!!

—Não dá pra ver nada nesse escuro!

—Confesse! Isso lá é atitude digna de um Grande Mestre? Sua sorte e a de sua cabeça continuar no lugar é sua posição!

—EU NÃO ESTAVA TE ESPIONANDO! -Mu gritou se defendendo. -E escuta! Se sou o Grande Mestre saiba que é contra a minha vontade! Por que o único que merece tal posto resolveu tirar férias permanentes e se afastou e recusou retornar a ele! Não mereço tal posição.

Naru o encarou surpresa, depois abaixou o tom de voz.

—Não é o que escuto... As pessoas te admiram como Grande Mestre.

 

—Mesmo? -Mu ficou calado e depois suspirou. -Ainda acho que Dohko era o melhor indicado para o cargo, por sua sabedoria e força de liderança.

—Se Atena o nomeou, é por que com certeza sabe que é capaz.

—Obrigado pelos elogios Naru. Olha, quero me desculpar, e lhe assegurar que não vi nada além de seu rosto e... -Mu sorriu com sinceridade e a amazona corou. Ele estendeu a mão com a intenção de pedir desculpas e paz entre eles, mas como estavam muito próximos, esta roçou no seio esquerdo da jovem, que fica estática. -Ops!

Ela fica vermelha, mas não de constrangimento, e sim de raiva.

—Foi sem querer!

Ele tentou se explicar, mas o som de outro tapa atingindo um rosto ecoou pelo ar do Santuário.

—Pervertido! Tarado!

—Eu disse que foi sem querer! -ele retrucou, com a mão alisando a outra face que também ardia e estava vermelha com o tapa recebido. –Que mão pesada... sua louca!

—Vou embora daqui! -ela avisou, pronta para nadar.

—Ótimo!

—Fecha os olhos!

—O que? -sem entender.

—Não vou sair do lago para que você me veja nua. Fecha os olhos e vira o rosto agora! -ordenou, com a voz irritada.

—Com coisa que eu quero te ver nua. -respondeu indignado pela desconfiança dela.

—Pois eu não confio em você! Fecha os olhos!

Mu bufou e disse algo em tibetano antes de fechar os olhos e ficar de costas para ela.

—Assim está bom, "alteza"? -ironizou.

Naru não respondeu e nadou rapidamente até a margem e se vestiu logo.

—Posso abrir os olhos? -ele perguntou.

—Pode.

O cavaleiro de Áries abriu os olhos e pode ver parcialmente Naru, cujas roupas umedecidas pela água que corria pela sua pele, moldurando seu corpo, os longos cabelos úmidos caindo pelas suas costas. Naquele momento não conseguiu deixar de compará-la a uma lendária nereida. Seu corpo, precisamente uma certa parte de sua anatomia, reagiu de imediato diante da visão ao mesmo tempo inocente e sedutora da amazona, que terminava de se vestir.

Ainda bem que estava nas águas e ela não notou isso, pensava corado, colocando a mão sobre o membro para controlar a ereção.

“—Agora não!” –dizia para si mesmo, corado.

Naru não disse mais nada e correu para o outro lado do lago, como se quisesse ficar bem longe dele. Mu, resignado começou a nadar de volta ao local onde estavam suas roupas, parou ao notar Naru próximo a elas, recolhendo-as.

—Ei...ei...EI! -ele gritou em vão, a garota pegou suas roupas e saiu correndo.

—É para que aprenda a não ser um tarado! -gritou Naru, fugindo com suas roupas.

—Aquela... Aquela... SUA MEGERA! -Mu deu um tapa na superfície da água e só conseguir encharcar o rosto. –Isso é ridículo!

Aquilo teria volta...Ah, se teria!

Nu, no meio da noite e em um lago, Mu ponderou em como voltar para casa. Usaria sua capacidade de teletransporte para voltar para casa e tentaria não acordar Kiki para que ele não fizesse perguntas constrangedoras.

Concentrou-se e o fez. Em questão de instantes, havia saído do lago e reaparecido com sua técnica de teletransporte diante da sua casa. Sorriu. Naru não havia conseguido seu intento de causar-lhe constrangimento ao deixá-lo exatamente como veio ao mundo.

Virou-se para entrar na casa de Áries e estancou ao dar de cara com Kiki, olhando-o surpreso. Os olhos arregalados do garoto foram cobertos pelas mãos enormes de Aldebaran que segurava o riso. Ao lado do cavaleiro de Touro estavam Leão e Virgem, também surpresos.

—Er..bela noite não? Um calor sufocante! -Mu dizia balançando os braços como se tivesse voltado de algum exercício, tentando parecer que era normal a ele andar nu por aí. -Olha as horas, como deve estar tarde!

—Costuma sair nu para exercitar-se de madrugada Mu? -Aldebaran perguntou. –Pensei que só o Saga gostava de se exibir assim.

—Costumo sim. -respondeu com naturalidade, escondendo seu constrangimento e sua anatomia com as mãos. - O que fazem acordados a esta hora?

—Seu discípulo acordou de madrugada e como não o viu em seu leito pensou que algo pudesse ter acontecido e foi nos procurar, perguntando sobre você. -respondeu Shaka.

—Não acredito que larguei a Marin para ver o Mu pelado. -Aiolia estava rindo.

—Espero que a moda não pegue! Já imaginou se todos os cavaleiros saíssem nus de madrugada para treinar? -Aldebaran riu.

—Bem, se forem as amazonas... -Aiolia sorriu.

—Hã? A Marin também? -Kiki provocou e por pouco escapou de um coque de Aiolia, se escondendo atrás de Aldebaran.

—Parem com as criancices! -alertou Shaka. -Retornem para as suas casas e durmam. Não aconteceu nada.

—Certo. -os três concordaram e voltaram para suas casas, fazendo piadinhas e rindo do pobre ariano.

Mu suspirou crente da vergonha que passara e do discurso sobre conduta e moralidade que ouviria de Shaka agora.

—Melhor se vestir Mu. - Shaka disse. – Não é algo apropriado que todos vejam o Grande Mestre exercitando-se nu pelo Santuário de madrugada.

—Não foi isso que aconteceu...

—E o que aconteceu? Por que está molhado e nu?

—Er... nada não. –desconversando e apontando para a própria casa. –Licença? Tem um ventinho frio aqui agora.

—Não vai me escapar dessa, sabia? –Shaka diz sério. –O que houve? Devo me preocupar com sua sanidade agora?

—É uma longa história... –se sentindo vencido.

—Quer me contar? Se vista e eu lhe prepararei um chá. - Shaka determinou, caminhando para a casa de Áries.

 

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Naru chegou em sua casa ofegante pela corrida do lago até a vila das amazonas. Ainda não acreditava no que havia feito. Agiu movida pelo seu impulso, mas o que havia feito...roubou as roupas do Grande Mestre!

Colocou a mão sobre a testa para ter certeza de que não havia sido um delírio febril, e constatou que não. Gemendo sentou-se no chão encostando-se à porta da sua sala, abraçada as roupas dele. Poderia alegar insanidade temporária.

Observou as roupas dele e as tocou com delicadeza. Eram simples, nada do que imaginara que o cavaleiro com o posto mais alto de todo o santuário usaria. Imaginou que ele vestiria apenas sedas caras e do oriente, mas eram de algodão e simples. Perfumadas.

Movida pelo seu impulso levou a fita com que ele costumava amarrar os cabelos até o rosto e aspirou o perfume dela... O perfume dos cabelos de Mu.

Corada, afastou a peça de roupa dela e ficou se perguntando o que estava fazendo? Isso não era a atitude digna de uma amazona! Primeiro chamava o Grande Mestre de pervertido, roubava suas roupas deixando-o completamente sem nada no meio de um lago e agora...agora isso?

—Devo estar ficando louca... -murmurou. -Amanhã, darei um jeito nisso... não posso continuar a agir assim como se não tivesse controle sobre mim mesma.

Levantou-se e colocou as peças de roupa sobre uma cadeira com cuidado se jogou na sua cama. Esperava dormir e esquecer aquela noite...mas o sono não veio.

 

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Shaka ouviu atentamente toda as palavras de Mu, quando ele lhe contava sobre o mal fadado encontro no lago. Estava de costas para ele, fazendo um chá, enquanto o ariano, já devidamente vestido, terminava sua narrativa, com indignação. Fez-se o silêncio, logo precedido pelo som de gargalhadas vindas do virginiano, que não se aguentava de rir.

—Não vejo graça. -resmungou o tibetano.

—Tem razão... você não vê, mas eu ... -volta a dar gargalhadas. -Desculpe meu bom amigo, mas é engraçado ver que uma garota consiga acabar com sua paz de espírito em menos de quarenta e oito horas.

—Ela está acabando com minha sanidade, isso sim! –cruzando os braços. –Ela é louca! Não tem controle de si mesma!

—E mesmo assim a escolheu entre tantas no Santuário para ser sua acompanhante em uma recepção. -Shaka ponderou, colocando a xícara fumegante diante dele. -Deveria ter chamado June ou Marin por estarem acostumadas ao cargo de proteger nossa deusa.

—Não sei o que deu em mim... -olhou para o chá. –Não é o tipo de pessoa que costumo ter próximo a mim!

—Hm... -sorriu sorvendo o chá.

—O que foi isso? -apontando para o rosto de Shaka.

—O que foi o que?

—Este "Hm"?

—Nada. -deu os ombros. -Mas...

—Mas?

Shaka tornou a falar, sorrindo ante o ar contemplativo de Mu.

—Apenas quero te avisar que tome cuidado, Mu. O deus do amor sempre aproveita essas brechas para usar de suas artimanhas.

—Ah não... Até você com essa história de amor à primeira vista? Já não basta o Aldebaran?

—Claro que acredito piamente nisso. Eu mesmo, não fiquei livre de tais sentimentos, esqueceu? –Shaka disse sorrindo, afinal não era novidade para todos que desfrutava de uma relação harmoniosa com a indiana Raga-Si desde que retornaram ao Santuário semanas atrás.

—Sei. –Mu o fitou com descrença.

—Meu caro amigo, creio que não me entendeu. Sabe que eu sou racional demais para acreditar em paixões avassaladoras. Mas... Sabe qual é o maior trunfo do amor? É fazer com que suas vítimas acreditem que ele não está por perto.

Assim, levantou-se com o intuito de sair. Mas antes de sumir entre os pilares do templo de Áries, arrematou.

—De qualquer jeito, creio que o insulto que a amazona causou ao mestre do santuário mereceria um retorno digno a tamanha ofensa.

Mu sorriu divertido. Shaka tinha razão.

 

Continua...



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