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História A Nereida - Capítulo 8:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 8 - Capítulo 8:


Em outro lugar.

Ela acordava de um sono perturbador. Nele via sua mãe, mas não o seu rosto. Ela lhe entregava nas mãos de pessoas que diziam que a levariam para um lugar seguro, que não era bom ficar com sua mãe, que ela estava doente demais para cuidar de si mesmo, ainda mais de uma criança.

Ouviu sua mãe gritar, se debater enquanto homens de uniforme a seguravam e uma mulher de meia idade a levava pela mão, a garotinha apertou a boneca que segurava contra o peito, os gritos e o choro de sua mãe pareciam cortar a sua alma.

Tentou se soltar da mulher, mas ela a colocou em um carro. A boneca de cabelos encaracolados, castanhos e vestido amarelo caiu no chão, ficando perdida para sempre para trás, enquanto era levada ao orfanato e sua mãe a um lugar incerto.

Foram meses esperando sua mãe, esperando que a buscasse junto com a sua boneca perdida. Mas ela não veio. Mas uma outra mulher, que trabalhava no orfanato, a adotou. A levou para um lugar que chamou de lar, a amou como mãe, até a fatalidade e a fúria da natureza a tirou desse mundo, deixando a menina sozinha novamente.

Hoje, a menina não existia mais. Hoje era uma mulher.

Acordou com dificuldades, sentia a cabeça pesada, o corpo todo dolorido como se estivesse com um resfriado muito forte. Mas sentiu os lençóis perfumados e a maciez do colchão. Havia perfume no ar. Eram flores?

—Ah, acordou minha querida?

Naru abriu os olhos assustada ao ouvir aquela voz feminina, sentando-se de uma vez só na cama. Diante dela estava a mesma mulher de cabelos escuros que havia visto nas proximidades do Santuário.

—Quem é você? -perguntou em um tom ofensivo, havia algo no ar que ela não sabia dizer o que era, mas sentia que estava em um ambiente inseguro.

—Naru, sou eu. Sua mãe.

Ela deu um sorriso tão sincero, tão...maternal, que Naru sentiu suas defesas minarem um instante. Não podia ser sua mãe, podia? Levou a mão ao lado de seu corpo e tocou um objeto feito de pano, quando olhou reconheceu a boneca de cabelos castanhos encaracolados, usava o mesmo vestido amarelo daquele dia. A amazona a pegou, reconhecendo ser a mesma ao ver suas iniciais escrita com caneta na mão da boneca.

—N-Não pode ser... -murmurou.

—Mas é a Sissi, querida. -disse a mulher sentando ao seu lado da cama, ajeitando uma mecha de cabelos de Naru que estava em seu rosto. -Eu a guardei quando você a perdeu naquele dia.

—Você... você... não pode ser... -a amazona lutava com as lágrimas que queriam brotar.

—Sei que está confusa, mas eu sou Shimizu Nadeshiko, sua mãe. -ela sorriu terna, depois baixou o olhar. -Lembra de seu nome? Shimizu Naru? Deve me odiar por ter permitido que o Serviço Social a levasse, mas eu estava muito doente para cuidar de você. Sua mãe era muito fraca e se permitiu que o vício me dominasse.

As imagens da mãe entregue ao vício na sala vieram a sua mente, passou fome pois todo o dinheiro que ela ganhava era para seu vício. Naru balançou a cabeça para afastar esses pensamentos. Como não havia se lembrado disso antes? O sonho de agora era uma lembrança reprimida? Haviam dito que sua mãe a abandonara e nunca mais havia voltado.

—Mas me internaram e disseram que se eu me curasse, e provasse ser capaz, poderia ter você de volta. E eu fiz a minha parte, Naru. -ela continuou falando. -Mas quando fui te buscar no orfanato, me disseram que você tinha uma nova mãe.

Naru apenas olhava para a mulher de lado, atenta aos seus gestos, pronta para fugir no momento em que sentisse as forças voltarem ao seu corpo.

—Eles mentiram para mim! -a mulher cerrou os punhos, furiosa. -Eu a procurei e não a encontrei, minha querida.

Nadeshiko a abraça forte.

—Então quando tive uma pista de onde estava, eu fui atrás de você aqui na Grécia. Você era tão pequena e mesmo assim Mitsumasa Kido a enviou para se tornar uma amazona, para servir Atena e lutar ao seu lado durante uma guerra contra seus cavaleiros de ouro. Ele sabia que poderia morrer e não se importou. Aquele maldito! Se eles não a tivesse buscado no orfanato, depois que sua mãe adotiva morreu, eu a teria. Seriamos uma família!

—E-espera um pouco! -Naru a afasta gentilmente. -Como soube dessas coisas?

—Seu novo pai me contou.

Ela sorriu e Naru viu parado na porta um homem usando um elegante terno branco, segurando uma taça de ouro com vinho em sua mão. Ele sorriu para Naru e ela o reconheceu da noite do jantar.

—Allain Minoun?

—Não. -ele bebe o vinho e depois a observa, seu corpo ficou envolvido por um cosmo poderoso, como Naru raramente havia visto em sua vida. O cosmo de um deus. -Eu sou Dionísio.

—O deus do vinho?

Naru se afasta da cama em um pulo, havia lido sobre aquele deus. Dizem que ele não era o mais são dos deuses gregos, que Hera o levou à loucura e que nunca se recuperou plenamente disso.

Na Biblioteca do Santuário havia o registro de uma luta entre Atena e seus cavaleiros contra Dionísio e suas Bacantes. Eles foram selados séculos atrás, o deus foi preso eternamente em uma ânfora e guardado em um lugar incerto, e suas servas vagariam pela Terra sem saber nada de suas origens, de seus crimes.

Como é possível que seja ele? Mas o cosmo que o envolvia não deixava dúvidas de sua origem. Nadeshiko levantou-se e foi ao lado de Dionísio pegando em seu braço de modo possessivo.

—Eu vim a Grécia te procurar. Não foi fácil, tive que vender tudo o que tinha, minha filha. -ela repousa a cabeça no braço dele. -Tentei entrar no Santuário mas não consegui, quase morri nas mãos dos soldados que serviam a um mestre cruel. Eles me perseguiram até uma mata e eu cai em um fosso. Os soldados devem ter achado que eu morri na queda e me deixaram lá. Quem poderia imaginar que o fosso era a entrada do local aonde Atena havia encerrado o meu amado?

—Você? O libertou?

—Acordei no fundo do fosso, procurei por uma saída e uma luz me guiou. A luz emanava de uma ânfora. Eu a abri rasgando o selo que a mantinha fechada. E dela surgiu Dionísio.

—Fiquei tão agradecido a Nadeshiko que prometi realizar todos os seus sonhos! -disse o deus beijando a mão da japonesa.

—Tudo o que eu queria era minha filha. E vingança contra o Santuário que a manteve tão longe de mim. -ela sorri. -E em troca, eu o ajudaria a se vingar de Atena.

—O que disse?

—Pensei em um ataque direto com minhas Bacantes mas, sua mãe foi mais sábia e me mostrou como matar Atena sem sujar minhas mãos. -ele sorri, se afasta de Nadeshiko e fica diante de Naru que não conseguia se mexer de algum modo. -Usando um dos seus para esse fim. Tudo o que tinha que fazer, era servir meu vinho sagrado a um deles. Quem prova do meu vinho, faz exatamente o que desejo. Você  por exemplo, não pode se mexer, nem me atacar porque eu a proíbo de fazê-lo.

Naru se lembrou do jantar. O vinho que Shaka prontamente recusou, e que discretamente retirou das mãos da deusa no jantar. Ela o bebeu, será por isso que não tinha forças para lutar? Um calafrio subiu na sua espinha ao lembrar de quem mais provou o vinho tão insistentemente oferecido pelas criadas... as Bacantes!

—Mu! Ele bebeu seu vinho!

—Sim. -ele sorriu. -Ele é a mão que eu guio para matar Atena. E outros destruirão o Santuário por mim.

 

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A tensão e os cosmos se agitando no ar eram sentidos pelas Casas Zodiacais. A hostilidade, a ira antes contida no cosmo de Mu de Áries parecia que finalmente haviam sido liberadas e encontraram no cavaleiro a sua frente alguém disposto a refreá-lo.

O límpido céu noturno e as estrelas pareciam ser as únicas testemunhas, além da deusa ali presente, de uma batalha mortal. Atena aninhava o cavaleiro de Pégasus em seus braços, o leve gemido que escapava de seus lábios indicava que o rapaz estava vivo, embora bem ferido, mas o olhar da deusa estava sobre os dois cavaleiros dourados que se encaravam.

—Diga-me, Shaka. Será uma batalha de 1000 dias? -Mu quebrou o silêncio incômodo com essa questão, dando um sorrido de lado.

Atena estreitou o olhar, sentia um cosmo maligno envolvendo o dourado que emanava do corpo de Áries. Pessoas normais, talvez os demais cavaleiros dourados, não perceberiam isso. Mas tanto Atena quanto Shaka estavam em um nível superior aos demais na questão dos sentidos. Ela imaginava quem ousaria agir com tamanha covardia?

—Vai mesmo tentar me enfrentar para levantar sua mão contra Atena? -indagou Shaka com muita calma, fechando os olhos como se não acreditasse no que estava ocorrendo.

—Sim.

—Então. -Shaka reabriu os olhos. -Prepare-se meu amigo, para a sua última batalha.

—Tsc. Isso é o que veremos, Shaka. Não me subestime. -Mu responde erguendo a mão esquerda. -Sempre quis saber qual de nós dois é o mais forte, Shaka. O homem mais próximo de Deus irá conhecer o meu verdadeiro poder!

Shaka ficava imaginando, ao fitar o amigo, que a máscara de aparente tranquilidade e serenidade do cavaleiro de Áries deveria esconder sentimentos que teriam atormentando seu coração durante anos. Perda de entes queridos, batalhas sucessivas, vida e morte. E o inimigo por trás da traição de Áries sabia como usar isso ao seu favor.

—O que te motiva a lutar, Mu de Áries? -Shaka pergunta unindo as mãos diante de seu corpo, fechando os olhos para concentrar seu cosmo. -Apenas para decidir o mais forte? Não vejo propósito nisso. Matar Atena? O verdadeiro cavaleiro dourado jamais cometeria essa heresia. Seria Mu a guiar seus atos agora, ou outra pessoa que ousa brincar com seu destino? Sem um verdadeiro motivo para lutar, você cairá!

—Pft! Você já está dizendo asneiras. Palavras não ganham uma luta! -uma aura dourada envolve seu corpo, revelando que a qualquer momento atacaria, seus braços se erguem lado a lado de seu corpo. -Prepare-se para ser reduzido a nada. Queime Cosmo!

Shaka envolve seu corpo com seu cosmo, esperando que Mu faça o primeiro movimento.

—EXTINÇÃO ESTELAR!!!

O cosmo toma forma de várias estrelas cadentes, que atacam violentamente o cavaleiro de Virgem, assumindo a forma de um turbilhão ao seu redor. Shaka ficou impassível em sua postura, seu corpo é envolvido pelo golpe de Mu desaparecendo em uma grande explosão de cosmos. A deusa que assistia a tudo somente restou gritar pelo nome de seu cavaleiro.

—SHAKA!!

 

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Em uma Taverna em Rodório.

—Estão vendo? Parece uma luta no alto do Santuário!

—Devemos ir?

—São cosmos de cavaleiros de ouro!

Soldados e cavaleiros de prata se acotovelavam do lado de fora da taverna, atentos a explosão de cosmos que atraiu a atenção de todos. Todos com canecas de cerveja ou vinho em suas mãos, pois alguns momentos atrás desfrutavam de momentos de lazer.

Um deles se virou para um grupo de cinco cavaleiros dourados que não haviam saído da sua mesa ainda, bebendo vinho.

—Não vão lá?

—Não. São o Shaka e Mu medindo forças! Tenho certeza. -Máscara da Morte dizia bebendo.

—Parece sério. -Aiolos observava. Ele era um dos poucos que não estavam bebendo naquele fim do dia. -Vou até lá.

—Tsc. Melhor irmos. -falou Shura sorvendo todo o conteúdo da caneca. -Mas que droga! Esse vinho é muito bom! Vão vocês, Máscara da Morte e Aiolia!

—Eu não estou com vontade. -suspirou Aiolia.

—Ele é seu irmão, vá com ele. -disse Máscara da Morte.

—Cale-se! Te incomoda tanto, vá com ele você! -berrou de volta o Leão.

Aiolos estranhou o comportamento dos amigos. Pareciam querer ir até o Templo de Atena, mas uma força parecia prende-los ali.

—Vamos! -ordenou o cavaleiro de Sagitário com firmeza, fazendo os quatro cavaleiros o olharem com expressões estranhas. -O que tem isso que vocês estão bebendo?

Aiolos arranca a caneca de Aiolia que protesta e cheira o vinho.

—Parece normal, mas estará com alguma droga?

—Devolve para mim!

A voz furiosa precedia um potente ataque que acertou Aiolos fazendo-o atravessar a parede do bar e cair na rua. Se estivesse com sua armadura, talvez seu corpo não protestasse pela dor que sentia agora, mas mesmo assim o cavaleiro conseguiu se erguer.

—O que houve? Aiolia me atacou?

—Senhor Aiolos!

O cavaleiro de Sagitário ouviu o chamado de um dos cavaleiros de prata e com surpresa e espanto viu um pequeno grupo de soldados e cavaleiros serem atacados por seus companheiros. Todos agindo estranhamente, todos haviam provado daquele vinho.

Pensou em ir ajudá-los, mas os cosmos ameaçadores de Shura, Máscara da Morte e de Aiolia o avisavam que estava diante de um perigo mortal.

 

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Quando a poeira finalmente se assenta, Mu sorri acreditando que o ataque direto fora suficiente para derrubar Shaka, porém...

—Seu poder é incrível, devo admitir. No entanto, se o verdadeiro espírito de Mu de Áries guiasse sua mão nessa batalha, minha barreira talvez não fosse o suficiente para me proteger.

Mu mal consegue acreditar quando Shaka aparece diante dele, aparentemente ileso, sem nenhum arranhão. Mas, Mu consegue ver que um pequeno corte em seu supercílio revela que o golpe de algum modo o atingira, e sorri. Shaka não era tão invencível como os demais imaginavam.

O sangue escorria até seu olho, mesmo mantendo-os fechados, o sangue incomodava o cavaleiro de virgem que o limpa com um movimento de sua mão, mas o ferimento continuava a jorrar sangue que escorria até seu pescoço. Tentou ignorar o inconveniente que isso causava, voltando a se concentrar novamente na luta.

—Apenas um arranhão. -murmurou Áries.

—Acredito que em sua atual condição jamais me derrotaria. -Shaka abriu os olhos, as mãos colocadas em palmas diante de seu corpo.

“—Esses movimentos...” -Mu arregalou os olhos, reconhecendo o golpe que viria.

—A Técnica mais poderosa de Shaka de Virgem...

Mu salta invocando a Parede de Cristal, esperando assim evitar o intento de seu adversário. Imagens como vitrais de Buda se espalham pelo ar, chão, tomando conta de todo o ambiente como se levasse os dois cavaleiros para outro mundo.

—TESOURO DOS CÉUS! -Shaka invoca seu poder, abrindo os olhos.

—REVOLUÇÃO ESTELAR! -Mu revida com um contra golpe, ambos os poderes se chocam e criam uma explosão.

E assim que é possível ver, Mu olhava confiante para seu oponente.

“—Minha técnica conseguiu anular a dele! Mas...”

—Mu, sua barreira é uma defesa formidável, mas até quando ela resistirá aos meus ataques?

Uma poderosa energia emana da mão de Shaka que a lança diretamente contra a Parede de Cristal, que para a surpresa de Mu cede e se estilhaça. O choque do impacto lança Mú para trás, metros de distância, fazendo o cavaleiro chocar-se ao chão pela força da gravidade.

—Minha Parede de Cristal? Impossível! -dizia o ariano, se erguendo apesar das dores que sentia.

—Eu lhe disse...

Mu fita o cavaleiro que caminhava devagar até ele.

—... Se fosse o verdadeiro Mu que estivesse lutando, não seria uma batalha tão fácil.

—Do que está falando? EU SOU MU DE ÁRIES! -gritou ficando em pé, irritado pelas provocações de seu oponente.

—Eu me referia ao verdadeiro Cavaleiro de Áries. Aquele cuja alma não está sendo dominada por emoções negativas.

—CALE-SE! -e avança contra Shaka com todo o seu poder.

Shaka se defende do primeiro soco, segurando a sua mão.

—O ódio nunca desaparece, enquanto pensamentos de mágoas forem alimentados na mente. Ele desaparece, tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos. Não deixe o ódio que você suplantou o dominem, meu amigo.

—Eu mandei você calar a boca!

Saori que assistia a luta com apreensão teve sua atenção desviada ao cavaleiro em seus braços que acordava naquele instante, apesar de acometido por fortes dores.

—Urgh... S-Saori? O que houve? -ele olha para o lado atraído pela movimentação do combate entre os dois cavaleiros, e fica surpreso. -Shaka e Mu estão lutando um contra o outro?

—Seiya. -diz a deusa com serenidade. -Você está bem?

—A-acho que sim. -Seiya não compreendia, mas com esforço conseguiu se erguer e era testemunha daquele embate. -O que está havendo? Pera, foi o Mu quem me atacou?

—Sim. Mas ele não é dono de sua vontade agora, Seiya. Shaka está tentando fazer Mu acordar do controle que lhe impuseram.

—Acordar?

Não eram cosmos em combate agora, mas a força de dois homens que trocavam socos e chutes em um combate corpo a corpo. Os golpes dados eram cada vez mais fortes, mais duros, mais violentos.

Por fim, Shaka abandonava a postura mais serena e deixava o seu lado mais humano falar mais alto. Seus golpes eram mais certeiros, socos carregados pela força de seu cosmo atingiam diretamente o estômago de Mu tirando o ar de seus pulmões.

—ACORDE! -ordenou dando outro soco em seu rosto. -Volte a ser o Cavaleiro de antes!

Outro soco carregado pelo seu cosmo e Mu cai de joelhos, com os braços cruzados sobre o abdômen, sentindo uma dor que nada tem a ver com o golpe recebido por Shaka.

Passos leves atrás do cavaleiro de Virgem o fazem virar-se e Atena estava ao seu lado, com seu báculo em mão, olhando para Mu.

—Deixe meu cavaleiro em paz!

A deusa da Justiça ordenou, e a luz de seu cosmo resplandeceu em Nike expulsando a sombra que insistia em dominar Áries desaparece. Breves momentos depois, e para o alívio de Atena, Mu ergueu o olhar para a sua deusa, e eles haviam voltado a cor normal e seu rosto não parecia marcado pela loucura.

—O... o que eu fiz?

—Agora tudo está bem. -disse Shaka, sentido alívio.

—Shaka, Atena? -Mu se levantou assustado. -Eu os ataquei!?

—Não era você. -afirmou Atena.

—Sua alma estava sob o controle de um cosmo inimigo muito poderoso. -Shaka olhou na direção de Rodório. -Mas não temos tempo para isso agora. O inimigo ainda age. Temos que cuidar disso antes de qualquer conversa. Seiya fique com Atena, nós cuidaremos disso.

Mu concorda com um aceno de cabeça, enquanto Shaka caminha para fora do Templo ele se curva diante de Atena em um mudo pedido de desculpas e em seguida alcança Shaka nas escadarias.

—Você não mediu forças. -disse Mu sorrindo.

—Eu sabia que reagiria a altura. -falou com serenidade.

—Me responda uma coisa, Shaka. -Virgem para de andar e o fitou. -Se eu não me recuperasse, você me mataria?

—Claro que sim. -e sorri voltando a caminhar.

Mu ficou parado um tempo, parecendo surpreso com a resposta do amigo, e em seguida deu um sorriso alcançando o Cavaleiro de Virgem. Não podiam perder mais tempo, havia um inimigo a enfrentar.

 

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Naquele momento.

Dionísio esperava na varanda da mansão que usava enquanto era Allain por notícias de seus últimos estratagemas. Nesse momento uma jovem de cabelos loiros aparece e se ajoelha atrás do deus.

—Agave, que notícias me traz do Santuário?

—Seus planos corriam como esperado, meu senhor. Cavaleiros foram dominados pela loucura de seu vinho sagrado e atacam uns aos outros.

—Excelente. Mas... você disse que “corriam como esperado”. -ele se vira para a sua serva. -O que mudou?

—Áries se libertou de sua influência meu senhor. Acredito que Atena tenha interferido. -respondeu abaixando a cabeça, esperando alguma punição. -Ino e Autónoe observam os acontecimentos do Santuário e aguardam o momento de agirem, mestre.

—Chame-as de volta. Ordene que as Bacantes se reúnam. Logo vamos receber visitantes. -Ele sorri, bebendo de seu vinho. -Quero que deem as boas-vindas a eles.

—E a amazona de Atena que está com a senhora Nadeshiko?

—Ela fará parte da surpresa.

 

Continua...


Notas Finais


Nota: A frase: O ódio nunca desaparece, enquanto pensamentos de mágoas forem alimentados na mente. Ele desaparece, tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos., foi retirada de um site sobre budismo.

E sim, todos estão agindo diferente por causa do vinho batizado de Dionísio.

A loira e as outras mulheres são as Bacantes, servas de Dionísio na mitologia Greco-romana.

Agave, Ino e Autónoe na mitologia grega eram parentes de Dionísio e são personagens da tragédia As Bacantes, escrita pelo dramaturgo ateniense Eurípedes, em 405 a.C.


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