História A new way - Eu amo você.

- Que isso, gente? - Carol vestia um blusão do Ryan e ostentava um coque alto na cabeça quando abriu a porta do quarto.

- Que linda! Hm, Ryan tá namorando! Dormiu bem, pitbull? - os meninos a deixavam com vergonha mesmo sendo íntimos.

- Isso é a casa da mãe Joana? - pergunta ela andando de encontro a eles.

- Quem é Joana? - Ryan está ao lado dela, e pergunta verdadeiramente. A resposta vem com olhos tenros e uma risada leve:

- É uma expressão brasileira, babe...

- Hm, "babe"... - a voz vem do cozinha mastigando uma maçã - Eles já tem até apelidinhos... - Bruno é irônico.

- Cala a boca, Peter! - sua voz soa cada vez mais envergonhada.

A sala estava cheia de comidas espalhadas e os meninos estavam com os instrumentos musicais.

- Vocês não param nunca? disse ela sentando-se ao sofá - Achei que poderia descansar hoje.

- Mais? Já tocamos umas 10 do Bowie, que aliás você ama, e a senhorita não acordou - Bruno disse maliciosamente.

A noite tinha sido realmente ótima. Ryan foi um fofo do começo ao fim e Carol sentia seu coração preenchido perto dele.

- Tá, tá... Puxa alguma coisa. - diz ela, incomodada.

Carol ainda estava de blusão e, se sentia confortável cantando com os meninos, mais que isso, ela se sentia acolhida e amada. A música sempre teve um lugar especial em seu coração, mas agora a música tinha se tornado finalmente seu ganha pão, era a realização de um sonho.  Além disso, ela finalmente encontrou-se numa família, algo que ela nunca teve. Enquanto cantava, Ryan a ofereceu uma taça de vinho, prontamente recebida, mesmo sendo de manhã e, afastou-se para observa-la um pouco. Enquanto isso na cozinha, Phil parou Bruno:

- Cara... por que, hein? - disse ele.

- O quê? - Bruno respondeu sem entender.

- Jogar a Carol pra cima do Ryan.

- E qual o problema? - Bruno sabia do que se tratava mas fingiu.

- Para. Para de tentar me enganar. Você tá super afim dela. Desde antes dela trabalhar conosco, foi por isso que você pediu pra eu entrar em contato com ela, depois que você a viu cantando na gravadora. 

Na Atlantic, gravadora do Bruno, existia um grande piano de cauda e um microfone logo após a recepção, ainda no primeiro andar. Carol já  tinha visto Bruno nos corredores mas ele não. Era um dia normal, e Carol ainda como estagiária da parte contábil da gravadora, vestia um terninho, e antes do almoço sentou-se ao piano e cantou uma música sua. No final foi aplaudida enquanto Bruno e Phil a olhavam da parte de cima de uma escada. 

- Você precisa descobrir quem é ela. - Disse ele a Phil enquanto a olhava ir embora do ambiente. 

A lembrança sumiu da cabeça de Bruno enquanto a realidade se tornou mais forte.

- Eu gostei da música, eu vi potencial nela e pedi ao Anthony pra ela trabalhar comigo, só isso. Eu não fico com quem trabalha comigo. - disse ele já irritado.

- Para de mentir, é ridículo! - Phil já quase gritava.

- Oh! Que isso aí, vocês dois? - disse Carol interrompendo a música. - Vocês estão brigando?

- Bruno é muito cabeça dura, Ca. Só isso. - disse Phil enquanto via Bruno se afastar, mas antes que pudesse ele o puxou pelo braço e disse: - Eu sempre te falei que esse relacionamento com a Jessica era errado e que quando você se apaixonasse de verdade, você ia ter um problemão, mas você não me ouviu. Empurra a garota de quem você gosta para seu melhor amigo mesmo... Vai dar certo. 

Carol não entendeu nada, e só conseguiu ler nos lábios de Phil a palavra "Jessica", mas acreditou que não seria algo preocupante, afinal não existia motivo para. Bruno fazia umas anotações sentado a pequena mesa do apartamento de Ryan quando Carol aproximou-se dele oferecendo um copo de chá gelado com limão que ela preparara só para ele e sentou-se ao seu lado.

- Terminou bem a noite? disse entregando o copo de chá.

- Acho que pode-se dizer que sim. - Ele parecia e soava irritado.

- Desculpa perguntar mas... tá tudo bem com a Jéssica? Sei lá, vi o Phil falando e você ficou com outr... Antes de terminar a frase, Bruno a interrompeu.

- É Carol, eu transei com outra garota. Igual o seu ex. Sim, nós dos somos dois cafajestes sem coração. Satisfeita? - Foi a primeira vez que Carol o ouvir gritar com alguém, com ela. 

Os olhos de Carol marejaram imediatamente e foi como uma facada. Nada disse, apenas entrou no quarto, mudou de roupa, pegou as chaves do carro e se despediu dos meninos. Ryan a segurou e pediu que ficasse. Não funcionou. 

Ao encostar no carro, Carol sentiu Bruno chegar. Eles se olharam e ficaram em silêncio. 

- Por que você falou assim comigo? 

- Não sei. Desculpa. Entra, vai. Eu fui um tolo.

- Eu preciso ir mesmo, tá tudo bem. - disse Carol virando-se para o carro e Bruno segurou docemente sua mão.

- Desculpa. - disse ele. 

- Você é uma das pessoas que eu mais amo, Bruno, não tinha motivo para você falar assim comigo.

Bruno abriu o sorriso mais lindo e pediu: - Fala de novo.

Carol entendeu. Sentia a carência dele e atendeu seu pedido.

- Eu amo você, bobinho.

- Também amo você, sabia? - disse ele abraçando-a.

Do lado de dentro, pela janela, Ryan observava.