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História A Noite em Seul - Capitulo Único: a ladra


Escrita por: BoraBoraPurple

Notas do Autor


Olá! Essa fanfic foi feita para o concurso da página sistar br. Eu me dediquei muito então espero de coração que vocês gostem! A maravilhosa capa foi feita por uma querida amiga, Ana Carolina (user: Tsuminiwa) que é talentosíssima e um amor de pessoa. Obrigada por dedicar seu tempo a me ajudar! Espero que tenham gostado da capa tanto quanto eu gostei.

Capítulo 1 - Capitulo Único: a ladra


Mais uma noite na populosa e iluminada Seul. A chuva caía agradável e dramaticamente. Era possível ouvir as sirenes da polícia por toda a rua. No alto de um prédio, uma criança observa a cena que se cria lá em baixo.  A correria, os gritos e o tiroteio eram contraditórias à casual calmaria do lugar. Todas as televisões passavam cenas do momento, todo o país acompanhava essa história há um bom tempo.

A mais procurada ladra da Coreia do Sul, Kang JiHyun, autointitulada de Soyou, estava sendo perseguida há meses, mas os policiais nunca tinham sucesso em capturá-la. Foi preciso chamar a chefe da polícia de Seul, Yoon Bora, e sua equipe para pegarem a criminosa, mas parecia que a gatuna era mais esperta que todos os oficiais. Ela estava sempre um passo à frente.

Dessa vez, ela havia realizado seu maior feito até o momento. Soyou havia assaltado, em uma só noite, várias lojas do COEX Mall, o maior centro comercial subterrâneo da Ásia. Havia começado com crimes pequenos, na época a polícia não dava atenção, até que ela começou a buscar por coisas maiores como joias e roupas caras.  Nunca havia acontecido um crime tão grande por apenas uma pessoa, e isso é o que mais intrigava os oficiais e toda a população. Como ela podia ser tão boa, sem nenhuma ajuda?

Yoon Bora, que mesmo só tendo se envolvido com o caso recentemente, já a acompanhava desde a época que ela não apresentava nenhuma ameaça. Ela tinha o pressentimento de que a jovem traria problemas, mas quando dizia isso de uma menina que roubava frutas, as pessoas a chamavam de louca, então resolveu guardar tudo para si mesma. Até hoje.

Quando foi noticiada do que estava acontecendo, fez questão de liderar a perseguição e chamou sua parceira Kim Dasom e um grande número de policiais. Mesmo depois da criminosa ter se mostrado uma habilidosa malfeitora, muitos policiais acharam um exagero de Bora chamar tanta gente para ir atrás apenas de uma encrenqueira. Mas dessa vez ela não deu ouvidos, havia algo naquela jovem ruiva que a fazia sentir como nunca antes. Queria conhece-la, queria entender como ela podia realizar tais crimes com tanta maestria e nunca deixar nenhuma pista. E, ainda por cima, queria saber o porquê.                                       

Uma das viaturas derrapou por causa da chuva e Bora foi obrigada a parar. O carro virou completamente de cabeça para baixo e um policial se feriu, mas não ocorreu nada de muito grave. Ela estava perto de alcançar Soyou, não iria parar agora. Anunciou que ia continuar a pé e sozinha, mas sua amiga Dasom interviu:
                – Você está louca se acha que vou deixar você ir sem mim. – Disse, colocando a mão em seu ombro fazendo Bora a olhar no rosto. A loira sorriu e assentiu, sem dizer uma palavra.

Voltaram a perseguição, agora correndo, apenas as duas, pelas ruas de Seul atrás de Soyou, que, mesmo com o imprevisto, não a perderam de vista. Hoje ela estava estranhamente mais lerda. Em um dia comum, a essa altura, ela já teria desaparecido e deixado os policias confusos mais uma vez.

Elas seguiram correndo até uma parte mais isolada da cidade, longe do movimento urbano e das pessoas. Soyou virou bruscamente em direção a um beco escuro. Dasom e Bora tentaram fazer o mesmo, mas quando olharam ela já não estava mais por lá. Entraram no beco e exploraram por mais de meia hora, até que Dasom desistiu. Bora ainda não havia parado.

– Vamos, pare com isso! Agora já é inútil, ela deve estar bem longe daqui.

– Eu não quero parar! Nós estávamos tão perto... – Disse Bora, a decepção perceptível em sua voz. Sabia que Dasom tinha razão, então sentou se em uma caixa que estava por perto e suspirou, cansada e desolada.

– Não se preocupe, você vai conseguir pegá-la mais cedo ou mais tarde. Hoje você fez um grande progresso, maior do que todos nós juntos. Se toda vez ela vier para cá, logo, logo encontraremos o esconderijo dela. – Consolou Dasom. Ela era a melhor amiga de Bora. Estavam juntas desde a época do treinamento. Sempre se destacavam entre os demais, competindo para ver quem era a melhor, mas sempre empatavam. Mal sabia Bora que ela só era chefe da polícia hoje porque Dasom havia recusado a oferta. Ela sabia que a amiga era muito mais determinada do que ela e o quanto Bora havia trabalhado para isso.

Com os braços entrelaçados, saíram de lá juntas, caminhando devagar por conta do cansaço e conversando pelo caminho as coisas mais absurdas, que nenhum outro policial entendia o que elas falavam. Quando chegaram no local em que haviam deixado seus parceiros, elas apenas sorriram e entraram nas respectivas viaturas. A maioria dos policiais já havia ido embora, inclusive o que havia sofrido o acidente.

Dirigindo sob as luzes da cidade, Bora sorriu pensando em Soyou, em como ela se dedicava mesmo que para um coisa ruim. Sua determinação era fascinante, e, embora não admitisse nem para si mesma, ela admirava a ladra e sua habilidade. “A vibração dela é atraente. As pessoas acham que ela está presa no próprio mundinho, mas eu gosto do fato que tudo que ela se importa é com a própria felicidade. ” Pensou Bora, distraída ainda com as imagens dos cabelos ruivos correndo a sua frente se repetindo em sua memória.

Voltou para seu pequeno apartamento, que tinha apenas o necessário para viver, nada de luxo. Tomou um demorado banho para esfriar a cabeça e aliviar os pensamentos que estavam a mil. Comeu um cup noodles, já que era péssima cozinheira e sua geladeira estava cheia deles e foi dormir. Não se lembra dos sonhos que teve, apenas da sensação de estar caindo.

Quando amanheceu, seguiu a mesma rotina de sempre e foi para seu escritório. Resolveu que iria olhar os arquivos das perseguições passadas em busca de pistas, qualquer coisa que pudesse ajudá-la a saber sobre o paradeiro da ladra. Sempre a mesma coisa, corriam, perseguiam e ela sumia. Ninguém nunca havia nem chegado perto de alcança-la, ela sempre foge correndo. Como isso é possível? Carros da polícia não serem capazes de alcançar uma menina correndo sozinha é tão estúpido que chega a ser impossível. Pelo que Bora leu, já era para terem a encontrado há muito tempo. Então o que infernos os impedia de pegá-la? Resolveu que iria questionar os últimos policiais envolvidos no caso.

O último chefe das perseguições foi o policial Wonho, um novato. Ele havia sido escolhido para liderar porque acharam que seria um caso fácil demais e serviria como treinamento para ele. A verdade é que ninguém além de Bora se preocupava com a série de crimes de Soyou, pois ela era o menor dos problemas que a polícia de Seul tinha de enfrentar agora.

Ela estava começando a ficar mais ousada, sempre obtinha sucesso, mas nunca praticou um crime violento, por isso ninguém nem se dava o trabalho de investigar. No momento, a população da Coreia já estava se cansando disso e exigiam justiça, pois estavam com medo. Achavam que a polícia era preguiçosa de não prender alguém que já está causando problemas há tanto tempo. Porém, infelizmente Soyou não era a única criminosa em ascensão na cidade. Uma mulher mascarada conhecida por todos como Masked Singer vem causando o caos recentemente. Essa sim pratica crimes violentos e tem deixado a polícia toda ocupada. A diferença é que ela é nova, e, embora esteja assustando a todos, a revolta é maior com a incompetência da polícia de não ter prendido a Soyou quando teve tempo.

Bora dirigiu-se à sala de Wonho, que se encontrava dormindo sentado em sua cadeira quando ela bateu na porta, fazendo-o dar um salto.

– C-Chefe Bora! Eu estava...

– Não precisa se explicar, eu só quero conversar com você. – Interrompeu Bora – Você tem liderado as perseguições para pegar a Soyou, eu preciso saber o que ela faz que vocês nunca conseguem alcança-la!

Wonho ficou mais pálido do que de costume, não imaginava que seria interrogado por isso. Nem sabia o que responder, a verdade era vergonhosa.

– Acontece, oficial, que nós não estamos usando as viaturas.... Saímos em pequenos grupos, a pé, mas ela sempre é mais rápida.

Bora ficou em choque. Eles nem ao menos estavam tentando! Logo seu rosto ficou vermelho de raiva, a falta de dedicação da sua equipe era um absurdo tremendo. Nem se deu o trabalho terminar de ouvir o que Wonho tinha a dizer, apenas bateu a porta e saiu bufando da sala. Dasom, que ouvia tudo de longe, seguiu Bora até o lado de fora do prédio.

– Aonde você vai? – Gritou Dasom

­– Vou ficar de tocaia, esperar por ela. – Respondeu, sem parar ou olhar para trás, decidida.

– Bora, escuta, isso é inútil! Por favor, vamos voltar lá para dentro...

Bora parou abruptamente. Virou-se para trás e encarou Dasom, seus olhos obviamente vermelhos, cheios de lágrimas.

– Eu não aguento mais isso! Eu me dedico tanto, eu quero tanto poder resolver isso... eu não durmo direito, não como direito, não consigo relaxar nem um segundo pensando que ela está por aí! E ninguém liga... – E assim desabou, consumida pelo estresse e preocupação.

Dasom já não tinha muita coisa a dizer, apenas apoiou o rosto de Bora em seu ombro e deixou que ela chorasse. Ela precisava disso, guardar todas as suas preocupações para si mesma só iria tornar tudo pior. Ela já estava cansada de segurar o peso do mundo, de ser aquela que tem que fazer tudo por todos. É muita responsabilidade, e ela sabia que seria assim desde o momento que se alistou no treinamento. Por isso não falava com ninguém sobre o que sentia, achava que os outros diriam que ela é fraca. Mas ela não precisava fingir para Dasom, sabia que podia contar com ela para qualquer coisa.

– Quer saber? Eu vou ficar de tocaia com você. Vamos nos preparar e eu te acompanho, eu não vou deixar minha melhor amiga para trás. Me diga seu plano e eu vou sem hesitar.

– Obrigada. – Disse Bora, em um tom de voz mais baixo do que esperava. Sorriu para a amiga e enxugou as lágrimas do rosto. Elas eram uma dupla imbatível.

-//-

Chegou a hora, estava de noite o plano era o seguinte: Bora havia observado que a cada vez que Soyou cometia um crime, ele ficava maior e mais elaborado. O último ela assaltou o COEX Mall, então Bora supôs que agora ela iria invadir o Museu Nacional da Coreia, o maior museu de toda Ásia. No começo, Dasom achou um pouco irreal porque era muito longe do que ela havia feito ultimamente, só que Bora havia pesquisado cada um de seus crimes, sabia que ela só queria roubar o show.

Como o esperado, lá estava ela, saindo correndo do museu sem ter disparado nenhum alarme, as meninas nem viram como ela entrou. Ela fez questão de sair pela porta da frente. Dasom estava distraída, mas Bora estava atenta. Levantou-se em disparada e começou a segui-la. Pode ver Soyou sorrindo quando as notou.

Dasom começou a atirar, e Bora entrou em desespero. Não fazia parte do plano machucá-la.

– Para com isso! O que você pensa que está fazendo? – Bora gritou, horrorizada.

– Desculpa! – Dasom parou de atirar e guardou a arma.

Elas corriam como se não houvesse amanhã, e Bora sempre na frente. Suadas, cansadas, mas nunca derrotadas. Seguiam cada passo da ladra exatamente da mesma forma, para que não a perdessem de vista novamente. Soyou não parecia nem um pouco cansada. Muito pelo contrário, parecia que podia fazer isso a noite toda.

Logo elas chegaram no mesmo lugar que na noite passada, Soyou virou no beco e elas fizeram o mesmo, Dasom quase escorregou, mas se recuperou rapidamente. Ela estava as esperando, com as pernas afastadas e os braços cruzados, sorria com os olhos semicerrados. Bora mal conseguia acreditar no que via na frente de seus olhos. Ela parecia mais linda do que nunca, a luz de um poste dramaticamente posicionada atrás de sua cabeça fazia ela parecer um anjo, ironicamente.

Sem entender muito bem o que estava acontecendo, Dasom apontou a arma, mas não atirou. Bora estava alerta, apenas sinalizou para que ela abaixasse a droga da arma pela segunda vez na noite. Soyou não estava com medo, sabia que nada aconteceria com ela. Apenas se virou e fez um sinal as chamando. Dasom abaixou a guarda e foi seguindo, logo atrás de Bora, que não hesitou em seguir a ruiva. Ela encostou em algumas tábuas na parede e bateu em uma sequência que parecia uma música. As tábuas se moveram para revelar uma linda mulher de pele morena e cabelos negros, com luzes loiras e um belíssimo corpo curvilíneo. A mulher se assustou com a presença das policias, mas Soyou indicou que estava tudo bem.

Elas entraram no que parecia ser o esconderijo das duas. Era um lugar pequeno e empoeirado, com um sofá sujo no canto, uma pequena mesa redonda no centro e apenas uma cadeira. A luz ficava piscando de uma maneira irritante.

– Bem-vindas, garotas. Eu sei quem vocês são e vocês também já sabem quem eu sou. – Anunciou Soyou, da maneira mais dramática que conseguia.

– E a sua amiguinha? – Perguntou Dasom em tom de desdém.

– Suponho que já me conhecem também, mas pelo nome de Masked Singer. – Fez uma pausa dramática e depois continuou – Meu nome é Kim HyoJung, mas podem me chamar de Hyolyn.

Dasom e Bora ficaram boquiabertas. Estavam no esconderijo das duas ladras mais procuradas de Seul, o que estavam esperando para prendê-las? Nem mesmo Bora podia explicar. Não fazia sentido algum, de qualquer forma.

– Certo, vocês devem estar muito confusas com o que está acontecendo, não é? Permitam que eu explique. – Soyou disse apontando para o sofá, onde as meninas se sentaram, inclusive Hyolyn, que sentou no braço do móvel. – Recentemente nós duas estamos deixando vocês malucas com tudo isso. Era apenas um jogo, vocês não conseguiam nos pegar e achavam que trabalhávamos sozinhas, mas na verdade sempre estivemos juntas. A Hyolyn é uma hacker de primeira, por isso os alarmes nunca tocam quando eu assalto um lugar. Nós estávamos brincando com vocês. Foi divertido.

Bora podia sentir todo tipo de emoção diferente nesse momento. Raiva, por ter sido ingênua. Feliz, por finalmente ter entendido. Confusa com a mistura de sentimentos dentro da sua cabeça. Dasom, parada ao seu lado, decidiu que a deixaria reagir. O que ela não fez, as palavras foram roubadas de sua boca.

– Olha, eu não sei o que você queria com isso, Soyou, mas não adiantou de nada. É ridículo você ter nos entregado assim. – Reclamou Hyolyn, depois de alguns minutos de um entediante silêncio.

– Pode me deixar sozinha com a loira, por favor? – Pediu, ignorando totalmente a sua parceira.

Hyolyn saiu, levando Dasom consigo. A mesma não reagiu, queria ver até onde isso iria dar. Soyou fechou a porta, deixando a sala mais escura do que já estava.

– O que quer? – Bora perguntou rudemente.

– Te explicar melhor as coisas. Você parecia bem confusa.

– Ok, mas por que? Por que agora você vai parar e me contar? Se entregar assim...

– Eu não estou me entregando. Olha, é o seguinte... eu achei a sua determinação para me pegar simplesmente surpreendente. A maneira como você leva a sério as coisas que faz, é incrível. Desde aquele dia eu não consegui esquecer a maneira como você ficou um bom tempo ali fora, me procurando. Se não fosse pela sua amiga, você teria me encontrado. E, mesmo assim, você não desistiu de me encontrar. Todos os outros já haviam desistido, mas você não. Agora, eu lhe pergunto: por quê? Tanta coisa melhor para se preocupar, a própria Hyolyn, por exemplo, mas você ainda prefere me perseguir...

Pensou bastante nessa pergunta e na informação que acabara de receber antes de responder. As peças se encaixavam como um quebra-cabeça. Soyou era apenas uma pequena peça do show de Hyolyn, enquanto a polícia gastava tempo procurando-a, o show brutal da Masked Singer acontecia. Por um lado, se sentia burra. Por outro, pensava que se tivesse parado talvez nunca teriam descoberto isso.

– Quando eu começo algo, não quero mais parar. Escolhi esse trabalho por isso, adoro essa sensação de adrenalina. Você tem mexido com a minha cabeça desde o primeiro dia. Correndo de um lado para o outro, de maneira tão elegante e sem se importar se está certo ou errado, você sempre sorria. Eu queria tanto você que me perdi no caminho...

Agora era a vez de Soyou ficar perplexa. As duas se admiravam, mesmo sendo completamente opostas, elas compartilhavam o mesmo sentimento uma pela outra. É incrível a maneira como você pode tocar alguém apenas nas coisas que faz. A paixão que as duas colocavam em seus trabalhos faz com que ambas se notassem. Talvez fosse por finalmente terem encontrado alguém que sente tamanha paixão e determinação elas se identificaram e um sentimento novo surgiu. Um que Soyou nunca havia experimentado, mas Bora já conhecia e muito bem.

Bora resolveu quebrar o silêncio.

– Só tem uma coisa que eu ainda não entendi. Como e porque você começou com isso? Sabe, a roubar. Há tantas coisas que você podia fazer, parece perdida...

– Eu parei de me dizer que estou perdida. Eu não estou. Eu estou em uma estrada sem destino. Eu não estou perdida, estou no meu caminho. Isso tudo é uma experiência para me encontrar. Agora, aqui em Seul eu descobri que eu amo aparecer nas capas de jornais.

– Então você só faz isso pelos holofotes. Que perfeição.

– Eu acho que a perfeição é feia. Eu quero cicatrizes, falhas, desordem e distorção.

– Quanta poesia, você é dramática. Eu gosto disso. Até hoje, tudo o que fez foi como um filme. Parecia que você apenas estava escrevendo o roteiro da própria história de ação. A verdade é que você é uma artista.

Soyou sorriu, era isso mesmo que sentia. Estar na frente de alguém que te compreende tão bem é insano. Ainda mais quando essa é apenas a primeira conversa e já se pode sentir uma forte conexão. As duas se encararam por um bom tempo, incertas do que viria a seguir. No final das contas, talvez Hyolyn estivesse certa de que é inútil se entregar dessa forma.

Bora se levantou e aproximou-se de Soyou, tocando seu rosto, mas nem ela sabia o quanto queria isso até realmente fazê-lo. As mãos de Soyou passaram pela cintura de Bora, a envolvendo em um caloroso abraço. Ambas podiam ouvir o coração uma da outra, batendo forte e rápido. Seus lábios se tocaram lenta e puramente, fazendo seus corações baterem ainda mais rapidamente. Era como se o mundo tivesse parado e nada mais importasse, mas elas sabiam que não podiam continuar assim por muito tempo. Além das meninas esperando do lado de fora, o que pensariam de uma ladra e uma policial juntas? Era muito arriscado começar um romance agora, mas já era tarde. Talvez o destino quisesse essas duas juntas.

– Eu te deixo ir se você parar de roubar. – Sussurrou Bora no ouvido de Soyou, sem sair do abraço.

– Não prometo nada! – Disse a ruiva, sorridente. A loira sorriu também.

-//-

Como as coisas seriam a partir de agora, nenhuma das duas podia dizer. Naquela noite, Soyou não havia roubado apenas o Museu, mas também o coração de Bora, que esperava ansiosamente pelo próximo encontro. Com o tempo, não se ouviu falar mais da ladra que aterrorizava as vidas dos cidadãos nos jornais. Não se sabia o paradeiro dela, mas já não era mais um problema e as pessoas foram se esquecendo, embora muita gente continue a reclamar da incompetência da polícia.

Dasom e Hyolyn nunca ficaram sabendo o que havia acontecido naquela noite, apenas que haviam entrado em um acordo. Não se preocuparam em pensar nisso, tudo já havia se resolvido. Não há melhor remédio que o tempo.

Bora acabou conhecendo outras pessoas, mas nunca se esqueceu de Soyou. Continuava lutando contra o crime e se dedicando ao máximo em seu trabalho, mas sempre parando para descansar e não ter mais ataques de pânico.

Soyou parou de roubar e começou a fazer poesia, ficou bastante popular na área e finalmente conseguiu a atenção que queria. Abandonou as coisas ruins e virou uma pessoa melhor. Não namorou ninguém, mas também mantinha seus pensamentos em Bora.

Suas vidas prosseguiram, mas os sentimentos se mantinham. Haviam criado uma ótima lembrança de uma linda aventura juntas que guardariam para sempre em seus corações. Não se encontraram novamente em lugares que não fossem em seus sonhos mais profundos. Embora quisessem, sabiam que era um tipo de amor que a sociedade conservadora coreana não estava pronta para aceitar. É triste pensar que um amor tão lindo como esse teve de ser censurado por que algumas pessoas não sabem cuidar da própria vida.

Seguiram se amando à distância, seguiram amando essa memória.

“E todas as manhãs, eu me lembro de esquecer um amor que não era para mim. E toda noite, eu fico acordado pensando como seria se fosse.”


Notas Finais


Obrigada por ler. <3 Por favor, comentem! Eu preciso saber o que vocês acharam sobre a história. Sejam honestos, mas também educados ^^


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