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História A Noite Escura da Alma. - O Limiar da Verdade.


Escrita por: Sonia_Dell

Notas do Autor


☆☆☆

Mais um capitulo pronto!
Espero que gostem.

Boa leitura!!

Bjks Mil.
Sônia Dell.

☆☆☆

Capítulo 11 - O Limiar da Verdade.


Fanfic / Fanfiction A Noite Escura da Alma. - O Limiar da Verdade.

Após as compras, Adma se dispôs a guardá-las em seus respectivos potes que estavam dispostos e organizados em um armário próximo ao guarda louça, sentei-me em uma cadeira de balanços que sempre ficava próximo da lareira, já era tarde e a noite já estava a envolver a floresta ao redor da casa, observava  Adma em seus afazeres embalada pelos movimentos ritmados e suaves do balançar da cadeira, os mesmos faziam-me  sentir os olhos pesados quase não os conseguia mante-los abertos...

             ********

            O calor das labaredas que subiam alto em redemoinhos de fogo lançavam fortes rajadas de ventos cortantes chamuscando-me a pele... segui adiante transpondo os obstáculos que se opunham entre mim e a estranha mulher... via-lhe chamas tomarem suas vestes mas a mesma ainda a passos lentos adentrava na imensa fornalha que consumia tudo ao seu redor...  quando a um passo de alcançar-lhe ela se virou agarrando-me pelos ombros, seus olhos estavam a me mirar com desespero, sua pele se desprendida de seu corpo como pequenos pedaços de papel em cinzas levadas pelo vento, seu corpo  estava queimando de dentro pra fora... sentia suas mãos queimarem minha pele... desviei meu olhar em direção do seu ao que lágrimas de sangue brotaram dos mesmos, seu lábios se abriram e um estridente grito invadiu meus ouvidos...

           ********

            "- AAAHHHH...!!!!"
            Adma ouvir o grito que ecoou pela casa e deixou o pote de vidro que tinha em mãos cair ao chão estilhaçando, correu em minha direção .
            "- Samya o que foi?" , segurou-me pelo ombro com uma mão e com a outra acariciou-me o rosto. "- Calma minha menina... calma."  Envolveu-me em seus braços sentindo minha respiração entrecortada. 
            "-  Foi só um sonho ruim!"
            "- Mas foi tão real Adma... sentia o calor do fogo ao meu redor...".  Um ardor em meu ombro que desconcentrou, ao que abri devagar minha blusa expondo meu ombro direito e vi marcas avermelhadas de dedos ao que terminei de abrir minha blusa e olhei o outro ombro que apresentava os mesmos sinais, olhei para Adma assustada.
            "- No sonho a mulher me segurou pelos ombros Adma, bem onde as marcas estão!"  Senti um tremor pelo meu o corpo e um frio repentino tomar-me o estômago, a lembrança do sonho antes do meu grito que assustou Adma veio à mente... 
            Olhei fixamente por sobre o ombro de Adma como se estivesse a ver novamente aquela cena, a mulher abrindo seus lábios e de sua boca a súplica fez-se compreensível em um grito de dor ...  "- LIBERTENOS!"
            De repente senti o medalhão que estava pendente em meu pescoço esquentar mas não ao ponto de queimar-me a pele mas tornar-se incômoda a mesma, segurei-o com força em minha mão fechando meus olhos, ao abri-los fitei Adma novamente indagando.
            "- Ela me disse o que quer!"
            Adma acenou com a cabeça e seguiu em direção do antigo baú, abriu seu tampo e retirou de dentro um pequeno embrulho de tecido preto colocou sobre a mesa, desfazendo o embrulho deixando a vista um baralho que aparentava  ter sido muito manuseado, estendeu o pano por sobre a mesa depositando o baralho sobre o mesmo.
            "- Vamos descobrir mais detalhes sobre esta mulher e o que ela quer, está bem!? "
            Assenti positivamente com a cabeça me aproximando ainda mais da mesa a mirar o baralho e alguns desenhos que estavam visíveis, Adma aproximou-se sentando e indicando-me a fazer o mesmo, tomou o baralho em mãos e começou a embaralhá-lo, colocou sobre a mesa e pediu para eu dividi-lo em dois montes tendo em mente o rosto da respectiva mulher, após o ato Adma o tomou em mãos novamente abrindo-o em forma de leque por sobre o pano.
            Uma a uma Adma começou a tirar as cartas do leque e as tombando deixando  ainda ocultas suas faces por sobre o pano em uma forma de losango, tendo o cuidado de formá-lo no sentido horário após depositar a última  ao centro totalizando  cinco começou a vira-las e a  avaliar cada carta que revelava, a primeira que estava no topo do losango, nela tinha um anjo tocando uma trombeta e duas pessoas aparentemente saído de túmulos.
            "- O que quer dizer está carta Adma?" Aparentemente não obtive resposta de imediato, Adma virou mais uma ao qual surgiu uma imagem de bastões, ao que pude contar totalizavam dez.
            "- Pelo que posso ver até o momento é que esta mulher passou por um Julgamento opressor, isso quer dizer que foi julgada injustamente e que sua alma sofre por este atos hediondos até hoje!"  Virou a próxima carta que ficava na base do losango revelando-a, uma lua no céu ao centro com duas torres ao fundo e dois cães a ladrar ao luar enquanto um lagostim tenta sair de um Lago,  não demorando revelou a próxima que indicava um homem pendurado por uma das  pernas de cabeça para baixo com as mãos amarradas atrás das costas.
            "- Tudo indica que ela não consegue se libertar ou melhor ela não  quer deixar este plano,  a causa e uma outra alma que persiste em ficar neste mundo."   Avaliou um pouco mais as cartas com olhos franzidos e completou.
            "- Quando ela foi julgada avia mais alguém junto que também está preso a este ciclo de ilusão e dor." 
            Ao esticar a mão em direção da carta  que estava ao centro do jogo para vira-la um forte vento fez de rompante à porta se abrir fazendo  todas as cartas que estavam por sobre a mesa voarem, corri em direção da porta para fechá-la, forcei-a  contra a força do vento, ao que vi na escuridão por entre as árvores que ficavam a uns metros à frente da casa de Adma um vulto que aparentemente olhava para a cabana, ao que com um piscar de olhos desapareceu, fiquei ainda a olhar a escuridão com um frio a me percorrer a coluna, ao que o pedido de Adma para fechar a porta fez-me retornar ao meu consciente, assim que fechei a porta encostei a cabeça pensativamente contra a madeira respirando fundo, passei a tramela e segui em direção da mesa e vi todas as cartas agora misturadas e jogadas no chão.
            "- Por favor Samya, ajude-me a recolhe-las, meus joelhos não são tão bons assim!"
            Ajoelhei-me e comecei a recolher as cartas, ao que vi uma última sob o baú, gatinhei até mais próximo pegando a última carta que faltava, a mirei atentamente enquanto me levantava, coloquei as outras cartas sobre a mesa para que Adma as organiza-se  enquanto meus olhos olhavam fixamente na que ainda estava em minha mão, um homem sentado em um trono, em sua base um escudo ornado com uma águia e em suas mãos carregava um cetro em riste, sua face e de um homem austero, imponente seu corpo é voltado para o passado e suas pernas estão cruzadas, Adma reparou que eu estava  observando esta carta com minúcia, ao que se aproximou esticando seu olhar para observar qual arcano tanto me chamará a atenção.
            "- Huumm... vejo que se interessou pelo imperador, cuidado ele é um homem muito intransigente quando o assunto é sentimental."  Riu ao terminar sua observação fazendo-me respirar fundo e mirar seus olhos que atentamente me observavam.
            "- Não é isso Adma... é que esta carta me fez lembrar de alguém em especial!"
            "- Ah, deixa eu advinha quem será está pessoa..." , riu alto se encostando ao meu lado olhando juntamente comigo a carta.
            "- Este arcano nos passa a impressão de um homem soberano, centrado e dominador e tenho a certeza que você percebeu isso, por isso fez-se lembrar de seu Lorde, não é !?"  Deu um sorriso de canto olhando-me de viés, ao que suspirei profundo falando.
            "- Pelo visto você me conhece bem de mais Adma, não posso nem devanear que você já sabe o que está se passando em minha mente!"  Sorri timidamente devolvendo-lhe a carta.
            "- Eu só interpretei o que vi, e o que eu vi foi uma mulher que identificou seu amor em uma carta de tarô... nada de mais!"  Deu de ombros colocando a carta junto das outras.
            "- Sei..." , ao que lembrei-me do jogo que ficou inacabado.  "- Adma... e a última carta que ficou sem ser revelada, tem como sabermos qual... "  Adma se virou com uma feição seria para mim me interrompendo.
            "- Depois daquele Geas... hoje não me atreverei a revelar mais nenhuma carta, com certeza o oculto que esta por trás desta história não quer ser revelado."
            "- Mas como vamos saber mais detalhes, quem eu devo libertar além dela?" Meneava minha cabeça com inúmeras dúvidas a me assolar.
            "- Samya, se a alma desta misteriosa mulher escolheu você para ajudá-la a encontrar a paz, com certeza ela sabe que ao seu tempo você encontrara as respostas a estas perguntas!" , falou-me pousando a mão por sobre meu ombro. "- Você já está pronta, só tem que acreditar em si e o acaso tornará tudo possível!"

Naquela noite nenhum espírito veio me visitar fazendo-me ter sonhos inóspitos e perturbadores, somente a insônia que persistia em me prejudicar o descanso era que fazia presença e uma angústia desmedida, uma ancia misturada com vontade... três dias longe da mansão, sábia que ele estava bem, mas do nada como de súbito este desejo me assolou, precisava por um fim nesta vontade indômita que corroia meu peito.

Quando Adma se levantou notou que eu já estava de pé encostada no batente da porta a mirar o nada com uma caneca de café em mãos.
            "- Pelo jeito você não teve uma noite muito boa, teve algum sonho?" Adma perguntou-me se sentando em sua cama, abaixei meu olhar para a caneca fumegante que tinha em mãos  respirando profundamente.
            "- Quem me dera tivesse tido um sonho, pelo menos teria conseguido dormir..."  Me virei para o interior da casa seguindo em direção da mesa.
            Adma acompanhou meus passos até meu destino e percebeu que sobre a mesa estava meu alforje com minhas coisas já em seu interior, levantou-se e a passos lentos aproximou-se de mim.
            "- Vejo que esta de partida, por que esta decisão  repentina? "  Percebi que suas palavras tinha um tom melancólico e triste, suspirei pesarosamente.
            "- Hoje á noite juntamente com meus pensamentos... que para mim foram mais carrascos do que conselheiros deixaram meu coração em xeque..." , bafejei  profundamente.  "- Não sei te explicar com clareza Adma, mas meu âmago de uns tempos pra cá tem estado inquieto e estranho!"
            "- Não seria por causa do sonho que teve estes dias e que ontem deixou claro sobre que se tratava?"
            "- Pode até ser...  minha mente esta relutante em cooperar comigo, esta me deixando louca de tanto pensar... este sonho, a mulher, estas marcas que ela me deixou nos ombros me parece tanto utópico quanto real , eu quero compreender melhor...  mas pra isso eu preciso de um tempo pra mim... o problema não é você ou esta casa o problema sou eu e meu coração inquieto... !" Ao termino de minha explicação já estava fitando Adma com olhos marejados, a mesma  esticou sua mão envolvendo meu rosto retribuindo o olhar que me passava acalanto.
            "- Eu sei minha criança , quando o caminho e percorrido rápido  demais comumente ficamos perdidos, mas não precisa temer o desconhecido se ele se mostra e porque você esta preparada... mas se você acha que precisa de um tempo e que este lhe trará as resposta que precisa... então vá! " 

Adma abraçou-me com força e em um impulso afundei meu rosto em seu pescoço e os olhos rasos d’água agora já estavam a molhar seu ombro.

           



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