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História A Noiva Cadáver e o Estranho Mundo de Jack apresentam: - Revelações e problemas


Escrita por: SallyEsqueleto

Capítulo 3 - Revelações e problemas


Fanfic / Fanfiction A Noiva Cadáver e o Estranho Mundo de Jack apresentam: - Revelações e problemas

 

Jack que era sempre tão sagaz estava terrivelmente distraído hoje, justamente hoje quando eu mais precisava. Deus, o que eu não daria para que ele tivesse saído com Sally dali e me deixado a sós com Emily? Seria o momento perfeito não fosse isso, isso e ela ter sido com a amiga para o refeitório, e aquele monte de meninas. É... talvez se elas não tivessem as empurrado para longe eu poderia me sentar ao lado dela no jantar e ter feito o convite.

Quando este pensamento me veio à mente olhei em todas as direções a procura dela e não a encontrei, busquei então a cabeleira ruiva de Sally, que achei com facilidade, pois além de flamejantes seus cabelos eram longuíssimos. Não havia ninguém ao lado dela, desesperado busquei com mais afinco, e nada. Foi aí que reparei que havia um prato intocado ao lado dela, que deveria ser de Emily.

Virei para o lado a fim de chamar Jack, mas ele estava ocupado conversando com o pessoal “mais importante”. Empurrei a cadeira e me encaminhei para onde Sally estava sentada, as garotas ainda causavam tumulto, brigando agora aos socos e palavrões. Impedido de passar, chamei por ela que pareceu não me ouvir. Ela havia se levantado e estava indo embora, se entrasse na ala do dormitório das meninas não a veria nunca. Forcei a passagem sem muita delicadeza e várias garotas me disseram grosserias.

Corri para alcançá-la ainda no corredor, mas ela parecia estar com uma enorme vantagem sobre mim. Chamei-a novamente e neste ato de desconcentração escorreguei. Ela continuou andando e corri ainda mais. Peguei seu braço com mais força do que pretendia, pois seu corpo veio de encontro ao meu e ela estava caindo. Tentei segurá-la, mas não demorou e nós dois fomos de encontro ao chão. Meus joelhos fizeram um baque, e perdi a visão em meio a uma cabeleira vermelha. Tenho que admitir que Emily parecia ser mais leve que Sally.

- M-me desc-culpe. – gaguejei, enquanto tentava levantá-la. – Ah, eu sinto muitíssimo... eu... e-eu...

- Tudo bem, não faz mal. – respondeu ela enquanto ela se levantava sozinha tropegamente como se estivesse bêbada.

- Eu lamento muito, eu a machuquei? – percebi que até aquele momento ela tinha desviado o olhar.

- Não. – respondeu ela com uma sombra de sorriso no rosto.

- O que foi? – perguntei a ela sem entender seu ar risonho.

- Nada. É que... – ela fechou os olhos por um momento e abriu ainda mais o sorriso. – É que você está amassando a gravata de ficar torcendo-a assim. – completou quando abriu os olhos.

No mesmo instante olhei para baixo e verifiquei que estava fazendo isso mesmo. Me sentindo patético, tentei arrumar o melhor que pude, mas acho que o resultado não foi muito bom, pois ela mesma se encarregou da tarefa, fazendo força para não rir. Quando ela se afastou contive um suspiro, e derrotado cobri o rosto com as mãos para que ela não visse que estava envergonhado.

- Desculpe. – murmurei com os lábios enterrados nas palmas. – Que embaraçoso, eu sou um bobalhão.

Ouvi uma risadinha e um par de mãozinhas sobre as minhas tentando delicadamente tirá-las do meu rosto.

- Está tudo bem. Vamos não fique desse jeito, e eu não acho que você seja um bobalhão. - Olhei para ela por entre os dedos, e não parecia estar dizendo isso apenas para ser condescendente (pobrezinho). – Na verdade, acho o senhor muito perspicaz.

Tirei as mãos do rosto repentinamente envaidecido e apoiei-me em algo, tentando fazer uma pose descolada.

- É mesmo... aaah...

Senti meu apoio se mover atrás de mim e me desequilibrei por um instante. Sally me pegou pelo colarinho e impediu que eu caísse junto com um busto de um dos antigos diretores que atravessou a janela. Ouvi o som de vidro sendo quebrado e da estátua caindo lá embaixo no jardim seguido de um sonoro “ai”, que parecia terrivelmente ser do funesto zelador.

- Depressa, se ele descobrir que fomos nós, estaremos mortos. – disse Sally que tinha os já grandes olhos arregalados.

Ela segurou com firmeza meu cotovelo e corremos desembalados pelos corredores mal iluminados, um após o outro, ocasionalmente parávamos e esperávamos os passos se distanciarem para que pudéssemos prosseguir. Até que houve um momento que estavam tão perto que tivemos que nos esconder dentro de um armário de vassouras. Lá dentro tinha um cheiro forte de produtos de limpeza, e a única luz vinha de uma janelinha lá no alto.

- Acho que os despistamos. – sussurrou Sally.

Pude sentir o calor de seu hálito próximo ao meu peito, embora fosse alta ela era uma cabeça mais baixa que eu. De repente me lembrei de Jack, e dos sentimentos que meu amigo tem ela. Fiquei mal ao lembrar que a derrubei, que reparei – mesmo que sem outras intenções – no tamanho de seu corpo comparando-a com Emily, e que agora eu estava espremido contra ela neste minúsculo armário no escuro!

Senti meu rosto queimar de vergonha mais uma vez, já estava com a mão na maçaneta para sair e enfrentar o zelador quando ouvi a voz do diretor, ele falava baixo e um grupo de pessoas o acompanhava. Havia o soluçar de uma mulher, o diretor parecia estar repreendendo-a.

- Eu lamento que tenhamos que chegar a este ponto, mas já não cabe a mim escolher o seu destino, Srta. Gutknecht.

As luzes que vinham do vão da porta sumiram logo após e não pude ouvir mais nenhum som. Será que eu entendi direito? Ele dissera Srta. Gutknecht? Olhei para Sally, e pela pouca luz que ainda restava vi que a cor tinha se esvaído de suas faces.

- O que está havendo? Era a Emily que estava chorando?

-Eu... E-eu... – ela hesitou antes de responder. - Eu não sei, eu acho que ela deve... ter dito algum desaforo para o diretor outra vez

- Sally... – insisti.

- Eu não sei, deve ter sido alguma bobagem... – ela tentou parecer descontraída, mas sabia que estava mentindo.

- Srta. Finkelstein... – tentei parecer o mais firme possível. – Por favor, eu não faria nada que prejudicasse sua amiga, então queira ter a bondade de me dizer o que sabe.


 

MAIS CEDO NAQUELE MESMO DIA...


 

Victor fora levado para a sala do diretor depois de por fogo acidentalmente em uma lixeira da sala de aula. Ele alegava com toda a sinceridade que conseguiu reunir que não sabia que não era permitido fazer demonstrações nas aulas e que seria bom para o aprendizado dos alunos se pudessem. Contudo o Sr. Mayor não estava muito a fim de levá-lo a sério naquela manhã.

Aliás, ele não levava muito sério qualquer estudante, exceto Jack Skellington, que ganhara o Título de Rei da Abóbora até então inexistente, e elevara a fama da escola por suas festas de arrepiar. Pessoas vinham de muito longe para vê-lo, corriam boatos de que a polícia viera investigá-lo e ao diretor, o Sr. Mayor. Mas isso foi numa época em que Jack e Victor não eram muito... chegados é uma boa palavra?

- Sr. van Dort. Lamento muito, mas terei que notificar seus pais. – sentenciou o diretor após ouvi-lo sem muito interesse.

Ele observou atentamente suas expressões, se eu ao menos conseguisse invocar alguma da autoridade de Jack... mas ele era... temível, isso intimidava as pessoas, Victor não era assim, então se resolveu por  usar outra tática.

- Diretor, eu tenho certeza de que não é preciso incomodá-los. Entenda, meu pai é um homem extremamente ocupado, sempre fazendo negociações de grande porte, e minha mãe detesta ser molestada com ninharias. – falou num tom calmo e lento para que ele não perdesse nenhuma palavra, fazendo questão de acrescentar um tom ameaçador na fala baixa. – Contudo, é claro que sempre podemos achar uma maneira de compensar o incidente de hoje. Eu soube pelo próprio Sr. Skellington que é de seu desejo ter uma fonte implantada no centro do... jardim, para uma nova performance que ele está desenvolvendo, mas a julgar pelo estado das salas de aula eu diria que uma fonte adequada esteja fora do orçamento da escola.

Ele fez uma pausa para avaliar a reação. Agora o diretor o ouvia atentamente, pendurado em cada palavra, completamente estático. O diretor prendia a respiração por tanto tempo que parecia ter morrido naquela posição, até que se remexeu levemente em sua cadeira.

- Jack lhe disse isso? – Victor olhou-o fixamente para ele e fez força para não revirar os olhos. – Bem... er.. quer dizer... É claro que nos últimos tempos a escola tem passado por uma dificuldade financeira, e as nossas celebrações no mês do outubro é uma grande fonte de renda...

- A performance que o Sr. Skellington planeja é simplesmente grandiosa, mais espetacular que a do ano anterior. Com a divulgação adequada, o público seria ainda maior, isso poderia ser muito oportuno para a escola.

Ele se levantou da cadeira e começara a resmungar consigo mesmo. O Sr. Mayor possuía somente dois tipos de emoção: alegria e medo. Logo, supunha-se que ele não era um homem muito corajoso. Veja bem, a Sra. Van Dort era uma mulher robusta, de voz retumbante, que sempre andava com uma raposa por sobre os ombros e um chapéu com uma pluma, a abanar-se com um leque. Ela era uma típica mulher comum, que casara-se com um homem comum e sempre o intimidara até certo ponto, montara nele como se monta em um burrico, e quando este enriquecera, mudara seus estilos de vida exatamente como era o esperando deste tipo de gente.

Apesar de tudo, ela era uma esposa e uma mãe dedicada, e sempre como o esperado, ela os defenderia de qualquer escândalo que pudesse envolver sua família, e isto significava que seria uma briga aos berros. Já pensando na enxaqueca que isso lhe causaria depois e extasiado pela oferta de van Dort ele dirigiu-se ao garoto:

- Bom, meu rapaz, eu acredito que como não houve nenhum dano consistente aos patrimônios da escola e nem aos professores e alunos, não há porque puni-lo ou envolver seus pais, que são pessoas de tão boa índole. No entanto, vou aquiescer sua oferta de compensação.

- Mas é claro senhor. Eu irei entrar em contato com meu pai para que ele providencie a fonte e sua instalação, o mais rapidamente possível.

- Claro, claro. Bem, agora, queira juntar-se aos outros alunos, Sr. Van Dort.

- Tenha um bom dia senhor.

- Igualmente.

Ao sair pela porta Victor deparou-se com Jack vindo ao seu encontro em alta velocidade e que derrapou no corredor para evitar uma colisão.

- O que houve? Eu estava vindo ajudar você. – disse Jack, que encarava a porta do diretor como se esperasse vê-lo a qualquer instante.

- Por quê?

- Obrigado, pelo que você fez lá na sala de aula. Eu a convidei e ela disse que sim. Tava te devendo uma.

- Você quer dizer que está me devendo uma. Eu dei um jeito nisso.

Jack ergueu uma sobrancelha descrente.

- Ah é? Como?

- Subornei ele. – disse Victor displicentemente erguendo os ombros, pôs as mãos nos bolsos da calça e girou nos calcanhares para seguir pelo corredor.

- Como é que é? – perguntou Jack, que olhava para ele banzado.

- Você queria uma fonte para sua apresentação no Dia das Bruxas, certo?

- Certo.

- Eu acho que você notou que a escola está praticamente falida e que aparentemente aquela fonte não ia rolar. – Jack apenas assentiu com a cabeça. – Então eu ofereci a fonte contanto que ele não chame meus pais aqui.

- Cara, o que foi que aconteceu para que você não queira tanto assim, a ponto de dar uma fonte para escola, só para não vê-los?

- Não são os meus pais. É só a minha mãe. – eles apenas se entreolharam, mas Jack continuou com um quê de interrogação. – O Scraps morreu.

Não era segredo para ninguém que a Sra. Van Dort não gostava do cãozinho, bastava passar em frente a mansão dos van Dort para ouvir seus protestos a altos brados contra o animalzinho. Nenhum dos dois disse mais nada, Scraps era irmão de Zero, dos seis cachorrinhos que nasceram somente três sobreviveram, mas agora restava apenas Zero. 



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