História A nossa história de Amor - O primeiro dia

Nunca gostei do primeiro dia de voltas as aulas, o cheiro de caderno novo e roupa nova sempre me incomodou muito, o pior nem era essas coisas, mas sim os alunos, nunca fui bom em fazer amigos, meus irmãos sempre conseguem fazer mais fácil, era mais aquele aluno que só faz amizade depois que o primeiro preguiçoso chegar perguntando.

-Me passa a resposta dessa questão??

  Pelo menos é uma boa maneira de começar uma amizade. Meus pais sempre falam para mim começar a ter mais amigos, para não ficar sozinho nas festas e sair mais de casa, mas prefiro a solidão, como um grande filosofo disse uma vez.

´´ A solidão me fez solidão``, sempre acho graça dessa frase, o garoto que fez ela é bem bonito, seus olhos azuis e aquele cabelo, deixa todo mundo loco, pena que ele grita muito, já não escuto direito de um olvido culpa dele, mas são coisas que o amor esquece.

  Eu e meu irmão estávamos atrasados para aula, entramos nessa escola esse ano, meus pais mudam de cidade com frequência, é difícil conhecer todos os vizinhos. Estava mós na sala 6, quando entramos lá a professora colocou um sorriso de orelha a orelha.

-Vocês devem ser os novos alunos, podem se apresentar para sala, acho que todos estamos curiosos em saber mais de vocês- Ela estava sorrindo muito, acho que gostava de ter alunos novos, parecia ser simpática e dócil, meu tipo de professora.

- Meu nome é Alex Marte, tenho dezesseis anos, curto skate e basquete, acho que só isso mesmo- Meu irmão parece ser uma pessoa tão legal quando ele fala assim, é até estranho se descrever com coisas tão normais.

- Meu nome é Steven Marte, tenho dezesseis anos, gosto de ler, desenhar e ficar trancado em casa vendo desenhos e series.- Um grupinho do fundo começou a cochichar acho que estavam preparando para tirar sarro de mim.

- Legal meninos agora podem se sentar, tem dois lugares aqui na frente.- A professora espero nos acomodar para continuar a aula, parecia muito feliz para alguém que perdeu dez minutos de aula que já ia acabar.

  Peguei o livro que estavam estudando e comecei a foliar, quando um menino do meu lado colocou a mão dele na minha e tinha um papel com ele, olhei para ele e um sorriso lindo saio de sua boca, ele até que é bem atraente. Eu abri para ler, já estava pensando que alguém ia começar a tirar saro comigo, quando eu vi algo inusitado.

´´Me encontre no pátio``- Já fiquei mais assustado que antes, ficarem tirando sarro era algo que sempre aconteceu, mas me chamar para o pátio??, não queria pagar algum mico já no primeiro dia, mas estava curioso em saber o que ia acontecer. Esperei até a quarta aula, onde iria dar o intervalo, quando o sinal bateu parecia uns animais mortos de fome, esperei todos saírem da sala pra descer, o garoto que me entregou o papel foi um dos últimos a descer, quando me levantei ele virou o rosto e deu um sorriso pra mim, não sei como mas aquele sorriso era tão bonito, estava querendo saber seus interesses comigo.

Quando cheguei no pátio esperei perto da parede onde tinha quase ninguém, apenas umas garotas baixinhas falando baixo, perto delas eu me sentia um gigante. Então ele apareceu, acho que era descendente de coreano, seus olhos eram muito bonitos, e aquele cabelo era de dar inveja a muita gente, só faltava saber o real motivo de ele querer falar comigo.

-Oi – A única coisa que consegui falar para ele, nunca sei socializar com ninguém.

- Oi- Com aquele sorriso no rosto de derreter o meu coração.

- Então, é legal ser aluno novo né, tem oportunidade de ter amigos novos, alguém especial talvez, - Ele parecia estar flertando comigo, nunca fui bom com isso.

- Sim, é bem legal, mas nunca fui bom em fazer amigos, acho que você é o primeiro que faço, na verdade qual o seu nome? – Meu rosto ficava vermelho a cada vez que ele ficava mais perto, estava com medo de ele se encostar em mim.

- Á verdade nem tinha me apresentado, me chamo Jack... Jack Raster- Seu sobrenome era estranho, nem me importei em querer saber a origem, ele parecia animado em conversa comigo.

-Muito prazer Jack, mas então, por que você queria falar comigo??- Estava ansioso para saber o que ele queria que nem estendi a conversa.

- Sim sim, eu estava querendo algum amigo novo, e você é um pouco parecido comigo, bom n sei muito de você, mas aparenta ser alguém legal- Seu rosto ficou vermelho e aquele lindo sorriso sumi-o de sua face.

- Entendo, nunca fiz um amigo fácil assim, seria legal começar a ter um já.

- Que bom- Naquele momento parecia que ele ganhou na loteria e eu era o maior prêmio- Bom meus pais vão estar fora hoje atarde quer ir na minha casa, tenho alguns jogos bem legais.

- Está bem, já não vou fazer nada hoje a não ser tirar as minhas coisas das caixas.

  Ele deu um sorriso e saio correndo de onde estava, até paro o primeiro dia tinha ido bem com algum amigo. Quando o sinal bateu voltei direto para sala e meu irmão tinha feito amizade com a maior parte da sala, o que não me admira já que ele sempre faz isso. O tempo foi passando e o sinal bateu, Jack estava me esperando arrumar meus materiais para irmos juntos para a casa dele, meu irmão já tinha saído e vi-o que ia na casa dele, o que foi bom assim sei que ele também ia na casa de algum amigo que fez agora.

- E então, a quanto tempo estão na cidade? – Ele parecia estar com vergonha pelo jeito lento de falar.

- Faz duas semanas apenas, meus pais vivem mudando espero que dessa vez não aconteça de novo- Uma lagrima correu do meu rosto essa hora, ficar mudando de cidade é muito cansativo, perder as poucas amizades era algo muito chato.

- Também espero.

  Um silêncio tomou conta pelo resto do percurso, a vizinhança era agradável e tinha muitas crianças correndo, achei que com tanta tecnologia não existia, mas crianças assim.

-Chegamos! – Ele deu um grito de felicidade muito grande, parecia que cegar em sua casa era uma vitória.

  O lugar era lindo, por fora parecia casa de filme, com cercado e tudo, e por dentro um paraíso, certamente os pais dele eram ricos, aqueles moveis não eram baratos, ele me deu um copo de suco com um sanduiche, fui andando na casa e descobrindo as suas belezas, não me importaria em passar uma semana nela, a cena mais engraçada na casa foram as fotos dele pelado quando era bebe acho que não tem pai que não faça isso.

  Ele olhou para mim rindo das fotos dele e fez um gesto com a mão me chamando para a sala, chegando lá a televisão estava ligada em um canal educativo, estranhei o gosto dele por programas.

-Minha irmã gosta desses programas, até me acostumei em velos

-Entendo, não tenho irmão pequeno, mas gostaria, deve ser divertido ter uma criança correndo pela casa.

  Nós olhamos por algum tempo, ele pegou na minha mão e se aproximava de mim, meu corpo estava ficando quente, não sabia o que faria pois estava na casa dele, apenas com ele. Levantei do sofá bem rápido, meu rosto estava vermelho e meus olhos lacrimejavam.

- O que eu fiz??- Ele olhava para mim assustado.

- Nada, só não estou pronto para isso agora, você é alguém bem legal, mas se for para fazer isso tem que ter algo antes.

  Virei o rosto para o chão, meus olhos ficaram vermelhos de tanto segurar o choro, minha blusa estava ficando amarotada de tanto aperta-la. Ele levantou do sofá, e pegou no meu pescoço, com um gesto muito dócil pegou na minha mão, enxugou minhas lagrimas e me abraçou, nunca tinha me sentido tão aceito como essa tarde.

  Depois de um tempo, ele me levou para casa, voltamos de mãos dadas até o portão, quando soltou ela, já estava com saudades de sua companhia, nunca imaginei que o primeiro dia de aula seria tão importante para minha vida.