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História A Nova Era - Interativa - O dia está correndo rápido


Escrita por: FlowersFanfics

Capítulo 14 - O dia está correndo rápido


Fanfic / Fanfiction A Nova Era - Interativa - O dia está correndo rápido

Nos cantos remotos da construção, S.M Davy esperava impacientemente.

Esperava...pelo quê?

A morte?

Já estava ali havia várias horas, só ele e seus pensamentos. A espera duvidosa pode ser uma tortura bem agonizante.

O silêncio costumeiro é interrompido por passos rápidos e decididos.

- Espero que as acomodações o estejam agradando. - diz aquela voz maluca outra vez, que ele passou a odiar.

S.M Davy encara o chefe de toda aquela loucura, tentando guardar suas feições na memória, mas não conseguia distingui-las porque o vulto sempre estava na escuridão. Ele se escondia de algo? Ou tinha medo de se revelar? O escarte não sabia dizer.

- Me sinto claustrofóbico aqui. - diz ele, batendo de leve as suas asas. De que adiantava ter suas asas liberadas se mal podia pular dentro da redoma? - Fora que a escuridão ao meu redor me incomoda.

- A escuridão o incomoda? Isso é peculiar para alguém que viaja entre dimensões. - diz o chefe, com seus olhos brilhando e sorrindo.

S.M Davy semicerra os olhos. Por que ele estava lá? Para perturbá-lo outra vez?

- Sinto muito que tenhamos te tratado assim. - fala o chefe, com estranha sinceridade. - Mas temo que não possamos simplesmente te liberar de seu cativeiro.

- Já imaginava isso. - diz S.M Davy. - Então pode ir embora. Eu quero aproveitar a infinita paz que tenho agora.

O vulto escondido nas sombras sorri, como se estivesse se divertindo com a ordem do escarte em seus domínios.

- Vim lhe fazer uma proposta. - diz ele.

S.M Davy fica curioso, embora ainda cauteloso. Afinal...o silêncio o havia torturado por tempo demais, mas o que ele podia oferecer poderia ser bem pior.

- O que seria? - pergunta.

- Eu estudei suas habilidades junto com vários cientistas, ambos humanos e monstros. - começa o vulto. - Você é um monstro bem forte para os padrões normais. Eu imagino como seria se você recebesse uma alma humana…

S.M Davy se levanta e o encara bem nos olhos...aqueles olhos brilhantes que pareciam sorrir sempre que possível.

- Eu NÃO serei uma cobaia sua. - diz o escarte, irritado.

- Bem, todos que recebem essa proposta e recusam...dizem que preferem morrer...mas na hora de morrerem, clamam por misericórdia. Você também será assim?

- Não, porque eu não quero morrer. Eu ainda preciso te fatiar ao meio com minha foice.

- Sua foice está guardada com total atenção. Temo que não seja possível.

S.M Davy solta um som de desdém através de seu bico. Levanta os olhos desiguais novamente.

- Onde está Oni? - pergunta ele, preocupado com aquela fênix. O que poderia estar acontecendo com a garotinha?

- Ah, está sendo bem cuidada.

- O que vai fazer com ela?

- Isso é confidencial, mas se aceitar minha proposta, eu poderia dizer. Você seria tratado de forma mais honrosa.

- Sem chance.

O chefe sorri mais. O escarte vê o brilho de seus dentes na escuridão.

- Você é um monstro bem teimoso, mas eu entendo seu lado. - diz o vulto, com afeição em sua voz. - Bem...o que mais vai querer em sua nova moradia? Uma TV, um livro…?

- Minha foice. Você sabe pra que.

O vulto solta uma gargalhada. A risada dele era um misto de infantilidade e maturidade.

- Bem, você é complicado. - diz o vulto, se afastando a passos largos. - Aproveite a paz que você queria aproveitar!

Depois do chefe ir embora, o silêncio retorna, sufocante e impiedoso.

E cheio de mais dúvidas.

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O chefe andava pelos corredores, cumprimentando a todos os seus empregados. A construção estava relativamente cheia, e ele gostava de tratar a todos com educação e cortesia.

Os humanos e monstros que o viam davam cumprimentos, sorrisos e olhares de respeito.

Ao estar na frente de seu escritório, ouve vozes. Uma feliz e outra zangada. Ambas vozes eram jovens.

Apura os ouvidos para ouvir melhor:

“Lyra, você não deu xeque-mate ainda! Devolva o meu rei!”

“Mas o seu rei é tão bonitinho! E por que o rei preto tem que estar com a rainha preta? Ele poderia ficar com a branca!”

“Não é assim que o jogo funciona.”

“Seu jogo é contra a diversidade!”

Ao abrir a porta, a dupla de 13 anos para de falar, assustados. Havia peças de xadrez espalhadas por toda a sala, e um tabuleiro de xadrez estava em cima de uma mesa dobrável, com poucas peças sobre ele.

- Olá, queridos! - diz o chefe, sorrindo mais. - Estão fazendo uma bagunça, em?

Lyra e Hidal ficam paralisados,  e olham para o chão de madeira aos seus pés.

O morcego decide então catar as peças espalhadas.

- Não iremos mais fazer isso, prometemos… - sussurra Lyra.

A garota tem os cabelos acariciados pelo chefe, de forma gentil.

- Vocês estão brincando. Podem continuar a brincar, queridos. - fala ele, mas então sua voz fica dura. - O que eu não permito é que falem com prisioneiros perigosos.

A morena engole em seco.

Hidal fica a observar, nervoso, enquanto agarrava um bispo branco e um cavalo negro.

- Sim, eu sei o que você fez. - continua a falar. - E eu me lembro que tinha dito claramente para não fazer isso.

Lyra tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Ela leva um beijo na testa.

- Fique calma, querida. Deixarei isso passar. Mas você tem que aprender a obedecer.

- Eu aprendi isso. Juro.

- Ótimo. - ele dá um olhar para Hidal. - Cuide bem de sua irmã, ok? Ela não é sua irmã de verdade, mas também merece amor e atenção. Assim como você.

- Sim. Vou fazer isso. - diz o morcego, muito sério. Ele não arriscava a mostrar qualquer sentimento diante de seu chefe.

- Bom saber.

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Rackhan pula na frente da mulher, que logo recua, assustada. Essa reação não era restrita somente a ela. Rackhan sabia disso muito bem.

O lagarto a reconhece. Era a mulher com a bolsa de crocodilo.

- Tem mais coisas em sua bolsa nojenta? - pergunta ele, com um sorriso ocultado por sua máscara. Ele deixa a sua faca bem visível. - É bom que sim, se não...você sabe o que ocorre.

- N-não tenho nada de valor! Me d-deixe em paz! - gagueja a mulher, trêmula.

- Talvez você esteja mentindo. Eu odeio mentiras.

Rackhan derruba a mulher com uma rasteira, e agarra a bolsa dela.

Tudo que tinha dentro eram papéis de comida e lencinhos de assoar o nariz.

- Sério isso? - fala ele, enojado. - Essa bolsa está mais nojenta do que antes!

O lagarto então dá um olhar para a mulher...que estava sorrindo?

Ouve uma voz autoritária atrás de si:

- Parado! Mãos atrás da cabeça!

Rackhan se vira, e vê vários policiais apontando armas para ele. Eles mostravam expressões de raiva e triunfo por encontrá-lo.

O lagarto dá de ombros e põe as mãos atrás de sua cabeça, conforme ordenado.

Então fica invisível. Afinal...não tinham dito para não ficar invisível, certo?

Mas os policiais estavam preparados. Botam óculos de visão especial, e enxergam o lagarto correndo para longe, apesar da invisibilidade.

Logo, tiros são ouvidos.

O lagarto sobe um prédio, por pouco não sendo atingido em sua perna por um dos projéteis.

Ele se esconde atrás de algumas caixas, e fica a ouvir os policiais se afastando e dando ordens.

Respira fundo. Pelo visto sua quantidade de diversão seria menor.

“A fama tem seus preços.” pensa ele.

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Shelly andava de volta para sua casa, depois de ter falado um pouco com Lorranny.

“Sorvete delicioso!” pensa a monstrinha, sorrindo.

Então nota o bosque iluminado onde encontrara Ellen pela primeira vez. A fantasminha costuma ficar por lá.

Será que daria tempo de fazer uma visita à fantasma camarada?

Antes de decidir, reconhece Espes sentada em um banco ao lado de uma aranha humanóide de cabelos longos liláses e cinco olhos alaranjados. Ambas pareciam conversar animadamente, como amigas íntimas.

- Oi, Espes! - cumprimenta Shelly.

A loira vê a monstrinha e sorri.

- Oi, Shelly! - cumprimenta Espes de volta. - Declan, essa é a Shelly que te falei.

A monstrinha negra não percebeu, mas o olhar da aranha azedou um pouco, e o sorriso dela ficou mais fraco.

- Que legal. - diz a aranha, sem animação. - Espes, vamos embora.

- O quê? Ao menos se apr…

- Vamos. Está ficando tarde.

A aranha puxa a loira para longe, resmungando. Espes dizia algo sobre “ciúme intenso”, e ria à respeito disso.

Shelly fica confusa.

“Talvez essa Declan seja tímida?” pensa. “Bem, vou tentar falar mais com ela outro dia.”

Então a monstrinha consegue adentrar o bosque luminoso.

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Ao entrar no bosque, encontra Ellen dançando perto do lago enquanto cantava uma maravilhosa canção.

- Hey, Ellen!

A fantasminha para de cantar e nota a presença dela. Flutua até Shelly, lhe dando um rápido beijo na testa.

O beijo era estranho por vir dos lábios de um fantasma, mas era agradável para a monstrinha.

- Onde está Lorranny? Como ela está? - pergunta a fantasminha, preocupada.

- Ela está bem...mas talvez meio traumatizada? - comenta Shelly, meio triste. - Deve ter sido horrível.

- Deve não. FOI horrível. - diz Ellen. - Eu posso ser uma fantasma, mas até eu fico assustada com esse tipo de coisa.

- Onde está esse lagarto? - pergunta Shelly. - E esse homem?

- O lagarto está foragido. O homem está no hospital, recebendo visitas de Marina. - a fantasma sorri. - Cá entre nós...eu shippo os dois.

Shelly começa a rir.

A monstrinha deita na grama e observa o céu acima dela.

Ellen fica ao seu lado, observando silenciosa.

Ambas pensavam no mundo que viviam. Seria esse mundo bem diferente de 100 anos atrás…?

Ellen então tem uma ideia. Uma ideia para se divertirem um pouco mais.

- Hey, que tal irmos para algum lugar? - sugere a fantasminha. O lugar que tinha em mente estava perdido havia décadas, mas seria divertido uma busca por ele.

A monstrinha fica curiosa.

- Qual lugar?

- Um lugar cheio de mistérios e lendas...um lugar que diziam estar amaldiçoado...um lugar em que crianças iam e não retornavam...

Shelly ri novamente.

- Pare de suspense, Ellen. Diga.

- Onde mais poderia ser? Monte Ebott, é claro.

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Felipe arrumava suas coisas, depois de mais algumas horas de trabalho.

Zounar continuava paranóico em relação à Tharo e os relatórios, mas o monstro fez questão de acalmar o homem por pelo menos alguns minutos, aconselhando ele a descansar um pouco. Afinal, nervosismo não ajudava em nada. E Zounar era um homem conhecido por ser nervoso e concentrado em seus deveres, mesmo que seu dever com Tharo não o agradasse muito.

O monstro chefe então nota uma foto caída no chão. Devia ter derrubado ela enquanto arrumava o seu quarto.

A pega com cuidado e vira ela para vê-la melhor.

Suspira.

Era uma foto dele e de seu irmão mais novo, quando menores. Eram muitos parecidos em aparência, tendo como diferença de que Felipe era mais alto, afinal...era 10 anos mais velho que seu irmão.

Felipe faz uma expressão triste.

- Ainda sente falta dele, né?

O monstro se vira e nota Nyria na porta de seu quarto, preocupada. Ele põe a foto entre as folhas de uma agenda sua. Então põe a agenda em uma gaveta.

- Sempre vou sentir. - admite ele. - Alpha tinha...problemas...mas era um garoto tão bom.

- Imagino. - Nyria sorri tristemente e abraça o marido de forma carinhosa. - Talvez ele esteja em um lugar melhor.

- Não imagino qual lugar seja. Ele fugiu de casa há anos.

- E a polícia não o achou?

- Não. É como se tivesse evaporado.

Nyria toma um olhar pensativo, e então dá um beijo em seu marido, lhe dando um sorriso afetuoso. Ela não gostava de ver ele daquele jeito.

- Eu vou fazer torta de maçã. - diz ela. - Vai querer um pedaço?

Felipe abraça a cintura de Nyria, carinhoso.

- Feita por você? Claro que vou querer. - diz ele, sorrindo mais, embora ainda pensativo sobre seu irmão desaparecido.



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