O trio peculiar pisca os olhos, surpresos e assustados. Se mexem vagarosamente, gemendo e fazendo várias perguntas em suas mentes. Afinal...o que raios aconteceu?
Rackhan tosse, esfregando o couro cabeludo. Verifica se não havia quebrado nada em seu corpo.
Nada, realmente. Sorri e se levanta…
Apenas para se deparar com Arnold e Marina o encarando.
- Oh...ótimo. - diz Marina, cruzando os braços. - Minha vida vem melhorando TANTO para chegar nesse ponto.
Rackhan solta uma leve risada.
- Fico feliz que eu esteja realmente melhorando sua vida, híbrida. - diz ele, com a língua de cobra saindo de sua boca.
A híbrida de lobo com humano fica vermelha, fechando os punhos. Antes que ela vá para cima do lagarto novamente, Arnold a segura.
- Hey, nada de brigas por aqui. Acho que já temos problemas suficientes agora. - diz o ex-soldado, seriamente.
Marina se afasta dele, bufando e arrumando o cabelo de mechas azuis com os dedos.
O lagarto humanóide cheira o ar, olhando o local com seus enormes olhos vermelhos.
- É, devemos ter problemas mesmo. Afinal...onde estamos? - pergunta ele.
- Está perguntando para a pessoa errada. - responde Arnold, também olhando o local. - É...tão escuro. As paredes parecem se misturar com o chão.
- Tem paredes aqui? - pergunta Marina, tateando o ar. - Não parece ter.
Arnold fica pensativo, esfregando o queixo.
- Aquele círculo…nos trouxe para cá.
- Você falou algo sobre aquele círculo. - diz Rackhan, ameaçadoramente. - O que você disse? Você realmente não sabe nada deste lugar? Porque se souber e está escondendo…
- Eu juro que não sei de nada. - interrompe Arnold, sério.
Marina se aproxima, não tendo achado nada naquele local exceto escuridão.
- Você.... - começa Marina, nervosa. - ...disse algo sobre…
- Wingdings.
Todos se assustam com a voz repentina. Uma voz irregular, não parecendo uma voz nem de um monstro nem de um humano.
O trio se vira, deparando-se com uma criatura completamente diferente de todas que já viram. Esta parecia estar vestida em um enorme casado preto, com duas mãos a flutuarem ao lado dele. Suas mãos possuíam buracos onde dava para se ver através, e seu rosto era comprido, tendo olhos com pupilas brancas e riscos que saíam por eles, como rachaduras.
Rackhan se afasta, pegando a faca que estava guardada consigo.
- Eu não faria isso se fosse você. - diz a estranha criatura, fazendo um gesto com uma das mãos.
A faca some em pleno ar, no meio de vários glitches.
Rackhan arregala os olhos, recuando ainda mais.
- Que...que….que coisa é você?? - pergunta ele, embabascado.
- Uma...b-boa pergunta. - gagueja Marina, tremendo.
- Se afaste! - exclama Arnold, estando na frente deles.
A criatura parece dar uma risada seca.
- Podem me chamar de Gaster. - responde. - Tenho um serviço para vocês três.
----------------------
- Sério, eu não estava fazendo nada de mais!
Na construção subterrânea, em um cômodo, se encontravam Hidal e Lyra, com o morcego estando contrariado com a garota humana.
- Eu só estava tentando achar algo para me divertir. - continua.
- Oh, claro, indo se divertir em locais onde claramente NÃO É para ir. - diz Hidal, cruzando os braços. - Isso não soa tão divertido.
Lyra ri de leve, sorrindo.
- É porque você é muito sério, morcego.
Hidal suspira e faz um comentário:
- Alpha vai dizer para nosso chefe sobre seu comportamento.
Lyra bufa, se sentando em uma cadeira que estava por lá.
- Vão me dar um castigo? - pergunta, ajeitando as tranças que usava.
- Provavelmente. Tipo tirar o seu arco.
Lyra se assusta, logo ficando de pé, apesar de uma das tranças estar um pouco desfeita.
- Não meu arco e flecha! Eu não faço nada de ruim com ele!
- Lyra, outro dia você acertou a bunda de uma empregada.
- Eram flechas de borracha! Não iriam dar muito dano de qualquer jeito. Aquela empregada é bem feia.
- Lyra…
- Okay, okay, eu irei me comportar mais. - responde a garota, ajeitando as tranças novamente. Fazia uma expressão de irritação e rebeldia.
Hidal dá um leve sorriso.
- Conhecendo você, é uma tarefa meio impossível.
Lyra lhe dá língua, se lembrando por um breve momento de como Alpha enlouqueceu na frente dela.
O que havia de errado com aquele cara…?
----------------
Espes e Declan estavam lanchando em uma lanchonete, repleta de monstros e humanos.
Espes comia um grande hambúrguer coberto de ketchup, enquanto Declan se alimentava de diversos tipos de comidas picantes. A aranha realmente adorava coisas apimentadas.
- Vamos, vamos, só mais uma piada! - dizia Espes, mastigando enquanto falava.
- Acho que já chega de piadas por hoje. - comenta Declan, limpando sua boca com um guardanapo. - Fora que a visão de sua boca cheia de comida não é nada boa. - a monstra solta uma risada.
Espes engole o monte de comida com goles rápidos de suco de laranja.
Em seguida boceja, se espreguiçando.
- Esses lanches me deram o maior sono. - comenta ela.
Declan ri, cobrindo a boca com suas seis mãos.
- Espes, você já cochilou hoje. - diz a aranha humanóide.
- Sim, mas quem proibiu cochilos duplos durante o dia? - pergunta a loira, piscando os belos olhos azuis.
- Estou só comentando…
A televisão da lanchonete parece aumentar de volume, revelando uma jornalista morena e com óculos de grau.
- Os presídios do estado parecem se esvaziar cada vez mais. - reportava ela. - Vários criminosos tem desaparecido ao longo das semanas, sem vestígios capazes de explicarem tais desaparecimentos. Policiais e detetives de fora estão vindo para tentar achar mais alguma camada de informações…
Declan se lembra de Rackhan por um momento, e logo franze o rosto.
Espes a encara, e começa a dizer:
- Será que eles estão fugindo…?
- Não tenho certeza. Pode ser que estejam. Mas os presídios sempre tiveram uma grande tecnologia de proteção. É realmente difícil fugir de lá sozinho.
- Talvez alguém de fora os ajude? - sugere a humana.
- Provavelmente. - concorda a aranha.
-------------------
- “Policiais e detetives de fora estão vindo para tentar achar mais alguma camada de informações…”
A voz da jornalista, vinda de um celular, é desligada e substituída por risadas.
- Quão burros eles podem ser? - pergunta Billy, ainda rindo.
- À uma porcentagem alta, por assim dizer. - comenta Brian, anotando algumas informações em um bloco de notas. - Mas logo tais notícias vão esfriar ao verem que tais “foragidos” não estão fazendo nada de danoso por estes estados.
- Pelo contrário! Estão ajudando em uma boa causa! - exclama Bob, sorrindo e estendendo um prato cheio de uma substância gosmenta. - Certo, Wipe?
O experimento se mantinha à distância, com o único olho bem fechado.
Bob põe o prato no chão e se afasta, saindo da caixa de vidro e a fechando.
O experimento, ao se notar sozinho, ao menos sozinho em sua prisão, se aproxima do prato, pegando a comida artificial com sua única mão e a engolindo com voracidade, sem mastigar. Enquanto se alimentava, lágrimas escorriam de seus olhos, e ele parecia tremer com mais intensidade.
Billy começa a rir outra vez, achando o comportamento de Wipe algo hilário.
- Vamos ter que discipliná-lo bem. - diz o cientista.
- Cuidado. Precisamos dele vivo. - adverte Brian, já prevendo os pensamentos do irmão.
Bob estava perto da caixa de vidro, observando Wipe se alimentar.
Billy dá um olhar para o experimento, e em seguida retorna o olhar para Brian, com um sorriso sádico se formando em seu rosto.
- Oh, claro que vou deixá-lo vivo. - diz ele. - Mas...todos sabemos as dores que a vida pode nos trazer.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.