História A nova geração: Imprevistos - Caso Liv Whitfield uma mentira?

Fiquei encarando Naara por vários minutos totalmente abismada. Meu rosto não havia uma sequer expressão e pareceu que minha amiga estava temendo por essa minha reação. Minha respiração parou e por mais que eu tentasse puxar o ar ele insistia em não entrar.

- M-mas c-como? - gaguejei incapaz de falar direito. - O que você fez, Naara?

- Ele me viu entrando no banheiro da Murta, como ela desaparecida fica mais fácil ficar lá na minha - Naara parou para soluçar - tipo, eu não sabia que o Luke havia entrado logo atrás de mim, então ele me ouviu murmurar comigo mesma sobre eu ter me arrependido de ter matado a Liv, então o Luke ficou alterado e me pregando um susto. Tipo, ele exigiu uma explicação e eu recusei, eu sabia o que fazer, não sabia o que falar! Não sei se foi para tirar com a minha cara mas o garoto me intimidou a contar tudo a McGonagall - vejo-a fechar os olhos para tentar se controlar, sem sucesso - eu simplesmente não consegui acredito no que escutei, berrei para para ele que como tinha coragem de me ameaçar, certo, eu que cometi tal atrocidade, mas... Rose eu estou correndo atrás dele faz meia hora com medo que ele conte. Luke é meu namorado mas não tenho mais certeza se posso confiar nele, afinal eu matei a irmã dele, Luke está no seu direito de me odiar e querer me expôr.

- Não acho que Luke irá falar alguma coisa - falei a puxando para se sentar ao meu lado, Naara parecia que iria cair para trás a qualquer momento - É muito estranho tudo isso que você disse, porque Luke não aparentava zangado ou espantado por você ter matado a irmã dele, ele estava... Calmo.

- Você acha que talvez Luke já sabia? 

- Seria uma hipótese válida, mas como? E por que ficou esse tempo todo calado? Sinceramente alguma coisa está muito errada por aqui.

Naara aoenas balançou a cabeça afirmativamente e a envolvi de lado com meus braços, minha amiga tremia levemente, eu não fazia a menor ideia do que fazer, tantos problemas em apenas um ano, não apenas um ano, estou cercada por essa loucura desde que pisei em Hogwarts. Eu só posso ter atirado bomba de bosta no túmulo de Merlim.

Olhei para os lados, a sensação de estar sendo observada voltou com tudo e me arrepiei, uma ideia veio a cabeça me fazendo sentir um gosto amargo ma boca, e se....

- Você acha que a Liv não era quem dizia ser? - perguntei de repente e Naara me olhou confusa. - Tipo, vai ver a Liv era mais do que sabíamos, eu chegava ouvir sobre ela, que a garota era basicamente tudo o que os alunos do sexo masculino queriam, mas talvez ela não tenha sido só isso, por que uma garota bonita e popular como ela pegava só no seu pé, por que esse ciúmes doentio? Admito que talvez seja pelo fato de você e o irmão dela estarem juntos... Mas e quando eu estava quase ficando com ele? Nenhuma garota loira e esbelta ficava na minha cola.

- Vai ver Liv não foi com a minha cara, eu não sou tão bonita como ela era e talvez Liv achasse que eu não sou boa o suficiente para o irmão. - um suspiro pesado saiu por entre seus lábios.

- Não diga uma coisa dessas - repreendi - Liv e Luke eram próximos? Porque eu acho que há muita coisa escondia para Luke não agir em prantos e que talvez a relação entre os dois era apenas superficial.

- Luke não demonstrava estar preocupado com o desaparecimento da irmã, nunca estava. - ela baixou ainda mais o tom da voz - Eu já cheguei a me perguntar várias vezes se ele sabia de algo, afinal tinha horas que o olhar do Luke sobre mim mudava completamente, não era aquele olhar terno, parecia sei lá... Acusador.

- Liv poderia guardar algum tipo de segredo, este o qual poderia dizer o porquê dela ter pegado tanto no seu pé ou o porquê do Luke não se surpreender tanto ao fato dela estar morta e você ser a responsável.

- Isso tudo é muito confuso, Rose.

Consenti e levei minha amiga para o banheiro para ela poder lavar o rosto e beber um pouco de água. Os olhos de Naara estavam menos vermelho mas seu corpo ainda tremia, comecei a ficar preocupada quando ela fechou os olhos e começou a murmurar algumas palavras em um tom tão baixo que mal dava para se compreender. Eu fiquei apenas observando sem saber o que falar e desviei o olhar para os meus pés até sentir a mão de Naara segurar meu braço. Ela sorria, mas não era um sorriso que chegava aos olhos.

Saímos do banheiro para encarar um corredor parcialmente vazio, os demais alunos não se deram o trabalho de reparar em nós e foi quando sobrou apenas eu e Naara, Luke chegou até nós, ele estava hesitando e esfregava as mãos umas nas outras.

- Está mais relaxada? - ele pergunta a Naara em um tom que me fez questionar internamente.

- Eu não entendo, por que você não está com ódio perpétuo por mim? Eu matei sua irmã! - Naara exclama abusando um pouco na altura da voz.

- Naah, eu sabia que ela estava morta - não contive a sobrancelha erguida perante aquelas palavras - e sabia que alguém a tinha matado, mas fala sério! Você acha mesmo que eu amava incondicionalmente minha irmã? Não estou feliz por você ter sido a responsável por ela ter parado de respirar, mas não vou ficar bravo por isso. - Luke murmurou algo mais, algo que quase não consegui ouvi, mas mantive o esforço, era algo como: Mesmo você tendo mudado boa parte da minha história.

Passei a língua pelos lábios, que tipo de irmão ele era? O que Luke havia acabado de dizer poderia ser facilmente interpretado como "matou minha irmã? Que se dane, ela não fará falta"  o encarei com os olhos espreitados tentado ler seu semblante, sem sucesso. E o que aquilo queria dizer? Sua irmã não poderia ter tanta influência em sua vida... Não é?

- Certo, mas me explica uma coisa, por que diabos agiu como se quisesse me matar no banheiro e agora mudou completamente de comportamento? - Naara cruzou os braços a frente do peito - Alguma coisa aqui não faz sentindo. Como soube? Por que demorou tanto para me contar? Por que não se importa? Você odiava Liv?

- Eu não sabia como reagir, eu estava tentando te esconder o que sabia e você, afinal Naah, você já anda nervosa de mais. Como eu soube... Prefiro não falar sobre isso agora - ele parou de falar e o encarei - Há muita coisa por trás disso e prefiro ir contando aos poucos, sei que se passaram muitos anos desde o ocorrido, e há coisas que eu nem sei como começar a contar.

Naara trocou olhares comigo e lancei o meu melhor sorriso forçado e os deixei a sós, eu estava muito curiosa e muito envolvida também, mas se há coisas que Luke prefere conversar com Naara sobre o assunto e minha presença atrapalha, posso conter minha curiosidade, afinal ela já está contida a muitos anos.

O caso da Liv parecia de certa forma uma mentira, ninguém falava dela a tempos como se nunca tivesse existido, parecida que todos os alunos e professores aceitaram pacificamente que Liv Whitfield jamais fôra uma aluna. Eu precisava conversar, estou querendo conversar a muito tempo e nunca consigo, Scorpius está distante comigo,o que diabos ele está fazendo?

- Algum problema, maninha? - ouço a voz de Hugo perguntar de um ponto atrás de mim, me viro a tempo de encontrar seus olhos castanhos me encarando de forma preocupada.

- Minha vida é um problema atrás do outro. - tentei sorri fraco mas apenas resultou numa careta triste.

- Ei, não fala isso - Hugo me envolveu em seus braços - mesmo que as coisas parecem sem solução há sempre uma luz no fim do túnel que faz as coisas se ajeitarem.

- Quando foi que você cresceu tanto, Hugo?

- Você estava ocupada de mais vivendo suas aventuras.

Me afastei um pouco para enxergar seus rosto, não havia nenhum expressão ali, meu irmão estava indiferente e aquilo me preocupou. Parecia até, de certa forma, o Albus.

- Aconteceu alguma coisa? - pergunto de forma cautelosa.

- Não - ele sorri e afaga meus cabelos ruivos - Adivinha, eu conheci uma garota.

- Me conta mais sobre ela. - pedi também sorrindo.

- Ela é fantástica, mas um pouco controladora, tem essa de querer mandar sempre, mas sei lá, eu gosto.

- Se você estiver feliz, é o que importa.

Hugo me abraça forte e se afasta logo em seguida, vejo meu irmão sr afastar e mordo meu lábio preocupada. Na primeira vez que ele se envolveu com uma garota as coisas não deram muito bem.

- Rose - Scorpius chama vindo em minha direção mas não antes de cumprimentar Hugo - Tenho uma coisa para lhe contar.

- É? Eu também. - avisei.

 Scorpius passou o braço pela minha cintura e fomos para a Sala Comunal dos Monitores-Chefes, onde teríamos uma noite longa e cheia de explicações para dar, tanto da minha parte como a da dele.