História A nova geração: Imprevistos - Tudo normal...?

Estranho.

Essa é a única palavra que define perfeitamente os últimos meses em Hogwarts. Não havia sequer vestígios que um dia Voldemort existiu, algumas coisas permaneceram iguais, tais como o segredo de Naara, um fato que ocorreu sem interferência do Lorde das Trevas e meu primo Fred II permaneceu vivo e saudável, no começo foi um tanto complicado vê-lo todos os dias com um sorriso maroto repuxado nos lábios. Mais complicado que isso é ver o professor Dumbledore passeando pelos corredores e cumprimentando os alunos ou o professor Snape lecionando poções, tudo estava de alguma forma errada e a culpa era toda minha e de meus amigos. O que podíamos fazer? Exatamente nada.

A conversa que tive com Dumbledore dias antes do último dia de aula foi um tanto desconfortável, eu já estava de certa forma esperando por aquele diálogo, mas por que eu achava que ele deixaria passar o fato dele ser um bruxo velho e sábio de mais?

- Senhorita Weasley - saudou ao me ver passar pela porta de seu gabinete de diretor que em outra realidade pretendia a McGonagall.

- Queria falar comigo, diretor? - me fiz de inocente me sentando a sua frente.

- Certamente. Creio que tenha alguma coisa para me contar - ele ergue uma sobrancelha por cima dos óculos de meia lua, apenas encolhi meus ombros - por algum motivo existe uma pequena possibilidade de eu ter uma lembrança de uma época mais anterior onde a senhorita e seus amigos invadiram - permaneci quieta - tenho quase certeza que fizeram alguma coisa.

- Com todo respeito, diretor, não acho que devo ficar comentando sobre o ocorrido, fizemos muita besteira mexendo com o que não era da nossa conta... - paro para deixar um suspiro nervoso sair por entre meus lábios - mudamos o presente.

- Drasticamente?

- Drasticamente.

Então eu contei, para minha sorte Dumbledore não reagiu como se eu estivesse louca, acho que aquele diretor já presenciou coisa de mais para de admitir com a loucura que fizemos. Ele me alertou da possibilidade de haver alguns paradoxos da antiga época entrelaçada com essa nova completamente alternativa e que deveríamos tomar cuidado com o que fazemos ou falemos.

No primeiro mês de férias irei passar na casa do tio Harry, pelo menos ele continuou sendo meu tio. Durante a viagem até King's Cross eu acabei descobrindo que meus pais e meu tio se conheceram no trem como antes, mas não se tornaram amigos logo de cara, Draco Malfoy e Harry Potter se tornaram amigos e meu tio se tornou uma figura exata de seu pai e deu continuidade aos Marotos. Meus pais começaram a namorar no quinto ano e continuam firmes e fortes até então mas se desentendem muito facilmente. Basicamente pouca coisa mudou e meu medo para encarar os entes queridos outra mortos, vivos, é eminente.

Meu pai não estava na estação e minha mãe me recebeu de braços abertos. No caminho até em casa Hugo estava sentando ao meu lado naquele transporte trouxa o carro, ele estava agitado contando de suas notas altas, algo que me surpreendeu uma vez que meu irmãozinho nunca teve um relacionamento ótimo com seu boletim. Será que...? Não. Minhas notas são excelentes.

Minha mãe comentou sobre o trabalho no Ministério que estava tranquilo e que meu pai não estava ali era porque tinha saído com os irmãos Fred e George após uma discussão deles, algo extremamente estranho.

- Hum, mãe? - chamei após sairmos do carro.
 
- Sim, querida? - ela me olhou no momento que Hugo passou pela porta.
 
- E o Voldemort?
 
Minha mãe parou de fazer o que estava fazendo e olhou bem para mim.

- Quem? - ela pergunta. Engoli em seco, visivelmente nervosa.
 
- Ninguém mãe. - murmurei e subi para meu quarto.
 
Ele continuava igual, mas a manchete que tirei do Profeta Diário que dizia que o tio Harry havia derrotado o Voldemort tinha sumido. Mas havia uma meteria do jornal que dizia sobre um jovem bruxo problemático ter sido assassino em um orfanato trouxa por bruxos mais velhos. Tom Riddle. Não teve como eu não ficar nervosa.

Dois dias depois me teletransportei para a casa dos Potter pelo pó de flu e no exato momento em que apareci na lareira Lily e James me puxaram para um canto enquanto tiravam a fuligem de minha roupa.

- Você não vai acreditar na loucura que foi esses dias! - Lily exclama fazendo gestos largos.
 
- Papai não tem cicatriz e nem sabe quem é Voldemort, a vó Lily e o vô James se lembram de tudo, mas mantemos segredo. - James disse e faz uma careta.
 
- Meus pais também não sabem quem é o Voldemort, será que devemos contar o que aconteceu? - pergunto já totalmente livre da fuligem preta.
 
- Acho melhor não, quando fomos para a época dos nossos pais eu encontrei minha mãe, ela não se lembra do ocorrido e acho melhor deixar assim. - Lily disse.
 
- Por quê? O que você fez?

- Nada.
 
Suas bochechas ficaram mais vermelhas que os cabelos, ri daquilo e tia Ginny aparece na sala com um sorriso enorme do rosto.
 
- Oi, Rosie! - ela abraçou. - Não a escutei chegar, como foi a viagem pelas lareiras.
 
- Normal. - respondi.
 
Ela sorriu para mim e pediu para um elfo doméstico levasse minhas malas para o quarto de hóspedes, algo que jamais acharia que veria, afinal minha mãe era cismada com essa coisa de elfos domésticos e quase fez a cabeça de meu tio também.
 
Meu olhar caiu sobre a Lily Evans, agora Potter também, ela sorriu e veio até mim.
 
- Então, quer manter segredo? - ela perguntou.
 
- Acho melhor, mas não tenho certeza se é saudável guardar um segredo tão grande. - murmurei.
 
Lily Evans-Potter não disse nada, mas concordou com a cabeça, ela se afastou e foi para junto de seu marido. Pelo menos mesmo eles sabendo o que iria acontecer permaneceram juntos. Sorri para ele e alguém entrou no meu ponto de vista.
 
- Olá Rosie. - disse o Teddy.
 
- Oi. - abraçei meu amigo.
 
- Eu sei o que vocês fizeram. - ele baixa o tom se inclinando um pouco para frente.
 
- O quê? - ergui as sobrancelhas.

- Nós contamos a ele. - James disse se inclinando também.
 
- Sabem o quanto isso é estranho? - Teddy perguntou.
 
- Nós sabemos. - murmurei.
 
- Teddy, venha conosco? Ah! Olá Rosie. - Remo Lupin disse e deu um beijo na minha testa. Ele puxou o filho pelos ombros e se afastou.
 
- Olha, isso foi bizarro. - disse olhando para onde eles estavam indo.
 
- Com certeza, eu fiquei abobada quando vi o padrinho do meu pai. - Lily disse apontando por cima do ombro.
 
- Ele está aqui?
 
James indicou o cozinha com a cabeça e junto a Lily nos direcionamos naquela direção encontrando um bruxo adulto e outro nem tanto conversando animadamente.

- Oi tio. - falei quando o vi, meus olhos sem querer pousaram em sua testa, sem cicatriz.
 
- Rose! Bem vinda. - ele me abraça e retribui um pouco nervosa.

Meus olhos caíram sobre Sirius, eu não o tinha visto antes mas ele parecia jovem e disposto mesmo pela idade um tanto avançada.
 
- Oi. - murmurei.
 
- Rosie, que bom vê-la, não me diga que ainda está namorando com o menino Malfoy! - ele exclamou.
 
- Ok, então não digo nada. - brinquei.
 
Ele riu e abriu os braços para eu ir abraçá-lo, assim eu fiz.

- Sabe de uma coisa? - ele sussurra no meu ouvido. - Eu lembro que conheci sua amiga em 1970. Você viajou no tempo também?
 
- Sim, mas não para os anos 70, por favor, não conte a ninguém.
 
- Não vou contar, já guardo o segredo da Lily e do James.

Dei um meio sorriso e o soltei, fui para onde a Lily estava.

- Sirius tem uma boa memória. - resmunguei.

- Alguém iria lembrar, sem querer conversamos com gente de mais. - ela uniu os lábios em uma linha fina igual tia Ginny normalmente faz.

Muita coisa ainda me assusta, alguém no final irá descobrir, mas não há mais nada que possamos fazer, mesmo se quiséssemos já mexemos de mais no tempo para concertarmos aquilo. Com um longo suspiro retorno para a sala, eu não conseguia me sentir a vontade e muito menos aliviada, algo me dizia que alguma coisa iria dar muita errado novamente.

Mas até lá...  Mais um dia comum na casa dos Potter.