História A Nova Influência - O que os olhos veem, o coração sente

Um mês depois...

O dia da primeira exibição do comercial coincidiu com o do desfile da nova coleção da Coca-Cola Jeans. Como também era a estrela da campanha para a marca, Sarada compareceu ao evento com Sakura, Obito e Chouchou. Eles já tinham assistido ao comercial e ficaram felizes com o resultado. No entanto, Sakura estava preocupada com a reação de Sasuke. O pai da menina não ia ficar feliz com as cenas de beijo. Não mesmo.

— Eu já consigo imaginar o Sasuke xingando esse menino de tudo quanto é nome por causa da cena do beijo. – Disse Sakura a filha e os amiguinhos, enquanto via o comercial passar num telão que ficava ao fundo da passarela enquanto o desfile não começava.

— Papai tem que aprender a ser menos dramático e aceitar que eu cresci. – Disse Sarada.

— Conhecendo o tio Sasuke, você sempre vai ser a bebezinha prima. – Opinou Obito.

— Melhor então o Shinki ficar longe do pai da Sarada, só por garantia. – Brincou Chouchou.

— Gente, eu vou lá atrás pro camarim. Tenho que ir me arrumar. – Disse Sarada se despedindo.

Enquanto a menina trocava de roupa, fazia maquiagem e cabelo, Obito e Chouchou se jogavam na mesa de frios e atacavam os garçons com bebida. Já Sakura estava ocupada dando entrevista. Por ser uma digital influencer muito admirada, os jornalistas presentes no evento estavam loucos para saber a opinião dela sobre o desfile que estava prestes a acontecer, ainda mais agora que a sua filha tinha se tornado a estrela da campanha da marca.

— Sakura, é nítido que a sua filha está seguindo seus passos. Você deu algum conselho a ela sobre esse momento de ascensão a fama? – Perguntou a repórter para Sakura.

— Sarada sempre foi muito madura. Ela está pronta para seguir o caminho profissional que quiser sendo seguindo meus passos ou não. Só disse a ela para tomar as decisões com o coração.

— O que achou da parceria entre sua filha e a Coca-Cola?

— É uma marca de peso do mercado. O comercial ficou muito bonito e foi feito com uma equipe bastante profissional. Eu mesma acompanhei um dia de gravação. A Sarada nunca ambicionou ser modelo ou rosto de nada, mas, por ser minha filha, o nome dela está atrelado à moda. Quando ela percebeu ficou um pouco insegura para aceitar, mas dei uma força e ela acabou gostando muito do trabalho. Mas Sarada pretende seguir um caminho mais ligado à música.

— Ela toca violino não é mesmo?

— Sim, toca belamente! Já participou de alguns desfiles meus tocando. Agora, ela está cursando a faculdade Música em Julliard.

— Só orgulho não é mesmo?

— Com certeza!

[...]

Quando chegou ao evento, acompanhado por Kankuro, Shinki viu Sakura dando uma entrevista, mas não a abordou. O garoto resolveu pedir para que Kankuro ficasse por ali enquanto ele ia para os bastidores trocar de roupa para desfilar. Sabia que Sarada já devia estar até pronta. Quando a viu momentos antes de entrar na passarela, Shinki foi conversar com ela.

— Oi, animada para fazer seu primeiro desfile? – Disse Shinki.

— Um pouco nervosa. Não sei desfilar. Nunca fiz isso antes. – Confessou Sarada.

— Vai dar tudo certo. Ei, viu o resultado do comercial?

— Vi. Adorei o resultado.

— Eu também. – Sorriu.

— Shinki, estão me chamando. Vai começar o desfile.

— Nos vemos pós desfile?

— Claro!

O desfile começou com Sarada entrando com a primeira roupa ao som de Avicii vs. Conrad Sewell - Taste The Feeling. Apesar de tremer por dentro, a garota deu cada passo em cima da passarela confiante. Não dava para perceber quem a estava observando, havia muitos flashes. A luz era muito forte. No entanto, ela sabia que sua mãe, Obito e Chouchou estariam ali na primeira fila aplaudindo-a no final. Isso a relaxou.

O segundo a entrar na passarela foi Shinki, que parecia ter nascido para fazer aquilo. A beleza do rapaz atraía os olhares até daqueles que não sabiam que ele era descendente do Rei Sasori I, de Suna. Shinki era interessante por ele próprio, mesmo que não achasse isso. Kankuro vigiava o garoto em alerta o tempo todo. Nunca sabia quem poderia querer fazer mal a Shinki, pois a família dele era muito importante. Depois disso, o desfile aconteceu normalmente. No fim, os dois apareceram para dar a última volta sobre aplausos acalorados da plateia.

— Você foi tão incrível, Sarada! – Sakura a abraçou com força.

— Você exagera, mãe! Eu nem sei andar direito. – Disse Sarada.

— Você só tá falando isso pra gente elogiar mais. – Dedurou Obito e levou um beliscão da menina.

— AAAAAI – Gritou ele e alguns estranhos olharam.

— Isso é pra você deixar de se meter no que não deve! – Rebateu Sarada.

— Não briguem, crianças! – Pediu Sakura.

— Esses dois estão sempre assim, tia! – Disse Chouchou.

— Oi, pessoal. Tudo bem? Posso roubar a Sarada um minutinho de vocês? – Pediu Shinki ao abordar a menina.

— Oi, tudo melhor agora que você chegou! – Disse Chouchou e levou um cutucão de Obito.

— Melhor você tirar a Sarada daqui antes que a Chouchou se jogue em cima de você – Recomendou Obito, o que fez todos rirem e Chouchou ficar corada.

— Shinki, querido, você arrasou na passarela! Não sabia que você modelava também! – Comentou Sakura.

— Não costumo fazer isso, mas como faz parte do meu contrato com a marca... – Disse Shinki.

— Seu pai aceita isso? – Perguntou surpresa.

— Sim, contando que não me envolva em escândalos para esfregar o nome da minha família na lama. – Disse Shinki.

— Vamos logo Shinki! – Disse Sarada já puxando o menino pelo braço – Volto logo pessoal.

[...]

— Por que me arrancou de lá? – Perguntou Shinki assim que ele e Sarada estavam na área externa do local do desfile.

— Se eu deixar, minha mãe fica falando com você o dia todo. – Disse Sarada.

— Ela gostou de mim né? – Sorriu.

— Quem não gosta de você? – Rebateu Sarada.

— Você. – Afirmou Shinki e então os dois se encararam.

— Você sabe que não é bem assim...

— Sarada, você tá com medo. – Acusou Shinki.

— Não tenho medo de você. – Afirmou Sarada, enquanto mirava o horizonte.

— Não disse que é de mim que você tem medo...

— E o que está insinuando então?

— Você tem medo do que sente por mim.

Sarada procurou alguma palavra para rebater a insinuação de Shinki, mas não conseguiu achar nenhuma. Ele tinha razão. Desde que o caminho dos dois havia se cruzado, um sentimento crescente se instalara em seu peito e ditava seus pensamentos. Embora não gostasse de admitir, Shinki não era o babaca que ela pensou que fosse quando o conheceu. Com o passar dos dias, ele havia conquistado sua confiança e agora estava cada vez mais perto de levar seu coração também.

Ao fundo, Shinki e Sarada podiam ouvir a música Into You, de Ariana Grande. Ele tocou sua mão e a segurou. Sarada riu ao sentir que Shinki a abraçava. Os dois se encararam por alguns segundos e a Uchiha sabia muito bem o que ia acontecer dali para a frente. Os rostos se aproximaram, os olhos dela se fecharam ao sentir o nariz dele tocar o seu e, de repente, Sarada não conseguia pensar em nada que não fosse o gosto da boca de Shinki, que ela explorava sem qualquer vergonha.

Aquele beijo era real. Não eram mais personagens ali. Shinki colocou suas mãos na cintura da garota, enquanto ela cruzou seus braços no pescoço do rapaz, enquanto fazia carinho em sua nuca. Estava gostoso. Nenhum dos dois gostaria de parar. A canção ao fundo fazia tanto sentido para Sarada. "I'm so into you, I can barely breathe/ And all I wanna do is to fall in deep" Novamente, Sarada se sentia como a adolescente que era e não mais uma mulher amargurada pela perda do primeiro namorado.

— Vai continuar negando? – Perguntou Shinki assim que parou o beijo.

— O que quer? – Disse Sarada ainda presa nos olhos do garoto, praticamente num sussurro.

— Que você admita que me quer da mesma forma como eu quero você.

— Você sabe tão bem quanto eu que essa história está fadada a acabar.

— Se a gente nem tentar, como pode saber? Sabe, Sarada, eu passei a minha vida toda seguindo regras e essa é a primeira vez que eu tomo uma atitude pelo meu próprio bem, sem pensar tanto no que a minha família vai falar. Se te preocupa o que o meu pai vai dizer, eu te garanto que com ele eu me entendo. Mas não me negue uma chance por outra coisa que não seja você. Ok?

— Shinki, eu gosto de você.

— Não é isso que eu quero ouvir.

— Que garoto difícil! Onde eu fui amarrar meu burro, hein? – Revirou os olhos – Shinki, eu quero você também! Satisfeito?

— Adoro essa sua marra! – Shinki abraçou de novo a garota e roubou um selinho.

— O que a gente é então?

— Ah, claro... Você aceita ser minha namorada? – Pediu Shinki.

— Deixa eu pensar...

— Sarada!

— Tá, é sim!

Shinki então levantou Sarada e a rodopiou no ar. Enquanto estava nos braços de Shinki, a garota sorria. Mas, de repente, o novo casal foi interrompido por Kankuro.

— Desculpem, mas é melhor os dois voltarem para o local do desfile. Estão procurando pela Sarada para fazer umas entrevistas. – Informou Kankuro e Shinki colocou Sarada no chão.

— Tudo bem. – Disse Shinki, então ele e Sarada começaram a andar de mãos dadas, mas Kankuro os parou.

— Melhor a moça ir primeiro e você ir depois. Não gostaríamos de um falatório certo? – Disse Kankuro.

— Kankuro, Sarada é agora oficialmente a minha namorada. Não vejo mal voltarmos juntos. – Disse Shinki.

— Enquanto seu pai não souber do namoro, não podem ser vistos juntos. Seu pai não veria com bons olhos o namoro se for o último a saber. – Disse Kankuro.

— Eu entendo o que Kankuro diz, Shinki. Não se preocupe. Eu volto primeiro e também não vou comentar nas entrevistas nada sobre nós. Seu pai precisa saber disso primeiro e os meus pais também. Vamos com calma, ok? – Ponderou Sarada.

— Só faço porque você pede. – Disse Shinki.

— Pelo menos você obedece alguém aqui. – Ironizou Kankuro e Sarada riu.

— Eu estou no comando, Kankuro! Agora já vou! Nos falamos depois! – Disse Sarada partindo e Shinki a observou.

— Essa menina é muito valente! Se fosse nobre, seu pai faria gosto no casamento. – Opinou Kankuro.

— Sarada é incrível. Nunca conheci ninguém como ela. – Disse Shinki apaixonado.

— Como pretende dobrá-lo para aceitar o namoro?

— Sarada é uma ótima garota. Além disso, a mãe dela conheceu o tio Sasori e meu pai não pode falar nada sobre eu me envolver com a plebe uma vez que a esposa dele também não é nobre.

— Bons argumentos. Trabalhe-os melhor para quando for conversar com seu pai. Eu não informarei ao Duque sobre o namoro.

— Obrigado, Kankuro.

[...]

Coca-Cola Brasil | Break Up - (comercial referência)

O comercial que Sarada gravara com Shinki já estava passando na televisão. O primeiro a ver o resultado lá em Konoha fora Boruto. O jovem estava esperando acabar o intervalo da partida de futebol, quando o comercial invadiu a tela e ele não demorou a reconhecer Sarada. Se surpreendeu, pois jamais imaginaria que a garota estivesse fazendo esse tipo de trabalhando.

Fazia alguns meses que Sarada tinha se mudado para Nova York e desde então eles não tinham trocado nenhuma palavra até algumas semanas atrás quando Boruto mandou um e-mail que ele considerava o “ponto final” daquela história. Com raiva da ex-namorada, o Uzumaki a excluiu e bloqueou nas redes sociais. Não queria ter notícia, não queria sentir ciúmes, mas aquele comercial estava esfregando em sua cara a realidade: havia perdido o amor de Sarada.

Por um segundo, o loiro quis arrebentar a cara do moreno que beijara Sarada. Mesmo sendo um comercial, ele não gostava da ideia de outro homem tocando a mulher que ele amava. Ainda furioso, desligou a televisão assim que o comercial acabou. No entanto, aquelas imagens ainda martelariam em sua cabeça por um  bom tempo.

A reação de Sasuke ao ver o comercial foi semelhante à de Boruto. O Uchiha ODIOU o comercial. Quem era o moleque que estava aos beijos com sua filha? Quem aquele garoto pensava que era para por os dedos em sua princesinha? Sarada não era mais criança, mas o olhar de Sasuke pela filha não mudava. Para ele, a menina sempre seria o bebê fofo que o fez perder milhões de noite de sono. Sasuke se lembrava de Sakura ter acompanhado um dia da gravação desse comercial. Ter a consciência de que a mãe estava encobertando aquilo deixou Sasuke ainda mais com raiva.

Sakura não perdia a mania de ir contra ele para deixar que Sarada fizesse o que queria. Sasuke mostrou o comercial para sua mãe e Mikoto achou “fofo”. Sasuke quase gritou com ela que aquilo não tinha nada de “fofo”. Fugaku concordou com o que Sasuke pensava assim como Itachi, mas Izumi saiu em defesa da sobrinha e disse que Sarada era maior de idade e dona do nariz dela, portanto, poderia fazer o que assim quisesse.

Sai também assistiu ao comercial. Quando viu Sarada parecendo estar tão bem adaptada à nova vida que tinha, Sai sorriu. Ele tinha um bem querer imenso por sua antiga nora. Durante anos, Sai observou Sarada sofrer por causa do desaparecimento de Inojin e lamentava que uma menina tão nova e com um futuro tão promissor ficasse enterrada naquela cidade sofrendo calada.

Quando Sarada começou a superar o sumiço de Inojin, Sai realmente a apoiou. A menina havia lhe pedido conselhos durante o período de luto e, muitas vezes, Sai rogou para que Sarada continuasse a viver, o que ela relutou por um bom tempo. No entanto, Boruto foi chegando de mansinho e despertou novamente a paixão que Sarada sentia por ele quando menina. Sai aprovou o namoro da Uchiha e ficou triste quando os dois romperam.

No entanto, Sai sabia que Sarada sonhava alto e tinha certeza que Nova York era um lugar que a faria crescer. Aquele comercial provava que ele estava certo. Nova York tinha feito de Sarada uma nova mulher. Ela parecia renovada.

[...]

Quando Sakura voltou para Konoha...

— Sakura, quando você planejava me dizer que a sua filha beijava um cara no comercial?  - Perguntou Sasuke quanto estava a sós com a esposa no quarto.

— Sem estresse, Sasuke. Foi só um beijo.

— Você e esse seu jeito!

— Amor, você tem que maneirar nesse teu ciúme! Não te faz bem! E, olha, eu conheci o garoto! Ele é ótimo! Inclusive, ele e Sarada estão namorando. Formam um casal tão fofinho. – Disse Sakura.

— Minha filha tá namorando esse moleque?

— Sasuke, ela está. Você sabe o quanto sua filha sofreu por causa do Inojin. Boruto também não foi legal pra ela. Acabou que estava sempre cobrando um milhão de coisas de Sarada. Esse novo namorado é um bom garoto. O nome dele é Shinki, tem 19 anos e é um nobre.

— Como assim é um nobre?

— Ele é sobrinho do Rei Sasori I, de Suna.

— Você acha que ele é um bom partido pra minha filha?

— Ele é um bom garoto! Você vai ter oportunidade de conhecê-lo logo!

— Quero mesmo conhecer esse rapaz! E vou ligar para Obito ficar de olho na prima!

— Você me cansa com essa superproteção! Sarada já uma jovem adulta, mora sozinha, trabalha. Enfim, ela já é bastante independente e, só dela não estar grávida com essa idade, já podemos dizer que ela tem mais juízo do que eu e você com essa idade.

— Você sempre usa os meus erros contra mim. – Resmungou.

— Você praticamente me obriga a usá-los quando é rígido demais com a nossa filha. Sarada é uma garota madura, querido. Ela já passou por tantas coisas e está de pé. Deixe que ela seja feliz. Esse menino faz bem a ela. Eu os observei de perto nos últimos dias.

— Ok, vou confiar em você, Mas é só porque VOCÊ está falando.

— Ótimo! Verá que eu tenho razão! - Sakura abraça Sasuke e lhe surpreende com um beijo.