História A Nova Influência - A família real

Shinki acordou naquele dia se sentindo mal. Kankuro pediu para que o menino fosse ao médico, mas ele recusou. A verdade é que o mal-estar do rapaz era porque sabia que o dia seguinte não seria bom. Em breve, estará em Suna ao lado de Sarada e sua família. Gaara lhe disse bem o que ocorreria no jantar e por isso Shinki estava apavorado.

— Ela vai me odiar, Kankuro. – Disse Shinki após tomar seu café da manhã.

— Por que seu pai concordou com a história desse jantar? – Perguntou Kankuro curioso.

— Na verdade, quem quer esse jantar é o tio Sasori. Meu pai só está seguindo as ordens dele. Então, minha madrasta achou que era apropriado mostrar a eles que Inojin está vivo, o que vai me causar problemas.

— Eles armaram isso para que você termine esse namoro, não viu?

— Sim, eu sei. Só que eu não quero terminar.

— Shinki, se não quer terminar esse namoro, não vá a esse jantar! Não deixe que Sarada viaje!

— Eu não posso. Seria trair minha família.

— Então, eu só tenho um conselho para te dar: esqueça essa garota!

— É tão fácil falar, Kankuro.

— Você não poderia ficar com ela. Você sabia que esse momento ia chegar.

— Mas não pensei que fosse chegar tão cedo.

— Tente preparar o terreno então.

— Como?

— Escreva uma carta e entregue a Sarada com a condição de abrir apenas depois do jantar. Talvez isso explique um pouco a situação.

— Boa ideia, Kankuro. Vou fazer isso.

 

[...]

 

No aeroporto, Sarada abraçou Shinki assim que o viu. O rapaz então a apertou com força, cheirou seus cabelos e depois a encarou. Shinki beijou Sarada calorosamente, sem nem reparar em Sasuke e Sakura bem atrás da garota. O garoto queria sentir Sarada por perto pela última vez já que seu romance não duraria até o fim do próximo dia.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou Sarada.

— Por que?

— Você tá diferente, Shinki. – Comentou Sarada.

— Não é nada. – respondeu o garoto.

— Vamos, antes que percamos o voo. – Disse Sasuke.

— Vamos, crianças! – Disse Sakura animada ao andar de mãos dadas com Sasuke até o guichê em que fariam o check in.

Durante o voo, Sasuke e Sakura foram o tempo todo conversando. Enquanto isso, Shinki gastou as horas de voo tentando beijar Sarada o maior número de vezes possível.  

— Você tá muito beijoqueiro hoje. – Riu Sarada após ver o rapaz se afastar.

— Eu tava com saudade da tua boca.

— Como se você não me beijasse todos os dias né? – Brincou Sarada.

— Sarada, saiba que você foi a melhor coisa desse ano pra mim.

— Por que está dizendo isso Shinki? Parece uma despedida. – Estranhou.

— Não. É só pra você saber. Eu te amo.

— Eu também te amo!

Shinki queria ter dito a verdade para ela, mas seu pai havia lhe pedido para que não fizesse. Pressionado por seu pai, ele decidiu obedecê-lo. Uma parte de si acreditava que Sarada mudaria de ideia ao ver Inojin vivo. Aquela foto que ele viu na agenda dela era a prova que o sentimento da menina pelo ex ainda era vivo. Além disso, como todos o diziam, esse namoro uma hora chegaria a seu fim. Shinki estava triste pela forma como aconteceria, mas sabia que seu dever como membro da família real era deixar Sarada livre.

 

[...]

 

Enquanto isso, em Suna, todos os preparativos para o jantar estavam sendo feitos. Sasori estava ansioso para reencontrar Sakura Haruno. O Rei ainda se questionava como seria que a digital influencer se lembrava dele.  Aquele romance tinha deixado fortes marcas nele. Sasori nunca se esqueceu de Sakura. O Rei havia se casado apenas para cumprir com seu dever, mas era a rosada a pessoa a quem pertencia seu coração. Sasori ficou triste quando soube que Sakura estava casada, mas só de ter a chance de revê-la seu coração se enchia de alegria.

— Qual o motivo do sorriso bobo em seus lábios, meu irmão? – Perguntou Gaara a Sasori.

— Sakura Haruno. – Respondeu ainda sorrindo.

— Sasori, o que espera para esse jantar? Afinal, eu quis desmarcá-lo quando Ino me contou sobre Sarada, mas você não permitiu. – Disse Gaara encarando seu irmão que estava sentado em frente à sua mesa no escritório do palácio.

— Eu não tenho culpa que a sua esposa é uma mulher inconsequente. Além disso, será divertido ver a reação de todos ao verem Jin. Sabe o que eu espero para esse jantar, meu irmão? Matar a saudade da mulher que nunca deixei de amar. – Comentou Sasori.

— Ela é casada.

— Gaara, hoje em dia existe uma coisa chamada divórcio. É muito eficiente. – Disse Sasori, sendo irônico.

— Você acha que ela vai trocar o marido por você?

— Eu sou o Rei. Nenhum homem chega aos meus pés. Sakura e eu não ficamos juntos no passado por causa da maldita tradição, mas há anos eu abri a exceção em nossas normas sobre o casamento de um  nobre. Hoje, posso me casar com ela.

— E se ela não cair de amores por você como imagina?

— Isso é impossível.

— Está muito confiante, Sasori.

— Sei o que representei para Sakura. Eu fui alguém importante para ela. – Falou convicto.

— Se é o que deseja...

— Gaara, hoje seu filho terá o coração partido pela segunda vez...

— E o que tem? Shinki sempre soube que não poderia ficar com essa garota.

— Eu sei, mas acho que está na hora de buscarmos uma esposa para ele.

— Tem algum nome em mente?

— Tenho. Hanabi Hyuuga.

— A filha do Conde Hiashi Hyuuga?

— Não acha que é uma boa moça?

— Sim, é belíssima. No entanto, Shinki a conhece e nunca se interessou por ela.

— Talvez, eles só precisem de algum estímulo.

— Vamos deixar para pensar nisso depois, meu irmão?

— Claro. Até porque agora preciso verificar se tudo está pronto para recebermos Sakura!

 

[...]

 

Quando a família Uchiha chegou ao palácio, todos ficaram encantados com o local. Era muito grande. Tudo digno de um Rei. Não demorou muito para que a governanta do palácio aparecesse para levar cada um à sua acomodação. Shinki perguntou pelo tio e pelo pai, mas a única resposta que recebeu foi que os dois se juntariam a eles apenas mais tarde, pois estavam tratando de negócios no escritório. Além disso, foi informado que sua madrasta também já estava no palácio.

— Seu tio é muito ocupado, não é mesmo? – Perguntou Sarada a Shinki.

— O Rei tem muitas obrigações. Mas ele nos dará a graça de sua companhia no jantar, certamente.

— Que ótimo! Também estou ansiosa para conhecer sua madrasta. Você fala tão pouco dela.

— Sarada, minha madrasta não é uma boa pessoa. Você saberá bem do que estou falando quando conhecê-la. – Alertou Shinki.

— Qual é? Ninguém pode ser tão mal assim... – Disse Sarada.

— Acredite, ela é. Olha, essa carta aqui é para você, mas não abra agora ok? – Disse Shinki.

— Por que? O que tem dentro dela?

— Sarada, só abra essa carta após o jantar. Promete?

— Prometo. É uma surpresa?

— Sim, é. – Resumiu Shinki.

— Ok. Mas estou curiosa!

— Só abra na hora certa! – Disse Shinki.

 

[...]

 

— Esse quarto é enorme. – Disse Sakura reparando em cada canto de sua acomodação, enquanto Sasuke guardava a sua mala.

— Acomodações de um palácio de um rei. Não dava pra esperar menos, não é mesmo? – Disse Sauske.

— É, não dava.

— Sakura, você disse que conheceu o tal do Sasori. Qual foi a situação? – Perguntou Sasuke curioso.

— Foi durante o trabalho. Eu estava trabalhando para Vogue como estagiária e fui acompanhando a equipe numa reportagem sobre as férias do jovem príncipe de Suna. Aconteceu que a repórter passou mal no iate e teve que ir embora e aí eu fiquei responsável por entrevistar o príncipe. – Contou Sakura.

— Engraçado o Rei se lembrar de uma simples plebeia. Não acha? – Disse Sasuke com uma pulga atrás da orelha.

— O que está insinuando?

— Você e ele. Teve algo a mais Sakura?

— Ah, Sasuke! Faz tanto tempo! Espero que não fique de cara amarrada para o Rei só porque eu e ele tivemos um breve romance no passado.

— Então vocês ficaram juntos por um tempo?

— Foi menos de um mês! Foi só enquanto estávamos nesse iate. Eu e ele nunca poderíamos ter ficado juntos porque ele precisava casar com uma nobre.

— Acho bom que esse Rei não se atreva a dar em cima de você. – Disse Sasuke.

— Meu amor, já faz mais de dez anos! É claro que ele não fará isso.

 

[...]

 

Sai e Inojin estavam do lado oposto do palácio em que a família Uchiha estava. Assim que a governanta avisou Ino sobre a chegada deles, a duquesa correu para avisar o filho.

— Inojin, todos já estão aqui. Daqui a algumas horas será servido o jantar então peço que não saia do quarto até que seja chamado. – Avisou Ino.

— Isso também se aplica a mim? – Perguntou Sai.

— Claro! Ninguém pode saber até que vocês sejam chamados! São ordens do Rei. – Disse Ino.

— Pensei que o maior interessado nesse jantar fosse você mãe. – Disse Inojin.

— Não, o maior interessado nesse jantar é o Rei. Nós só vamos esclarecer a sua história hoje, aproveitando que todos estarão presentes. – Disse Ino.

— Shinki não contou para Sarada que estou vivo?

— Não, isso só será dito no jantar.

— Então...

— Então, o namoro de Shinki e Sarada termina hoje.

— Entendi. – Respondeu Inojin, já sabendo que aquilo não significaria que ele poderia ficar com a menina. Ino tinha conseguido um jeito de afastar a família Uchiha da sua. Pelo menos, era o que pensava.

 

[...]

 

Um pouco antes de escurecer, Gaara foi conversar com os pais de Sarada. O duque se portou como um cavalheiro, disse que era um prazer conhecê-los e disse que não demorariam a servir o jantar. Sakura perguntou ao duque o que ele achava do namoro entre Sarada e Shinki e a resposta que recebeu de Gaara não a agradou. O duque foi bem claro sobre o que achava daquele relacionamento e classificou o namoro como um ato inconsequente e que um dia teria um fim.

Na hora do jantar, Shinki, Gaara e a família Uchiha já estavam na mesa quando Sarada perguntou se o Rei iria demorar muito para aparecer. E foi nessa hora que Sasori I surgiu em todo o seu esplendor. Quando os olhos de Sakura se cruzaram com o de Sasori, ela havia percebido que o homem ainda era muito bonito. O que fez Sasuke se sentir inseguro e logo segurar a mão da esposa por baixo da mesa. Então, Sakura encarou o marido e sorriu. Sasori notou que causou incomodo ao Uchiha e ficou satisfeito. A noite prometia ser inesquecível.

— É um prazer recebê-los em minha residência. – Disse Sasori ao ficar de pé em frente ao seu lugar na mesa.

— Tio Sasori, esses são Sarada, Sakura e Sasuke Uchiha. – Apresentou Shinki formalmente ao Rei.

— É muito bom reencontrá-la, Sakura! Continua linda! E esses são sua filha e seu marido, certo? – Disse o Rei.

— Sim, vossa alteza. – Disse Sakura.

— Não precisamos de tanta formalidade, Sakura. – Disse Sasori e aquilo incomodou Sasuke.

— Vossa alteza e minha esposa são amigos? – Perguntou Sasuke.

— Sakura e eu nos conhecemos na época da juventude. Então, posso dizer que ela é uma velha amiga. – Respondeu o Rei.

— Engraçado vossa alteza não tê-la esquecido. – Disse Sasuke.

— Jamais esqueceria esses olhos verdes. – Respondeu Sasori e Sasuke teve vontade de socá-lo por tentar flertar com sua mulher na sua frente.

— Vossa alteza e muito gentil. – Disse Sakura.

— Meu irmão tem muita afeição a você e a sua família, Sakura. – Disse Gaara.

— Agradecemos pelo convide, vossa alteza. – Respondeu Sakura.

— Bem, agora só falta a duquesa e o filho. – Disse Sasori.

— A governanta já foi chamá-la. – Comentou Gaara.

Naquele momento, Shinki quis correr e arrastar Sarada com ele. No entanto, tudo o que podia fazer era observar sua felicidade se desmoronar em frente aos seus olhos sem que nada pudesse fazer. Quando Ino apareceu ao lado de Inojin e Sai, o queixo de todos caiu.

— NÃO PODE SER! – Exclamou Sarada ainda em choque e uma lágrima imediatamente caiu de seus olhos.

Sasuke e Sakura se olharam sem entender nada. Shinki ficou branco que nem um papel. Sarada levantou de sua cadeira e voou até os braços de Inojin, a quem ela abraçou com força em meio as lágrimas. Inojin passou os braços em volta de Sarada e quis chorar, mas a presença de Ino ao seu lado inibia suas lágrimas. 

— Que encontro emocionante! – Disse Sasori, divertindo-se com a cena.

— Desculpem o atraso. Demorei um pouco para me arrumar. – Disse Ino como se nada estivesse acontecendo.

— Vocês não vão nos explicar o que tá acontecendo aqui? – Questionou Sakura se levantando da mesa.

— É. Eu também estou curioso para saber como tudo isso aqui aconteceu. Sai, tem algo a dizer? – Perguntou Sasuke.

— Acho melhor Ino contar. – Disse Sai.

— Inojin nunca esteve desaparecido. Ele esteve comigo o tempo todo. Acho que é melhor Inojin e Sarada conversarem primeiro. Podemos dar início ao jantar? – Perguntou Ino.

— Sim, podemos conversar no escritório, Sarada? – Pediu Inojin e Sarada assentiu com o rosto ainda enfiado no peitoral do rapaz.

Enquanto Sarada acompanhava Inojin até o escritório, Ino e Sai se juntavam aos outros na mesa.

— Shinki, querido, acho melhor você ir com Sarada e Jin. – Disse Gaara e o menino assentiu.

 

[...]

 

Enquanto o jantar era servido, Sasuke e Sakura queriam uma explicação para que aquela situação começasse a fazer algum sentido.

— QUEM VAI COMEÇAR A EXPLICAR ESSA HISTÓRIA TODA? – Disse Sakura visivelmente exaltada.

— Ino é a pessoa mais apropriada para contar. – Disse Sai seriamente.

— Estou louco para ouvir os detalhes desta história. – Disse Sasori animado.

— Bem, Inojin fugiu de casa porque quis. Ele chegou atrasado a festa de Sarada e a pegou dançando a valsa com Boruto. Magoado, ele quis desaparecer e me procurou. – Começou Ino.

— Ele nem tinha contato com você. – Bradou Sasuke.

— Sai já lhe contou esta parte da história, não é mesmo Sasuke? – Disse Ino e Sakura olhou para o marido admirada.

— Você sabia, Sasuke? – Disse Sakura indignada.

— Sai me procurou algumas semanas atrás dizendo que Inojin estava vivo e tinha feito contato. – Disse Sasuke.

— E POR QUE NÃO CONTOU PARA MIM E SARADA? – Questionou Sakura.

— Sai pediu que esperássemos até que ele encontrasse Inojin e visse se estava tudo bem. – Disse Sasuke.

— É verdade, Sakura. Eu pedi que Sasuke não contasse. Ele não sabia que Inojin e Shinki se conheciam. – Avisou Sai.

— Por que fazer essa revelação nesse jantar? – Questionou Sakura.

— O jantar já estava marcado. Quando eu soube que Shinki estava namorando Sarada quis fazer a revelação e então contei a Gaara e a Sasori que meu filho conhecia bem Sarada.  – Disse Ino.

— Por que deixaram minha filha pensar que Inojin estava morto? – Questionou Sakura.

— Inojin quis dessa forma. Ele queria esquecer Sarada. Acho que ele fez o certo. Sarada não ama o meu filho, tanto que agora está com Shinki. Se amasse Inojin...

— ELA ESPEROU, INO! SARADA SOFREU TODO ESSE TEMPO E CONTINUA SOFRENDO POR SUA CAUSA. – Gritou Sasuke já perdendo a paciência e Ino sorriu satisfeita.

— Assim ela aprende que não é bom brincar com o sentimento dos outros. – rebateu Ino.

— Esse jantar é uma palhaçada! Me desculpe, Sasori. Mas eu, meu marido e minha filha vamos ir embora imediatamente. – Disse Sakura.

— Sakura, esperem até amanhã pelo menos! Inojin, Shinki e Sarada precisam conversar. Amanhã, vocês vão. – Disse Sasori.

— Eu acho que é mais apropriado que aguardem até amanhã como meu irmão disse. Todos estão muito alterados por causa do reencontro com Jin.  – Disse Gaara tentando acalmá-los.

— VOCÊS AGEM COMO SE ISSO FOSSE NORMAL! NÃO FOI ALGO NORMAL! – Disse Sasuke.

— O que tem de anormal em um adolescente com o coração partido fugir de casa e querer recomeçar a vida? Foi isso que Inojin fez. Tudo bem que pode não ter sido correto não ter deixado pistas de para onde ia, mas ele e o pai já conversaram e se entenderam. Agora Sarada saberá da verdade também. Está tudo resolvido. – Disse Ino.

— A polícia é quem vai dizer se isso está mesmo resolvido. – Disse Sasuke.

— Não vamos colocar a polícia no meio, não é mesmo? – Disse Ino voltando-se para Sai.

— Sasuke e Sakura, eu e Ino conversamos e decidimos dar essa história por encerrada. Inojin está bem e é isso o que importa. – Afirmou Sai.

— Eu não acredito que você vai ficar do lado dessa mulher! – Bardou Sasuke.

— Senhor Uchiha, cuidado com a forma como se refere a minha esposa. – Alertou Gaara.

— Exatamente! Senhor Uchiha, está sobre a minha jurisdição, então respeite a duquesa. – Alertou Sasori.

— Meu amor, obedeça ao Rei. – Sakura disse com medo que Sasuke se excedesse. Afinal, eles estavam em outro país, que tinha outras regras. Ali, o Rei era a autoridade máxima.