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História A Nova Influência - A notícia


Escrita por: britishross

Capítulo 34 - A notícia


Em Konoha, os tempos ainda eram difíceis. Boruto seguia internado e todos estavam preocupados. Embora o quadro do rapaz fosse estável, ele estava em coma por causa da pancada na cabeça e os médicos não sabiam informar quando ele acordaria. Poderia demorar semanas, até meses. Além da família Uzumaki, Yodo e Sarada mantinham presença constante no hospital. Não arredavam o pé de lá nem a noite.

Se não pudessem ficar no quarto, dormiam na recepção. Não conseguiam ficar distantes fora que sempre estavam tentando animar Hinata e Himawari. Enquanto isso, Naruto sempre pedia a suas duas “quase” noras para que fossem descansar, mas elas sempre davam uma desculpa. Yodo trabalhava no hospital mesmo, então dizia que não incomodo nenhum ficar por perto. Já Sarada alegava que como o hospital pertencia a seu avô ninguém teria coragem de enxotá-la de lá.

— Elas são teimosas, não é mesmo? – Comentou Hinata ao abraçar o marido pelas costas.

— Sim, Hinata. As duas amam Boruto e querem ficar por perto. – Disse Naruto acariciando as mãos da esposa.

— Eu entendo como elas se sentem. Yodo quer estar aqui quando Boruto abrir os olhos. Já Sarada quer vê-lo acordado para se perdoar. – Falou Hinata.

— Concordo. Sasuke me disse que Sarada se culpa por Boruto ter sido baleado. Ela sabe que foi para protegê-la que ele se arriscou.

— Naruto, de certa forma, eu também a culpo. Tudo isso aconteceu por causa dela.

— Meu amor, Sarada é uma boa garota. Não a culpe por essa fatalidade. Foi Boruto que quis ajudar, foi ele que fez questão de não sair do lado dela em nenhum momento...

— Eu sei, mas, Naruto, olha só quanto o nosso menino sofreu por causa dela! Primeiro, ela não aceitou o perdido de namoro, depois começou a namorar Inojin, depois fez Boruto sofrer vendo-a em estado profundo de depressão por causa do desaparecimento de Inojin e agora...

— Hinata, eu sei disso tudo. Boruto deu milhares de provas que ama Sarada e ela nunca correspondeu na mesma intensidade.  Ele esteve com ela em todos os momentos difíceis de sua vida e eu, conhecendo meu filho, sei que ele não se arrepende de nada que fez. Tenho certeza que ele teria morrido para salvá-la e salvar a família dela. Se antes já tinha orgulho de meu filho, agora tenho ainda mais. Após passar por isso tudo, é ele quem sai mais forte dessa situação horrível...

— Amor, eu tenho a impressão de Boruto nunca vai esquecer a Sarada.

— E talvez não vá! Ela é o primeiro amor dele, querida! Só que Yodo está aqui e é uma ótima garota também! Sei que Boruto a valoriza o suficiente para não fazê-la sofrer.

— Por quem você acha que ele vai decidir quando acordar?

— Essa resposta só cabe a ele nos dar...

 

[...]

 

No dia seguinte, enquanto Yodo estava na faculdade (embora não fosse demorar a voltar ao hospital), Sarada se aproveitou para ficar a sós com Boruto no hospital. Já tinham voltado às aulas em Julliard, mas Sarada decidiu faltar os primeiros dias para ficar mais tempo perto de Boruto. Estava cogitando até trancar a faculdade por um período. Quando se sentou na cadeira ao lado da cama do Uzumaki, ela o observou com ternura. Não era pena o que Sarada sentia. Era amor.

Sarada estava se sentindo impotente, por não poder fazer nada para despertá-lo. Não queria voltar para sua vida em Nova York antes de vê-lo bem, antes de devolver a ele uma vida normal, sem sustos. Sarada não sabia nem como agradeceria a Boruto por tudo que fez por ela e sua família. Por causa dele, sua mãe, o bebê e ela não estavam mortos. Sarada então puxou a cadeira para mais perto da cama e começou a conversar com Boruto inconsciente. Queria dizer a ele tantas coisas...

— Boruto, você tá me ouvindo? – Teve como resposta o silêncio – Eu espero que sim, mas se não tiver ouvindo também não tem problema. Eu to precisando desabafar sabe? Como todas as outras vezes que você me escutou sem pedir nada em troca... Eu queria pedir desculpa por todas as vezes que te fiz sofrer. Embora nunca tenha sido a minha intenção, eu te feri com atos e palavras. Eu ignorei nosso amor, eu deixei de lado, eu o troquei pela vontade de conquistar o mundo, um mundo que me parece vazio sem você agora e eu descobri isso porque quase te perdi. – Sarada começou a chorar, mas limpou as lágrimas e prosseguiu – Eu me sinto tão culpada. Quando eu te vi no chão, inconsciente, sangrando, eu quis estar no seu lugar. Era pra mim aquela bala! Você sabia que a louca da Ino ia atirar né? Você sempre soube prever atitudes melhor do que eu... Eu queria ter metade da sua coragem. Sabe, eu me arrependo de ter te envolvido nisso. Essa briga não era sua... No entanto, eu vou ser eternamente grata por você ter salvado minha mãe e meus irmãos! Sim, minha mãe tá gravida de gêmeos. Dois meninos pelo que pareceu no ultrassom que ela fez nos últimos dias. Meu pai tá muito feliz, embora esteja morrendo de preocupação com você. No entanto, os médicos já falaram que só depende de você, Boruto! Só você pode decidir quando acordar! Acorda, por favor? Me deixa ver seus lindos olhos azuis de novo hein? Prometo que você vai ser feliz, que eu nunca mais vou atrapalhar sua vida com os meus problemas... Acorde pelos seus pais, pela tadinha da Himawari que todo dia chora sentindo a sua ausência e... Acorde pela Yodo. É obvio pra todo mundo que ela te ama.

Sarada parou seu discurso, abaixou sua cabeça e voltou a chorar. Queria colocar para fora um pouco da dor que sentia. Hoje, ela sabia que não havia dinheiro, fama, sucesso, carreira, nada no mundo valia mais do que o bem-estar daqueles que ela tanto amava. Quase perdeu todos eles por causa de Ino. Definitivamente, ela queria recomeçar. Quem sabe fazer as coisas diferentes dessa vez? No entanto, algo a despertou daquela agonia.

— Yodo...

Era um sussurro. Sarada escutou e pensou estar ouvindo coisas. Ela levantou o rosto e ao se deparar com os olhos de Boruto aberto, chorou ainda mais.

— Boruto, finalmente, você...  - Sarada o abraçou e o molhou com suas lágrimas.

— Cadê... meus... pais? Cadê Yodo? – Voltou a perguntar com alguma dificuldade, quase em um sussurro.

— Eu vou chamar seus pais! Só um minuto! – Disse Sakura correndo para o corredor em busca de Hinata.

Sakura procurou por Hinata nos corredores e não achou. Então, avisou a uma enfermeira que Boruto tinha acordado e pediu para que um médico fosse vê-lo imediatamente. Depois, correu até a cantina e ficou aliviada ao ver Hinata tomando um café.

— Hinata, graças a Deus, eu te achei! – Chegou esbaforida e Hinata ficou preocupada.

— Aconteceu alguma coisa com Boruto?

— Aconteceu! Ele acordou! – Disse entusiasmada e Hinata saiu correndo, sendo seguida por Sarada.

Quando Hinata chegou no quarto, Boruto já estava com o médico. Os olhos da mãe do rapaz se enxeram de lágrimas e ela até esqueceu que o médico estava no quarto e só abraçou o filho, que já estava sentado na cama.

— Como você está querido? É um alivio, vê-lo acordado! – Disse Hinata afagando os cabelos do seu primogênito.

— Mãe, eu to bem... – Disse Boruto.

— É verdade, senhora Uzumaki. Boruto está bem. Vamos fazer alguns exames, mas aparentemente ele está ótimo! Não ficou com nenhuma sequela. Fiz algumas perguntas e a memória dele está boa e isso era algo que nos preocupava muito. – Disse o médico.

— É um alivio enorme ouvir tudo isso.

— Cadê o pai? Himawari? E a Yodo? – Perguntou Boruto.

— Querido, hoje é segunda-feira. Seu pai está trabalhando, Himawari na escola e Yodo deve estar chegando. Todos vão ficar felizes ao vê-lo bem. – Sorriu.

— Eu quero vê-los. – Pediu Boruto.

— Você os verá! Vou ligar para seu pai e Himawari avisando! Logo Yodo estará aqui também! – Disse Hinata.

— Bem, só vou pedir para que vocês saiam agora porque Boruto precisa ir fazer os exames.

— Claro. – Assentiu Hinata e Sarada a acompanhou para fora do quarto.

— Que bom que ele não ficou com nenhuma sequela né? – Disse Sarada para Hinata já na recepção do hospital.

— Sim, agora eu posso voltar a dormir em paz. Sarada, querida, como foi o momento em que ele acordou? – Perguntou Hinata interessada.

— Eu tava conversando com ele e num momento eu parei e comecei a chorar. Eu tava com a cabeça baixa e, de repente, ouvi ele chamando por Yodo... Aí eu levantei a cabeça e ele estava acordado! Então ele chamou por você, pelo Naruto e pela Yodo novamente. Então eu saí correndo, pedi que a enfermeira avisasse ao médico e fui atrás de você. – Contou Sarada.

— O que estava dizendo a ele?

— Nada importante.

— Querida, você ficou triste por ele chamar por Yodo?

— Não, claro que não. Afinal, eles estavam namorando antes da tragédia não? É normal que ele pergunte por ela.

— É. É normal que ele pergunte por ela, mas mesmo assim você pode se sentir triste com isso.

— Eu sei qual é o meu lugar, madrinha.

— E qual é o seu lugar mesmo Sarada?

— Longe do Boruto.

— Não está sendo radical?

— Madrinha, eu sei que a senhora pensa o mesmo. Não? Eu já fiz mal ao Boruto. Ele tem Yodo. Ficará bem.

— Naruto conversou outro dia comigo e ele me ajudou a não culpá-la pelo que aconteceu. Sei que é importante pro meu filho. Ele não teria levado um tiro por você se não fosse.

Hinata abraçou Sarada e a menina voltou a chorar. A esposa de Naruto sentiu pena dela. Hinata sabia que ela não era merecedora do amor de Boruto, no entanto não conseguia não sentir pena de todo sofrimento que ela estava passando. A vida perfeita de Sarada havia desmoronado.

— Agora que ele está bem, eu posso ir embora. – Confessou Sarada ao se afastar de Hinata.

— Querida, sei que sua vida anda difícil. Tentaram matar sua mãe, os bebês, o seu namoro com o tal Shinki acabou, você se culpa por Boruto ter sido ferido. Então, quero que preste muita atenção no meu conselho... Não fuja! E eu não falo só do fato de você querer ir embora de Konoha de novo, mas falo do que sente por Boruto. Se no meio dessa loucura toda, você descobriu que ainda o ama, lute por ele!

— Obrigada pelo conselho, mas eu percebi que só faço mal a Boruto. Tudo de ruim pelo que ele passou na vida foi por minha causa. Tá na hora dele ser feliz e Yodo faz bem a ele.

— Concordo que Yodo é maravilhosa, mas se ele escolher você?

— Madrinha, foi por Yodo que ele chamou... Não foi meu nome que ele disse...

Naquele momento Yodo adentrou o hospital. Ao ver Sarada e Hinata ali, a estudante de medicina foi falar com as duas.

— Oi. Novidades sobre Boruto? – Perguntou como costumava normalmente.

— Yodo, ele acordou! – Disse Hinata com um sorriso no rosto.

— Sério? Ufa! Que alívio saber disso. Ele está bem?

— Segundo o médico, não teve nenhuma sequela. – Respondeu Sarada.

— Agora ele está fazendo alguns exames. Quando acabarem, poderemos falar com ele. – Informou Hinata.

— Eu quero muito vê-lo! – Disse Yodo radiante.

— Bem, é melhor eu ir... Até outra hora. – Despediu-se Sarada.

— Até. – Respondeu Hinata.

— Não vai ficar para falar com Boruto? – Estranhou Yodo.

— Não. É melhor assim. – Disse Sarada e partiu.

— O que deu nela? – Perguntou Yodo.

— Boruto acordou quando ela estava no quarto. Ela já o viu e já falou com ele.

— Não era para ela estar feliz, Hinata?

— Ela está, mas acho que Boruto acordar chamando o seu nome deixou ela um pouco abalada.

— Ele chamou por mim? – Falou animada.

— Sim, Yodo. Ele quer muito te ver.

Quando o médico autorizou, Hinata e Yodo entraram no quarto. Boruto olhou para elas atentamente, como se estivesse checando se tinha mudado alguma coisa.

— Eu fiquei muito tempo em coma? – Perguntou Boruto.

— Uma semana e meia. – Respondeu Yodo.

— Ficamos preocupados, mas o médico garantiu que você acordaria. Está sentindo alguma dor? – Perguntou Hinata.

— Só um pouco de desconforto por causa do ferimento. Ainda não tá cicatrizado direito. – Disse Boruto.

— Você foi operado para retirarem a bala, Boruto. Você deu muita sorte que o tiro não atingiu nenhum órgão vital. – Contou Yodo.

— Dei muito trabalho pra vocês? – perguntou sorrindo.

— Um pouco, mas só te ver bem já paga tudo filho. – Respondeu Hinata.

— É bom vê-la, mamãe. É bom te ver também Yodo. – Disse Boruto e a menina segurou a mão dele e em seguida beijou.

— Eu fiquei aqui o tempo todo esperando você acordar. – Contou Yodo.

— Bem, queridos, vou deixar vocês um pouco sozinhos. Vou aproveitar e esperar por Naruto e Himawari na recepção. Eles estão loucos pra te ver também! – Disse Hinata e saiu,

— Enfim, sós... – Disse Yodo sorrindo.

— Yodo, você não ficou brava comigo?

— Por que eu ficaria brava?

— Quando eu voltei da viagem não te procurei e, em seguida, tomei o tiro para salvar a família Uchiha.

— Pra salvar a Sarada você quis dizer né?

— Também, mas não foi só por causa dela.

— Não tem problema... O que você sentiu quando viu a arma apontada pra ela? – Perguntou Yodo.

— Eu não vou mentir pra você. Meu impulso de me atracar com a Ino e desarmá-la foi sim por causa de Sarada. Eu não consigo me imaginar num mundo em que ela não exista, Yodo. No entanto, eu não quero que você entenda isso como se eu não ligasse pra você, porque é mentira. Eu adoro você Yodo. – Disse Boruto.

— Mas é ela que você ama, não é?

— Yodo, eu escolhi você. É com você que eu quero ficar. A Sarada é sim alguém importante. Fiquei muito aliviado de vê-la bem ao acordar, mas você é a minha namorada. Ainda somos namorados não? – Perguntou preocupado.

— Somos. Eu nunca abriria mão de você, do seu amor. Se você me quer ao seu lado, é aqui que eu vou ficar. – Yodo sorriu e selou os lábios de Boruto levemente.

— Obrigado por me entender.

— Agora, se preocupe só em se recuperar por completo. O médico disse alguma coisa sobre quais são os próximos procedimentos?

— Ele quer esperar o resultado dos exames pra me dizer quando vou ter alta, mas disse que quer que eu faça um acompanhamento psicológico por causa do trauma.

— Pelo que todos falam, foi muito agoniante. É melhor que você converse com um profissional sobre esse momento.

— Eu sei. Na verdade, queria apagar tudo que vi da memória, mas o tempo todo eu lembro do som de disparo e do grito da Sarada.

— Isso foi o mais marcante?

— Foi.

 

[...]

 

Sarada chegou em casa e viu os pais juntos olhando roupinhas para os bebês. A Uchiha sorriu com a visão e se aproximou dos dois.

— Oi.

— Sarada, querida, já voltou do hospital? Aconteceu alguma coisa?– Perguntou Sakura.

— Não me diga que Yodo te expulsou de lá. – Disse Sasuke.

— Na verdade, eu vim avisar vocês que Boruto acordou. – Contou Sarada.

— Que ótimo! Como ele está? – Questionou Sakura.

— Parece bem! O médico disse que ele não vai ficar com nenhuma sequela. Deixei ele lá com Hinata e Yodo. – Disse Sarada.

— Mais tarde vamos fazer uma visita. Quero muito agradecer ao meu afilhado. – Disse Sasuke.

— Ele salvou nossas vidas. É um herói. – Disse Sakura.

— É. Ele é um herói. – Disse Sarada pensativa.

— No que está pensando, filha? – Perguntou Sasuke.

— Eu queria recompensar o Boruto por tudo que fez pra mim... Só que não sei como...

— Sarada, na hora certa, você saberá o que fazer. – Disse Sakura.

— Tudo bem. Ei, vocês já escolheram os nomes? Porque eu tinha pensado em alguns... Pode ser Caliban ou Satoshi. Quem sabe Satoru? – Sugeriu Sarada.

— São lindos nomes, filha. Só que seu pai já escolheu. – Disse Sakura.

— Mas já? – Respondeu Sarada desapontada.

— Sim, serão Indra e Ashura. Nomes de fortes ancestrais da nossa família. – Disse Sasuke.

— É uma homenagem. Seu avô quando soube até chorou! Ficou emocionado. – Disse Sakura.

— E nós sabemos que é muito raro seu avô chorar! – Disse Sasuke.

— Bem, se vovô gostou tanto e ficou até emocionado, acho que posso gostar de Indra e Ashura. – Sorriu Sarada.

 

[...]

 

Em Suna, Gaara havia acabado de receber um aviso de que os restos mortais da outra pessoa haviam sido encontrados  junto com os de Sasori já haviam sido identificados e que pertenciam a Ino Yamanaka. Gaara vacilou a receber a notícia. Então, o sumiço de Ino era porque ela era a responsável do “acidente” de Sasori. Quando Shinki chegou, o pai lhe contou tudo o que descobrira.

— Então, a duquesa estava junto com meu tio no helicóptero? – Questionou Shinki.

— Sim, Ino estava com ele. Certamente, ela está envolvida nisso tudo também.

— Essa mulher foi uma verdadeira desgraça na vida de todos nós, meu pai. Maldito dia em que o senhor casou-se com ela! Perdemos meu tio por causa dela! – Bradou Shiki, revoltado.

— Sei que é difícil para você lidar com a perda, que Sasori era muito importante para você, meu filho. No entanto, meu irmão também não era nenhum santo. Se Ino o matou, certamente, eles tinham tido algum acordo anterior que o seu tio descompriu.

— Até depois de morta, você a defende? – Irritou-se.

— Não estou defendendo ninguém! Só acho que houve algum motivo para que os dois morressem naquele “acidente”.

— Nunca vamos saber, pai! Os dois estão mortos!

— Mas o dinheiro da conta de Ino ainda circula. Ela não agiu sozinha, meu filho! Quando chegarmos ao paradeiro de dinheiro e acharmos o cúmplice de Ino, nós vamos ter respostas e, quem sabe, punir quem matou seu tio. – Respondeu Gaara.

— Além dela, quem poderia querer matá-lo?

— Um Rei tem muitos inimigos, Shinki. Aprenda desde já que a posição que nós ocupamos não tem apenas privilégios. Nossos ombros carregam o peso de uma nação e para que tudo saia bem precisamos tomar decisões duras muitas vezes.

— Eu queria ser normal.

— Sasori também quis, quis muito, mas não pode. Ele teve que assumir o trono, casar e, consequentemente, abrir mão dos próprios sonhos em nome dos outros.

— Eu sinto pena do tio Sasori. Sarada me contou antes de terminarmos que ele era apaixonado pela Sakura. Era ela a tal paixão da juventude? – Questionou Shinki.

— Era. Sasori se apaixonou por Sakura durante as férias verão há muitos anos. Nunca a esqueceu. Foi o mais perto que ele chegou de ser feliz na vida.

— Eu entendo como o meu tio se sentia. Perdi Sarada pelas mesmas razões.

— Shinki, seu tio estava fazendo o possível e o impossível para ter Sakura de volta. Ele colocou em risco a vida dela. Ele se aliou a Ino. Eu só queria saber o que envolvia o trato deles.

— Pai, tem notícias de Boruto?

— Zabuza está cuidando de tudo lá em Konoha. A família de Boruto foi indenizada e com a morte de Inoa gora eles não tem quem punir.

— Mas e sobre o estado de saúde dele?

— Zabuza me informou que era estável e que poderia acordar a qualquer momento. Está perguntando por causa de Sarada?

— Sim, ela e Boruto tem uma ligação muito forte. Estou dando um tempo antes de procurá-la.

— Decidiu lutar por este amor?

— Me ajude, pai! Tente convencer o conselho de que nobres possam se casar com pessoas comuns!

— Já imaginava que me pediria isso. Tanto que já entrei com o pedido. Será julgado em alguns dias.

— Obrigado, pai.

 

[...]

 

Alguns dias depois...

Gaara governava como se tivesse nascido para ser Rei. Suas decisões eram sempre sábias e estava liderando Suna como nem Sasori era capaz de fazer. Por isso, ele enfrentou o conselho em nome da felicidade do filho. Na hora da decisão, Gaara disse ao conselho todo o sofrimento que seu irmão passou por não poder casar com a mulher que amava e disse recriminar a atitude de impor um casamento só para manter uma linhagem real.

— Senhores, peço que pensem comigo... O que impede que alguém da nobreza se case com uma pessoa comum? Se a resposta é só a nossa arcaica tradição, peço que reconsiderem! Meu irmão, nosso adorado Sasori I sofreu a vida inteira por conta dessa resolução. Meu filho está prestes a perder o amor de sua vida por isso...

— Suna precisa da nobreza. Nosso sistema é baseado nas alianças entre as famílias, Gaara. Colocar uma pessoa comum em um título fará que a sua descendência seja mestiça. Quando Sasori I nos pediu a mesma coisa negamos. Por que mudaríamos de ideia agora? – Ponderou um conselheiro.

— Os tempos são outros, senhores! Se a preocupação de vocês é com a linhagem do futuro Rei, não se preocupem, pois Nagato se casará com Hanabi Hyuuga. Estou aqui intercedendo perante os senhores em nome de meu filho que é jovem, cheio de sonhos e deseja se casar com uma menina que não possui sangue azul. – Rogou Gaara.

— Hoje, relevamos o caso de seu filho... No futuro, o filho do próximo Rei virá fazer o mesmo pedido. Não há exceções Gaara.   A linhagem é importante e você sabe muito bem porque. O filho de uma extrangeira será criado com outros valores. Só os nobres de Suna sabem o valor de nossa cultura. – Disse o conselheiro.

— Então, a resposta para o meu pedido é não? – Perguntou Gaara.

— Sinto muito, mas a resposta para o seu pedido é não, vossa alteza. – Respondeu o conselheiro.

Gaara saiu daquela sala arrasado. Novamente, sua força não era suficiente para mudar o conselho de seu país e eles ainda detinham o direito de intervir em algo tão intimo como o casamento dos nobres. Malditas tradições. Quando Gaara encontrou Shinki, o filho o olhava com esperança. No entanto, Gaara fez o movimento negativo com a cabeça e a tristeza abateu Shinki.

— Eles disseram não? – Perguntou Shinki.

— Fiz tudo que pude, filho. Terá que casar com alguém da nobreza. Eles alegaram que hoje é você pedindo e que amanhã o próximo Rei não irá querer seguir a tradição.

— Eu entendo. Obrigado por tentar! – Shinki abraçou o pai.

— O que vai fazer agora?

— Vou fazer o que o meu coração manda. Voltarei para Nova York e pedirei Sarada em casamento. Se a resposta for positiva, pai, pode me deserdar. Eu ficarei com ela e terei uma vida diferente, longe de Suna.

— E se ela recusar?

— Aí volto para Suna, me caso com quem o senhor quiser e tomarei conta de tudo, sendo o novo Duque de Suna e horando seu nome.

— Só seja feliz, está bem? – Pediu Gaara, após abraçar o filho.

— Estou tentando, meu pai.

 

[...]

 

Gaara mandou avisar sobre a morte de Ino assim que soube a verdadeira razão pela qual a sua ex-mulher estava com Sasori no helicóptero.  Mais sensível do que Sasori, Gaara teve a delicadeza de enviar flores ao órfão.

— Filho, chegaram essas flores e esse cartão pra você. – Disse Sai ao ver o filho voltar da faculdade.

— São de Gaara. – Avisou Kiba.

— Por que ele me mandaria flores? – estranhou.

— Abra, Inojin. Estamos curiosos para saber o que o novo Rei de Suna quer com você. – Disse Sai.

— Ok.

Inojin abriu a carta com curiosidade. Não se passava pela sua cabeça qual seria o assunto de Gaara com você. A última vez que falara com o ex-marido da mãe foi quando Ino fugiu da cadeia. Então, Inojin pensou por alguns segundos que talvez ela tivesse sido capturada. No entanto, o conteúdo da carta não trazia boas notícias. Sai e Kiba perceberam isso ao ver Inojin derramar as primeiras lágrimas.

— Leia em voz alta. – Pediu Sai e Inojin assentiu.

Querido Jin,

Desculpe, mas nunca vou me acostumar a chamá-lo de Inojin. Você cresceu sob os meus olhos como Jin e assim sempre será. Sei que deve estar estranhando minha atitude de mandar-lhe flores e uma carta, mas quis ser gentil como sei que você é. Jin, sua nobreza não vem de berço, mas sim da alma. Shinki me contou que perdoou sua mãe pelas atrocidades que fez. Só uma pessoa sábia e de bom coração conseguiria tal feito. Eu mesmo não consigo perdoá-la, mas tenho minhas razões.

A principal razão de nunca poder perdoar Ino chegou a meus ouvidos hoje. Por isso, preciso compartilhá-la com você. Acredito que você tenha o direito de saber quem era sua mãe verdadeiramente. Ino era linda e sabia usar seus atributos físicos a seu favor para conseguir o que queria. Ela conseguiu me dobrar inúmeras vezes só com a voz e o olhar. Sua mãe tinha poderes únicos. No entanto, quando Ino não conseguia o que queria com seu jeitinho, ela usava outros truques, mais perigosos, fatais.

Eu e você sabemos que Sasori estava chantageando Ino. Meu irmão iria entregá-la para policia pelo seu sequestro caso ela não convencesse Sakura a ficar com ele. Descobri esses dias que Ino tentou por bem e depois, como não conseguiu, fez por mal, o que culminou na prisão dela e em Boruto Uzumaki ferido.

Sei que a última vez em que nos falamos lhe disse que Ino havia fugido, mas preciso lhe atualizar sobre os últimos acontecimentos. Quando Ino fugiu da cadeia, seu paradeiro era desconhecido, mas conseguimos uma pista de onde ela estaria por causa da movimentação do dinheiro da conta pessoal dela. Se o dinheiro estava indo para algum lugar, lá estaria ela. Hoje, veio a minha resposta. Achei sua mãe. No entanto, sem vida.

Deixe-me explicar... Na verdade, descobri sobre a morte de Ino ao fazerem um exame de DNA nos restos mortais da pessoa que estava com Sasori no helicóptero. Sim, Ino estava com ele no momento da queda e explosão do helicóptero. Se quiser, posso lhe mandar as cinzas. Estão guardadas em um lugar especial.  Voltando ao assunto, eu estava determinado a achar o cúmplice de Ino nisso tudo. Desde que ela escapou da cadeia, sabia que ela não seria capaz de fazer tudo sozinha. Então, seguindo o rastro do dinheiro, consegui prender o cúmplice dela, um velho inimigo de Sasori chamado Hidan. Ele é um ladrão muito conhecido. Ele fugiu no mesmo dia que Ino da cadeia.

Após preso, Hidan estregou uma carta que Ino havia escrito e lhe pedido para me entregar. Claro, ele não iria entregar, mas, após preso, achou que serviria para amenizar sua pena. Na carta, sua mãe explicou porque fez o que fez. Segundo Ino, sequestrar Sakura foi um ato de desespero, incentivado por Sasori, que demonstrou não ter piedade.

Ino culpou Sasori por tudo. Disse que ele a obrigou, mas sei que não foi bem assim. É claro que meu irmão tem uma parcela grande de culpa na história toda, admito. Entretanto, foi Ino quem optou pelo sequestro, foi Ino que quis matar Sakura e ela me confessou na carta que sua vontade era de acabar com a família Uchiha. Ino ainda sentia raiva por causa do passado. Acabou perdendo o controle da situação e feriu Boruto.

No fim da carta, Ino admitiu ter se unido a Hidan para dar fim a vida de meu irmão. Segundo ela, o mundo será imensamente mais feliz sem Sasori. Eu, particularmente, discordo dela. Meu irmão faz muita falta em Suna. Seus dois filhos, órfãos, também sentem. O povo sente falta de seu Rei. Sasori era igualmente temido e amado por seus súditos. Mais uma vez, Ino optou pela vingança. Ela pegou amor e transformou em ódio. Meu irmão fez o mesmo. Acho que, de certa forma, eles eram iguais.

Jin, não quero julgá-los, pois, da mesma forma que amei meu irmão, também amei sua mãe. Entendo a dor e o desespero de ambos, embora não aceite a visão de mundo que eles tinham. Sasori era egoísta e quis tomar a força o que o destino e o conselho de Suna o roubou. Ino era rancorosa e tinha a mania de culpar os outros por seus próprios erros. Se ela tivesse assumido a culpa do que tinha feito, eu teria ficado ao lado dela, mesmo que isso significasse arrastar o nome de minha família na lama. No entanto, ela mentiu pra mim de novo. Quando Sasori me disse as atrocidades que ela fez em Konoha, decidi pela anulação do casamento. Sua mãe ficou com raiva, culpou Sasori e decidiu matá-lo para não perder tudo sozinha.

Enfim, queria lhe dizer a verdade, compartilhar com você o que sei de sua mãe. Se quiser ver o que restou dela, venha a Suna. Guardo com carinho as cinzas dela. As portas de minha casa sempre estarão abertas para você, pois o tenho como a um filho.

 

Meus pêsames,

Gaara Sabaku no Akasuna”

 

Inojin terminou de ler a carta aos prantos. Ino poderia ser um monstro, mas ainda assim era sua mãe e ele a amava. Sai compreendia a dor do filho, então o abraçou e consolou. Kiba também ficou ao lado do garoto e lhe prestou solidariedade.

— Ela se foi. – Disse Inojin enxugando as lágrimas.

— Acredite, filho. Foi melhor assim... Sua mãe perdeu a noção do que era importante na vida. – Disse Sai.

— Eu só queria que ela ficasse bem! – Disse Inojin.

— Ela está em um lugar melhor. Longe do que a fazia mal. – Disse Kiba.

— Ela precisa do nosso perdão. Gaara precisa perdoá-la. – Disse Inojin.

— Você quer ir a Suna? – Perguntou Sai.

— Quero. Preciso conversar com Gaara. – respondeu Inojin.



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