1. Spirit Fanfics >
  2. A Nova Influência >
  3. Gesto de amor

História A Nova Influência - Gesto de amor


Escrita por: britishross

Capítulo 44 - Gesto de amor


Sarada estava observando seus irmãozinhos dormirem, enquanto Sakura tomava um banho. A vida de mãe de gêmeos não era fácil, então a primogênita tinha algumas responsabilidades para que a mãe pudesse fazer algumas atividades como um simples banho, comer e programar alguns posts pro blog, porque a vida não para.

Enquanto Indra e Ashura dormiam, Sarada pensava como era maravilhoso o dom da vida. Ela olhava para eles com certo fascínio. Queria ser a melhor irmã do mundo, queria protegê-los, amá-los. Então, Indra acordou, começou a chorar e Sarada logo o deu colo para que ele não acordasse Ashura. Ela o ninou, cantando uma canção qualquer, e o menino acalmou-se.

Os olhos curiosos de Indra passeavam pelo rosto de Sarada com grande admiração. Sarada sentia que ele já a reconhecia e a amava. Indra era mais enjoadinho que Ashura e sempre chorava no colo de estranhos. As únicas pessoas que podiam se gurar o garoto, além de Sakura e Sasuke, eram ela e Mikoto. Já Ashura era dado. Ia com qualquer um, o que fazia dele o bebê mais popular entre a família.

— Ouvi um choro. Ele estava com fome? Fez xixi? – Perguntou Sakura ainda secando os cabelos após o banho.

— Não, mãe. Ele só acordou meio manhoso, mas já tá tudo na paz. – Disse Sarada.

— Seu irmão te ama. Acho tão bonita a forma como você cuida dele. – Analisou Sakura.

— Mãe, eu quero ter a capacidade de fazer esse mundo um lugar melhor pra eles dois. Quero achar uma forma de fazer isso...

— Querida, você já faz isso... Às vezes, a gente pensa que só com coisas grandiosas podemos modificar o mundo, mas não é bem assim. Pequenas atitudes também são relevantes. Tenha certeza que você já faz esse mundo melhor para eles só com a sua presença. – Disse Sakura.

— Não é pouco?

— O pouco feito com amor vale muito. – Refletiu Sakura.

— Inojin pensa de forma parecida com a senhora. Ele me disse uma vez que me amava por eu tê-lo acolhido no momento difícil da separação dos pais dele. Ele me contou que esse único gesto fez com que ele nunca deixasse de me amar, mesmo quando Ino tentava coloca-lo contra mim.

— Viu só? Um único gesto importou mais que tudo!

 

[...]

 

Sai e Inojin estavam de volta à Konoha. Era temporário, mas o bastante para matar a saudade da antiga casa. Sai tinha que ir visitar seu afilhado que acabara de nascer. O primeiro contato com Indra foi complicado. Ele chorou. No entanto, a presença de Sarada fez com Indra acabasse sorrindo. Enquanto Sarada fazia caretas e os olhos do bebê se mantinham presos na irmã, Sai pode segurá-lo sem riscos de um novo berreiro. Sakura lhe disse que com o passar do tempo Indra se acostumaria com ele.

Inojin também ficou encantado com os gêmeos. Enquanto seu pai segurava Indra, ele fez questão de pegar Ashura no colo. O bebê, tão diferente do irmão no temperamento, ficou quietinho nos braços de Inojin que ficou falando o tempo todo com ele. Inojin prometeu que quando eles estivessem maiores iria ensiná-los a pintar.

— Seus irmãos são incríveis, Sarada! – Comentou Inojin.

— Eles deram sentido a minha vida sabe? Preencheram um vazio que eu tava sentindo desde que você sumiu. É como se tudo fosse feliz de novo sabe?

— Se você está tão feliz, por que seu olhar é triste? – reparou Inojin.

— Não to sabendo lidar com Boruto. Pensei que saberia, mas encontrei com ele na rua e me senti desconfortável, inadequada. – Revelou Sarada.

— Eu te falei que não seria fácil.

— Não tava esperando que fosse fácil. Eu só queria não me sentir tão esquisita ao dizer um ‘oi’ pra ele sabe?

— Mas segurou a onda?

— Segurei, mas quase saí correndo.

— Vou fazer uma visita a ele.

— Pra que?

— Esqueceu que ele é meu amigo também?

— Não esqueci.

— E você vai comigo.

— De jeito nenhum!

— Por que não? Você vai ter que aprender a conviver com ele, garota!

— O pai dele não quer que eu me aproxime. Naruto pediu para meu pai que eu fique longe, não quero atrapalhar mesmo.

— Boruto vai mesmo pedir a mão de Yodo?

— O anel tá comprado, Inojin.

— Bem, eu respeito a sua decisão de ficar longe, mas eu vou visitar o meu amigo.

— Ok.

 

[...]

 

Boruto estava lendo um livro em seu quarto, quando Himawari avisou que ele tinha visita. O Uzumaki estranhou, mas ao ver Inojin passar ficou feliz de ver o amigo ali. Não se viam desde a época em que Ino manteve Sakura refém, então, provavelmente, ele tinha novidades para lhe contar.

— E aí, Boruto? Tudo bem? – Perguntou Inojin ao abraçar o amigo.

— Tá sim. E contigo? – Perguntou.

— Bem, eu vim com meu pai ficar uns dias aqui para conhecer os gêmeos Uchiha. – Contou Inojin.

— Eles são fofos né?

— Muito. Aquela casa é outra coisa com esses bebês.

— Então, você já esteve com Sarada?

— Já, ela não desgruda dos bebês.

— Sabe por que ela tá me evitando? – Perguntou Boruto.

— Ela não quer atrapalhar sua vida, Boruto. Só isso. Afinal, você e Yodo estão bem, não estão?

— Estamos. Você também acha que eu seria capaz de trair a confiança de Yodo dessa forma? Que eu seria capaz de abandoná-la para ficar com a Sarada?

— Claro que não acho. Sarada também não pensa dessa forma. A distância é mais saudável pra ela, então que seja assim. Cara, ela ama você. Por isso, ela respeita suas escolhas. Você escolheu Yodo, então ela vai ficar na dela.

— Mesmo escolhendo Yodo, eu não queria perder a amizade de Sarada. – Confessou Boruto.

— Você não vai perder. Ela só precisa entender que a situação agora é outra. Ela se sente uma intrusa na sua vida. Dê um tempo pra ela se acostumar e tudo vai voltar ao normal. Ei, me disseram que você vai pedir a mão de Yodo. É verdade?

— Sim, é. O anel já foi comprado e eu to só esperando o momento certo. Quero que seja romântico.

— Tenho certeza que será.

— Sarada sabe disso também?

— Claro que sabe. Bem, Yodo é uma garota de sorte.

— Acredite, Inojin, o sortudo sou eu. Ela tem todas as qualidades que eu sempre procurei.

— Você é apaixonado por ela como era pela Sarada?

— É um amor diferente. Eu e Yodo sofremos muito por sermos abandonados pelos que amamos, então quando nos encontramos algo forte nasceu. Acho que um casamento precisa de mais coisas do que só essa paixão louca e irrefreável. O que tenho com Yodo é sólido. – Afirmou Boruto.

— Eu desejo que você seja muito feliz, Boruto. Você merece.

— E você Inojin? É feliz agora?

— Eu tento ser. O período que Sarada passou comigo em Londres foi fundamental para que eu entendesse que entre eu e ela não existe mais nada daquele amor infantil que eu sentia.

— A perda da sua mãe foi uma fase bem difícil também né?

— Gosto de lembrar de minha mãe como a mulher forte que era. Não fico pensando nas coisas ruins.

— Me diz uma coisa... Durante o tempo que ficou preso no internato, como era a convivência de vocês?

— Não era fácil. Ela ia me visitar toda semana, mas a gente sempre discutia. Já nas férias, eu ficava na fazenda com ela, Gaara e Shinki. Como ela tinha inventado que eu era mudo, não conversávamos muito.

— Agora, uma curiosidade de brother, depois da Sarada você não namorou ninguém?

— Não. Nos últimos seis meses, Sarada me incentivou a conhecer gente nova e aí eu fiquei com algumas meninas, mas nada sério. Nada que possa ser chamado de namoro.

— Bem, você ainda é virgem, Inojin? Porque eu sei que a sua primeira vez não foi com a Sarada...

—  É, sou. Eu sou um artista sentimental. Acho que só vou querer transar com a mulher que eu ame mesmo. Já me senti atraído por várias garotas. Não vou mentir pra você, Boruto. Depois de tudo, até Sarada continuava me atraindo. Só que conversamos muito e eu cheguei a conclusão que devia deixar isso pra lá. Enfim, estou procurando um novo amor.

— Tomara que você encontre a garota certa. Sabe, uma parte de mim fica aliviado em saber que não rolou nada entre você e a Sarada...

— Você ia achar estranho?

— Muito. – confessou Boruto.

— Sempre fomos os dois melhores amigos apaixonados pela mesma garota a vida inteira.

— Até que você esqueceu a garota e eu continuei me lamentando por ela.

— Ei, você ama a Sarada?

— Às vezes, acho que não é amor e sim doença. Não é possível que alguém seja tão presente na cabeça de outra pessoa. Eu relutei muito até começar a namorar Yodo, mas acho que ela é o que eu tenho mais próximo da cura dessa doença chamada Sarada.

— Vai casar com Yodo para esquecer definitivamente a Sarada?

— Minha história com  Sarada acabou no dia que ela foi pra Nova York.

— Acabou a história, não o amor.

— Eu já tomei minha decisão, inojin. É Yodo. Ela é a mulher certa pra mim.

 

[...]

 

Na hora que estava saindo da casa de Boruto, Inojin foi acompanhado no caminho por Himawari. A garota ia até a padaria comprar um bolo para o lanche da tarde. Então, os dois foram conversando, pois a padaria era na mesma rua da casa de Inojin e Sai.

— Você cresceu bastante, Himawari. – Comentou Inojin.

— Você também. Está mais alto, seu cabelo está mais comprimido. – Observou Himawari.

— É. O tempo passou pra todo mundo.

— Inojin, Boruto me disse que você se tornou um pintor. O que costuma pintar?

— Gosto de retratos. É a minha especialidade.

— Se você fosse ficar mais tempo em Konoha, pediria para você me pintar. Sempre quis ter um retrato assim... – Comentou Himawari despretensiosamente.

— Eu devo voltar em breve. Poderia pintá-la sem problema.

— Que ótimo! – Himawari ficou animada.

— E você?

— Eu o que?

O que você faz de especial Himawari?

— Ah, nada... Eu sou comum.

— Tenho certeza que tem algum talento.

— Nem todo mundo é uma Sarada Uchiha na vida. – Sorriu.

— O que quer dizer com isso?

— Ah, você sabe... Sarada tem muitos talentos, toca violino, canta, foi uma digital influencer, modelou. Eu não faço nada nesse sentido.

— Bem, Sarada se dedicou a todas essas coisas. Não é nada inato. Você pode aprender o que quiser também. – Incentivou Inojin.

— Eu queria ser médica. Estou estudando muito para passar no vestibular de primeira.

— Tenho certeza que conseguirá.

— Você é bom, Inojin.

— Por que diz isso?

— Não é qualquer pessoa que é capaz de incentivar o outro de verdade. Você tem esse dom e eu acho que isso é inato. Queria ter alguma qualidade assim, mas acho que não tenho.

— Qual a sua maior qualidade?

— A minha maior qualidade?

— Sim. Com certeza, você tem alguma.

— Sou boa conselheira. Quer dizer, pelo menos Boruto sempre me pede conselhos e ele diz que ajuda.

— Isso é algo bom. Você podia ser psicóloga, não? Saber ouvir o outro também é um talento. – Apontou Inojin.

— Você acha mesmo? – o rosto de Himawari se iluminou.

— Tenho certeza absoluta.

— Bem, eu tenho que entrar na padaria. Depois nos vemos, Inojin. – Despediu-se Himawari.

— Até mais, Hima! – Disse Inojin e então entrou na sua casa.

 

[...]

 

Quando Inojin chegou em casa, encontrou o seu pai suspirando ao telefone. Aquilo era um sinal bem claro de que Shizune estava falando com ele. Inojin observou atentamente seu pai prometer passar alguns dias em Nova York e dizer que sentia saudades da namorada. O Yamanaka estava feliz de ver o pai, finalmente, reconstruindo sua vida. Era injusto que Sai continuasse imerso num mundo cinza e triste em que Ino tinha o enterrado há alguns anos. O Sai que agora Inojin via era razoavelmente feliz. É claro que seu pai não era mais um adolescente, mas havia beleza no amor maduro que ele vivia com a assessora de imprensa de Sakura.

— Shizune o faz muito bem, meu pai. – Comentou Inojin ao ver o pai desligar o telefone.

— Eu sei. Ela é fantástica. Acho que em breve irei me mudar, filho. – Disse Sai com um largo sorriso.

— Vão morar juntos? – Perguntou Inojin se jogando no sofá.

— Acho que está na hora. Além disso, você já é um homem feito. Logo mais vai arrumar uma namorada, casar e eu vou ficar sobrando. – Disse Sai.

— E vai morar em Nova York?

— Ainda não sei, filho. Como Shizune trabalha diretamente com Sakura, talvez, haja uma chance de ser Konoha.

— Bem, assim não ficaríamos muito longe né? Daqui a dois anos, eu volto pra cá.

— Bem, mudando de assunto, como foi a visita a Boruto?

— Boa. Ele está decidido a pedir a mão de Yodo em casamento, ou seja, zero chances para Sarada.

— Vai contar pra ela?

— Acho que seria judiação demais. Melhor deixa o assunto quieto, pai. Ela tá tentando ficar distante, então deve ser melhor assim.

— Você e ela não tem volta mesmo?

— Os seis meses que ela passou em Londres me fizeram entender que minha história com ela acabou no dia daquela festa, enquanto ela rodopiava no salão com Boruto no meu lugar. Se tinha alguma coisa em que minha mãe tinha razão, era em afirmar que era ele quem ela amava.

— Sua mãe tinha muitos defeitos, mas ela sempre quis te proteger. Hoje, eu sei disso.

— Eu também. Ela queria evitar que eu me decepcionasse como ela.

— Bem, e agora?

— Pai, eu não tenho a menor ideia. Agora, eu sou livre. Posso me expressar como o artista que sou, posso concluir minha faculdade, posso me dar a oportunidade de encontrar um novo amor. Acho que esses são meus novos objetivos.

— Eu te desejo sorte. E peço desde já que me arrume netos! – Pediu Sai.

— Depois que viu os gêmeos Uchiha quer crianças na casa?

— Claro!

— Então, suguiro que peça para Shizune lhe dar filhos, porque eu ainda vou demorar um pouco até conseguir arrumar uma namorada.

— Um garoto tão bonito com dificuldade de arrumar namorada? Como pode isso? Sabe, você herdou toda a beleza da sua mãe e toda a minha inteligência, então é irresistível, filho! – Brincou Sai.

— Quem me dera!

 

[...]

 

Sarada estava com Sakura e os gêmeos quando Sasuke chegou mostrando um convite na mão.

— O que é isso? – Perguntou Sakura ao marido.

— Um convite para o aniversário de Hinata amanhã. Naruto chamou toda a família. – Disse Sasuke e em seguida tirou Indra do colo de Sarada.

— Eu também estou convidada? – Surpreendeu-se Sarada.

— Naruto disse que sim. Acho que ele está começando a relaxar. – Comentou Sasuke.

— Acho uma besteira isso dele querer afastar a Sarada do Boruto. O filho dele que tem que saber com quem vai ficar. – Falou Sakura ainda ninando Ashura dos braços.

— Bem, eles nos estenderam uma bandeira de paz sobre o assunto, então acho melhor a família toda ir. Até você Sarada. – Disse Sasuke.

— E se eu não quiser? – Perguntou Sarada.

— Ninguém vai te obrigar, mas seria simpático você ir. Sai e Inojin vão também.

— Tudo bem. Eu vou. – Sarada se deu por vencida.

 

[...]

 

Quando a família Uchiha chegou à casa dos Uzumaki, Sarada e Boruto trocaram olhares. Todos perceberam, aliás, eles nem tentaram disfarçar. Sakura entregou um presente para Hinata em nome da família, um vestido que ela havia feito exclusivamente para a amiga. Hinata agradeceu. Então, todos ficaram reunidos na sala. Sai e Inojin já estavam lá também. A conversa era agradável, falaram durante bastante tempo dos planos para um futuro próximo. Sai contou que planejava ir morar com Shizune, Naruto contou que estava planejando uma segunda lua de mel com Hinata, Sasuke falou sobre seus planos profissionais e como estava uma loucura sua vida por causa dos gêmeos, Sakura disse que era uma delícia viver essa fase da maternidade. Enfim, todos pareciam felizes ali.

Sarada se sentou ao lado de Inojin e tentou não se aproximar muito de Boruto. Himawari logo se juntou a eles .  A Uzumaki e o Yamanaka emenderam uma conversa sobre o quadro que Inojin havia prometido pintar dela. Até que Sarada resolveu interromper a conversa dos dois.

— Himawari, por que Yodo não está aqui? – Perguntou Saarada.

— Ah, você não soube? Os pais dela estão hospitalizados e aí ela foi para Suna. – Informou Himawari.

— Por isso a carinha triste do Boruto? – Perguntou Inojin.

— Acho que ele está triste por outro motivo. – Disse Himawari.

— Que motivo? – Perguntou Sarada.

— Sarada, você tem certeza que não sabe? – Insinuou Himawari.

— É por causa de Sarada? – Chutou Inojin.

— Meu irmão gostaria de ficar próximo de você, Sarada. Ele percebeu que você está tentando mantê-lo afastado e não gostou. – Explicou Himawari, enquanto Sarada observava Boruto sair da sala e ir até o jardim.

— Eu devo ir trás dele? – Perguntou a Inojin e Himawari.

— Vá. Antes de tudo, vocês são amigos. – Incentivou Inojin.

— Vá, por favor. – Incentivou Himawari, então Sarada foi atrás do garoto, mesmo sob os olhares de reprovação de Naruto, que ficou quieto.

No jardim, Boruto estava sentando num banco, olhando o céu. Sarada se sentou ao seu lado e o surpreendeu.

— Himawari me contou sobre Yodo. Está preocupado com ela? – Perguntou Sarada ao ver a feição séria de Boruto.

— Yodo está bem. Não é ela que me preocupa...

— O que então?

— Olhe pra nós, Sarada... A gente não consegue consertar o que se quebrou.

— Eu to tentando fazer a minha parte.

— Nada vai fazer a gente voltar a ser aquela dupla que éramos antes do sequestro do Inojin...

— Eu sei que não, mas eu vou ficar sempre do seu lado, ser sua amiga. Eu sei que vai pedir a mão de Yodo em casamento, então desejo que sejam felizes, Boruto.

— Quem te contou?

— Bem, seu pai contou pro meu e aí eu fiquei sabendo...

— Dois velhotes fofoqueiros... – resmungou Boruto e Sarada sorriu.

— O que importa é que é verdade...

— O que você sentiu ao saber?

— Quer uma resposta educada ou a verdade? – Perguntou Sarada e Boruto sorriu.

— A verdade, por favor. – Boruto encarou Sarada.

— Eu quis chorar. – Confessou Sarada.

Ao longe, Boruto e Sarada podiam escutar a canção All I Ask, de Adele. Provavelmente, Hinata havia colocado como trilha sonora do jantar. Boruto ouviu as primeiras notas da canção contrastarem com a resposta sincera de Sarada.

— Mas não chorou, certo? – Disse Boruto.

— Fingi que sou forte. Posso te pedir uma coisa?

— O que quiser...

— Não desista de Yodo só porque eu voltei... Ela não merece, você não merece. Eu me sinto uma intrusa aqui.

— Por mais que eu ame você, Sarada, eu jamais faria Yodo sofrer. Ela é muito importante pra mim.

— Eu sei. – Sarada começou a chorar e Boruto a abraçou.

— Quero lembrar de nós assim, unidos como sempre fomos. – Sussurrou Boruto no ouvido de Sarada.

— Eu também, Boruto. Quero lembrar de você assim, como aquele que sempre esteve comigo.

— Sarada, espero que consiga ser feliz depois de tudo isso...

— Sabe o que é engraçado?

— O que?

— Essa música que a sua mãe colocou pra tocar – Riu – ela parece com a gente, né? – perguntou Sarada.

— Parece. – Boruto então beijou a testa de Sarada por um longo momento e depois se levantou.

Sarada acompanhou os passos de Boruto com os olhos e depois encostou sua cabeça em seus joelhos e ficou ali, cobrindo o rosto.

 

[...]

 

Boruto voltou para a sala e então ficou ao lado de Himawari, mas a caçula não poupou o irmão de perguntas sobre Sarada.

— Como foi? – Perguntou Himawari.

— Triste como sempre é. – Respondeu Boruto.

— Eu não entendo você, irmão. – Queixou-se Himawari.

— Não é pra entender. Nem eu me entendo.  – Respondeu Boruto.

— Se eu fosse você, terminava esse namoro assim que a Yodo voltar...

— Eu não vou fazer isso, Himawari. A Sarada tem que entender que a vida das pessoas não gira em torno da dela. Antes dela voltar, eu já tinha decidido. É com Yodo que vou ficar. E não importa que ela esteja chorando lá fora agora... – Desabafou Boruto.

— Ela ta chorando? – Perguntou Himawari, mas não obteve resposta. Boruto subiu e se trancou em seu quarto, o que fez todos estranharem e perguntarem para Himawari o que havia acontecido. A menina então explicou que ele só tava se sentindo cansado.

Quando a comemoração do aniversário de Hinata acabou, Sarada voltou com sua família para casa. Sasuke e Sakura tentaram tirar da menina o que havia acontecido entre ela e Boruto, mas a única coisa que a Uchiha respondia é que nada tinha acontecido.

 

[...]

 

Em Suna, Yodo estava na casa dos pais com Deidara. Ainda levaria alguns dias até que seus pais saíssem do hospital e ela estava pensando bem na proposta de Nagato. Deidara percebeu o olhar distante de Yodo e segurou sua mão para chamar uma atenção.

— O que foi? – Perguntou preocupado.

— Estou vivendo um impasse. – Admitiu Yodo.

— Pode dividir o peso que está em seus ombros comigo! – Disse Deidara.

— Ok – Yodo respira fundo – Eu disse a Nagato que pensaria na proposta dele.

— Pensei que a resposta era não...

— E era...

— O que fez você mudar de ideia e considerar a proposta dele?

— Ah, Dei... Eu me importo com nossos pais. Não quero que nadaa de mal aconteça a nossa família.

— Eu já disse que nada disso é culpa sua, Yodo!

— Eu sei, mas, se eu posso ajudar, por que negar?

— Yodo, você tem seu namorado, sua vida em Konoha, sua faculdade...

— Minha vida sempre foi em Suna. Além disso, eu posso transferir a faculdade pra cá, posso terminar com Boruto.

— Você me disse que ama esse garoto.

— Eu gosto de Boruto, é verdade. Eu realmente acreditei que pudesse construir uma nova vida ao lado dele, mas não quero acabar com a minha família para que isso seja possível.

— Prefere acabar com a sua própria vida? Yodo, quando eu te ajudei a fugir foi porque eu sabia que não seria feliz aqui. Eu gosto muito de Nagato, adoraria vê-la como rainha e isso realmente resolveria o nosso problema financeiro, mas eu não posso concordar que abra mão de você mesma em nome dos outros. Não é justo! – Bradou Deidara.

— Eu prefiro ver as pessoas que amo sorrindo. Se eu me casar com Nagato, resolvo o problema da nossa família, te dou a chance de dar continuidade ao nome de nossa família, deixo o caminho livre para Boruto se acertar com Sarada e ainda posso ensinar o que é o amor para o nosso jovem futuro rei. Sasori I tinha razão. Nagato pode aprender muito comigo. – Afirmou Yodo.

— Sua racionalidade me assusta...

— Seria egoísmo demais esquecer tudo em nome da minha felicidade. Sendo que...

— O que?

— Eu também não tava 100% feliz em Konoha.

— Por que?

— Eu sou muito apegada a nossa família, Dei! É duro pra mim ficar sem falar com vocês, é duro viver longe de minhas raízes...

— Posso te dar um conselho de irmão mais velho?

— Pode. – Sorriu.

— Tome a decisão que te deixará feliz. Não importa qual seja, eu vou te apoiar. Não pense nos nossos pais, na divida, em Nagato... Eu quero que pense no seu futuro. Todo o resto, eu dou um jeito. – Afirmou Deidara.

— Você é meu herói, sabia? – Disse Yodo sorrindo.

— Tento estar a sua altura, minha irmã! – respondeu Deidara enquanto abraçava a caçula.

 

[...]

 

Na manhã seguinte, Yodo foi até o castelo encontrar-se com Nagato. Achou o futuro rei no jardim e o abraçou por trás.

— Yodo... – Disse Nagato ao senti-la.

— Eu prometi que voltaria, não? – Disse com um sorriso.

— Já tem a minha resposta? – Perguntou Nagato.

— Bem, eu queria negociar algumas coisas...

— O que? Peça!

— Bem, você falou sobre perdão à dívida e uma boa posição para o meu pai, mas eu quero algo mais...

— O que?

— Quero terminar minha faculdade. É importante pra mim.

— Não vejo problema. Pedido concedido. Então?

— A resposta é sim. Eu aceito ser sua rainha, mas vou precisar de um tempo para resolver minha vida. Como você sabe, eu deixei alguém me esperando em Konoha... – Disse Yodo.

— Eu espero o tempo que for...

— São só alguns meses. Depois, eu volto pra cá e começo a me preparar para ser a sua rainha.

— Você tá pronta, Yodo.

— Você é gentil, Nagato. Enfim, já falou com a família Hyuuga?

— Tio Gaara marcou uma reunião com Hiashi para mais tarde. Vou avisá-lo da sua resposta, então, certamente, tudo dará certo; - Informou Nagato.

— Imagino que Hanabi não vá lidar bem com isso...

— Ela não nasceu para ser rainha. É simples assim... – Nagato tentou se aproximar para beijar Yodo, mas ela o afastou.

— Ainda não, por favor. – Pediu.

— Por que?

— Como eu disse, ainda tem alguém me esperando. Não é justo com ele. – Afirmou Yodo.

— Ah, Boruto Uzumaki, certo?

— Certo. Eu preciso terminar com ele antes de nós começarmos qualquer coisa.

— Compreendo e apoio sua postura. Como sempre, você está correta Yodo.

— Bem, eu só vim aqui lhe dizer minha resposta. Já vou...

— Yodo, você é salvação de todos nós. É muito bonito o que está fazendo pela sua família e pelo seu país.

— É um ato de amor. – resumiu.

— Acha que é capaz de me amar, Yodo? – Perguntou Nagato.

— Nagato, o amor pode nascer de várias formas, significar muitas coisas. Sem dúvidas, eu já o amo. Por enquanto, é como um amigo. Afinal, está me ajudando a dar uma chance de meu irmão ser feliz.

— Não é pelos seus pais que está fazendo isso?

— Também é por eles. No entanto, meus pais não merecem tanto sacrifício. Já meu irmão...

— Teme pelo futuro de Deidara?

— Sem as propriedades, o que seria dele? Deidara jamais me pediria nada disso. Então, é mais por ele do que por qualquer outro. Meu irmão me ama verdadeiramente e me apoiou em todas as minhas decisões. É justo que eu devolva isso.

— Eu farei o impossível para fazê-la feliz, Yodo. – Prometeu Nagato.

— Seja um bom rei e eu ficarei satisfeita. Seja bom para o povo e assim será bom comigo também.

Quando estava saindo do palácio, Yodo esbarrou em Shinki, que, por sua vez, ficou surpreso ao encontrar a ex-namorada.

— Oi, Yodo. O que faz por aqui? – Perguntou Shinki.

— Tinha assuntos a tratar com Nagato. Como está? – Perguntou Yodo.

— Tentando me adaptar a minha função. Sabe que agora sou um duque, não?

— Deidara havia me informado. É o que queria?

— Você sabe que esperava que isso acontecesse alguma hora.

— Sim, lembro que você me disse que quando fosse duque nós nos casaríamos.

— Não era mentira, Yodo...

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro que sim.

— Você abriu mão de nós por que o seu tio pediu ou foi por que sabia do trato do meu pai com Sasori I? – A pergunta de Yodo assustou Shinki.

— Naquela época, Sasori I chamou meu pai para uma reunião e contou sobre a situação da sua família, disse que era grave e disse que tinha uma solução em mente para o problema.

— A solução seria que eu me casasse com Nagato?

— Era, Yodo. Eu disse que não aceitaria, que era injusto, mas meu pai conversou comigo e disse que se eu a amasse de verdade tomaria a decisão certa.

— Então, você me largou...

— Eu sei que errei, Yodo. Mas, que outra escolha eu tinha? Se eu continuasse me recusando a abrir mão de nós, meu tio afundaria a sua família. Eu sei o quanto você os ama! Nunca seria feliz comigo sabendo que os arruinou! – Confessou Shinki.

— Por que disse que não me amava mais?

— Só se eu dissesse isso você não brigaria por nós. Enfim, queria ter ajudado com essa decisão. Queria que livrasse a sua família da dívida.

— Eu supreendi você quando fugi?

— Eu não soube que você fugiu naquela época, Yodo. Depois que ficou acertado que nós não ficaríamos mais noivos, meu pai me mandou estudar em Nova York e recomeçar. Eu jurava que você estava casada com Nagato até que...

— Me encontrou aqui em Konoha com Boruto.

— Exatamente. Só ali fiquei sabendo que o acordo não tinha se concretizado, que seu pai continuava devendo...

— Aí você já estava apaixonado por Sarada Uchiha.

— É. E você por Boruto Uzumaki.

— Bem, eu tenho uma notícia que vai te deixar feliz então... O acordo vai se concretizar agora. Vou me casar com Nagato. – Anunciou Yodo e Shinki ficou chocado.

— Ele desistiu de Hanabi?

— Sim. Vão falar com a família Hyuuga hoje.

— Yodo, você estava feliz com Boruto. Por que jogar isso fora?

— Minha família, Shinki.

— Boruto já sabe?

— Não, mas vai saber. Isso te frustrou, não é? Assim, o caminho fica livre para Boruto e Sarada. Você a perdeu também.

— Yodo, eu e Sarada não temos nada há um bom tempo.

— E a esqueceu? Boruto nunca conseguiu...

— Não penso nela tem um tempo. Era uma paixão passageira. Já você...

— Eu o que Shinki?

— Você foi meu grande amor. Sinto muito por ter arruinado isso.

— Não temos tempo pra sentir muito. Eu preciso ir. – Yodo disse e Shinki a segurou pelo braço.

— Você pode contar comigo, Yodo.

— Obrigada. – Ele então a soltou e Yodo partiu, deixando Shinki confuso com sua decisão de casar com Nagato.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...